sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

FOLCLORE POLÍTICO XXVII


Engano de segundo grau
31 de março de 1964. Benedito Valadares se encontra com José Maria Alkmin e Olavo Drummond no aeroporto de Belo Horizonte:
- Alkmin, para onde você vai?
- Para Brasília.
- Para Brasília, ah, sim, muito bem, para Brasília.
Os três saem andando para o cafezinho, enquanto Benedito cochicha no ouvido de Drummond:
- O Alkmin está dizendo que vai para Brasília para eu pensar que ele vai para o Rio. Mas ele vai mesmo é para Brasília.
A ciência política designa esse tipo de artimanha como engano de segundo grau. Explicando: engano meu interlocutor, dizendo-lhe a verdade para tirar proveito da sua desconfiança. Dizem que a versão original da historinha tem origem judia e expressa com humor o contorcionismo a que leva a ocultação de informações: "Que sacanagem, o senhor quis fazer-me acreditar que vai a Minsk. Acontece que o senhor não vai a Moscou, vai mesmo a Minsk".
Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Mensagem para uma adolescente fã da garota chorosa da TV


"Depois que nossa filha de quinze anos foi às lágrimas pelo discurso de Greta Thunberg na ONU outro dia, ela ficou zangada com a nossa geração "que não fazia nada há trinta anos".
Então, decidimos ajudá-la a impedir o que a garota na TV anunciava de "erradicação maciça e desaparecimento de ecossistemas inteiros".
Agora estamos comprometidos em dar um futuro à nossa filha novamente, fazendo nossa parte para ajudar a esfriar o planeta em quatro graus.
A partir de agora, ela irá para a escola de bicicleta, porque levá-la de carro custa combustível, e o combustível gera emissões para a atmosfera. Claro que será inverno em breve e ela desejará ir de ônibus, mas apenas enquanto for um ônibus a diesel.
De alguma forma, isso não parece ser propício para "ajudar o clima".
Obviamente, ela agora está pedindo uma bicicleta elétrica, mas mostramos a ela a devastação causada nas áreas do planeta como resultado da mineração para a extração de lítio e outros minerais usados na fabricação de baterias de bicicletas elétricas, então ela estar pedalando ou andando. O que não a prejudicará, nem ao planeta. Nós costumávamos andar de bicicleta e caminhar até a escola também.
Como a garota na TV exigiu "precisamos nos livrar de nossa dependência de combustíveis fósseis" e nossa filha concordou com ela, desconectamos a ventilação do quarto. A temperatura está caindo para doze graus à noite e cairá abaixo de zero no inverno. Prometemos comprar um suéter extra, chapéu, calças justas, luvas e um cobertor.
Pela mesma razão, decidimos que a partir de agora ela só toma um banho frio. Ela lavará suas roupas à mão, com uma tábua de madeira, porque a máquina de lavar é simplesmente uma consumidora de energia e, como o secador usa gás natural, ela pendura suas roupas no varal para secar.
Por falar em roupas, as que ela usa atualmente são todas sintéticas, então são feitas de petróleo. Portanto, na segunda-feira, levaremos todas as suas roupas de grife para a loja de segunda mão.
Encontramos uma loja ecológica em que as únicas roupas que vendem são de linho, lã e juta não tingidas e não branqueadas.
Não importa que lhe pareça bom ou que ela vá rir, vestindo roupas leves e sem cor e sem sutiã sem fio, mas esse é o preço que ela paga pelo benefício do Clima.
O algodão está fora de questão, uma vez que vem de terras distantes e são usados pesticidas. Muito ruim para o meio ambiente.
Acabamos de ver no Instagram dela que ela está muito brava conosco. Esta não era a nossa intenção.
A partir de agora, às 19h desligaremos o Wi-Fi e o ligaremos novamente no dia seguinte após o jantar por duas horas. Dessa forma, economizaremos eletricidade, para que ela não seja incomodada pelo estresse eletromagnético e fique totalmente isolada do mundo exterior. Dessa forma, ela pode se concentrar apenas em sua lição de casa. Às onze horas da noite, puxaremos o disjuntor para desligar a energia do quarto dela, para que ela saiba que o escuro está realmente escuro. Isso economizará muito CO2.
Ela não participará mais dos esportes de inverno em pousadas e resorts de esqui, nem fará mais férias conosco, porque nossos destinos de férias são praticamente inacessíveis de bicicleta.
Como nossa filha concorda plenamente com a garota na TV que as emissões de CO2 e as pegadas de seus bisavós são responsáveis por 'matar nosso planeta', o que tudo isso simplesmente significa é que ela também tem que viver como seus bisavós e eles nunca tiveram férias, carro ou bicicleta.
Ainda não falamos sobre a pegada de carbono dos alimentos.
A pegada zero de CO2 significa que não há carne, peixe e aves, mas também não há substitutos de carne à base de soja (afinal, que cresce nos campos dos agricultores, que usam máquinas para colher os feijões, caminhões para transportar para as plantas de processamento, onde mais energia é usada, depois transportada para as fábricas de embalagens / conservas e transportada novamente para as lojas) e também nenhum alimento importado, porque isso tem um efeito ecológico negativo. E absolutamente nenhum chocolate da África, nenhum café da América do Sul e nenhum chá da Ásia.
Apenas batatas caseiras, legumes e frutas cultivadas em solo frio local, porque as estufas funcionam com caldeiras, canalizadas em CO2 e luz artificial. Aparentemente, essas coisas também são ruins para o clima. Vamos ensiná-la a cultivar sua própria comida.
O pão ainda é possível, mas a manteiga, o leite, o queijo e o iogurte, o queijo cottage e o creme são provenientes de vacas e emitem CO2. Não será mais usada margarina nem óleo na frigideira, porque essa gordura é o óleo de palma das plantações de Bornéu, onde as florestas tropicais cresceram primeiro.
Sem sorvete no verão. Sem refrigerantes e sem energia, pois as bolhas são CO2. Ela queria perder alguns quilos, bem, isso também a ajudará a alcançar esse objetivo.
Também proibiremos todo plástico, porque é proveniente de fábricas de produtos químicos. Tudo o que é feito de aço e alumínio também deve ser removido. Você já viu a quantidade de energia que um alto-forno consome ou uma fundição de alumínio? Uber ruim para o clima!
Substituiremos sua bobina 9600, colchão de espuma com memória, com um saco de juta cheio de palha, com um travesseiro de pêlo de cavalo.
E, finalmente, ela não estará mais usando maquiagem, sabonete, xampu, creme, loção, condicionador, pasta de dente e medicamentos. Seus absorventes serão substituídos por absorventes feitos de linho, que ela pode lavar à mão, com sua tábua de madeira, assim como suas ancestrais antes que as mudanças climáticas a deixassem com raiva de nós por destruir seu futuro.
Dessa forma, ajudá-la-emos a fazer sua parte para evitar a extinção em massa, o aumento do nível da água e o desaparecimento de ecossistemas inteiros.
Se ela realmente acredita que quer acompanhar a conversa da garota na TV, aceitará com prazer e abraçará com alegria seu novo modo de vida ".
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria e título explícitos.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Defesa de Tese em Saúde Coletiva (UECE) de Sônia Samara Fonseca de Morais

Flagrante da banca examinadora, logo após a defesa de tese da enfermeira Sônia Samara Fonseca de Morais. A recém-doutora está ao centro, ladeada pelos professores Geziel dos Santos de Sousa, Luciano Pamplona de Gois Cavalcanti, Francisco Gildemir Ferreira da Silva e Maria Helena Lima Sousa (coorientadora), à direita, e por Marcelo Gurgel Carlos da Silva, Antonio Silva Lima Neto e Andrea Caprara, à esquerda. (Foto cedida por Waldélia Monteiro).
Aconteceu na manhã de ontem (28/01/20), no Auditório da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UECE, mais uma defesa de tese do Doutorado em Saúde Coletiva do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC) da UECE.

A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Andrea Caprara (UECE), Antonio Silva Lima Neto (Unifor), Francisco Gildemir Ferreira da Silva (UFC), Luciano Pamplona de Gois Cavalcanti (UFC), Marcelo Gurgel Carlos da Silva (UECE), Geziel dos Santos de Sousa (suplente SMS) e José Wellington de Oliveira Lima (suplente UECE), aprovou a Tese “Impacto das arboviroses em períodos epidemicos e não epidêmicos: epidemiológico, espacial e econômica”, apresentada pela nossa orientanda SÔNIA SAMARA FONSECA DE MORAIS.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do Doutorado em Saúde Coletiva PPSAC-UECE

Turma Prof. Dr. Herivaldo Ferreira da Silva – Medicina e Humanidade


Herivaldo Ferreira da Silva é médico, clínico, hematologista, professor, doutor, escritor, orientador, filho, pai, marido e amigo. Consegue atuar caprichosamente em todas essas esferas, unindo a competência técnica ao olhar empático para o outro.
Possui formação em medicina pela Universidade Federal do Ceará (1985). Tornou-se especialista em hematologia no ano de 1989. E após dez anos de sua especialização, sagrou-se Doutor em Hematologia com tese defendida na Universidade de São Paulo, a cerca do tema mieloma múltiplo, sob orientação da Profa. Dra. Helena de Benedetto Pozzi.
Desde as primeiras turmas de medicina do recém-criado Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE) à época, contribui ora como professor de práticas médicas e ora como professor amigo da UECE, ministrando aulas nas disciplinas de Iniciação ao exame clínico e relação médico-paciente e de Clínica Médica I (hematologia). Também colabora para o Curso como preceptor do Hospital Geral Dr. César Cals na enfermaria e nos ambulatórios de hematologia do Departamento de Clínica Médica. No ano de 2015, foi convidado pelos membros da Liga de Oncologia da UECE, após o falecimento do saudoso Professor Dr. Antônio Wilson Vasconcelos, a tornar-se orientador da Liga, que, a partir de então, passou a chamar-se Liga de Oncologia e Hematologia da UECE.
Dr. Herivaldo ou carinhosamente Dr. Heri são vocativos muito repetidos por estudantes, internos e residentes dos serviços por onde é professor. Além de muito convocado para passar os casos da enfermaria e do ambulatório, o hematologista é lembrado de forma quase unânime pelo carisma que possui com seus alunos. Ele, de fato, é chamado por vocação a exercer a arte e a ciência da medicina e da educação médica. Reitero essa afirmação, pois é junto a seus alunos que ele se sente bem. É mestre que se faz pequeno para engrandecer-se.
Ministra boas aulas; é atento e minucioso ao avaliar cada paciente; sagaz ao questionar os alunos sobre o método clínico aplicado; didático quando faz questionamentos que relembram ao futuro médico a necessidade do estudo contínuo; empático ao elevar também o contexto social na definição de condutas; é curioso sobre a trajetória de cada estudante e interno que passa por suas mãos; parceiro ao sentar e discutir cada detalhe do trabalho de seus orientandos, não se furtando de tornar a escrita de artigos, livros, e trabalhos de conclusão de curso momentos de grande aprendizado; amigo quando se importa verdadeiramente com as pessoas ao seu redor.
Transformados pelo seu exemplo, muitos médicos optaram pela especialização em hematologia no estado do Ceará notadamente por sua contribuição. Este ano, Herivaldo Ferreira da Silva recebeu a honraria maior que um professor pode receber de uma turma médica. Será sempre uma alegria para cada aluno dizer pelos campos de trabalho que fez parte desta turma. A Décima Primeira Turma de Médicos da UECE, formada em 2018, torna-se maior ao receber o nome Turma Prof. Dr. Herivaldo Ferreira da Silva.
Matheus Martins de Sousa Dias
Concludente da MedUece – Turma 2018
Nota do Editor do Blog: Homenagem do concludente Matheus Martins de Sousa Dias em nome dos seus colegas de turma, publicada na Revista MedUECE de 2018.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da MedUece

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

PESAR PELO PROFESSOR HERIVALDO FERREIRA DA SILVA


É com intenso pesar que aqui registro o inesperado falecimento na manhã de hoje, 28 de janeiro de 2020, do Dr. HERIVALDO FERREIRA DA SILVA, médico hematologista e integrante de corpo docente do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
À época da chegada a primeira turma do ciclo clínico, eu estava na coordenação do Curso médico ueceano, quando ele, voluntariamente, se prontificou a ministrar as aulas teóricas e práticas de Hematologia.
Após graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará em 1985, Herivaldo Ferreira da Silva realizou Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Geral de Fortaleza, de 1986 a 1988, e especialização em Hematologia e Hemoterapia no Hospital Universitário Walter Cantídio (Hospital das Clínicas), de 1988 a 1989.
Prosseguiu a pós-graduação stricto sensu na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), obtendo o título de mestre em Medicina, em 1994, com a dissertação “Ácido desoxirribonucléico e ciclo celular de clone tumoral murino NSI/1 por citometria de fluxo”, e o diploma de doutorado em Hematologia, em 1999, com a tese: “Alterações na coagulação sanguínea, associadas a mecanismos indutores ou facilitadores no mieloma múltiplo, obtido experimentalmente”.
Em função da sua ilibada atuação profissional e do seu comprometimento com o ensino médico, foi seguidamente homenageado por diversas turmas da MedUece, tendo sido escolhido paraninfo da turma de 2017 e deu seu nome à turma formada em 2018.
O corpo do Dr. Herivaldo Ferreira da Silva está sendo velado, desde às 10 horas de hoje, no Velatório Aethernus, à Rua Pe. Valdivino, Nº 1.688. Amanhã, dia 29 de janeiro, pela manhã, acontecerá a missa de corpo presente, e, em seguida, seus despojos serão conduzidos para o sepultamento em Caucaia.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da MedUece

FINAL DE ANO, FESTAS E SUA SAÚDE


Por Weiber Xavier (*)
Férias chegando e as celebrações de fim de ano podem sobrecarregar as artérias e aumentar a cintura abdominal. São tantas as tentações e guloseimas que podem levar a um aumento no peso difícil de perder ao longo do ano.
A ideia é não se privar e não comer apenas alimentos entediantes, mas algumas dicas para ficar em forma e saudável durante esta temporada: alimentar-se regularmente, frequentemente, de forma consciente e balanceada. Não é prudente ir a uma festa com fome e esperar intervenção divina para ajudar a mantê-lo no controle.
Procure fazer refeições bem equilibradas e um lanche saudável antes de ir a uma festa. Uma refeição saudável e equilibrada deve consistir em uma proteína magra, uma pequena porção de gordura saudável e carboidratos ricos em fibras. Procure receitas que usem menos manteiga, creme, banha de porco, gordura vegetal e outros ingredientes ricos em gorduras saturadas. Peru ou peixe em vez de carne vermelha é uma opção saudável.
Mantenha-se hidratado. Se for ingerir álcool, procure tomar um copo de água entre as bebidas. Evite álcool com o estômago vazio. O álcool aumenta o apetite e diminui a capacidade de controlar o que você come.
Evite comer tarde da noite. Também é importante evitar comer aproximadamente duas horas antes de dormir. O metabolismo diminui quando se está dormindo.
Em um buffet, vistorie a mesa de comida antes de colocar qualquer coisa no seu prato. Após verificar todas as opções, você pode estar menos inclinado a acumular itens um após o outro.
O exercício é energizante, por isso, faz sentido fazê-lo mais cedo do que mais tarde no dia. Começar o exercício cedo é especialmente importante durante as férias, quando festas e atividades dificultam o acesso à academia depois do trabalho.
Não há pílula, nem receita mágica para permanecer no peso certo embora a comida seja parte integrante das férias, é importante prestar atenção ao que realmente importa, aproveitar a família, a alegria e a confraternização com os amigos.
Não há problema em comer ou comer demais de vez em quando, particularmente quando no dia a dia se tem equilíbrio e moderação.
(*) Médico e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/12/2019. Opinião. p.22.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Há exatos 75 anos, o exército vermelho libertava o campo de concentração de Auschwitz

REDAÇÃO AH Publicado em 27/01/2020, às 6h
Em um cenário desesperador, os soldados evacuaram o maior campo de concentração nazista. Cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram no local
No final da guerra, prevendo a vitória dos aliados, os alemães começaram a destruir crematórios e documentos enquanto evacuavam os prisioneiros de Auschwitz. Os que não conseguiam andar foram deixados lá e liberados pelo Exército Vermelho em 27 de janeiro de 1945. Lá, cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram, a maioria em câmaras de gás.
Arbeit machr frei ("O trabalho liberta", em português). Era essa a inscrição na entrada do maior campo de concentração nazista. Erguido em 1940 nos subúrbios da cidade de Oswiecim, na Polônia, ele tinha três partes: Auschwitz I, a mais antiga; Auschwitz II-Birkenau, que reunia o aparato de extermínio; e Auschwitz III-Buna, com cerca de 40 subcampos de trabalho forçado.
As primeiras vítimas do nazismo foram poloneses, seguidos de soviéticos, ciganos e prisioneiros de guerra. Em 1942, o campo voltou-se para a destruição em massa dos judeus. Os presos eram obrigados a usar insígnias nos uniformes conforme a categoria – motivo político era um triângulo vermelho; homossexual, um rosa. Muitos foram usados em experimentos médicos.
Fornos de Hitler
Entre as muitas vítimas estava Olga Lengyel. Uma judia que vivia com o marido e os filhos na cidade de Cluj, capital da Transilvânia. Ao ouvirem relatos sobre as atrocidades cometidas pelos nazistas em terras ocupadas, não acreditaram que isso poderia se tornar um pesadelo real. 
Em 1944, o seu marido, que era médico, seria deportado para a Alemanha. Ela acreditava que o companheiro poderia ser enviado para suprir a falta de médicos, e assim optou por segui-lo com os filhos. Contudo, era uma emboscada. O destino final da família seria Auschwitz. No local, Olga perdeu a sua família. Entretanto, sobreviveu para contar a sua trajetória. Em Os Fornos de Hitler, Olga detalhou um dos primeiros relatos sobre o horror dos campos de extermínio nazistas. 
"(...) Os alemães deixavam vivos alguns milhares de deportados de cada vez, mas apenas para facilitar o extermínio de milhões de outros. Faziam tais vítimas executar seu trabalho sujo. Elas faziam parte do sonderkommando. Trezentas ou quatrocentas serviam em cada forno do crematório. Seu dever consistia em empurrar os condenados para dentro das câmaras de gás e, depois que o assassinato em massa tivesse sido cometido, abrir as portas e transportar os cadáveres."
Hoje, Auschwitz é um museu que preserva a memória do maior genocídio da História.
Conheça a dura rotina no campo de concentração.
Seleção dos "capazes"
Os prisioneiros chegam em trens de gado e são selecionados por médicos. Os aptos ao trabalho entram numa fila e são tatuados com um número de registro. Velhos, doentes, grávidas, crianças e a maioria dos judeus vão para outra fila, direto para a câmara de gás. Os capazes tomam banho de desinfecção (contra tifo), raspam o cabelo e deixam seus pertences.

Trabalho escravo

Os presos trabalham pelo menos 11 horas por dia para impulsionar a máquina de guerra alemã. Constroem prédios do campo de concentração e estradas e produzem carvão, borracha sintética, produtos químicos, armas e combustíveis em indústrias como a Krupp e a IG Farben. Embora não haja números oficiais, vários morreram de cansaço durante as obras.
Pão e sopa no almoço


A cozinha do campo prepara rações de comida três vezes ao dia, que em geral incluem um pedaço de pão, café e sopa de batata. Quem faz pouco esforço físico recebe cerca de 1300 calorias diárias. Os que trabalham pesado ingerem 1700 calorias. Após algumas semanas, essa dieta de fome leva à exaustão, deterioração do corpo e até morte.

Entre ratos

Em Auschwitz I, cerca de 20 mil presos dormem em pavilhões de tijolo. Os treliches são em número insuficiente, e um preso dorme sobre o outro. Não há banheiro nem calefação – mesmo com temperaturas abaixo de zero. Em Birkenau, os alojamentos são blocos de madeira e tijolos feitos sobre o solo úmido. Cerca de 700 pessoas ocupam cada um.

Espera congelante

Durante as assembleias de contagem, os presos ficam horas no frio, muitas vezes sem seus uniformes (calça comprida, camisa listrada e boina), esperando os nazistas decidirem quem será mandado à câmara de gás. Intelectuais, políticos e outras pessoas consideradas perigosas são fuzilados no Muro da Morte, nos fundos do bloco 11, ou enforcadas.

Matemática sinistra

Em geral, o destino de 70% dos prisioneiros é a câmara de gás. A maior parte das vítimas é trancada nua em locais fechados – os nazistas diziam que elas iam tomar banho. Dentro deles, uma tubulação expele ácido cianídrico. A morte chega, no máximo, em 10 minutos. Os corpos são depois queimados num dos cinco crematórios – juntos, podem queimar 4765 corpos por dia.

Fonte: Aventuras na História /uol/com.br

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Concordamos com a ideia de que a educação deve ser proporcionada a todos por constituir um direito e uma condição para o pleno desenvolvimento da pessoa humana. Além de constituir um direito, a educação também é um dos principais fatores, senão o mais importante, do desenvolvimento dos países. É fundamental que as nações entendam, em primeiro lugar, que a educação não constitui um gasto, mas um investimento. Em segundo lugar, é um investimento de longo prazo que deve expressar o compromisso de gerações e ser elevado a um projeto do Estado Democrático, para além das divergências partidárias das forças políticas que momentaneamente ocupam os papéis de governo e oposição, ou seja, a educação não deve ser um programa de Governo, mas de Estado. Ademais, deve-se buscar a articulação dos diversos atores sociais, somando esforços de governos, setores empresariais e trabalhistas, enfim, da sociedade em geral. Há uma evidente correlação entre os níveis educacionais, cognitivos e comportamentais, das populações e o desenvolvi mento dos países. Esse entendimento levou à adoção da educação como um dos fatores na construção do conhecido IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, que tem orientado as políticas públicas em vários países e constituído importante indicador de avaliação de seus acertos ou insuficiências. Resta, pois, o passo mais difícil — transformar a retórica em ações concretas e priorizar os investimentos no setor educacional, nas múltiplas dimensões do acesso, da equidade e da qualidade. Este será o caminho do desenvolvimento equilibrado, com distribuição de renda e participação de todos na riqueza das nações – o verdadeiro desenvolvimento humano. Devemos nos preocupar menos com a pobreza financeira e mais com a falta de educação. P.S. Segundo Kant: “É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 17/1/2020.

domingo, 26 de janeiro de 2020

AFINAL, QUEM FOI MARIA MADALENA?


Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)
É impressionante a quantidade de filmes e livros lançados sobre Maria Madalena. Alguns valem a pena pelo rigor teológico e histórico inquestionáveis, outros para ver até onde chega a falsificação histórica e a imaginação criativa de muitos.
Em tempos de abertura e valorização do papel da Mulher na Igreja vale a pena a reconstrução histórica, teológica e espiritual desta mulher, que marcou a história cristã e em alguns momentos foi esquecida e desvalorizada. Chamava-se Maria, e era de Magdala. Já no próprio nome está explícito seu perfil de mulher independente, à frente de sua época. É nomeada pelo povoado de onde veio, e não em relação a um parente do sexo masculino, isso indica que era mulher de recursos, não submetida a outros e com autonomia para fazer parte do grupo de Jesus. É a mais citada nos Evangelhos, 17 vezes, mais inclusive que a mãe de Jesus. Acompanha Jesus no início de seu ministério, é a testemunha privilegiada da morte e Ressurreição.
Durante os primeiros séculos existiram duas tradições sobre Maria Madalena: em comunidades cristãs, nas quais as mulheres exerciam um ministério oficial, Maria era reverenciada como primeira testemunha da Ressurreição. Irineu, Orígenes e João Crisóstomos a nomearam como "Apóstola dos Apóstolos". No terceiro século, Agostinho a confundia e identificava como a pecadora, porém foi o papa Gregório Magno, em uma de suas homilias declarou "Maria Madalena, Maria de Betânia e a pecadora citada por Lucas a mesma pessoa" a levando ao ostracismo e discriminações, no qual a Igreja terá sido vítima de um patriarcalismo secular, ao assimilar Madalena à prostituta, para a desonrar e recusar às mulheres o seu pleno lugar. A verdadeira Maria de Madalena representaria muito mais: a solidariedade, a lealdade mesmo perante a morte, a coragem, a criatividade, a perseverança.
O papa Francisco, em tempos de renovação, ao declarar o dia de Maria Madalena (22 de julho) uma festa à altura dos apóstolos, destaca o papel da mulher e desafia a Igreja a converter à participação das mulheres como discípulas, em pé de igualdade no século XXI. Como a Igreja ganharia com isso!!!
(*) Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia.
Fonte: O Povo, de 14/9/2019. Opinião. p.16.

RECOMEÇO COM DEUS


Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)

Cada novo ano é uma dádiva que Deus nos concede. É como uma página em branco, onde podemos reescrever nossa história, acertando o que estava errado, melhorando o que já estava bom.
É tempo de renovar as esperanças, fazer novos planos, traçar metas em todas as áreas de nossa vida. Com certeza, Deus nos reserva muitas graças e nos quer felizes, mas pelo livre arbítrio que nos concedeu, tudo dependerá do nosso esforço pessoal e disciplina.
Sempre é possível avançar mais, rumo aquilo que Deus pensou para nós e Jesus veio revelar: Uma vida plena e abundante. Não espere dos outros as mudanças, mude você, busque o diálogo verdadeiro e não a cobrança.
Cuide da sua família, abrace mais, elogie mais, seja a pessoa que você sempre quis ser. Deus nunca nos dá um fardo maior do que podemos carregar. Portanto, elimine os pesos desnecessários. Faça novas todas as coisas. Seja verdadeiro em tudo o que fizer. Deixe a paz de uma manhã com Deus encher seu coração de fé e esperança. Aprenda com Jesus a treinar os passos da mansidão e comece um ano novo, renovado, reciclado e cheio do Espírito Santo.
Começo o ano propondo a busca, o caminho da paz. Se encontrarmos essa paz em Cristo, ao invés de sermos motivo de discórdia, seremos instrumentos da paz. Semeadores da concórdia, semeadores de um jeito diferente de viver. Para isso, primeiro temos que acreditar na paz, acreditar e saber de onde ela vem. E, ela vem de Deus, por Jesus. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém chega ao Pai senão por Ele (cf. Jo 14,6).
A paz interior é um dom do Espírito Santo, como nos diz a Carta aos Gálatas: "Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz" (Gl 5,22). Isso quer dizer que ela deve ser pedida como o próprio Apóstolo Paulo afirma: "Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês" (Fl 4,7). Esse trecho da Carta aos Filipenses nos dá uma certeza que a paz não é uma utopia, não é um "talvez", mas é uma certeza em Jesus. Ele venceu o mundo! A paz já nos foi concedida!
Um abençoado ano de paz a todos! 
(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 4/1/2020. Opinião. p.20.

sábado, 25 de janeiro de 2020

Convite: Pelos Caminhos da II Guerra Mundial



A Editora Chiado e a Livraria Cultura convidam para a Sessão de Autógrafos do Volume 1 de “Pelos Caminhos da II Guerra Mundial”, de autoria do escritor Eleazar de Castro, administrador e professor universitário cearanse, um estudioso da temática.
O livro é baseado na experiência do escritor como orientador de grupos em viagens pelos principais cenários europeus do conflito bélico em epígrafe.
Local: Livraria Cultura do Shopping Riomar. Shopping Riomar - Papicu.
Data: 25 de janeiro de 2020 (sábado) Horário: 16h.
Traje: Esporte fino.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Presidente da Sobrames-CE

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Janeiro/2020


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de JANEIRO/2020, que será realizada HOJE (25/01/2020), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

IRMÃ BREVES: uma dívida a resgatar


O jornal O Povo, de 19/09/2016 (p.19), publicou o artigo “Irmã Breves: uma homenagem em falta”, que traçava o histórico de benemerência dessa religiosa ao tempo ao em que se aludia a concessão de uma homenagem de caráter permanente a ela.
Admitida na Companhia das Filhas da Caridade em 1910, irmã Margarida Breves aportou no Ceará em 1921, aqui vivendo por 32 anos.
No Ceará, a Irmã Breves exercitou o seu apostolado não somente missionário, oferecendo à nossa terra um conjunto de realizações, tanto religiosos como educacionais e assistenciais, dentre elas a fundação da Escola de Enfermagem São Vivente de Paulo, criada em Fortaleza em 1943, sendo então a primeira escola de formação de enfermeiros do Nordeste e a terceira do País.
Irmã Breves encerrou a sua quase centenária jornada terrena em Salvador-BA em 1987, tendo conduzido o seu profícuo labor com intensa atuação no campo social, notadamente em favor dos mais desvalidos.
Como desdobramento da publicação citada, a Academia Cearense de Enfermagem, que a tem como Patrona de uma das suas Cadeiras, e a Associação Brasileira de Enfermagem – Seção Ceará, encetaram uma ação junto à Câmara Municipal de Fortaleza (CMF), tendo o vereador Iraguassu Teixeira proposto projeto de lei municipal que obrigava a Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF) a colocar o nome dessa operante e devotada religiosa em uma das suas novas unidades de saúde.
A despeito da aprovação legal, via Lei 10.589, de 26/06/2017, da PMF/CMF, publicada no D.O.M. de 28/06/2017, diversos equipamentos de saúde da capital cearense foram inaugurados olvidando o disposto na lei em epígrafe.
Essa homenagem, além de digno reconhecimento pessoal a Ir. Margarida Breves, se prestará de reparo aos valorosos profissionais de Enfermagem, que raramente têm seus nomes nos frontispícios dos nossos equipamentos de saúde.
Se o nosso prefeito Roberto Cláudio deliberar pela aposição do nome da Ir. Breves em uma unidade de saúde tem-se um gesto de gratidão para com aqueles que se dedicam à arte do cuidar, ensejando o regozijo de suas entidades representativas locais.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor universitário e médico
*Publicado In: O Povo. Fortaleza, 23 de janeiro de 2020. Caderno A (Opinião). p.16.

AOS VIVOS: "Uma bodega chamada mercearia" ... e outros causos


Uma bodega chamada mercearia
Dr. Neve conta que um primo por nome Solano era conhecido pela espirituosidade e por "melar o bico" além conta. Na idade dos 20 anos, em um forró no colégio local, evidentemente "truviscado", começa a dançar com uma moça no ambiente mais escuro. Após aplicar aquela cantada, a jovem responde:
- Ô, Solano! Tu tá é bebo, macho! Nesse estado, não dá pra decidir. Vou pensar mais e amanhã te respondo.
Dia seguinte, Solano lascado de ressaca. Mas, o bravo parceiro da pôde lava o rosto e vexado ganha a lapa do mundo. E já se vê o homem descer a calçada da rua em direção ao bar mais próximo. Coincidentemente, a tal jovem indecisa da noite anterior vem em sentido contrário ao dele, na mesma calçada. Os dois se encontram e ela desembucha:
- Solano, eu decidi!
O caba véi, olhando pra cara dela, sem a maquiagem de ontem, dispara:
- Pois eu desisti, minha fía!
Dormir de dois, só se for sozinho
"Rapai véi", Solano se manda pro Centro-Oeste do Brasil, terra onde seus irmãos já moravam e eram comerciantes. Lá arranjou uma namorada, noivou e casou. A lua de mel foi em casa mesmo. Na primeira noite, ele arma uma rede por cima da cama de casal e se deita. Estranhando a arrumação, a mulher chama Solano pra ficarem os dois juntinhos, na cama. No que ele responde entre invocado e brabo:
- Dá certo não! Eu não tenho costume de dormir de dois, me deixa aqui mesmo!
Uma coisa é ela pedir...
De volta ao Ceará, Solano já está no segundo casamento. O primeiro acabara porque a mulher queria dormir juntinho do marido e ele, naquela desculpa de não saber dormir de dois. Não deu outra: babau, casório. Juntou-se com uma moça da própria fazenda onde morava. Sobre o novo relacionamento, tempos mais tarde, conversa com o irmão Santino:
- Tô preocupado com essa minha nova esposa.
O mano, sem entender, pergunta ingênuo qual a preocupação. Solano, calmamente, responde:
- Rapaz, quase todo dia ela me pede 50 reais!
Santino fica realmente sem entender, já que na fazenda as pessoas têm o costume de consumir tudo que é produzido ali - arroz, carnes, feijão, milho frutas e legumes. Não carecia de fazer compra na cidade. Santino questiona:
- Pra que diabo tua mulher te pede esses 50 reais?
- Rapaz, eu não sei! Eu nunca dei!...
Um pau de lata chamado bodega
Amante do carteado, tipo indolente, Doquinha tinha uma bodega nos anos 50. Praticamente único no lugar - a mais próxima ficava a duas léguas. Certa vez, agarrado ao baralho com Mané Felício e outros companheiros, nem percebe que um jovem chega ao estabelecimento para fazer comprinhas de casa. "Intirtido" nas cartas, Doquinha nem deu bolas pro freguês. Uma hora sem atendimento e Mirandulina, mulher do comerciante, sai aos gritos, em defesa do rapaz:
- Ô, Doquinha! Venha despachar esse homem! Tem uma hora que ele tá aqui!
Doquinha queria que o freguês fosse perturbar noutro lugar. Mas, como não havia bodega por perto, levanta-se resmungando e atende. De volta à mesa de baralho, Mané Felício fala sério:
- Eu já lhe disse: Doquinha, se o diabo dessa bodega tá atrapalhando o nosso jogo, é melhor você fechar ela!
Fonte: O POVO, de 8/03/2019. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

BRASIL X CANADÁ: contraponto nas ciências


Por Marcello M. Veiga,
P.Eng., PhD Professor
Norman B. Keevil Institute of Mining Engineering but University of British Columbia, Vancouver, Canada, V6T1Z4.

Como professor de Engenharia no Canadá, tomo a liberdade de fazer alguns comentários, talvez simplistas, sobre o que escutei recentemente quando estive no Brasil!: "o Canadá tem 14 prêmios Nobel porque tem muito menos gente que o Brasil... assim tem mais dinheiro para cada instituição". Certíssimo e comento... no Brasil os estudantes universitários aprendem ideologias em vez de ciências... por isso que o Brasil ficou em penúltimo lugar no PISA.
Estive em novembro no Brasil dando palestras sobre sustentabilidade da mineração no mundo e participei de vários eventos. Fiquei surpreso pelo baixo nível das pesquisas na minha área de mineração, ambiente e sustentabilidade. Realmente o país caiu numa desgraça ideológica que faz com que as pessoas não avancem mais na ciência das coisas mais simples e locais e acabam travados numa gaiola de discussões ideológicas sem sentido. Sem falar da completa falta de imaginação e inovação dos pesquisadores brasileiros. Querem matar mosquito com bazucas. Já dizia meu primo, passarinhos criados em gaiolas não conseguem voar depois de soltos. Assim quando os estudantes saem das Universidades vão reclamar ao governo por não terem empregos. O problema não é a falta de empregos, mas a baixa qualificação dos candidatos. É claramente um problema de qualidade e não de quantidade como creem vários colegas brasileiros. Um engenheiro de minas do Peru tem muito mais experiência hands-on que um do Brasil.  Fiz uma palestra no Brasil onde mostrei os níveis de pobreza do país... Sem saneamento básico (somente 34% dos municípios têm coleta e tratamento de esgoto). Lixo por toda parte (cerca de 42% dos municípios não coletam lixo e os que coletam não dão fim adequado). Reciclagem? Quem sabe o que é isto!? Só 19% dos municípios têm sistemas de coleta e reciclagem. Isto sim é um problema para os engenheiros, médicos, ambientalistas, sociólogos, e cientistas de todas categorias se envolverem. Mas isto não dá Ibope. Talvez mandar um foguete para o Sol para resolver o problema climático do planeta deve estar nas prioridades dos "pesquisadores" brasileiros que clamam que o país não investe em pesquisa. Claro que mandariam o foguete a noite para não derreter.
O Brasil tem um custo por estudante em sistema público de US$4450 (https://www.fundacred.org.br/site/2019/04/16/quanto-e-como-e-o-gasto-do-brasil-com-educacao/).
Em 2020, o Brasil vai ter uma queda de fundos para educação de R$ 122 bi para R$101 bi (US$ 25 bilhões) Talvez, R$ 115 bi (US$28.75 bi) após revisões do MEC. Uma redução sensível mas acredito que isso irá acontecer no ensino superior e na pesquisa. Quando o cobertor é curto, temos que escolher entre cobrir a cabeça ou os pés. Daí a gritaria por mais recursos. De onde viriam? E para que? A culpa é dos nossos pesquisadores que não mostram resultados e se distanciam cada vez mais das empresas e do cenário mundial.
O Canadá tem um orçamento em educação, que não está nem entre os 15 países da OECD, de US$ 50 bi/a (sendo 50% para ensino básico e médio). Dá US 8000 por estudante/ano de jardim da infância a grade 12. Claro que muito mais que o Brasil, que tem no orçamento de educação US$ 28,5 (ou $28.75) bilhões e 26% vão para universidades federais, 17,5% transferidos para educação básica, 10.5% para ensino técnico e o resto para sustentar a máquina administrativa. Também haverá cortes no orçamento da pesquisa no Brasil, mas serão seletivos...espero eu. Quem não produz algo relevante, não leva... É o que deveria ser, pois existe muita falta de objetividade nas pesquisas em universidades brasileiras.
Realmente este ano de 2020, o problema orçamentário brasileiro se fará sentir na educação, mas não no Congresso Nacional, é claro.  Mas no ensino básico e médio, o orçamento prevê aumentar em 1% o investimento federal... quero ver os municípios repassarem isto para as escolas.
No Canadá os Estados (províncias) são basicamente os principais encarregados da educação superior e gastam US$ 9.7 bi/a.  Esses governos provinciais contribuem com 78% do orçamento das universidades e o federal com 22%. As mensalidades representam entre 25 e 30% do orçamento das universidades públicas (universidades são públicas, mas são pagas...quem não tem dinheiro o governo ajuda... se merecer ser ajudado). O dinheiro dos governos federal e provinciais representa cerca de 27% do orçamento das universidades. As universidades têm que ir atrás de $ de doações, trabalhos para companhias, estudantes internacionais que pagam mais, e geram recursos com restaurantes, estacionamentos, moradias para estudantes e professores, etc.
No Brasil R$30 bi ou US$ 7.5 bi/a do orçamento de educação vão para as universidades públicas federais. (http://www.portaltransparencia.gov.br/funcoes/12-educacao?ano=2019). Mas contando com outros itens para funcionamento das universidades, este valor deve chegar aos US$ 15 bi. Muito do dinheiro é para pagar salários de professores e funcionários (65%). Ninguém gera nada de dinheiro.
O Brasil tem 2.448 universidades sendo 190 federais, 124 estaduais, 63 municipais e 2.071 privadas. O Canadá tem 96 universidades provinciais (estaduais) e 52 privadas.
O Brasil tem 8 milhões de estudantes universitários. O Canadá tem 1,8 milhões.
Quando saí do Brasil em 1991, haviam 6 universidades que tinham faculdades de Engenharia de Minas. Agora são 31.
O orçamento de 2019 de pesquisa para universidades (tecnologia, medicina e social) no Canadá foi da ordem de US$ 950 milhões/a, incluindo bolsas para estudantes e salários para assistentes, equipamentos, reagentes, computador, etc. Não inclui infraestrutura ou salário de professores. No Brasil, em 2020, o orçamento para pesquisa universitária será de US$ 550 mi/a para CAPES e US$ 300 milhões/a para CNPq também para bolsas e gastos operacionais que não incluem salários de professores. Se incluirmos as agências de fomento à pesquisa dos Estados, como FAPESP e outras, chegamos a cerca de US$ 1 bi em incentivos públicos a pesquisa. Bem parecido com os valores do Canada. Contudo a contribuição das empresas no Canadá à pesquisa universitária deve chegar a10 - 20% do orçamento. No Brasil isto é insignificante.
Bem, voltando a crítica de que o Canadá tem muito menos pessoas que o Brasil por isso tem mais fundos por instituição que geram mais qualidade a pesquisa... por isso tem mais prêmios Nobel (14 e o Brasil nenhum). Claro que é verdade este argumento. Mas o conserto não é aumentar o dinheiro para a pesquisa, mas diminuir os gastos em pesquisas inúteis.
Eu acho que o dinheiro existe no Brasil, mas é mal gerido. As pesquisas são mal orientadas para setores sem prioridades. Pouca pesquisa se dedica a diminuir a pobreza do Brasil ou mesmo, no meu campo de conhecimento, contribuir para utilizar lixo e esgotos como matéria prima (mineração urbana). Também minhas pesquisas na Internet revelam que os artigos de brasileiros publicados internacionalmente são os mais baixos em referencias, isto é, com algumas exceções, não atraem atenção internacional, além de ter baixíssima contribuição das empresas. Culpa das empresas ou das universidades?
Assim, verifica-se que o Brasil deveria ter um desempenho muito melhor na ciência que o Canadá, se o investimento fosse mais seletivo e favorecesse os pesquisadores de melhores desempenhos. Proporcionalmente ao custo de vida, os salários de professores universitários brasileiros são equivalentes aos do Canadá. Na área científica, as universidades brasileiras estão tão bem equipadas como as canadenses. Mas será que a dedicação a pesquisa é a mesma?
Universidades de engenharia e ciências no interior do interior do Nordeste ou em cidadezinhas da Amazônia? Desculpem os meus irmãos do agreste, mas para que serve um título de engenheiro com muita teoria se o primeiro passo de saber fazer algo concreto pela região ainda não foi dado? Talvez uma escola técnica seja melhor. O que traz desenvolvimento para o interior são empresas com empregos e não universidades grátis e de má qualidade. Aqui no Canadá as crianças no curso elementar aprendem primeiro a fazer sua comida e costurar que são fundamentais para sobreviverem, antes de saber as leis da relatividade. Sejamos práticos, está na hora de aplicar um pouco de pragmatismo na educação brasileira pois o barco universitário está indo à deriva.
Universidade e pesquisa são para uma elite intelectual até nos países comunistas como China e Coreia do Norte. Não adianta ter quantidade de universidades se não há qualidade. Já dizia o prof Alberto Coimbra, um dos fundadores da pós-graduação da COPPE em uma palestra que assisti em 1976: "a pesquisa no Brasil virou um grande poço, que é preenchido com qualquer coisa... até lixo.". Se era assim em 1976... Deus acuda o Brasil de hoje.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

CURIOSIDADES LITERÁRIAS


Você sabia que:
- Aluísio de Azevedo tinha o hábito de, antes de escrever seus romances, desenhar e pintar, sobre papelão, as personagens principais mantendo-as em sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.
- Aos dezessete anos, Carlos Drummond de Andrade foi expulso do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo (RJ), depois de um desentendimento com o professor de português. Imitava com perfeição a assinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém notou. Tinha a mania de picotar papel e tecidos. "Se não fizer isso, saio matando gente pela rua". Estraçalhou uma camisa nova em folha do neto. "Experimentei, ficou apertada, achei que tinha comprado o número errado. Mas não se impressione, amanhã lhe dou outra igualzinha."
- Numa das viagens a Portugal, Cecília Meireles marcou um encontro com o poeta Fernando Pessoa no café A Brasileira, em Lisboa. Sentou-se ao meio-dia e esperou em vão até as duas horas da tarde. Decepcionada, voltou para o hotel, onde recebeu um livro autografado pelo autor lusitano. Junto com o exemplar, a explicação para o "furo": Fernando Pessoa tinha lido seu horóscopo pela manhã e concluído que não era um bom dia para o encontro.
- Euclides da Cunha, Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, foi engenheiro responsável pela construção de uma ponte em São José do Rio Pardo, SP. A obra demorou três anos para ficar pronta e, alguns meses depois de inaugurada, a ponte simplesmente ruiu. Ele não se deu por vencido e a reconstruiu. Mas, por via das dúvidas, abandonou a carreira de engenheiro.
- Gilberto Freyre nunca manuseou aparelhos eletrônicos. Não sabia ligar sequer uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.
- Graciliano Ramos era ateu convicto, mas tinha uma Bíblia na cabeceira só para apreciar os ensinamentos e os elementos de retórica.
- Guimarães Rosa, médico recém-formado, trabalhou em lugarejos que não constavam no mapa. Cavalgava a noite inteira para atender a pacientes que viviam em longínquas fazendas. As consultas eram pagas com bolo, pudim, galinha e ovos. Sentia-se culpado quando os pacientes morriam. Acabou abandonando a profissão. "Não tinha vocação. Quase desmaiava ao ver sangue", conta Agnes, a filha mais nova.
- Jorge Amado para autorizar a adaptação de Gabriela para a tevê, impôs que o papel principal fosse dado a Sônia Braga. "Por quê?", perguntavam os jornalistas, Jorge respondeu: "O motivo é simples: nós somos amantes." Ficou todo mundo de boca aberta. O clima ficou mais pesado quando Sônia apareceu. Mas ele se levantou e, muito formal disse: "Muito prazer, encantado." Era piada. Os dois nem se conheciam até então.
- José Lins do Rego era fanático por futebol. Foi diretor do Flamengo, do Rio, e chegou a chefiar a delegação brasileira no Campeonato Sul-Americano, em 1953.
- Machado de Assis era míope, gago e sofria de epilepsia. Enquanto escrevia Memórias Póstumas de Brás Cubas, foi acometido por uma de suas piores crises intestinais, com complicações para sua frágil visão. Os médicos recomendaram três meses de descanso em Nova Friburgo. Sem poder ler nem redigir, ditou grande parte do romance para a esposa, Carolina (Carolina Augusta Xavier de Novaes).
- Manuel Bandeira sempre se gabou de um encontro com Machado de Assis, aos dez anos, numa viagem de trem. Puxou conversa: "O senhor gosta de Camões?" Bandeira recitou uma oitava de Os Lusíadas que o mestre não lembrava. Na velhice, confessou: era mentira. Tinha inventado a história para impressionar os amigos.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.
 

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