sábado, 31 de outubro de 2015

O BRASIL ANEDÓTICO LXXIV


PROFECIA QUE FALHOU
Assis Cintra - "Mentiras Históricas", pág. 95.
Quando Deodoro da Fonseca, destacado para Mato Grosso pelo governo imperial, regressou ao Rio, estava no poder o gabinete Ouro-Preto, formado a 7 de junho de 89.
Ferido na sua dignidade de militar e de amigo do trono, o velho soldado não parecia surdo, dessa vez, ao apelo dos seus camaradas, que o queriam pôr à frente de um movimento republicano.
A trama transpirou, e foi levada ao conhecimento de Ouro-Preto, que sorriu.
- Movimento republicano? - estranhou.
E com desprezo:
- Os netos dos nossos netos, serão governados pelos netos de Sua Majestade.

A FRASE DE BADARÓ
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. III, pág. 48.
Italiano, embora, de nascimento, Libero Badaró sente-se, ao chegar ao Brasil, atraído pela grande luta que então se travava pela nacionalização do Império nascente. Arrebatado por uma das torrentes de paixões, funda, com outros, em S. Paulo, o Observador Constitucional, que exerce, de pronto, enérgica influência sobre a opinião pública.
Na noite de 30 de novembro de 1830 sai Badaró da residência de um amigo quando, na esquina, é assaltado por dois indivíduos embuçados, os quais o alvejam com tiros de pistolas.
Ferido gravemente, é levado para casa. Cercam-no amigos, discípulos, companheiros. Querem operá-lo, mas ele opõe-se. Médico, sabe que o ferimento é de morte.
Aproxima-se a agonia. Badaró ergue-se, então, em um dos cotovelos, e exclama, como iluminado:
- Morre um liberal, mas não morre a liberdade!

MERCÚRIO PARA TRÊS
Coelho Neto - "A Conquista", pág. 44.
Era no Rio antigo, primeiros dias da República, últimos dias da Monarquia. Entrava Paula Ney no teatro Santana, quando foi abordado por duas mundanas, antigas atrizes, que o arrastaram para uma das mesas vazias afim de que lhes pagasse alguma coisa.
O boêmio não se fez rogado. Sentou-se entre as duas raparigas, e, batendo, forte, com a bengala na mesa de estanho, chamou:
- "Garçon"!... "Garçon"!
E à aproximação do empregado:
- Mercúrio, para três!
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).
Nota do Editor: Com esta postagem, estamos encerrando a transcrição dos causos que compõem a obra o Brasil Anedótico, de Humberto de Campos, publicada em 1927, que usamos nos últimos cinco anos, para marcar o final de cada mês.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

INSTALAÇÃO E POSSE DA ACADEMIA CEARENSE DE MÉDICOS ESCRITORES

Ac. Marcelo Gurgel e seu tio Edmar Gurgel
Em noite de gala, ocorrida no Salão Nobre do Ideal Clube, deu-se ontem (29/10/2015) a instalação da ACADEMIA CEARENSE DE MÉDICOS ESCRITORES (ACEMES), que congrega médicos escritores nascidos no Ceará, tendo por patronos médicos escritores cearenses, dispondo estatutariamente de 40 (quarenta) cadeiras.
A abertura dos trabalhos foi feita pela cerimonialista Norma Zélia, que passou a responsabilidade de condução da sessão solene ao Dr. Lúcio Alcântara, a quem coube dar posse à primeira diretoria da ACEMES, que tem por presidente, unanimemente escolhido por seus pares, o poeta anestesiologista José Telles da Silva, que, em seguida, assumiu a presidência da mesa de honra, dando seguimento à solenidade.
Após a posse dos acadêmicos que compõem a presente diretoria, o Ac. José Telles convocou, um a um e por ordem alfabética dos nomes literários, os acadêmicos acompanhado de suas respectivas madrinhas para a posse, envolvendo colocação do colar e medalha acadêmica e o recebimento do diploma de posse.
A Academia Cearense de Médicos Escritores tem por patrono o Dr. Airton Monte, cronista, poeta e contista, cuja produção literária muito honrou as letras do Ceará, e por presidente de Honra o intelectual Pedro Henrique Saraiva Leão. Entre os 32 acadêmicos fundadores recém-empossados, quase todos membros da Sobrames/CE, figuram nomes da maior expressão, integrantes de outros sodalício, como a Academia Cearense de Medicina  e a Academia Cearense de Letras. O ponto alto da solenidade foram os pronunciamentos dos discursos do Ac. Fernando Siqueira Pinheiro, como representante dos acadêmicos da novel entidade cultural, e o do Ac. José Telles da Silva, encerrando a efeméride, ensejando a oferta de um bem cuidado serviço de coquetel ao grande número de presentes.
Em nosso caso particular, fui empossado da cadeira 24, patroneada pelo médico, professor e escritor Eilson Goes de Oliveira.
Ac. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro titular da ACEMES – Cadeira 24
 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CONVITE: POSSE ACEMES


RONALDO RIBEIRO: uma perda para a ciência e a medicina


Foi um indizível pesar o súbito falecimento do Prof. Dr. Ronaldo de Albuquerque Ribeiro, expoente da medicina cearense, com notáveis contribuições na Oncologia e na Farmacologia, na madrugada de 1º/10/2015.
O óbito ocorreu em Águas de Lindoia-SP, quando ele se encontrava participando do Congresso da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental. O seu corpo, trasladado para Fortaleza, foi sepultado em meio à consternação de milhares de pessoas que o tinham muito em conta.
Era Pesquisador 1A do CNPq, há muitos anos, com uma larga trajetória acadêmica e vasta produção científica, que superava a marca de duzentos artigos publicados, a maioria deles em periódicos de alto impacto, e da qual resultaram várias premiações e distinções.
Conforme disposto em seu CV Lattes, o Prof. Ronaldo Ribeiro possuía graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), especialização em Hematologia e Hemoterapia pela UFC, treinamento em Oncologia Clínica no Instituto do Câncer do Ceará (ICC) e no Hospital Batista Memorial, mestrado em Farmacologia pela UFC e doutorado em Farmacologia pela Universidade de São Paulo.
Atualmente, era professor titular concursado de Farmacologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da UFC e professor e oncologista clínico do Hospital Haroldo Juaçaba do ICC.
Como área de atuação de pesquisa, tinha experiência em Farmacologia do Câncer e do Processo Inflamatório, com ênfase na patogênese das lesões teciduais induzidas pela quimioterapia e radioterapia do câncer.
Ultimamente, vinha participando ativamente como pesquisador em vários ensaios clínicos multicêntricos internacionais (fases I, II e III) com novos fármacos antineoplásicos e em estudos de toxicidade e qualidade de vida com estes fármacos.
Atualmente, coordenava o Núcleo de Estudos da Toxicidade do Tratamento Oncológico, apoiado pelo PRONEX, e era coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas do ICC, integrando o quadro docente do DINTER em Oncologia, realizado em parceria com o Hospital A.C. Camargo.
Ronaldo Ribeiro nasceu em Fortaleza em 15/08/1956 e deixou quatro filhos.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da UECE e médico do ICC
* Publicado, com redução, sob o título “Perda na Medicina”, In: Diário do Nordeste, de 26/10/2015. Opinião. p.2.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

AS METAMORFOSES DO CAPITALISMO


Por José Jackson Coelho Sampaio (*)
Considera-se que, ao longo de seus 600 anos de história, o modo de produção capitalista passou por pelo menos três grandes metamorfoses: mercantil, industrial, financeiro. Certa tradição histórica, de base marxista, propõe alguns elementos que caracterizam as fases deste paradigma produtivo.
O capitalismo mercantil teria como fundamento de poder a propriedade da terra, relações internacionais pelo modo colonialista e teoria justificadora orientada pela Fisiocracia, que postula a vida econômica em três dimensões: primário (agrícola), secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços).
O capitalismo industrial teria como fundamento de poder a capacidade de contratar força de trabalho, relações internacionais pelo modo imperialista e teoria justificadora orientada pelo Liberalismo. Tanto esta teoria como sua crítica marxista vão postular novas dimensões para a vida econômica: produção, distribuição e consumo.
O capitalismo financeiro teria como fundamento de poder a propriedade do dinheiro, relações internacionais pelo modo da globalização e teoria justificadora orientada pelo neoliberalismo, que postula a vida econômica em três dimensões: intensivo em pessoas, intensivo em capital, intensivo em C&T&I.
Como o modo de produção não mudou e as teorias justificadoras não produzem cortes paradigmáticos, estes esquemas podem conviver e se articular para a construção de eixos indicadores de monitoramento, desempenho e planejamento. Podem-se apresentar dois arranjos exemplares dessa complexidade: primário/produção/intensivo em capital ou terciário/consumo/intensivo em C&T&I.
Certo marxismo tornou-se teoria justificadora de uma experiência autoritária de capitalismo de estado e precisa se libertar desta sombra cruel para retomar sua força crítico-explicativa. Mas, sem o Marxismo, fica difícil ver, com clareza, que tais dimensões trindáticas, vez ou outra ressurgindo como novidade, são descritivas, empíricas, úteis no plano operacional, mas apresentam mínimo poder explicativo.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 10/10/15. p.8.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Defesa de Dissertação em Saúde Coletiva (UECE) de Líllian de Queiroz Costa

Flagrante da banca com o mestrando, logo após a defesa de dissertação da enfermeira Líllian de Queiroz Costa. Líllian está ladeado pelo professor Marcelo Gurgel Carlos da Silva, à esquerda, e pelos professores Kelly Leite Maia de Messias e Thereza Maria Magalhães Moreira, à direita. (Foto cedida por Líllian Costa).
Aconteceu na tarde de ontem (26/10/15), na Universidade Estadual do Ceará, mais uma defesa de Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC) da UECE.
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, Kelly Leite Maia de Messias e Thereza Maria Magalhães Moreira, aprovou a Dissertação “Internações por condições sensíveis à atenção primária em menores de cinco anos e expansão da Estratégia Saúde da Família: um estudo ecológico no Ceará”, apresentada pela mestranda e nossa orientada LÍLLIAN DE QUEIROZ COSTA.
Com essa conclusão, completamos 41 (quarenta e um) orientados de mestrado.
Líllian de Queiroz Costa acompanhada do esposo Bruno Magalhães e do orientador Marcelo Gurgel Carlos da Silva. (Foto cedida por Líllian Costa).
 
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do PPSAC-UECE

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O CÂNCER DE MAMA EM MULHERES JOVENS


Francisco Pimentel Cavalcante (*)
As mulheres jovens com câncer de mama têm fatores especiais únicos: risco de predisposição genética, possibilidade de menopausa prematura.
O câncer de mama é o mais frequente nas mulheres. No Brasil, a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indica o aparecimento de quase 60 mil novos casos ao ano, sendo cerca de 2 mil no Ceará. Recentemente, a percepção de que o câncer de mama em mulheres jovens tem aumentado tem sido maior, assim como a atenção da mídia e do público em geral para este assunto e o impacto da doença nesta população.
Nos Estados Unidos, segundo a Sociedade Americana de Câncer, cerca de 11% dos 230 mil casos por ano ocorrem em mulheres jovens com menos de 45 anos. Isto faz do câncer de mama o mais frequente tipo de câncer diagnosticado em adultos jovens, além de fazê-lo o líder de mortes por câncer nesta faixa etária, com índice de cura menor, se comparado a mulheres mais velhas com a neoplasia. Porém, ainda nos Estados Unidos, um estudo recente revelou que, nas últimas três décadas, o aumento da incidência de câncer de mama em mulheres jovens foi limitado a casos avançados, e a incidência de casos iniciais não se alterou.
A incidência de casos avançados nesse período aumentou 2% cada ano, o que corresponde a um aumento absoluto de 1,53 casos a cada 100 mil mulheres em 1976 para 2,90 casos a cada 100 mil em 2009. Desta estatística, apenas 1,37 casos são adicionais a cada 100 mil. Além disso, o número de mulheres jovens com menos de 45 anos na população americana aumentou mais de 9 milhões entre 1980 e 2010. No Brasil, de 1980 a 2015, nossa população saltou de 121 milhões para mais de 200 milhões. Somente no período entre 2000 até 2015, tivemos aumento de 5 milhões de mulheres entre 20 e 40 anos, aumentando a possibilidade de mais mulheres jovens terem câncer de mama, elevando a sensação que a incidência tem aumentado.
As mulheres jovens com câncer de mama têm fatores especiais únicos a se considerar: risco de predisposição genética, possibilidade de menopausa prematura, problemas com sexualidade e fertilidade, além de alteração no ambiente familiar, que inclui a criação dos filhos, sua educação e carreira. Sintomas de ansiedade e depressão são comuns e a intervenção inadequada deste problema pode piorar a qualidade de vida, como também pode diminuir aderência ao tratamento. A doença também tem menor taxa de cura nesta faixa de idade, devido, principalmente, a aparecimento de tumores com características mais agressivas, falta de exames de prevenção e dificuldade maior no diagnóstico.
Do ponto de vista econômico, o câncer de mama em mulheres jovens resulta em perda desproporcional de produtividade para a sociedade. Também, devido a características dos tumores, o custo do tratamento é mais elevado, pois muitas vezes pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e agentes biológicos.
Concluindo: embora menos frequente em mulheres jovens, o câncer de mama nesta faixa etária representa um problema de saúde pública, pois provoca elevada morbidade e mortalidade, além de impacto econômico importante. Pesquisas e programas para mulheres jovens de alto risco são necessários, assim como para todas as demais.
(*) Mastologista e Chefe do Serviço de Mastologia do Instituto do Câncer do Ceará (ICC).
Fonte: Publicado In: O Povo, de 10/10/2015. Opinião. p.9.

domingo, 25 de outubro de 2015

Extintor de incêndio aparece em cena de "Os Dez Mandamentos"


Extintor de incêndio vazou em uma cena da trama (Foto Pin it)
Aparentemente os egípicios de "Os Dez Mandamentos" estão preparados para a praga de chuva de meteoros que deve acontecer nos próximos capítulos, isso porque um extintor de incêndio acabou aparecendo em uma cena do episódio desta quarta-feira (7/10), durante uma conversa entre Meketre (Luciano Szafir) e Tais (Babi Xavier).
A falha na trama, que se passa no segundo milênio antes de Cristo, não passou despercebida pelos telespectadores e virou piada na internet.
A série de época britânica "Downton Abbey" também viu toda sua magia desaparecer quando uma garrafinha de plástico apareceu em uma foto promocional de divulgação da história que se passa no início do século 20. Objetos modernos foram proibidos no set após o erro.
Fonte: UOL Notícias, São Paulo, de 7/10/2015.

DIA DO CIRURGIÃO DENTISTA BRASILEIRO


José Dilson de Vasconcelos Menezes (*)
Portugal, a partir do século XV, manifestou interesse em promover a fiscalização das ações na área da saúde. Antes do descobrimento do Brasil, em 1448, dom Afonso promulgou a “Carta de Officio do Cirurgião-mor destes Reinos”, segundo a qual nenhuma pessoa poderia “usar da physica ou da cirurgia sem licença especial dada pelo Cirurgião-Mor Mestre Gil”. Esta situação perdurou até o século XVII, quando, em 1629, a coroa portuguesa divulgou carta régia determinando que cirurgiões da corte visitassem o Reino, “pelos inconvenientes que resultam das curas que fazem sem serem examinadas as pessoas que exercitam nella officios de Cirurgiões e Barbeiros.” Através dos anos, em várias ocasiões, o sistema de fiscalização modificou-se, sempre acompanhado da cobrança de elevadas taxas. Em 1743, em decorrência do regimento do cirurgião substituto, era cobrada taxa de 8 oitavas de ouro, o equivalente a 12.000 reis. Essa taxa correspondia ao dobro da que era cobrada em Portugal. Para exercer a prática odontológica, o candidato, após aprendizagem com profissional antigo, requeria para ser examinado. A preocupação maior da coroa portuguesa estava centrada na arrecadação de taxas e das multas aplicadas. Não demonstrava qualquer interesse em instituir sistema de formação técnica. Em 1808, com a transferência da corte para o Brasil, houve alteração na vida da Colônia, produzindo, em consequência, muitos benefícios. No setor de saúde ocorreu a criação das duas primeiras instituições de ensino médico: em Salvador, a Escola de Cirurgia, no Hospital São José e, no Rio de Janeiro, a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica, no Hospital Militar e de Marinha beneficiado a Medicina, sem, contudo, proporcionar qualquer progresso à Odontologia.
Em 1856, de conformidade com a legislação vigente, os que pretendiam exercer a “arte dentária”, após aprenderem procedimentos odontológicos com um dentista, deveriam submeter-se a um exame e recebiam o título de Dentista Aprovado. Somente em 1884, o horizonte se descortinou para a Odontologia, graças a atuação de Vicente Cândido Figueira de Saboia, médico da corte, diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Sugerindo profunda reforma no ensino médico e reconhecendo a necessidade de formação superior aos que pretendiam se dedicar ao exercício odontológico, encaminhou ao imperador proposta de novos estatutos para as duas Faculdades de Medicina existentes (Rio de Janeiro e Salvador). Seu trabalho foi coroado de êxito, tendo sido aprovado através do decreto nº 9.311, de 25 de outubro de 1884. No artigo 1º do mencionado documento constava: ‘Art. 1º - Cada uma das Faculdades de Medicina do Império se designará pelo nome da cidade em que tiver assento; será regida por um Diretor e pela Congregação de Lentes e se comporá de um curso de sciencias medicas e cirúrgicas e de três cursos anexos: o de pharmacia, o de obstetrícia e gynecologia e o de odontologia”. Dessa forma, há 130 anos, os cursos de Odontologia passaram a integrar o elenco dos universitários. O Conselho Federal de Odontologia, através da resolução nº 96, de 26 de junho de1976, oficializou o 25 de outubro como o Dia do Cirurgião Dentista Brasileiro.
(*) Cirurgião dentista e professor universitário.
Fonte: Publicado In: O Povo/Opinião, de 23/10/2014.

sábado, 24 de outubro de 2015

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Outubro/2015


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) CONVIDA a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de OUTUBRO/2015, que será realizada HOJE (24/10/2015), às 18h30min, na Igreja de N. S. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

EDÍSIO TAVARES: prestigiado decano da Academia Cearense de Medicina


José Edísio da Silva Tavares nasceu em Fortaleza, a 30 de março de 1920, filho de Júlio Vianna da Silva Tavares e Diva de Holanda da Silva Tavares.
Cursou o Primário, no Instituto São Luiz, e o Secundário (Ginasial), no Liceu do Ceará, em Fortaleza, Ceará, e, na conformidade da legislação educacional vigente, fez a formação complementar (Pré-médico), no Colégio Oswaldo Cruz, em Recife, Pernambuco.
Em 1941, começou o seu curso médico na Faculdade de Medicina do Recife, formando-se em 1946, e logo regressou ao Ceará, para iniciar sua atividade profissional em Tauá, onde residiu por seis anos. Depois dessa experiência nos Inhamuns, voltou à Fortaleza, fixando residência em definitivo, e instalando o seu consultório.
Em 1953, foi nomeado médico do Serviço de Inspeção de Saúde do Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC), no qual viria a ser Chefe do Serviço Médico-Hospitalar.
Em 1956, foi admitido como professor assistente voluntário da cadeira da Terapêutica Clínica da Faculdade de Medicina do Ceará, passando a contratado e depois a docente efetivo da Universidade Federal do Ceará (UFC). Com a extinção dessa cadeira, via reforma universitária, passou a integrar a disciplina de Clínica Médica, vindo a se aposentar em 1988, como Professor Adjunto do Centro de Ciências da Saúde da UFC. Exerceu a chefia do Depto. de Medicina Clínica, em sucessivos mandatos, e a chefia do Setor de Nefrologia do Hospital das Clínicas, de 1963 a 1976.
Além dessas atividades, exerceu com grande destaque a clínica particular em Clínica Médica e em Nefrologia, especialidade que abraçou com afinco e teve nele o pioneirismo no Ceará. Enquanto manteve atividades clínicas, foi um ativo membro efetivo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, tendo exercido a função de Secretário da Regional do Ceará, e participado de vários congressos nacionais de Nefrologia, com apresentação de trabalhos científicos.
É acadêmico-fundador da Academia Cearense de Medicina, da qual foi presidente, sendo o atual Diretor de Publicações, desse sodalício, competindo-lhe a feitura dos Anais e de outras editorações. É uma presença constante nas reuniões dessa academia, para a qual concorre com valiosas contribuições, mercê da sua lucidez e da memória privilegiada que preserva.
Por seus atributos de dedicação, idealismo e honestidade, tão prevalentes em sua existência, foi alvo de diversas homenagens prestadas por seus pares e instituições médicas.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina – Cad. 18.
* Publicado In: Jornal do Médico em Revista, 9(52): 8, setembro-outubro de 2013. (Revista Médica Independente do Ceará).
Nota do Editor do Blog: Com esta postagem rendo homenagem ao ilustre confrade Ac. Edísio da Tavares que, em 16/10/2015, aos 95 anos de idade, retornou ao Pai.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

MISSA DE SÉTIMO DIA POR PROF. EDÍSIO TAVARES


Ontem, completaram-se sete dias do falecimento da Prof. JOSÉ EDÍSIO DA SILVA TAVARES, ilustre confrade e membro fundador da Academia Cearense de Medicina.
Nascido em Fortaleza, em 30 de março de 1920, Edísio formou-se na Faculdade de Medicina de Pernambuco. Exerceu a atividade de médico na cidade cearense de Tauá, de onde veio para Fortaleza, como assistente do professor Fahad Otoch, na área de terapêutica clínica da Faculdade de Medicina.
Atuou também em cardiologia e em nefrologia, área em que se destacou como pioneiro em terras cearenses. Exerceu a chefia do Departamento de Medicina Clínica da UFC por 12 anos, sendo ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Deixa a esposa, Sra. Gelsa Estela Borges Tavares, e quatro filhos: Júlio Augusto Tavares Borges, dentista; Silvia Borges Tavares, médica; Régis Borges Tavares, engenheiro-agrônomo e Ticiana Borges Tavares, fonoaudióloga.
A família do pranteado mestre convida familiares, confrades e amigos, para a missa de sétimo dia, a ser oficiada em sufrágio de sua alma, hoje, dia 23/10/15, às 19h, na Capela do Colégio Santo Inácio, situada na Av. Des. Moreira, em frente à Praça da Imprensa, no Bairro Dionísio Torres.
Ac. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro titular da ACM – Cadeira 18

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

BILAC TINHA RAZÃO


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
O jesuíta português Antônio Vieira (1608-1697), dos maiores mestres da nossa língua, afirmou haver cousas a que se lhes passa o tempo. Tal não sucedeu ao roubo, e até o último século do Império Romano era “honesto” enriquecer como governantes. (“Ó tempora, ó mores”: “ó tempos, ó costumes” – Cícero, “Catilinárias, 1, 1.2”).
A pilhagem ou espoliação (roubo) minava o erário (dinheiros, bens) público, e altos funcionários fixavam as propinas para os “homens de três letras”, aqui aludindo ao latim “fur” – ladrão (Ariès & Duby: “História da Vida Privada”, 5 vols. Ed. Companhia das Letras, S.Paulo, 1990).
Aquele clérigo (padre), em “Sermão do Bom Ladrão”, relatou ter dom João III de Portugal sido informado por São Francisco Xavier que o verbo “rapis” (roubar) na Índia se conjugava por todos os modos. O mesmo Vieira seria aquele autor anônimo de “Arte de furtar”, reproduzido por L&PM Editores, Porto Alegre, 2005, com prefácio de João Ubaldo Ribeiro.
E no mesmo século XVIII, Henry Fielding, em “Tom Jones” – um dos clássicos da literatura inglesa - referiu-se à “bribery (propina), and corruption”. Não obstante, embora sendo outros os tempos, os costumes parece não mudaram muito. Nos nossos tristes trópicos, a rapinagem (propensão ao roubo) sempre caracterizou alguns mandatários, roubando-se nessas paragens bem mais e melhor. Na cabralina crônica, os índios pintavam papagaios com azul e vermelho e os vendiam como araras. Começara a tapeação latino-americana.
No Brasil atual a ladronice foi oficializada há poucos quatriênios. Enquanto isso, o País dorme em berço esplêndido, embalado por uma longa “lullaby” (acalento, canção de ninar, em inglês), hino preferido na nossa enganadora, desastrosa, maquiavélica dilmocracia. Assim, temos menos educação, menos saúde, menos segurança, menos passado, e ainda menor futuro.
Legisladores, e os responsáveis pela coisa pública dispõem, aqueles, de descabida impunidade, e a nós cabe pagar a conta. Com honrosas e minguantes exceções, tornam-se presas fáceis, ou adictos (dependentes) da costumeira usurpação. “E la nave va”, como no filme de Fellini.
Seria até útil – como comentamos jocosamente outro dia entre amigos – vacinarem-se com Anacleptil(o stealbrasílato de klauendol, do grego “aná”, sem, e “Klépto”, furtar). O mineiro Afonso Celso (1860-1938) seguramente não escreveria hoje seu “Porque me ufano do meu país”, publicado em 1900.
A propósito, no início do século XIX o carioca Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac sentenciou no soneto “A Pátria”: “Criança! Não verás país como este”. Como vemos, foi também profeta. Estava certo o poeta.
(*) Médico. Professor Emérito da UFC. Ex-presidente e atual secretário geral da Academia Cearense de Letras.
Fonte: O Povo, Opinião, de 16/9/2015. p.12.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

PELAS CONTAS: mais cursos, mais votos


João Brainer Clares de Andrade (*)
O Ministério da Saúde vale-se da máxima de que o país não tem médicos. Desconsiderando a díspar distribuição desses profissionais, naturalmente atraídos por respeito, formação e boas condições de trabalho, o Ministério insiste em contas que não traduzem a realidade. Não colocam na conta que mais médicos pedem mais exames, prescrevem mais medicamentos, demandam mais pareceres de especialistas. O grande ponto já foi citado por Adib Jatene, afirmando que o Brasil precisa de médicos, de bons médicos. A formação adequada consegue resolver boa parte das demandas ainda na atenção básica e contingencia a solicitação de exames fúteis. O bom médico, quando não resolve ir para atenção básica, iniciando especialização, também faz diferença ao paciente: dentro da sua especialidade resolve melhor a demanda, também contingenciando exames e internamentos.
Formar médicos para o governo virou conta matemática. O Brasil já é o segundo do mundo em escolas médicas; ganhamos com folga dos EUA. A conta engrossa os bolsos da iniciativa privada: quase 70% das escolas médicas brasileiras são privadas, cobrando mensalidades que ultrapassam os R$ 4 mil. No Ceará, foram cinco novas cidades anunciadas como aptas à instalação de cursos. Grande erro, seja pelas contas, falta de responsabilidade ou de mínimo conhecimento de como formar bom médico. Não há duas medicinas; não há a medicina só para atenção básica ou só para os grandes centros. Formar bons médicos exige professores bem titulados, pesquisa, extensão e centros de excelência de atendimento. Tais exigências não impedem o exercício na atenção básica; pelo contrário, quanto mais recursos, melhor formado.
Nas contas do Ministério não entraram a falta de professores mestres ou doutores, de laboratórios, de unidades modelo que ensinem o que deve ser feito de correto, e não o jeito brasileiro que faz de conta que presta bom atendimento. Faltam programas de residência e hospitais nas novas cidades cearenses credenciadas a receber cursos privados de medicina. A exigência do governo parece ter ficado restrita ao apadrinhamento político, como se curso de medicina sem condições mínimas representasse benefício à população. E talvez falte ainda até quem esteja disposto a arcar com mensalidades além da casa dos R$ 4 mil. As contas se distorcem, a expansão das universidades públicas emperra no corte faraônico de recursos, perde-se a responsabilidade de formar bons médicos. Por fim, parece que só valem dois números: o de médicos e o de votos.
(*) Médico residente de Neurologia – Hospital Geral de Fortaleza.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 9/4/2015. p.7.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

ESTADO PERIFÉRICO E CORRUPÇÃO


Por José Jackson Coelho Sampaio (*)
Existem grandes teorias sobre o estado, mas não acolhem o Brasil. São teorias sobre o estado nos capitalismos centrais, não nos periféricos. A ciência política é consciente de sua debilidade, o distanciamento é mínimo em relação à ideologia e o caráter periférico do estado condiciona a natureza fragmentar da teoria sobre o estado periférico.
Nos anos 1960, pensou-se a tomada do poder, não sua prática. Nos 1980, os anseios focaram democracia e cidadania. Nos 1990, modernidade, dependência, globalização e luta contra a corrupção.
Tais noções são pouco úteis se não se sabe quem hegemoniza, o que impede modernização e cidadania, qual o agente de dependência e globalização, o que produz corrupção e a faz conjuntural/estrutural. No capitalismo periférico industrializado, o estado torna-se o principal agente modernizador e incha como aparelho (órgãos, cargos, servidores), ação política (atrai sindicatos, movimentos e empresas em pactos instáveis) e ação econômica (empresário estado-dependente e extensa prestação de serviços).
Há heteronomia, pois a economia deriva do mercado externo de bens de capital e de dinheiro. É heterogêneo, pois convivem formas avançadas e atrasadas de capitalismo com pré-capitalistas. A conciliação entre burguesias dinâmicas e atrasadas, classes populares inorgânicas e interesses financeiros externos resulta em soberania truncada, relações fragmentadas de produção e estrutura difusa de classes. A política oscila entre centralizações autoritárias e descentralizações anárquicas, por não representar abstração geral de interesses.
O judiciário tende a ser obscuro e personalista. O legislativo tende ao balcão de negócios no varejo. No executivo abriga-se a competição pela satisfação de interesses oligárquicos (subsídios e financiamentos; lobbies escusos e propinas) e populares (direitos sociais; clientelismo e nepotismo). Os partidos políticos tendem a dois tipos: conglomerado de interesses ligados ao governo ou confederação de insatisfeitos. A corrupção torna-se estrutural.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 12/9/15. p.10.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Divórcio, Sequestro, Adversidade e o Deus Jano

Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
De quando em vez aparecem relações significativas entre os mais díspares acontecimentos. Por exemplo, o aumento dos divórcios em consequência de rapto. A proporção de pessoas divorciadas quase dobrou em uma década, conforme resultados gerais da mostra do Censo 2010, IBGE.
O aumento expressivo de 2010 foi atribuído à mudança na Constituição Federal que derrubou o prazo para a realização do divórcio, tornando esta, a forma efetiva de dissolução dos casamentos, sem a etapa prévia da separação. O Brasil está no topo do ranking mundial dos sequestros, ocupando o terceiro lugar, logo abaixo do México e do Haiti.
Alguns anos atrás um jornalista francês do Le Monde entrevistou casais que foram vítimas de sequestros. Notou alta incidência de divórcio entre eles. Durante o aterrorizante episódio viram o seu companheiro ou companheira sob uma nova luz. Ante o perigo, cada um revelou uma face desconhecida para o outro cônjuge. Possuir duas faces, ambas verdadeiras, não é novidade: o mês de janeiro já foi representado por uma figura de duas faces, o deus Jano das mitologias romana e etrusca (do latim Janus ou Ianus).
Jano era o porteiro celestial, simbolizando os términos e os começos, o passado e o futuro, o dualismo relativo de todas as coisas, sendo absoluta somente à sua divindade. Na vida normal, uma ou outra face aparece, de acordo com as circunstâncias. Se não fosse a ousadia dos sequestradores, a outra face permaneceria oculta ao cônjuge. Durante o período do sequestro seu par, que aparentava ser um dinâmico homem de negócio, exibia covardia, egoísmo, preocupação apenas em sobreviver. A esposa, que era a encarnação da bondade, transforma-se em megera ou até em prostituta.
A maioria dos pares desconhecia o caráter da outra face, sempre escondida da sua outra metade. Infelizmente é muito difícil discernir de antemão, no cotidiano, os sinais e sintomas dessa dicotomia de caráter. A maioria desses casais que se separaram após o sequestro jamais havia ponderado uma separação.
A conduta humana é imprevisível diante da adversidade. A adversidade desperta em nós capacidades que em circunstâncias favoráveis teriam ficado adormecidas. Os que não creem em alma (consciência, mente), dizem que o ser humano possui duas almas, uma boa e outra má. Quando uma acorda a outra adormece. O verdadeiro contorno de uma pessoa não é como ela se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como se demonstra em momentos e ocasiões adversas. O deus Jano, há quase dois mil anos, já exprimia com perfeição essa dualidade.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

domingo, 18 de outubro de 2015

HUMOR CLÍNICO IV


Quando chega um paciente babando e fazendo sons esquisitos no consultório do neurologista, ele exclama:
- Ai, meu Deus! O que eu faço?
Já quando chega um paciente babando e fazendo sons esquisitos no consultório do neurocirurgião, ele exclama:
- Ai, meu Deus! O que foi que eu fiz?
Xxxxx
Sabem qual a diferença entre um clínico, um cirurgião-geral, um psiquiatra e um patologista?
O clínico: Sabe tudo e não resolve nada.
O cirurgião: Não sabe nada mas resolve tudo.
O psiquiatra: Não sabe nada e não resolve nada.
O patologista: Sabe tudo, resolve tudo, mas sempre chega atrasado.
Xxxxx
- Doutor, estou com uma terrível amnésia.
- Desde quando?
- Desde quando, o quê, doutor?
Xxxxx
- O senhor vai parar de beber cerveja, durante um ano só vai beber leite.
- Outra vez, doutor?
- O que, o senhor já fez esse tratamento?
- Já, durante os primeiros meses da minha vida...
Xxxxx
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

HUMOR CLÍNICO III


O paciente chega ao Psiquiatra tímido, cabisbaixo:
- Doutor, eu tenho dupla personalidade.
- Esquenta não, meu filho. Senta aí e vamos conversar nós quatro...
Xxxxx
O psiquiatra incentiva o paciente:
- Pode me contar desde o princípio...
- Pois bem, doutor! No princípio eu criei o céu e a terra...
Xxxxx
O psiquiatra para o paciente:
- Meu amigo, eu tenho uma boa e uma má notícia para você. A má é que você tem fortes tendências homossexuais.
- Meu Deus, doutor! E qual e a boa notícia?
- A boa notícia é que acho você um gato.
Xxxxx
- Sabe como diferenciar o psiquiatra do seu paciente?
- O psiquiatra é aquele que tem a chave do consultório.
Xxxxx
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sábado, 17 de outubro de 2015

HUMOR CLÍNICO II


No psiquiatra:
- Doutor, tenho complexo de feia.
- Que complexo que nada.
Xxxxx
- Doutor, o que eu tenho?
- Ainda não sei, mas vamos descobrir na autopsia.
Xxxxx
- Meu médico é um incompetente. Tratou do fígado de minha esposa por vinte anos e ela morreu do coração.
- O meu é muito melhor. Se trata você do fígado, você morre do fígado.
Xxxxx
Um psicanalista no consultório de outro:
- Doutor, venho ao colega para me aconselhar em um caso impossível.
- De que se trata, colega?
- Estou atendendo um argentino com complexo de inferioridade!
Xxxxx
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

HUMOR CLÍNICO I


- Doutor, quando eu era solteira tive que abortar seis vezes. Agora que casei, não consigo engravidar
- Seu caso é muito comum: você não reproduz em cativeiro.
Xxxxx
- Doutor, tenho tendências suicidas. O que faço?
- Em primeiro lugar, pague a consulta.
Xxxxx
- Doutor, sou a esposa do Zé, que sofreu um acidente; como ele está?
- Bem, da cintura para baixo ele não teve nenhum arranhão.
- Puxa, que alegria. E da cintura para cima?
- Não sei, ainda não trouxeram essa parte.
Xxxxx
Após a cirurgia:
- Doutor, entendo que vocês médicos se vistam de branco. Mas por que essa luz tão forte?
- Meu filho, eu sou São Pedro.
Xxxxx
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A CRIAÇÃO, UM PRESENTE SAGRADO DE DEUS!


Por Padre Geovane Saraiva (*)
O mundo aguarda ansioso e, ao mesmo tempo se regozija, pelo sopro do Espírito Santo de Deus em Francisco, na sua prática ecológica e ambiental, vivendo verdadeiramente com coerência o compromisso assumido de chefe visível da Igreja, em 13 de março de 2013, cumprindo agora a promessa, ao colocar nas mãos dos cristãos e das pessoas de boa vontade (18/6/2015), sua nova Encíclica sobre a ecologia. Qual será o título da Encíclica? Logo mais vamos saber, mas fontes do Vaticano apostam em Laudato Sii - Louvado Sejas, frase inicial do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis. O exemplo maior de ternura e bondade é dado por ele mesmo, o Papa Francisco, a nos dizer que sempre mais devemos nos convencer que de Deus viemos, para Deus é que existimos e para Deus voltaremos.
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, por ocasião da abertura da Conferência de Estocolmo na Suécia. Desde então, comemorado anualmente no dia 5 de junho, chamando atenção para o lado humano das questões ambientais; capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável; também promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem de mentalidade em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais, sem esquecer da necessidade de parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem de um futuro mais seguro e mais profícuo.
Dentro do contexto ecológico é que a atenção de todas as pessoas de boa vontade deveria se voltar para a realidade acima mencionada, numa reflexão sobre o clamor e o gemido da natureza, à beira do abismo (cf. Rm 8,22). A criatura humana é convocada e não tem outro caminho, no sentido de evitar sua própria autodestruição, fazendo sua parte, tendo diante da mente, dos olhos e no coração a vida do planeta como um santuário ou um lugar sagrado, com maior razão para nós cristãos, inspirados no sonho e na força da figura humana de Francisco de Assis, o qual abraçou o projeto do Pai com uma comovedora ternura, tornando-se fascinado por Deus e por suas criaturas, e foi este fascínio que o tornou humano, por unanimidade considerado patrono do meio ambiente ou da ecologia.
Agradeço a Deus, como se fosse uma inspiração, quando alhures disse que toda civilização necessita de figuras exemplares, modelos e referenciais, as quais mostrem concretamente ao mundo os grandes sonhos e utopias, numa palavra, mostrem os valores últimos, no tocante a sustentar as motivações dos seres humanos, na sua relação e ação com Deus e seus semelhantes, com a natureza ou meio ambiente. Parece até que estava antevendo a novidade, dadivoso presente para o mundo hodierno, que foi a eleição (13/3/2013) do Papa Francisco, dando provas concretas, através dos gestos e sinais, ao concretizar seus sonhos de renovação da Igreja e do mundo, a ponto de sensibilizar corações e consciências a uma profunda conversão ecológica.
Pensando em uma vida com maior encanto na face da terra é que o nosso Papa Francisco trabalhou na elaboração de sua nova Encíclica sobre o tema da ecologia. O maravilhoso é a sua humildade explicitada em sua atitude de acercar-se de especialistas para escrever este documento, além da contribuição de pessoas da melhor qualidade, tendo no centro o ecossistema e a vida da floresta amazônica, contando com a experiência profética de Dom Erwin Krautler, Bispo do Xingu, do antropólogo e teólogo Paulo Suess, ambos do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) no Brasil.
Colaboração vital não poderia faltar, oriunda dos filhos espirituais de São Francisco de Assis, na pessoa do Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, ao contribuir com Sumo Pontífice no documento: “Franciscanos pela Ecologia”. Com certeza o papa quer falar aos cristãos, bem como as pessoas de boa vontade do planeta em sua Carta Encíclica sobre a importância da ecologia, dizendo em alto e bom tom que este mundo tem que ser reflexo da cidade santa, da nova Jerusalém e que jamais podemos pensar em edificar este mundo sem Deus, que no dizer do pobrezinho de Assis, no Cântico das Criaturas, Deus é “Altíssimo, Onipotente, Bom Senhor. Teus são o louvor, a glória, a honra e toda a bênção”.
(*) Geovani Saraiva é escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia.
Fonte: O Povo, de 14/6/2015. Espiritualidade. p.30.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

JARBAS STUDART GURGEL: um docente entre peixes, homens e almas


José Jarbas Studart Gurgel, nascido em 20 de julho de 1935, em Acaraú-Ceará, foi o primogênito do lar constituído por Benjamim Studart Gurgel e Olga de Sales Lopes Gurgel. Seu pai foi o primeiro farmacêutico do Acaraú.
Fez o Primário em sua cidade natal, no Grupo Escolar Padre Antônio Tomaz. Em 1948, veio a Fortaleza, para continuar seus estudos, realizando o Ginásio no Colégio Cearense Sagrado Coração, o consagrado estabelecimento de ensino marista, donde transferiu-se para o tradicional Liceu do Ceará, no qual cursou o Científico.
Graduou-se em Farmácia na Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), e prosseguiu a sua formação com Cursos de Pós-Graduação, por intermédio da Especialização em Regional Development Fish Production, cumprida nas Universidades de Kansas e Washington, nos EUA; e do Mestrado em Engenharia de Pesca, realizado, em Fortaleza, na UFC.
A sua vida profissional foi compartilhada por dois postos laborais: o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), no qual foi admitido em 1955, em Fortaleza, Ceará; e a Universidade Federal do Ceará, nomeado para lecionar no Curso de Engenharia de Pesca, a partir de 1973, após aprovação em Concurso Público.
No DNOCS, exerceu diversas funções técnicas e administrativas, tendo dirigido durante 15 anos o Departamento de Pesca e Piscicultura, mas a atividade de pesquisador foi a de maior relevância; aposentou-se desse órgão, por tempo de serviço, em 1989, passando a dedicar-se integralmente à vida universitária, a partir de então.
A combinação da sua experiência em serviço, no DNOCS, com o exercício do magistério na UFC, fez dele um dos docentes mais completos do Curso de Engenharia de Pesca, pois lhe permitiu aliar a teoria à prática, prestando assim uma enorme contribuição à consolidação de um novel curso de graduação.
Na UFC, atuou de forma tripla: ensino, pesquisa e extensão, tendo alcançado o ápice da carreira docente, como professor titular, vindo a aposentar-se por força da idade compulsória.
Como pesquisador, foi Consultor do CNPq (de 1983 a 1996), da Rede Regional de Entidades e Centros de Aquicultura da América Latina, com sede em Bogotá, e Assessor da Associação de Ciências Naturais do Litoral, sediada em Santa Fé, Argentina. De sua lavra intelectual, publicou 227 trabalhos técnicos, científicos, genealógicos, biográficos e de divulgação, dos quais 18 no exterior.
Participou de 88 eventos técnicos e científicos, tendo sido representante do Brasil em diversos encontros internacionais.
Nas atividades de extensão, executou os Projetos: Salga de Pescado de Açudes, ABC-Peixe, Assistência Técnica aos Pescadores do Açude Santo Anastácio da UFC, Engorda da Tilápia do Nilo em Tanques, Piscicultura de Quintal e outros, todos eles indicativos da intervenção em prol das comunidades em que estavam inseridos.
Pertenceu a 18 associações científicas e de classe, das quais sete como fundador, comportando mencionar: Academia Cearense de Farmácia, Academia Cearense de Ciências, Sociedade Cearense de Geografia e História, Associação Brasileira de Aquicultura, Associação Brasileira de Hidrologia e Recursos Hídricos, Sociedade dos Técnicos do DNOCS, Associação dos Professores do Ensino Superior do Ceará e Tilapia International Foundation (TIF).
Recebeu 42 distinções de entidades nacionais e estrangeiras, que reconheceram a sua valorosa contribuição como dedicado professor, pesquisador e profissional.
Fiel ao seu compromisso cristão, teve ativa participação em várias entidades eclesiais, como: Conselho Nacional do Laicato do Brasil), Comunidade Mundial de Vida Cristã, Cursilhos da Cristandade, Encontro de Casais com Cristo, Conselho Arquidiocesano de Leigos e outros movimentos leigos ligados à Igreja Católica.
Escritor polígrafo, destacando-se no campo literário, como memorialista, biógrafo, genealogista, poeta, cronista e um bom causeur, mercê de uma memória privilegiada de pleno domínio do uso do nosso vernáculo. Mesmo na vigência de tenaz enfermidade, ainda lançou três livros nos seus últimos seis meses, um deles como um verdadeiro memorial da sua docência na UFC. Deixou inacabada, porém em fase final, uma obra colossal que atualiza, até os dias presentes, a genealogia da família Gurgel, em suas ramificações radicadas no Nordeste brasileiro, tendo legado ao seu filho Gustavo o encargo de completar e publicar, postumamente, esse apurado livro.
Conhecido por sua polidez, tratava a todos com cordialidade e gentileza, sem qualquer distinção de estratos sociais, tendo plasmado a sua existência ofertando o melhor de si à família que formou, ao trabalho que construiu e à religião, como católico fervoroso.
Jarbas Studart foi casado com Maria Juvanilia Amorim Studart Gurgel, e do casal descendem quatro filhos (Gustavo, Guilherme, Viviane e Eduardo), 12 netos e um bisneto.
Com o seu retorno ao Pai, ocorrido em Fortaleza, em 29 de janeiro de 2015, deixou uma imensa saudade entre seus familiares, amigos, colegas e antigos alunos, contrabalançada, entretanto, pelo conforto de saber que Jarbas terá a boa receptividade celestial, porquanto foi ele um homem de bem e do bem, que também soube resguardar a fé, praticando-a integralmente, e espalhando uma generosidade cristã em seu fazer diário.
Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico)

* Publicado In: APESC Notícias, 15 (61): 4, junho de 2015. (Órgão de divulgação da Associação dos Professores do Ensino Superior do Ceará).

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

UECE PIONEIRA NA INTERIORIZAÇÃO


Por Francisco Artur Pinheiro Alves (*)
No ano em que comemoramos os 40 anos da Universidade Estadual do Ceará (Uece), merece destaque em sua trajetória o aspecto do pioneirismo no processo de interiorização do ensino superior no Ceará. Enquanto em estados, como a Paraíba, a Universidade Federal foi instalada de forma descentralizada, com campi em várias cidades do interior do estado, aqui no Ceará, a Universidade Federal só veio a se expandir para o Interior já próximo de seus 50 anos.
Coube, portanto ao governo estadual a tarefa de levar o ensino público superior para o Interior. Neste contexto, a Uece já nasce com uma unidade interiorana, a Faculdade Dom Aureliano Matos, que pertencia à Diocese de Limoeiro e foi incorporada à Uece no momento de sua criação, em 1975.
Em 1983, o governador Gonzaga Mota, atendendo solicitação de lideranças políticas interioranas, incorpora à Uece algumas faculdades criadas nos municípios e institui cursos superiores em outros. Nascem destes processos os campi de Quixadá, Crateús, Itapipoca, Iguatu, todos oriundos de faculdades locais, como também unidades nas cidades de Ubajara, Redenção, Cedro e Ipu.
É neste momento que a Uece realiza o seu primeiro grande concurso público de provas e títulos, exatamente para suprir as vagas dos cursos recém-criados nestas novas unidades. O concurso acontece em 1983 e a nomeação dos professores se arrasta até 1986, após ser prorrogado por um ano pelo Cepe.
As unidades de Quixadá, Itapipoca, Crateús e Iguatu, conseguiram manter-se tornando-se posteriormente faculdades, no reitorado do professor Perípedes Chaves (1988-1992). Já as unidades de Cedro, Redenção, Ubajara e Ipu não conseguiram florescer por diversos motivos.
No reitorado do Prof. Paulo de Melo Jorge Filho (Paulo Petrola, 1992-1996), há uma nova etapa na expansão. Foram criados dois institutos de ensino superior em Baturité e Senador Pompeu, vinculados à Feclesc. Estes institutos chegaram a formar dezenas de professores, mas, sem o apoio necessário do governo estadual e das prefeituras das regiões, vieram a fechar.
Houve, também, a criação de um instituto desta natureza na cidade de Pentecoste, o Instituto de Ciência e Tecnologia do Vale do Curu, que deveria ficar vinculado à faculdade de Itapipoca, mas este não veio a se desenvolver. É deste período também (1994) a criação do campus de Tauá, que nasce com a sigla de Cecitec – Centro de Educação Ciência e Tecnologia da Região dos Inhamuns.
Em todas as regiões onde a Uece se implantou, contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento local.
(*) Professor, autor do livro A interiorização da UECE no Sertão Central (EdUECE, 2007).
Publicado In: O Povo, Opinião, de 8/9/15. p.9.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

SOMOS TODOS PEDESTRES


Celina Côrte Pinheiro (*)
Há alguns dias, a AMC impôs o controle da velocidade máxima dos veículos automotores em uma das vias urbanas em Fortaleza. Vários cidadãos se colocaram contra a medida, alegando que 40 km/h causariam transtorno no trânsito, comprometendo a mobilidade. Este raciocínio é peculiar aos que ajuízam o trânsito com base apenas nos transportes motorizados. Os pedestres são menosprezados ou mesmo esquecidos. Há, aqui, a cultura do desrespeito habitual a quem anda a pé.
O veículo vem a dois quarteirões de distância, com tempo hábil para nossa travessia com segurança. No entanto, a sensação que se tem é que o motorista não se preocupa em, pelo menos, retirar o pé do acelerador. Ao contrário, faz da buzina a sua arma e ainda acelera o veículo quando não desvia o mesmo na direção do desprotegido pedestre. Pura falta de sentimento de urbanidade!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observa que 90% das mortes no trânsito ocorrem em países com baixos rendimentos e menor frota de veículos. Parece paradoxal, mas é a realidade, sobretudo porque a educação nesses países, entre os quais se inclui o Brasil, também é mais precária. A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou a Década de Ação pelo Segurança de Trânsito, de 2011 a 2020, tomando medidas para redução do número de vítimas.
De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 12 mil pedestres/ano são vítimas fatais nos acidentes de trânsito brasileiro. Já está comprovado que a gravidade do atropelamento, com óbito, aumenta com a velocidade do veículo. Um pedestre atingido por veículo a 40 km/h tem 30% de chance de ir a óbito. Caso o veículo esteja a 60 km/h, o percentual já se eleva a 85%. Além de 80 km/h, a possibilidade de óbito é de 100%. Salvar-se nestas circunstâncias será absolutamente fortuito.
A analogia entre velocidade dos veículos e gravidade do atropelamento levou muitos países a imporem redução da velocidade autorizada nas zonas urbanas para 30km/h a 50 km/h, com a intenção de moderar o tráfego e reduzir o número de óbitos de pedestres. Precisamos nos curvar às evidências para vivermos melhor. O sentimento de pertença à comunidade passa também pela segurança e conforto que o pedestre sente ao circular nas calçadas e nas ruas. Esta cidade ainda tem muito a avançar neste sentido!
(*) Médica ortopedista e traumatologista. Presidentes da Sobrames/CE.
Fonte: Jornal O Povo, de 25/09/15. Opinião, p.8.
 

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