segunda-feira, 30 de novembro de 2020

AMÉRICA LATINA

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Existem elites responsáveis que conduzem seus povos à prosperidade e ao progresso. Vale lembrar Alexandre, o Grande, da Macedônia, e os povos da Mesopotâmia, do Egito e da Grécia Antiga. Entretanto há lideranças que se preocupam muito mais com a defesa de seus interesses pessoais ou de sua casta, do que com as legitimas aspirações populares. Assim aconteceu, por exemplo, com os dirigentes que determinaram a queda do Império Romano e, mais recentemente, com a Alemanha nazista, a Itália fascista e a União Soviética stalinista. Precisamos fazer uma reflexão democrática acerca do que historicamente vem acontecendo com a América Latina, com maior ou menor dificuldade em certos países. É inadmissível que, num momento de suma gravidade como este que a América Latina se encontra, quando a fome é grande, os níveis de desemprego são preocupantes, a violência é corriqueira, o narcotráfico está generalizado e a corrupção disseminada, parte significativa das elites latino-americanas finge que nada de mau está acontecendo. Por sua vez, a região tem possivelmente uma das mais perversas distribuições de renda de todo planeta, o que propicia a essas elites deterem o monopólio do poder político e do poder econômico. No atual contexto, não é preciso ser nenhum pessimista para perceber, com clareza, o futuro que nos aguarda. A insatisfação popular indica que estamos às vésperas de uma grande crise moral, ética e socioeconômica, se não houver, de imediato, uma mudança de mentalidade por parte de certas elites que não possuem espírito público e solidariedade cristã. Acreditamos na globalização sem explorados e exploradores; vinculada a um debate amplo sobre tecnologia, pobreza, crescimento, meio ambiente e políticas sociais, bem como baseada em princípios democráticos. A globalização deve ser analisada mais como um processo político e cultural do que econômico.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 6/11/2020.

domingo, 29 de novembro de 2020

CURIOSIDADES SOBRE MÚSICA CLÁSSICA

A Sinfonia 'Inacabada' de Schubert realmente está inacabada e foi descoberta de surpresa após a morte do autor. É uma de suas maiores obras, mas ele nem disse aos amigos que estava escrevendo.

As sinfonias que Beethoven escreveu são numeradas de 1 a 9. Não se sabe por que as de números ímpares são dinâmicas, enquanto as de números pares são calmas ou pacíficas.

Existem dois crânios no túmulo de Haydn. Sua cabeça foi roubada por frenologistas e um crânio substituto foi colocado em seu túmulo. Em 1954, o crânio real foi restaurado, mas o substituto não foi removido.

Rossini escreveu a ária 'Di tanti palpiti' enquanto esperava um risoto em um restaurante de Veneza.

O barítono Leonard Warren morreu no palco no The Met em 1960, quando ele terminou de cantar 'Morir, Tremenda Cosi', de Verdi ('To Die, Momentous Thing').

Quando Herbert von Karajan morreu, a esposa do maestro, Eliette, herdou uma fortuna no valor de 250 milhões de euros.

Domenico Scarlatti compôs sua 'fuga de gatos' depois que sua gata, Pulcinella, caminhou sobre o teclado do piano.

Haydn não gostava que as pessoas dormissem durante seus concertos, então ele escreveu a Sinfonia Surprise. É calma e relaxante até o fim, quando de repente a música fica alta e termina com um estrondo.

As aranhas preferem Bach a rap. Durante um experimento, quando ouviam rap, faziam suas teias o mais longe possível dos alto-falantes, mas faziam suas teias mais próximas dos alto-falantes quando estava tocando Bach!

Schoenberg sofria de triscadeicafobia, que é um medo paralisante do número 13. O irônico, ou incrível, é que ele nasceu em 13 de setembro de 1874 e, como o destino quis, morreu em 13 de julho de 1951 (uma sexta feira 13) aos 76 anos (7 + 6 = 13).

O excêntrico Eric Satie tinha como uma de suas muitas peculiaridades era sua dieta de comida branca. Em uma de suas cartas, ele detalhou sua dieta, consistindo em: "Ovos, açúcar, ossos ralados, gordura animal, vitela, sal, coco, arroz, macarrão, nabos, frango, queijo branco, salada de algodão e certos peixes.".

Bach e Handel perderam a visão ao se operarem de catarata com um “cirurgião” vigarista. Um inglês chamado John Taylor, que, curiosamente e merecidamente, também morreu cego por barbeiragens cirúrgicas.

Felix Mendelssohn era uma daquelas pessoas irritantes que eram boas em basicamente tudo. Além de compor, ele era um bom escritor, fazia desenhos animados por diversão e sabia pintar e desenhar.

Beethoven bebia café religiosamente. Ele contava meticulosamente os grãos de café. Sessenta, para ser exato, às vezes checando duas vezes.

Bach também era um admirador do café. Ele era habitual no Café Zimmerman em Leipzig, onde consumia 3 de 4 xícaras de café por noite. Até escreveu sua famosa (humorística) “Cantata de Café” sobre uma mulher tentando abandonar seu vício de café.

Mozart uma vez escreveu uma composição humorística que só poderia ser tocada se alguém esticasse as duas mãos até o fim e tocasse com o nariz!

Tchaikovsky era um homem com muitos problemas de saúde mental, mas um hábito especialmente peculiar dele era segurar o queixo com a mão esquerda enquanto conduzia. Isso porque ele aparentemente acreditava que sua cabeça cairia.

Mozart escreveu a abertura de Don Giovanni enquanto sofria de uma ressaca na manhã de estreia da ópera.

Elgar escreveu o tema principal de seu concerto para violoncelo em um guardanapo ao acordar de uma cirurgia dentária.

Handel pedia comida para três, quando ia jantar fora. Sim, só para ele.

Mozart e Haydn eram grandes amigos da vida real e costumavam tocar juntos nos momentos de lazer.

Richard Wagner gostava de usar roupas íntimas femininas.

Vivaldi era conhecido como o “Padre vermelho” não porque fosse comunista, mas por causa da cor do seu cabelo.

Um amigo de Mendelssohn, Attwood, perdeu o manuscrito original do “Sonho da noite de verão” no banco de trás de um táxi. Era a única cópia. Em vez de surtar, Mendelssohn apenas reescreveu tudo de memória.

Edvard Grieg mantinha uma estatueta de sapo no bolso o tempo todo e a esfregava antes dos shows para dar sorte.

Ravel compôs um concerto de piano para uma mão. Foi uma encomenda do irmão do filósofo Wittgenstein, que era um pianista famoso (e rico) e que perdeu um braço na primeira guerra.

Fonte: Internet (circulando por e-mails e iPhones). Sem autoria explícita.

DESPEDIDAS DO ACADÊMICO JOSÉ VIEIRA DE MAGALHÃES

 

A Academia Cearense de Medicina (ACM) vestiu-se de luto, em 27/10/2020, diante da recente perda terrena de um dos seus membros titulares fundadores, o Dr. José Vieira de Magalhães, da qual era Membro Honorável desde 20/05/2016.

Nascido em 12/01/1925, em Senador Pompeu-Ceará, ele contava com 95 anos de idade e quase 70 anos de médico, porquanto fora formado na Faculdade de Medicina do Recife em 1950, a mesma em que se graduou o seu irmão Juraci Magalhães.

Fez especialização em Pneumologia pelo Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. No início da década de 1950, sob a direção do Dr. Gilmário Mourão Teixeira, a este associou-se para organizar o Sanatório de Maracanaú, importante equipamento de saúde originalmente destinado aos portadores da tísica, então chamada de “a peste branca”.

A ele coube, juntamente com outros pioneiros, sentar os alicerces da Pneumologia cearense, por meio da criação do curso dessa especialidade médica no Sanatório de Maracanaú e da implementação da melhoria do tratamento das doenças respiratórias.

Como entusiasta do combate tuberculose no Ceará foi um grande colaborador da Campanha “Com Cristo sem Koch”, em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, quando em 1965 a diretoria do Sanatório de Maracanaú lançou a Vacinação Oral da BCG no Batismo nas igrejas católicas locais.

O médico José Vieira de Magalhães respondeu pela coordenação do Curso de Especialização em Tisiopneumologia, no formato de residência médica, com um ano de duração, que funcionou no então Sanatório de Maracanaú, nos anos sessenta e se estendeu até 1975, quando o estabelecimento de saúde já vinha sendo, paulatinamente, transformado em um hospital geral.

Dentre os encargos e funções desempenhadas na ACM, o acadêmico José Vieira de Magalhães ocupou o cargo de Conselheiro Fiscal na primeira e na segunda Diretoria (1978-1981) e, durante dez anos, exerceu o cargo de tesoureiro. Presidiu esse sodalício médico na sétima diretoria instalada, correspondendo ao biênio 1990-92. Foi o presidente de honra da XV Bienal da ACM realizada em maio de 2015.

Era aposentado da Universidade Federal do Ceará como professor adjunto, lotado no Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina, e também aposentado do Ministério da Saúde, tendo sido, por longos anos, médico do antigo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários.

Deixa a viúva D. Lêda, de cujo matrimônio resultou na geração de quatro filhos, e muitos amigos saudosos com a sua partida deste mundo menor.

Ac. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cadeira 18

*Publicado In: Jornal do médico digital, 1(7): 62-63, novembro de 2020. (Revista Médica Independente do Ceará).

sábado, 28 de novembro de 2020

CELEBRAÇÃO DOS 76 ANOS DO INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ

O Instituto do Câncer do Ceará – ICC, sob a presidência do Dr. Lúcio Alcântara, celebrou na manhã de 27 de novembro de 2020, os seus 76 anos de fundação.

Marcando a programação dessa manhã, houve no Auditório Lúcio Alcântara: 1) Assembleia dos Sócios do ICC, quando dirigentes institucionais apresentaram relatórios das atividades desenvolvidas nos últimos doze meses; e 2) Homenagens dos 76 anos do ICC e da Casa Vida.

Foram homenageados, neste ano, com uma Placa de Reconhecimento, a Dra. Ana Cristina Oliveira Silva Nogueira, o Dr. Paulo Silva de Oliveira, a Dra. Rebecca Bezerra de Albuquerque Mourão, a Sra. Ivanete Ferreira da Costa e o Sr. Edson Carvalho Ventura.

Comportou-me, por determinação da direção superior do ICC, a responsabilidade de apresentar uma sinopse do currículo de cada homenageado, realçando os seus predicados e os motivos que embasaram as ccorrespondentes concessões.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Coordenador do CEP/ICC

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Novembro/2020

 


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de Novembro/2020, que será realizada HOJE (28/11/2020), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

MUITO OBRIGADO!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Sociedade Médica São Lucas

Nota: Serão aplicadas as medidas preventivas recomendadas pelas autoridades sanitárias, sendo obrigatório o uso de máscara por todos os fiéis presentes.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (MedUece) de Thales Costa

Aconteceu de forma virtual, na manhã de hoje (27/11/2020), na Universidade Estadual do Ceará, a Defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do Curso de Medicna da UECE (MedUece).

A banca examinadora, composta pelos Profs. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, Maria Irismar de Almeida e Liana de Oliveira Barros, aprovou a Monografia “Internações por condições sensíveis à atenção primária em idosos no Ceará: comparação entre os triênios 2008-10 e 2016-18”, apresentada pelo concludente e nosso orientado THALES BARBOSA COSTA.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Professor da MedUece

A carroça, o burro e as fontes renováveis ... e outros causos

A carroça, o burro e as fontes renováveis

Quem ainda, hoje em dia, vê carroça puxada por tração animal na Aldeota? Pois eu vi uma nesse começo de ano, fazendo mudança, com direito a levar o cachorro amarrado em barbante no chassi. Infeliz e hilariante episódio... É que o animal entendeu de defecar no cruzamento de duas ruas famosas, para azar do senhor que, desavisado, atravessava a dita artéria "de a pés". Sapato mocassim zerado agora imerso na bosta verde do burro branco. Inevitáveis palavrões!

- Arre eras!!! Piula!!! Fela da gaita!!!

O "carro tosco puxado por bestas, para transporte de carga..." prosseguiu viagem, malgrado o incidente. Quando o senhor do sapato cagado, ainda atolado no cocô, berrou de novo atônito:

- Pare já isso! Vou chamar o Juizado de Pequenas Causas! Exijo reparação!

Pra encurtar conversa, a vítima ganhou a questão. A análise dos peritos não deixava dúvidas. O problema é que a carroça fazia serviços eletrônicos de transporte privado urbano clandestinamente (Uber de pobre), o guiador não tinha habilitação e o burro, por mais tentassem, não conseguia reparar o que fizera em bom português.

O último galo

Seu Bibiu e dona Safira viviam, no pé dum serrote, da cestinha básica doada pelo Gunverno. Foguinho de lenha, fogãozinho de barro, trempes em petição de miséria. Pros dois qualquer comidinha matava fome, coisa do mato mesmo - do peixe ao preá. Aqui e acolá, 'interavam' com farinha, macaxeira, jerimum.

Mas, a calmaria é quebrada com a chegada do sobrinho de Safira, João Moganga, que dizem corrido da polícia. Comia feito um condenado. As omoplatas, duas portas. O almoço dele era pra quatro se fartarem. Engolia, arrotava e deitava na rede até!...

Quinze dias de sobrinho por lá e Safira não tem mais o que levar ao fogo. João tira o dia nos braços de morfeu. Parece morto. O velho Bibiu pede a mulher que acorde o rapaz, pelo menos pra caçar um tiú, um peba. Safira chacoalha a rede.

- Acorda, homi! Se anime!

João apenas roncava. Dormia desde as quatro da tarde anterior. Já lá se iam 25 horas de berço. Bibiu queria que aquele homão fosse ao menos ver um feixe de lenha no mato pra cozinha sabe Deus o quê...

- Levante, preguiça! Isso são horas? O galo já cantou!!!

- Cuma? Ainda tem um galo! Bom, quando estiver no ponto, me acorda!

O elixir do Giovani Oliveira

O amigo iguatuense conta que seu Teté comprou uma garrafa do "Elixir da Juventude" e toda noite tomava uma colherada do milagroso remédio. Certa noite, emborcou a garrafa toda e foi dormir, sedento de renovar tudo mais apressadamente. Como de costume, ele acorda cedo. Mas, naquele dia, sua jovem namorada estranhou que ele ainda dormisse depois das cinco da manhã. Tentou acordá-lo:

- Tetezinho, meu filho, acorde!

Pôr três vezes a moça tentou despertar o velhinho, que dormia o sono dos justos. Já preocupada, balançou o punho da rede com força e bradou:

- Filhinho, acorde!!!

Seu Teté abre enfim os olhos e diz, bocejando:

- Acordar eu acordo, mas não tem quem faça eu ir pro colégio hoje!

Fonte: O POVO, de 10/01/2020. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

CÂNCER DE MAMA E A PANDEMIA DA COVID-19

Por Luiz Porto (*)

O câncer de mama, nos últimos 25 anos, tornou-se problema de saúde pública no Brasil. A incidência do câncer de mama cresce no Brasil e nos países desenvolvidos devido ao aumento da expectativa de vida e maior exposição das mulheres a fatores de risco: hereditariedade, alcoolismo, vida sedentária, menarca precoce, menopausa tardia, não ter filhos, ou ter poucos filhos, e sobrepeso levam ao aumento do número de casos por ano desta neoplasia. Quanto à mortalidade, o Brasil diverge da maioria dos países desenvolvidos. Com efeito, a partir de um rastreamento sistemático por mamografia, a doença é diagnosticada cada vez mais precocemente, o que eleva à curabilidade. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera o rastreamento adequado quando este cobre, pelo menos, 75% da população entre 50 e 70 anos, realizando-se exames de dois em dois anos. Apesar de ter optado por este modelo desde 2008, o Brasil não conseguiu alcançar resultados satisfatórios no controle do câncer. Em que pese termos mamógrafos suficientes, sofremos com o absenteísmo das pacientes: a falta de conhecimento dos fatores de risco, dos sinais e sintomas, o medo de enfrentar um possível câncer, bem como as dificuldades logísticas do SUS (Sistema Único de Saúde), afastam as mulheres do programa. Estratificando-se a distribuição sócio econômica, com aproximadamente 15% da população financiando seus exames, deveríamos oferecer, pelo menos, duzentas mil mamografias anuais. Em 2019 não atingimos nem a metade, pelo que tivemos aumento dos casos em estágios avançados. Em 2020 a situação é mais grave: a pandemia da Covid-19, desde fevereiro, levou ao isolamento social milhares de mulheres que deveriam se submeter ao rastreamento. O SUS concentrou o sistema no atendimento da virose, suspendendo ou limitando procedimentos eletivos incluindo mamografias. Estas, já insuficientes, diminuíram mais de 70%. O atendimento começa a se normalizar e se observa nas últimas semanas percentual maior de mulheres com câncer avançado. Muitas delas despertaram de seus medos pelas campanhas do Outubro Rosa que às alerta para o controle da doença. Cabe a nós, especialistas, e às Secretarias, estaduais e municipais de Saúde, e ao Ministério da Saúde, discutir, em caráter de urgência, medidas adequadas para reduzir as centenas de mortes que, em tempos normais, seriam evitadas. 

(*) Médico e presidente do Comitê estadual do Controle do Câncer de Mama.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 28/10/2020. Opinião. p.18.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

E VEIO A PANDEMIA: entre erros e acertos

 Por Daniela Nogueira, Ombudsman de O Povo

A cobertura da campanha eleitoral passa a tomar conta mais fortemente dos espaços de jornais, portais e redes sociais dos veículos jornalísticos. Antes dedicado com vigor aos fatos relacionados à Covid-19, o noticiário se volta às eleições. A pandemia não acabou - por mais que muitos de nós tenhamos afrouxado as medidas de prevenção, seja por cansaço, seja por necessidade. Mas, nestes seis meses, há muitas lições e reflexões a serem extraídas no Jornalismo e no relacionamento com o público.

O teletrabalho, o "trabalho remoto", o home office, enfim, talvez esteja sendo a mudança mais desafiadora para os jornalistas. Trabalhar de casa já é uma atividade habitual para muitos - por escolha. Nos últimos seis meses, porém, virou corriqueiro para outros tantos - por imposição. Como sempre digo nas conversas de que participo nestes tempos: ninguém tinha uma Redação montada em casa, com equipamentos à disposição para ficarmos conectados por muitas horas ou um ambiente bacaninha para ser exibido despretensiosamente ao vivo.

Se a atividade jornalística já exige a (quase) instantaneidade das informações, nos tempos de quarentena essa cobrança foi ainda mais forte. E não permaneceu aí. Novos espaços surgiram para tirar dúvidas do público, principalmente pelos canais digitais. Vídeos e podcasts foram uma maneira mais didática e ágil que os veículos perceberam de compartilhar as informações. Em detrimento do crescimento das plataformas digitais, a quantidade de páginas dos jornais impressos diminuiu, seções foram suspensas e anúncios cortados, consequência da crise do impresso que se desenha há algum tempo.

A propósito, segundo pesquisa executada pela Provokers, encomendada pela organização Luminate, 65% dos leitores de veículos digitais no Brasil aumentaram o consumo de notícias. Desses, 83% dizem acessar as notícias uma vez por dia pelo menos.

Histórias

É certo que, ao longo de todo esse tempo, ouvimos muito do excesso de informações a que estávamos expostos. Quem pôde se afastou por um tempo, porque o assunto já tinha um apelo emocional por si. Lidar com a notícia de centenas de mortes por dia e ver as imagens chocantes de abertura de covas e caixões saindo das portas dos hospitais, além da repetição de uma série de cuidados preventivos, não era algo amistoso.

A imprensa esteve, por alguns meses, entre o limiar de fornecer as informações necessárias para o período delicado e ter a sensibilidade de não criar pânico, com alarmismos. Acertamos muitas vezes, erramos em outras tantas.

Acertamos quando divulgamos os números de casos e mortes (impactantes, mas necessários); quando interpretamos os dados divulgados, e não apenas publicamos sem contexto; quando nos preocupamos em focar no Ceará, mas alertar para o resto do País; quando expomos a situação dos hospitais e profissionais da saúde, que precisaram de uma atenção especial; quando contamos as histórias das pessoas. Jornalismo é isto - contar histórias.

Acertamos quando passamos a estudar mais as pesquisas e a interpretá-las, chamando a atenção para o jornalismo científico. A ciência, que tem estado no centro das discussões públicas, necessita do jornalismo para chegar de forma didática ao público. Temos mostrado que/como isso é possível.

O Jornalismo acerta, sobretudo, quando intensifica seu papel de combate à desinformação. A pandemia ratifica que, entre as principais dificuldades para combater as notícias fraudulentas, estão a velocidade com que elas se alastram, a disseminação dessas mentiras nas redes sociais e as formas de controle ainda frágeis. Quando o Jornalismo apura com precisão, checa e mostra o certo, não há como refutar.

Erramos, entretanto, quando demos espaço demais à politização do assunto, em detrimento do cuidado com a saúde pública; quando intensificamos o sensacionalismo desmedido em torno de um assunto já tão apelativo, seja por meio de títulos, seja pela repetição demasiada de fotos violentas; quando demoramos a desmentir os boatos que corriam pelas redes sociais (do chá que cura a Covid ao alho que previne), por exemplo.

O secretário estadual da Saúde, Dr. Cabeto, em entrevista publicada no O POVO (15/9/2020), comentou sobre erros e acertos: “O que poderíamos ter feito melhor? O mundo inteiro tem que reconhecer que desconhecia muita coisa da pandemia. (...) A forma de comunicação inicial. O mundo inteiro pautou uma coisa chamada: "não vá ao hospital, espere ter falta de ar". Acho que o mundo errou".

Lidar com erros e acertos exige de todos nós um esforço bem maior para aprender com todos eles, principalmente quando há vidas envolvidas. Para o Jornalismo, que lida com educação do público, é preciso nunca esquecer a força que tem no combate à desinformação no meio de uma pandemia.

Fonte: Publicado In: O Povo, Ombudsman, de 4/10/20. p.27.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

UECE EM SEUS 25 ANOS DE SEMANA UNIVERSITÁRIA

Por Josete de Oliveira Castelo Branco Sales (*)

Começou mais uma edição do maior evento científico e cultural da Universidade Estadual do Ceará. No ano em que comemora seus 45 anos, a Uece também celebra a 25ª edição de sua grande festa acadêmica: a Semana Universitária.

Neste ano, o evento será realizado de 23 a 27 de novembro, totalmente online, em virtude das restrições para controle da pandemia do Novo Coronavírus. Com o formato inédito virtual, acreditamos no maior envolvimento de todos que fazem a Uece e a comunidade em geral.

A SU 2020 é formada por 13 eventos, 167 minicursos - com 7.140 vagas ofertadas e integralmente preenchidas -, além de mesas-redondas, palestras, exposições, apresentação de trabalhos e muita programação artística e cultural. Entre os diversos temas a serem abordados, assuntos atuais e de suma importância serão discutidos, como "Pesquisa e produção de dados em tempos de pandemia" e "Apoio social no meio acadêmico".

Um evento grande, em números e importância, não só como espaço de compartilhamento e discussão de pesquisas, projetos de ensino e extensão e de ações culturais, mas sobretudo como oportunidade de ampliação das redes de parcerias internas e externas para produção de novos saberes e experiências. Reconhecemos ainda a SU como oportunidade de encontro, da confraternização, do fortalecimento do sentimento de pertencimento à Uece.

Com o tema "Universidade, Ciência e Arte: produção de saberes a serviço da vida e da sociedade", discutiremos o papel da universidade em geral, e da Uece em participar, na geração do conhecimento para construção de uma sociedade mais justa, saudável, humana e sustentável.

Com programação principal transmitida pelo canal @UeceOficial no YouTube, o evento é aberto pelo ex-reitor Jackson Sampaio, que nos encanta, como sempre faz, com sua cultura e inteligência; e encerrado, no dia 27, pelo secretário de Cultura do Ceará, Fabiano Piúba, reforçando o papel da cultura, especialmente em momento como o que vivemos.

Um evento que ajuda a mostrar um pouco do que a Uece produz e, acima de tudo, o que ela é - grande e valoroso patrimônio do povo cearense. 

(*) Doutora em Educação e reitora interina da Uece.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 24/11/20. Opinião, p.18.

SÃO PIO DE PIETRELCINA, NOSSO INTERCESSOR

Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)

São Pio de Pietrelcina, um santo da atualidade. Lembro que a devoção a um santo tem o propósito de aprendermos como ele respondeu ao chamado, como seguiu Jesus e, a partir disso, aprendermos a lidar com as nossas próprias inquietações.

Conhecer mais a vida de São Pio e falar sobre ele edifica minha fé. Se muitos se surpreendem quando digo que entrei no seminário com 11 anos, imaginem São Pio que com apenas cinco anos recebeu a vocação.

Quando perguntaram a ele porque se recolhia em oração e não brincava com as outras crianças, respondeu que era porque elas blasfemavam muito. Às vezes é necessário aprender com uma criança que nem todo lugar, nem todas as conversas, nem todas as pessoas nos convém, quando estas ferem a Deus.

Aos 16 anos entrou como noviço na Ordem dos Frades Menores em Morcone, depois de quatro anos fez a profissão solene. Chegou a ser ordenado precocemente porque temia morrer a qualquer momento. Depois de seis anos, teve uma melhora e foi transferido para o convento Santa Maria das Graças, em San Giovanni Rotondo, lugarejo pobre da Itália que se transformou em um pedacinho do céu. Isso comprova que onde Deus nos quer e nos coloca, é ali que temos que servir e gerar frutos para o Reino.

Primeiro foi agraciado com os estigmas invisíveis e depois recebeu os visíveis, da crucifixão de Jesus, que permaneceram nele por mais de 50 anos. Houve denúncias equivocadas, sofreu com a invidia clericalis (a inveja entre os clérigos), disseram que ele fazia suas próprias feridas. Foram anos de perseguição. Ele foi proibido de rezar missas públicas e de atender confissões. Mas, no lugar de se revoltar, ele disse: "A Igreja é uma mãe à qual é preciso amar, e mais ainda quando nos pune".

Todos nós fomos marcados pelo sofrimento da crise gerada pela pandemia, estamos tentando seguir em frente e nos tornar pessoas melhores. Então, peguemos algum exemplo de São Pio para nossa vida espiritual. Peçamos que ele interceda junto a Jesus das Santas Chagas para que as nossas chagas sejam curadas no Senhor e para que as graças que necessitamos e não conseguimos, por tão grande intercessor, sejam derramadas sobre nós.

(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).

Fonte: O Povo, de 26/9/2020. Opinião. p.16.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

EDUCAÇÃO

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Concordamos que a educação deve ser proporcionada a todos por constituir um direito e uma condição para o pleno desenvolvimento da pessoa humana. Além de constituir um direito, a educação também é um dos principais fatores, senão o mais importante, do desenvolvimento dos países. É fundamental que as nações entendam, em primeiro lugar, que a educação não constitui um gasto, mas um investimento. Em segundo lugar, este é um investimento de médio e longo prazo que deve expressar o compromisso de gerações e ser elevado a um projeto do Estado Democrático, para além das divergências partidárias das forças políticas que momentaneamente ocupam os papéis de governo e oposição, ou seja, a educação não deve ser um programa de Governo, mas de Estado. Ademais, deve-se buscar a articulação dos diversos atores sociais, somando esforços de governos, setores empresariais e trabalhistas e da sociedade em geral. Há uma evidente correlação entre os níveis educacionais, cognitivos e comportamentais, das populações e o desenvolvi mento dos países. Não basta acompanhar as transformações, há que se ter a capacidade de antecipá-las. Daí a necessidade da educação ao longo de toda a vida. Desta forma, o desenvolvimento passa a ser orientado a uma finalidade: o bem-estar humano. No Brasil, por exemplo, há um grande consenso em prol da educação quando se analisam os discursos das mais diversas lideranças políticas. A sociedade requer que os desafios colocados na educação sejam enfrentados com mais disposição, com ética, com melhor qualidade e com mais recursos financeiros. Resta, pois, o passo mais difícil - transformar a retórica em ações concretas e priorizar os investimentos na educação, nas múltiplas dimensões do acesso, da equidade e da qualidade. Este será o caminho do desenvolvimento democrático e equilibrado, com distribuição de renda.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 30/10/2020.

domingo, 22 de novembro de 2020

CRONOLOGIA DO DR. LUIZ CARLOS DA SILVA

ANOS e MARCOS FAMILIARES E JURÍDICOS

1918 Nasce no Distrito de Acarape, em Redenção, em 28/01.

1931 Conclui o curso Primário em Redenção.

1932-34 Trabalha na lavra da terra, no Sítio Pau Branco, em Acarape.

1935-39 Cursa o Seriado no Colégio Cearense Sagrado Coração.

1938-40 Cursa Contabilidade na Escola de Comércio Pe. Champagnat.

1941-42 Ensina Contabilidade na Escola de Comércio Pe. Champagnat.

1941-42 Cursa o Pré-Jurídico no Liceu do Ceará.

1943 É aprovado no vestibular de Direito.

1943-47 Cursa Direito na Faculdade de Direito do Ceará.

1947 Casa-se com Elda Gurgel Coelho, em Fortaleza, em 14/08.

1947 Forma-se em Direito em 8/12.

1948 Inscreve-se na Seção Ceará da Ordem dos Advogados do Brasil, sob o nº 546.

1948 Nasce Paulo, o primogênito, em 6/06, dando início a prole de 13 filhos.

1972 Participa do Jubileu de Prata da formatura da sua turma de Direito.

1976 Seu filho Sérgio conclui Direito na UFC.

1984 Seu filho José conclui Direito na URCA.

1990 Sua filha Magna conclui Direito na UNIFOR.

1997 Participa do Jubileu de Ouro da formatura da sua turma de Direito.

1998 É homenageado no livro “Anos Dourados do Otávio Bonfim” – primeira edição.

2000 Falece (20/11) em Fortaleza, aos 82 anos de idade.

2002 Dá o nome ao Centro de Estudos de Direito do Trabalho no Forum Autran Nunes.

2002 A Assembleia Legislativa do Ceará presta-lhe homenagem (in memoriam).

2005 Seu filho Luciano conclui Direito na UNIFOR.

2008 Lançamento de livro comemorativo dos seus 90 anos.

2015 É homenageado no I Encontro da Juventude do Otávio Bonfim.

2017 Confere a Patronímica da Cadeira 22 da Academia Cearense de Direito.

2017 É homenageado no livro “Anos Dourados do Otávio Bonfim” – segunda edição.

2018 Lançamento de livro comemorativo dos seus 100 anos de nascimento.

2018 A Assembleia Legislativa do Ceará realiza Sessão Solene alusiva ao seu centenário de nascimento (14/08).

2000 Família recorda os 20 anos da sua partida deste mundo menor.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Filho de Luiz Carlos da Silva

OBRAS QUE FALAM DO DR. LUIZ CARLOS DA SILVA

Livros

MORAES, Vicente de Paula Falcão. Anos Dourados em Otávio Bonfim: à memória de Frei Teodoro. Fortaleza: Edições Iuris, 1998.

MORAES, Vicente de Paula Falcão. Anos Dourados em Otávio Bonfim: à memória de Frei Teodoro (2ª edição): Fortaleza, IURIS, 2017. 320p.

OLIVEIRA, Elsie Studart Gurgel de. Sacoletras: um sacolão de consoantes, vogais, pontos, vírgulas e .... . Fortaleza: Expressão, 2010. 220p.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da; ADEODATO, Márcia Gurgel Carlos (org.). Dos canaviais aos tribunais: a vida de Luiz Carlos da Silva. Fortaleza: Edições UECE, 2008. 192p.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da; SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. (org.). Luiz, mais Luiz! Centenário de nascimento de Luiz Carlos da Silva. Fortaleza: Edição do Autor, 2018. 136p.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Otávio Bonfim, das dores e dos amores: sob o olhar de uma família. Fortaleza: Edições UECE, 2008. 144p.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Portal de memórias: Paulo Gurgel, um médico de letras. Fortaleza: Edição do Autor, 2011. 200p.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Refazendo o caminho: passado e presente de uma família. Fortaleza: Edição do autor, 2012. 144p.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Tempos de guerra e de paz: ensaios da vida. Fortaleza: Editora da UECE, 2010. 160p.

Artigos

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Missiva ao meu pai, nos três anos de sua ausência. O Povo. Fortaleza, 11 de janeiro de 2004. Jornal do Leitor. p.1.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Professor Luiz Carlos. O Povo. Fortaleza, 19 de novembro de 2006. Jornal do Leitor. p.3.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. O contador Luiz Carlos da Silva. O Povo. Fortaleza, 2 de agosto de 2008. Jornal do Leitor. p.2.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Luiz Carlos da Silva: dez anos de saudades. O Povo. Fortaleza, 20 de novembro de 2010. Jornal do Leitor. p.2.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Em honra aos pais. Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 9(73): 4-5, agosto de 2013.

SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Eclesiástico para honrar os pais. Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 14(110): 2-3, julho de 2018.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Filho de Luiz Carlos da Silva

 

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