sábado, 30 de setembro de 2017

Mais “Máximas e Mínimas” do Barão de Itararé! I


Apparício Torelly, (o "Barão de Itararé), que também usou o pseudônimo de “Apporelly”, era gaúcho de Rio Grande, nascido em 29/01/1895. Estudou medicina, sem chegar a terminar o curso, e já era conhecido quando veio para o Rio fazer parte do jornal O Globo, e depois de A Manhã, de Mário Rodrigues, um temido e desabusado panfletário. Logo depois lançou um jornal autônomo, com o nome de “A Manha”. Teve tanto sucesso que seu jornal sobreviveu ao que parodiava. Editou, também, o “Almanhaque — o Almanaque d'A Manha”. Faleceu no Rio de Janeiro em 27/11/71. O “herói de dois séculos”, como se intitulava, é um dos maiores nomes do humorismo nacional.
1. Deus dá peneira a quem não tem farinha.
2. Testamento de pobre se escreve na unha.
3. Tempo é dinheiro. Vamos, então, fazer a experiência de pagar as nossas dívidas com o tempo.
4. Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.
5. O fígado faz muito mal à bebida.
6. O casamento é uma tragédia em dois atos: um civil e um religioso.
Fonte: Extraído do livro “Máximas e Mínimas do Barão de Itararé”. Rio de Janeiro: Record, 1985. (Coletânea organizada por Afonso Félix de Sousa).

Como uma história de amor sobreviveu ao Holocausto: "Queríamos estar juntos"


Rosa e Isaac Blum, que se apaixonaram há 75 anos, em sua casa no Brooklyn, Nova York
Por Corey Kilgannon / Joshua Bright (fotos)/The New York Times
No Dia dos Namorados [nos EUA 14 de fevereiro, o Dia de São Valentim], os casais muitas vezes se lembram do momento exato em que souberam que continuariam juntos --durante as férias, em um jantar elegante ou, talvez, ao conhecer seus futuros sogros.
Para Isaac e Rosa Blum, que começaram a namorar na adolescência, 75 anos atrás, em um gueto polonês, esse momento foi quando eles e milhares de outros judeus aterrorizados eram levados para um campo da morte por soldados nazistas.
"Eu a vi andando na minha frente", lembra Blum. "Aproximei-me do alemão e disse: 'Essa é minha irmã', apesar de ela ser minha namorada."
Milagrosamente, ambos foram retirados da fila e conseguiram sobreviver ao Holocausto trabalhando como escravos em uma fábrica de munições. Em comparação, os 70 anos seguintes foram uma brincadeira, disse o casal na segunda-feira (13/02/17) em sua casa de dois andares no Brooklyn.
Ele tem 94 anos e ela, um a menos. Solicitados a contar sua longa história de amor, eles comentaram que seria absurdo envolver um romance incubado no inferno do Holocausto nos enfeites dourados do Dia dos Namorados.
"É uma história misturada, você não vai conseguir juntar os pedaços", disse Blum, enquanto admitia que sim, foi um amor jovem e ousado que o levou a enfrentar um guarda nazista e salvar sua amada do envio ao campo da morte de Treblinka.
Um casamento apressado se seguiu, e então uma lua-de-mel horrível: olhares furtivos e breves conversas sob a vigilância rígida de guardas armados.

Retrato de Isaac e Rosa Blum quando eles tinham cerca de 30 anos de idade e viviam na Argentina
Em 1941, os nazistas tinham ocupado a cidade polonesa de Czestochowa e estabelecido um gueto com cerca de 45 mil judeus. Foi nesse ambiente sombrio que os dois se conheceram, flertaram, se reuniram com amigos, tocaram discos e dançaram juntos.
 
No outono de 1942 --ele tinha 17 anos e ela 16--, os nazistas estavam reunindo os judeus para o extermínio. Blum foi retirado da fila para trabalhar na fábrica, enquanto sua família foi empurrada na direção dos trens que iam para Treblinka. Ele nunca mais os viu.
Naquele momento caótico e terrível, ele avistou Rosa, corajosamente abordou um oficial nazista e tentou salvar a adolescente que caminhava à frente com sua família. O soldado nazista a agarrou e perguntou se era irmã de Isaac, como ele afirmava. Ela disse que sim.
"Eu era jovem e forte, boa para trabalhar", disse Rosa. "Ele disse: 'Venha comigo' e eu fui tirada da fila."
As memórias continuam vívidas e amargas hoje, mas o lado positivo é que eles ainda têm um ao outro para envelhecer juntos, vivendo quase de forma independente e cuidando um do outro.
Ele a chama por um nome carinhoso em polonês que significa "velha". Ela o chama simplesmente de Blum e faz suas sopas favoritas todos os dias.
Isaac Blum é um sujeito sério, que considera ficar de mãos dadas uma tolice e, verdade seja dita, não vê significado no Dia dos Namorados.
"Ele não é muito romântico", disse Rosa, mas sua dedicação se revela nos pequenos presentes e em gestos carinhosos quase a contragosto.
"Temos um ponto de vista muito diferente, mas de alguma forma sobrevivemos", disse ela. "O que nos mantém juntos são as brigas. Esse é o cimento de um casamento."
"Eu o amo apesar de todos os seus defeitos", disse Rosa. "Não é tão fácil, mas eu não o trocaria por ninguém."
Os dois são espertos e ativos física e socialmente, mesmo que não sejam mais os jovens valentes que foram escolhidos para trabalhar para os nazistas.
Com suas famílias enviadas à morte, eles foram colocados em um gueto menor com cerca de 5.000 judeus. A mentira sobre serem irmãos fora esquecida, e eles obtiveram uma licença de casamento para que pudessem morar por um curto tempo em uma residência para casais, antes de serem separados em barracões diferentes no local da fábrica, que era patrulhada por guardas armados.
Isaac e Rosa Blum em sua casa no Brooklyn, Nova York
Eles trabalhavam muitas horas, ela como soldadora e ele como eletricista, o que lhe dava a oportunidade de se aproximar do local de trabalho de Rosa e trocar olhares disfarçados. Eles adoravam os poucos minutos de contato durante o "chamado almoço", lembra Rosa.
"Não sabíamos se iríamos viver, e queríamos estar juntos", disse ele.
Quando se soube que a maioria dos judeus estava sendo assassinada nos campos da morte, eles ficaram incrédulos e se consideraram felizes apesar do sofrimento.
"Não sabíamos que se podiam construir fábricas para matar pessoas", disse Isaac Blum. "Não queríamos acreditar nisso."
Enquanto Rosa Blum preparava o almoço para seu marido na segunda-feira, ela contou que ainda tem pesadelos sobre os horrores, que incluíam ser revistada nua com um grupo de mulheres enquanto soldados alemães observavam e riam. E ela esteve em um pavilhão médico depois de ser empurrada em uma escada por um nazista. Ali encontrou uma jovem judia que tentou esconder que estava grávida. Enfermeiras judias afogaram o bebê em um balde, temendo que o choro do bebê condenasse a todas.
Depois de ser libertados pelos Aliados perto do fim da guerra, em 1945, o casal ficou em um campo de pessoas deslocadas e se casou pela segunda vez, diante de uma autoridade da Áustria, com alianças emprestadas.
Pouco depois, eles conseguiram fazer suas alianças com uma moeda de prata que esconderam durante meses. As duas alianças se gastaram ao longo dos anos e os Blum nunca as substituíram.
Eles se mudaram para a Argentina e se casaram pela terceira vez, em uma cerimônia mais apropriada. Tiveram dois filhos e mudaram-se em 1963 para Nova York, onde Isaac Blum abriu um negócio de casacos de pele. Rosa fazia a maior parte do trabalho manual.
Eles se mantêm ocupados em parte com os programas para sobreviventes do Holocausto oferecidos pelos Selfhelp Community Services, que é financiado em parte pela UJA-Federation de Nova York.
Refletindo sobre por que arriscou a vida ao se aproximar do soldado nazista naquele dia em 1942, Isaac Blum disse simplesmente: "Eu queria ficar com ela".
Então Rosa Blum olhou com adoração para seu salvador nada romântico de 94 anos e disse: "Eles poderiam tê-lo matado ali mesmo, mas ele me amava e queria ficar comigo".
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Fonte: The New York Times, de 15/02/2017. Fotos Pin it.
 
 

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

APATIA


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Em meados da década de 80 do século passado, tive a oportunidade de participar, como governador do Estado do Ceará, do processo de redemocratização do Brasil, ao lado de proeminentes figuras políticas como Aureliano Chaves, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Marco Maciel, Franco Montoro, dentre outros. De forma pacífica e objetiva era desenvolvido um trabalho sério, baseado em propostas, políticas, econômicas e sociais, aceitas pela grande maioria do povo. De início, eleições diretas para presidente da República. Sem êxito, procurou-se em seguida a forma indireta, com base no Colégio Eleitoral, elegendo-se o Dr. Tancredo Neves. Naquela época havia na sociedade brasileira um clima de euforia e participação que deram à eleição presidencial um “sabor” e caráter de direta. Começava a redemocratização do Brasil. Dando-se um salto de aproximadamente 30 anos na história, vários fatos neste período ocorreram. Hoje, ano de 2017, a euforia anterior transformou-se em apatia ou depressão cívica, como costumo chamar. Tal fenômeno não foi consequência da democracia, vale ressaltar, mas das ações de certos segmentos da população, principalmente, da classe política. Alguns itens podem ser mencionados como causadores da atual situação: dificuldades relacionadas, notadamente, aos artigos 2º e 5º da Carta Magna; à implantação da reeleição; ao foro privilegiado; à endêmica e sistêmica corrupção; aos baixos níveis educacionais; em meio a outros. Todavia, mesmo diante deste quadro, não se deve perder a esperança. É preferível uma frágil democracia a qualquer tipo de ditadura, considerando-se uma visão estratégica e de justiça.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 30/6/2017.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Homem é preso por dever pensão alimentícia a si mesmo no DF


Por Wanderley Preite Sobrinho
Um auxiliar de limpeza no Distrito Federal só conseguiu deixar a cadeia após ação da Defensoria Pública. O homem ficou preso por 16 dias por dever pensão alimentícia a si mesmo. O rapaz de 34 anos, cuja identidade é preservada por segredo de Justiça, só poderia sair da cadeia se depositasse a quantia na própria conta bancária.
O defensor público Werner Rech contou ao UOL que o homem ficou preso por 16 dias até que a Defensoria ficasse sabendo de seu caso em uma das visitas que realiza à carceragem. Ele explica que o auxiliar acabou na cadeia em agosto graças a um processo movido pela mãe do garoto em 2015.
Na época, a mulher cobrou na Justiça o equivalente a meio salário-mínimo - hoje em R$ 937 - pelo período de dois meses em que o rapaz esteve desempregado e não pôde pagar a pensão. Mas 60 dias depois de abrir o processo, ela morreu. A partir de então, o menino passou a morar na casa de vizinhos em Minas Gerais.
Ao ficar sabendo do falecimento pela atual mulher, o auxiliar buscou o garoto, que não via há 13 anos e meio. Mãe e filho haviam deixado Brasília para morar em Minas Gerais em 2003, quando a criança tinha um ano e meio.
De acordo com o defensor, o pai chegou a receber intimação da Justiça, mas achou que fosse trote porque seu filho já morava com ele. Em agosto, no entanto, a polícia o prendeu na região administrativa de Sobradinho.
Para reverter a pena, a Defensoria apresentou à comarca de Minas a certidão de óbito da mãe e o comprovante de escolaridade do garoto. Segundo o defensor, a contradição começou no momento da execução da sentença: não havia conta para depósito porque quem ajuizou a ação tinha morrido e o sentenciado não poderia pagar em juízo porque teria de fazê-lo para si próprio.
Para Rech, o caso revela como a Justiça ainda acredita que a cadeia "é remédio para qualquer situação". "Os instrumentos judiciais são a penhora ou a prisão. O que acontece é que as causas para o débito não são muito bem esclarecidas em juízo, e uma prisão deveria ser estudada melhor para que o encarceramento não seja uma solução para tudo no país."
Ele lembra que, desde maio de 2016, mudanças no Código de Processo Civil sugerem que se penhore até 50% do salário do devedor da pensão para garantir o sustento da criança.
Por ter sofrido constrangimento por uma prisão injusta, o homem pode pedir uma indenização ao Estado. "O STF já julgou um caso precedente sobre danos morais por superlotação [em cadeia]. Em outros julgamentos, a prisão injusta também acarretou dano moral."
Para Rech, essa ferramenta judicial pode servir de "um meio para fazer o Estado pensar um pouco mais antes de determinar uma prisão civil, que deveria ser leve, branda".
Fonte: UOL de 27/09/2017.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

BARBA


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Barba são os pelos que crescem no queixo, nas faces e na frente do pescoço do homem. O estudo da barba é chamado de Pogonologia.
O costume de preservar ou retirar os pelos da face, mais do que um indicador de um hábito corriqueiro, abre caminhos para que compreendamos as diferenças socioculturais, entre as classes sociais dos mais diversos povos.
Na era Paleolítica (da Pedra Lascada), 40 mil anos atrás, os homens da caverna descobriram como raspar os pelos do rosto utilizando lascas de pedra amoladas. Apareceram, assim, os primeiros sinais de vaidade masculina, expressas nas pinturas rupestres, apresentando homens com barba e homens sem ela. Foram encontrados silexes afiados e conchas marinhas que representaram, certamente, as primeiras lâminas de barbear.
No Egito Antigo, os membros da nobreza cultivavam a barba como um sinal de status - os senadores de Roma são exemplos disso - enquanto, os da classe sacerdotal, optavam por uma total depilação dos pelos para se distanciar dos animais.
As estátuas dos filósofos gregos, em geral, são acompanhadas de figuras com fartas barbas. Dizem que Alexandre, o Grande, proibia o uso da barba entre seus soldados, pois a mesma trazia desvantagens às suas tropas em caso de batalha corpo a corpo, costume adotado pela soldadesca romana. Raspar os pelos e a barba era permitido ao futuro cidadão romano, só após a puberdade, como um rito de passagem. Ali surgiu o creme de barbear (à base de óleo de oliva) visando tornar esta prática diuturna e menos dolorosa.
Na Idade Média, com a cisma da Igreja, os sacerdotes do rito Greco Ortodoxo deixaram crescer enormes barbas, enquanto os padres da Igreja de Roma a raspavam, para não serem confundidos com cristãos dos ritos orientais e, muito menos, com judeus ou muçulmanos.
Além disso, o uso do bigode gerava bastante polêmica entre os cristãos medievais, pois estes eram ostentados pelas levas de bárbaros germânicos que invadiam o claudicante Império Romano. Fato semelhante acontece, hoje, nos Estados Unidos da América do Norte, em relação aos imigrantes hispânicos.
Quanto a deixar a barba crescer ou não, nos últimos séculos, na Europa, o hábito passou a fazer parte da vaidade masculina. Surgiram novos tipos de navalhas - artefatos dos mais estranhos – que foram sendo aperfeiçoadas do século XVIII em diante, e que se perpetuam, até hoje, sem se encontrar uma que seja completamente indolor, mesmo em nossa era eletroeletrônica.
A invenção dos irmãos Kampfe (americanos), e suas navalhas em T, influenciaram o caixeiro-viajante King Camp Gillette que, com o auxílio de Willian Nickerson (um engenheiro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts), criaram uma nova marca de lâmina, e barbeadores largamente utilizados por homens e mulheres das várias partes do planeta.
Durante o século XX, esse quadro mudou: apresentar um rosto lisinho virou sinônimo de civilidade e higiene, ao passo que os barbudos eram considerados anti-higiênicos. Foi nas décadas de 1970 e 1980, que, cavanhaques e bigodes começaram a virar uma febre entre os homossexuais norte-americanos.
Nos dias atuais, a barba está associada aos temíveis terroristas do Islã ou a pessoas com um visual alternativo. Mesmo sem indicar, obrigatoriamente, um determinado comportamento ou opção, a barba revela como as diferentes culturas salientam seus valores de unidade e diferença. Sigmund Freud, ele mesmo, autor do livro 'Preconceito das Pequenas Diferenças', passou a ser um cultivador deste fânero facial, após a fama. No Brasil, após a subida de Lula, voltou a moda da barba como símbolo de Poder. É possível perceber que tudo é questão de moda!
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES). Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).

terça-feira, 26 de setembro de 2017

O QUE CHAMAMOS DE INOVAÇÃO?


Por José Jackson Coelho Sampaio (*)
Em seus milênios de história, a humanidade desenvolveu senso comum, religião, arte, filosofia e ciência, para apoiar inovações e aperfeiçoamentos em campos hoje denominados de consciência, ética, estética, técnica e política. A codificação de conhecimentos para preservar identidades e a liberdade inventiva para enfrentar novos problemas estão no cerne da história humana.
Então, o que chamamos inovação hoje em dia? O que invocamos, de modo até fetichista, pelo uso da palavra inovação? Talvez possamos, sucintamente, esboçar um quadro compreensivo, a partir da ideia de inovação como cultura, que toma forma no nascer da Ciência, em luta contra a hegemonia especulativa que esterilizava a Filosofia, ao longo dos séculos XV/XVI.
Se inovação é cultura, inscrita no DNA da Ciência, de qual inovação falamos? Um quadro didático pode nos ajudar. Imaginem as rubricas “destino”, na vertical, e “natureza”, na horizontal. Duas entradas verticais indicariam “foco no universal” e “foco no mercado”: a primeira voltada para o apoio desinteressado à humanidade, mediada por artigos e periódicos livres; a segunda voltada para negócios e empregos, mediada por proteções e patentes.
Agora observemos duas entradas horizontais indicando “soft relacional” e “hard processual”: a primeira indicando apoio às superestruturas sociais, pela evolução de dispositivos e arranjos políticos, gerenciais e organizacionais; a segunda indicando arranjos econômicos, agregação de valor e diferencial competitivo/lucrativo.
Portanto, a parte que estamos fetichizando como o todo é a inovação cujo destino é o mercado e a natureza é hard processual. Mas, lembre-se, o Parlamento é uma inovação cujo destino é a humanidade, com natureza soft processual. O que podemos fazer para aperfeiçoá-lo, mesmo contrariando corporações e corporativos? E o que podemos fazer, munidos dos dispositivos éticos, para apoiar empresas e empresários, fomentando emprego e renda, também imposto para o poder público aplicar em políticas sociais?
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado. In: O Povo, Opinião, de 8/8/17. p.10.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

UM ALERTA (Depressão e Suicídio entre Médicos Estagiários e Residentes)


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
As organizações nacionais (dos Estados Unidos) deverão abordar a saúde mental dos residentes e bolsistas, propondo estratégias para a educação integral, rastreio e tratamento destas nosologias psíquicas.
Nos primeiros dois meses do ano letivo 2014-2015, ocorreram dois suicídios de jovens médicos residentes, na cidade de Nova York.
Em resposta a essa ocorrência, um estagiário da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale escreveu um artigo de opinião no New York Times, destacando a ligação entre a formação médica e o isolamento, depressão e suicídio, principalmente entre os recém-formados.
Para aqueles que não sabem: suicídio entre os médicos é uma ocorrência comum. Segundo a Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio, 300 a 400 médicos cometem suicídio a cada ano, cerca de 1 médico por dia. A formação médica envolve inúmeros fatores de risco para a doença/distúrbios mentais, tais como transição de papéis, diminuição do sono, traumas, mortes, doenças, tragédias e muitos outros acontecimentos inerentes à sua vida profissional.
A “deslocalização” aumenta a sensação de isolamento e falta de apoio, e é fato berrante para esses jovens doutores e doutoras jogadas em ambulatórios onde o diabo perdeu as botas. Um conjunto de testes demonstrou que a residência médica, os estágios, e outras formas de treinamento médico, são de alto risco no que concerne a depressão e pensamentos suicidas.
Muitos programas de treinamento não têm sido capazes de identificar e fornecer tratamento, de forma sistemática, para estes residentes, bolsistas, estagiários.
As organizações nacionais americanas, como o Conselho de Avaliação da Educação Médica Superior (ACGME), tentam, sem muito sucesso, abordar a saúde mental dos residentes e bolsistas, propondo estratégias de educação integral, rastreio e tratamento.
Conferir: Matthew L. Goldman, MD, MS 1; Ravi N. Shah, MD 2; Carol A. Bernstein, MD 3 1 Departamento de Psiquiatria da Columbia University Medical Center, New York, New York 2 Instituto New York State Psychiatric, New York 3 Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York.
O que dizer dos nossos recém-formados desassistidos, jogados em locais isolados, sem orientação, sem apoio, que atendem ao programa Mais Médico para se credenciarem, no ano seguinte ao de sua formatura, a um Novo e Mais Difícil Vestibular, apenas para conseguir talvez (?), maior chance de cursar uma residência médica credenciada, obrigação imposta a eles por quem se arvorou em abrir um novo “enxame” de Escolas Médicas?
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES). Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).

domingo, 24 de setembro de 2017

SILVA E BETH


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Ciúme é um estado emocional que, ao longo do tempo, vem sendo estudado por psicólogos, psiquiatras e cientistas objetivando encontrar soluções para esse cruel sentimento. Surge, com maior frequência, no relacionamento entre um homem e uma mulher. Tal comportamento ocorre, em maior escala, pela falta de confiança, pelo desejo de exclusividade e pelo binômio vaidade e inveja. As crises geradas, várias vezes, conduzem a desfechos tristes e covardes. Eis, pois, a estória ficcional de Silva e Beth. Rapaz rico, boa aparência, com curso superior, porém possuidor de temperamento instável. Já Beth, universitária, de classe média, secretária de Silva na sua empresa de informática, era uma moça bela e charmosa. Logo aconteceu um namoro apaixonado entre os dois jovens. Passaram-se alguns meses, o casal resolveu contrair núpcias. Ocorreu o enlace matrimonial, sem proporcionar satisfação à família de Silva. No entanto, viveram felizes e sonhavam com o futuro. Depois de algum tempo, as intrigas e discussões domésticas começaram a surgir. Beth, não mais suportava, saiu de casa e logo conseguiu outro amigo. O jovem entrou numa crise de depressão motivada pelo ciúme que tinha da bonita Beth. Não se conformava com a atitude de sua ex-mulher. Tentou suicídio, ingerindo muitos comprimidos de um remédio antidepressivo. Beth, arrependida, entrou em processo acelerado de desequilíbrio psíquico, chorou copiosamente pelo que aconteceu. No estilo “rodriguiano”, foi à casa de Silva, deu-lhe dois tiros mortais, e em seguida fez um disparo fatal em sua cabeça. Infelizmente, às vezes, a vida é assim.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 23/6/2017.

OPÇÃO


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Observando-se o pensamento de filósofos clássicos, neoclássicos e modernos, nota-se uma preocupação com a verdade e a existência. Por isso, muitos deles foram formadores de Escolas que serviram e ainda servem de orientação às pessoas e, principalmente, às lideranças. Apesar das controvérsias, todos buscaram formas para justificar, de acordo com suas teses e convicções, o sentido da vida, da moral, da ética, da justiça, etc. Ademais, sempre é importante entender que a política é dinâmica, conforme o Estado e Governo, já a ética é permanente. Diante desta linha de raciocínio, para reflexão do leitor, segue um poema/prosa intitulado “Opção”. Para exercer funções públicas é fundamental: pensar no povo e não no poder; defender a liberdade; cumprir as Leis; definir as diretrizes básicas; executar as políticas prioritárias; evitar a corrupção e a demagogia; fugir da fisiologia e do tráfico de influência; ouvir as verdadeiras e sinceras avaliações; desprezar os gananciosos e aduladores; buscar a paz e a justiça; aplicar com honestidade o dinheiro público; beneficiar a população e não os áulicos; estimular, com destaque, a educação; condenar qualquer discriminação; obedecer a consciência crítica; ler mais os poetas e menos os “marqueteiros”.// Será uma utopia? Espero que não. Na democracia o povo vigia. Para o bem da nação. Assim, o povo deve preservar os princípios democráticos, baseados num sistema de instituições construídas na expectativa de garantir a representatividade e a legalidade das decisões políticas. Vale lembrar Luther King; “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 16/6/2017.

sábado, 23 de setembro de 2017

Posse de Ricardo Pereira e Paulo Leitão na Academia Cearense de Medicina


A Academia Cearense de Medicina (ACM) realizou ontem à noite, dia 22/09/17, no Auditório da Reitoria da UFC, a solenidade de posse dos seus novos membros titulares: os Profs. Drs. Ricardo Pereira Silva, cardiologista e professor titular de Cardiologia da Faculdade de Medicina da UFC, e Paulo Roberto Leitão de Vasconcelos, cirurgião, nutrólogo e professor titular de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC, como ocupantes das Cadeiras 19 e 47, respectivamente, patroneadas pelos médicos Jurandir Marães Picanço e Livino Virgínio Pinheiro. A Cadeira 19 foi anteriormente ocupada por Geraldo Wilson da Silveira Gonçalves e a 47 por João Pompeu Lopes Randal. Os novos acadêmicos foram saudados pelo Ac. Janedson Baima Bezerra.
Ac. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro titular da ACM – Cadeira 18

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Setembro/2017


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de SETEMBRO/2017, que será realizada HOJE (23/09/2017), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

POSSE DE NOVOS TITULARES DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA


A Academia Cearense de Medicina realizará, nesta sexta-feira, dia 22/09/17, a solenidade de posse dos seus novos membros titulares: os professores doutores Paulo Roberto Leitão de Vasconcelos, médico especialista em cirurgia e metabologia , e Ricardo Pereira da Silva, médico especialista em cardiologia.
O evento terá lugar no Auditório da Reitoria da UFC, às 20 horas.
Os novéis acadêmicos serão saudados pelo Ac. Janedson Baima Bezerra.
Ac. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro titular da ACM – Cadeira 18

O CAUSO DO ZÉ


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Minhas campanhas políticas para Deputado Federal, foram difíceis e pobres. A equipe de trabalho era constituída pelo gordo motorista Vandir, apelidado de sargento Garcia, e o assessor de “marketing” “para assuntos aleatórios”, Zé Limeira. Este, filho de Quixadá, ex-chefe dos engraxates do antigo Abrigo Central, era conhecido no Ceará por ser apaixonado torcedor do Ferroviário (Ferrim). Zé não sabia ler e nem escrever, porém fez dois livros. O primeiro foi prefaciado por sua amiga, a imortal Rachel de Queiroz, e o outro tive a honra de fazer a apresentação. Pois bem, percorríamos por terra, numa D-20, várias sedes dos municípios do Estado, inclusive muitos povoados. Nossa propaganda eleitoral: santinhos com a oração de São Francisco, de um lado, e do outro a figura do “Padim Ciço”. Além, evidente, de mencionar o que fiz e ainda pretendia fazer pelo povo cearense. Quando o cansaço chegava dormíamos na camionete. Essa luta desigual começava em julho do ano da eleição. Zé Limeira era o grande incentivador. Conquistávamos votos no corpo a corpo, como se dizia, visitando mercados públicos, praças, estabelecimentos comerciais, forrós, quermesses, etc. Campanhas duras, mas honestas. Certa vez, chegamos a um povoado de um município do Sertão Central. Estava em festa. Era época da novena do padroeiro. Fomos participar do bingo de uma porca. Zé Limeira muito entusiasmado teve sorte e “bingou”. Foi buscar o prêmio e lhe entregaram uma porca de bicicleta. Danou-se, fez uma grande confusão. Conclusão: na eleição passada eu havia conseguido 188 votos naquele povoado e na seguinte 26 votos.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 9/6/2017.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

CONVITE: Homenagem Póstuma da Academia Cearense de Letras


O Presidente da Academia Cearense de Letras, Dr. Ubiratan Diniz de Aguiar, convida para a Solenidade em Homenagem Póstuma aos seus acadêmicos centenários: Itamar Espíndola. José Rebouças Macambira, Mozart Soriano Aderaldo e Newton Teófilo Gonçalves.
A memória dos acadêmicos centenários será reverenciada pelo imortal e atual Príncipe dos Poetas Cearenses, o Prof. José Linhares Filho.
Data: 21 de setembro de 2017 (quinta-feira).
Horário: 19 horas.
Local: Academia Cearense de Letras – Rua do Rosário, 1 – Centro - Fortaleza.
Traje: Passeio completo

 

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

CONVITE: Lançamento do livro “O Grande Novo Nordeste de Virgílio Távora”


O Presidente do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), Lúcio Alcântara, convida para o lançamento do livro “O Grande Novo Nordeste de Virgílio Távora”, de autoria do Prof. Pedro Sisnando Leite, sócio do Instituto do Ceará, e editado pela Gráfica do Senado Federal.
Na ocasião serão distribuídos exemplares autografados dessa obra.
Data: 20 de setembro de 2017 (quarta-feira).
Horário: 15h30min.
Local: Instituto do Ceará – Rua Barão do Rio Branco, 1.594 – Praça do Carmo, em Fortaleza-CE.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Médico Dalgimar Beserra de Menezes recebe título de Professor Emérito


O professor mais homenageado pelas turmas da Faculdade de Medicina recebeu, na noite de quinta-feira (14/9/17), no auditório da Reitoria, a mais importante comenda institucional da Universidade Federal do Ceará. O médico patologista e docente Dalgimar Beserra de Menezes é o mais novo Professor Emérito da UFC, título concedido em solenidade que ficou marcada pela irreverência típica do homenageado.
Dalgimarzinho da Gangorra”, como é carinhosamente chamado pelos amigos – apelido em alusão ao distrito de Gangorra, em Itapipoca, onde nasceu – dedicou mais de 40 anos ao ensino médico e à Universidade, mas diz não se considerar um "cientista".
Trabalhei muito com ciência. Mas o que fiz muito foi dar aula. Tenho, talvez, um único mérito, o da disponibilidade de tempo inteiro para os estudantes, o do compromisso com a atividade de ensino até as últimas consequências”, afirmou em seu discurso.
A docência começou a ser exercida desde a época de estudante, quando decidiu dar aulas de inglês no cursinho pré-vestibular XII de Maio, da Faculdade de Medicina, ainda hoje existente.
Ao longo de sua vida acadêmica, sobretudo a partir de 1970, quando foi admitido como professor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da UFC, produziu 106 artigos publicados em periódicos científicos; 40 capítulos de livros publicados; 175 textos em jornais. Tem 109 trabalhos técnicos e 787 produções técnicas diversas, dentre outros feitos. Poeta, possui, ainda, uma centena de inserções literárias, artísticas e culturais.
Reitero, em nenhum momento desempenhei o papel de cientista institucional, embora tenha participado de numerosas pesquisas, com todo o gosto e prazer. Esse modo de ser foi compreendido plenamente pela penúltima turma de Medicina para a qual dei aula, em 2016, que me firmou o diagnóstico de semiautista”, brincou, arrancando risos da plateia.
O Prof. Dalgimar ajudou a fundar o Serviço de Verificação de Óbitos, emprestando seus talentos às autoridades sanitárias, nomeadamente na grande epidemia de dengue, de 1994. Aposentado em 2012, continuou sua batalha na Faculdade de Medicina, no Hospital Geral de Fortaleza e no Conselho Regional de Medicina, onde ocupou diversos cargos, ao longo de 35 anos.
SAUDAÇÕES A solenidade de entrega do título foi conduzida pelo vice-reitor em exercício da Reitoria, Prof. Custódio Almeida. “Dalgimar se constitui, de fato, em modelo para quantos abraçam o ensino superior. É isso o que, na essência, o torna Emérito. O honroso título é concedido àqueles mestres que atingiram alto grau de projeção no exercício da atividade acadêmica. Daí o motivo pelo qual a insígnia reluz com tanto brilho no peito do Prof. Dalgimar”, afirmou o vice-reitor.
O homenageado foi saudado pelo vice-diretor da Faculdade de Medicina e amigo, Prof. Francisco das Chagas de Medeiros. “Este é um reconhecimento da Universidade à contribuição especial que o professor deu e continuará a dar”, disse o docente, que aproveitou seu discurso para destacar algumas marcas da personalidade do amigo.
DISCURSO POLÍTICO Militante político, o Prof. Dalgimar fez parte, “clandestinamente”, segundo ele, de partidos como PCB e PCdoB, não se tendo filiado. Reforçando sua defesa por justiça social, ele encerrou a cerimônia em tom político.
Sempre fiz política, sempre conspirei e muito, e eventualmente cometi erros graves. Vou continuar a fazer política, sempre relacionada, espero, à justiça social, aos direitos humanos, à defesa da diversidade humana, à construção de um Estado de bem-estar social”.
A homenagem foi prestigiada por autoridades universitárias, pelo secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado, Inácio Arruda, por ex-gestores da Saúde do Estado, como o ex-secretário Anastácio Queiroz, dentre outras personalidades.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC, em 15/09/17.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

EDUCAÇÃO


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A educação deve ser proporcionada a todos por ser um direito e uma condição para o pleno desenvolvimento da pessoa humana. Além de constituir um direito, também é um dos principais fatores, senão o mais importante, do desenvolvimento dos países. É fundamental que as nações entendam, em primeiro lugar, que a educação não é um gasto, porém um investimento. Em segundo lugar, é um investimento de longo prazo que deve expressar o compromisso de gerações e ser elevado a um projeto do Estado Democrático, para além das divergências partidárias, ou seja, a educação não deve ser um programa de Governo, mas de Estado. Ademais, deve-se buscar a articulação dos diversos segmentos da sociedade. Há uma evidente correlação entre os níveis educacionais, cognitivos e comportamentais, das populações e o desenvolvimento dos países. E, neste contexto, a educação já não é um meio de atingi-lo, mas um elemento dele constitutivo. Este entendimento levou à adoção da educação como um dos fatores na construção do conhecido IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, que tem orientado as políticas públicas em vários países, sendo importante indicador de avaliação de seus acertos ou insuficiências. Resta, pois, o passo mais difícil – transformar a retórica em ações concretas e priorizar os investimentos na educação, nas múltiplas dimensões do acesso, equidade e qualidade. Eis o caminho do desenvolvimento equilibrado, democrático, justo, com distribuição de renda e participação de todos na riqueza das nações – o verdadeiro desenvolvimento humano.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 2/6/2017.

domingo, 17 de setembro de 2017

ACONTECEU NO SHOW DO U2 EM PORTUGAL


Num concerto da Banda U2 em Lisboa, Portugal, o vocalista Bono pediu silêncio ao público e depois começou a bater palmas, no ritmo da música que os colegas de banda tocavam. Ele foi batendo palmas... a música ficando cada vez mais suave...
Então ele olhou para os músicos e eles também silenciaram. Só as palmas ritmadas do Bono ecoavam pelo estádio lotado. Ele foi se movimentando até o microfone e olhando para as pessoas, todas quietas... Então disse, num tom sério:
- Eu quero que vocês pensem nisso... A cada batida de minhas mãos, uma criança morre na África!
Então ouviu-se a voz de um portuga das arquibancadas, em alto e bom som:
- Ó caralho, então pára de bater palmas, ó filho de uma puta!
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones sem autoria definida).

PREMONIÇÃO


Um homem vai ao quarto de seu filho para dar-lhe boa noite. O garoto está tendo um pesadelo. O pai acorda-o e pergunta-lhe se ele está bem. O filho responde que está com medo porque sonhou que a tia Suzana havia morrido. O pai garante que tia Suzana está muito bem e manda-o de novo para a cama.
No dia seguinte a tia Suzana morre.
Uma semana depois, o homem volta ao quarto de seu filho para dar-lhe boa noite. O garoto está tendo outro pesadelo, e desta vez diz que sonhou que o avô havia morrido.
No dia seguinte o vovô morre.
Uma semana depois, o homem vai de novo ao quarto de seu filho para dar-lhe boa noite. O garoto está tendo outro pesadelo. Desta vez o filho responde que sonhou que o papai havia morrido... O pai garante que está muito bem e manda-o de novo para a cama.
No dia seguinte ele está apavorado. Tem certeza de que vai morrer. Sai para o trabalho e dirige com o maior cuidado para evitar uma colisão. Não almoça com medo de veneno; evita as pessoas, com medo de ser assassinado, tem um sobressalto a cada rua...
Ao voltar para casa, ele encontra sua esposa e diz:
- Meu Deus... Tive o pior dia de minha vida!
E ela responde, toda chorosa:
- Você acha que o seu foi pior?!?... E o meu chefe, que morreu hoje de manhã assim que chegou ao escritório!
Moral da história: Há momentos em que ser corno é um alívio e não um problema.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones sem autoria definida).

sábado, 16 de setembro de 2017

EQUÍVOCO CONFESSIONAL


Na quaresma, um padre de uma pequena cidade estava no confessionário atendendo os paroquianos, quando veio um rapaz que ele não conhecia.
Ele perguntou:
- Você não é daqui. Estás passeando?
- Não, senhor, eu sou acrobata. Trabalho no circo que está na cidade.
O padre disse que nunca tinha visto um acrobata e pediu que o rapaz fizesse uma demonstração.
Terminada a confissão, o rapaz saiu do confessionário plantando bananeira e deu uma série de cambalhotas.
Duas velhinhas que estavam na fila se olharam e uma disse pra outra:
- Vamos embora, comadre. A penitência hoje é meio complicada e eu estou sem calcinha...
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones sem autoria definida).

DESEJOS NA GRAVIDEZ


A esposa grávida acorda o marido no meio da noite:
- Acorda amor! Estou desejando comer carne de urubu!
- Você tá doida? Onde eu vou achar um urubu uma hora dessa? Vai dormir, vai!!!
- Se eu não comer... nosso filho vai nascer com problema.
Passados alguns meses,  ela dá a luz um neguinho e diz:
- Eu quis comer carne de urubu e você negou... Agora olhe como nasceu o nosso filho, bem pretinho!
O marido falou o ocorrido para a mãe e perguntou?
- Como isso é possível mãe?
Ela responde:
- É possível sim! E também aconteceu comigo. Certa vez acordei de madrugada e queria comer carne de boi. Seu pai não me atendeu...
- E aí mãe?
- Nasceu você, um CHIFRUDO!!!!
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones sem autoria definida).

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

FLECHAS ERRÁTICAS


Por Affonso Taboza (*)
Não acredito que, a menos de 20 dias do fim do seu mandato, continue o dr. Janot com suas implicâncias, tentando parar o Brasil. Tarefa insana, que ele considera gloriosa. Sua obstinação cega não lhe permite ver o estrago que algumas de suas flechas de bambu podem fazer no País. Aliás, grande dano já causaram dias atrás quando ele mirou a ave errada, disparou, mas felizmente errou. Ah! se ele acerta... coitado do País! Dizem que ainda tem duas flechas à mão, destinadas ao mesmo alvo. Ainda bem que suas flechas são frágeis, são de bambu, toscas, tortas.
Caçador de pouca pontaria e alvos errados, entre dezenas de aves de rapina voando à sua frente – gaviões, abutres, corvos... – só vê uma, um michel que ele detesta. Quer abater aquele michel que lhe parece gordo e de farta plumagem. Deseja vê-lo assado no seu espeto de vara. Um troféu para mostrar à sua tribo, dançando em torno da fogueira. Só que o bicho tem o corpo fechado e usa de mil artimanhas. Dribla fácil as flechas do doutor.
Lembra-me o tempo de criança quando, aos 11 anos, tentava matar um bem-te-vi teimoso lá no sítio do meu pai, na Serra da Uruburetama. O bicho habitava um cedro alto e frondoso a cem metros da casa. Vivia lá, frescando. E eu, com minha baladeira, atirando. E errando. A cada pedra que lhe passava perto, a um ou dois palmos, o bicho se esticava e fazia menção de bicá-la, saltava para o galho vizinho e gritava um canto de desdém. Olhando pra mim! E eu me irritava. E errava de novo. O michel do dr. Janot faz o mesmo. Só que eu era uma criança, e o doutor um senhor de cabelos brancos e, supõe-se, muita experiência. Mas que faz flechas tortas, toscas, de bambu.
Na sua cegueira, o caçador nada enxerga além da carapaça de vaidade que o envolve. Não o comovem 14 milhões de desempregados e milhares de empresários falidos, esperando ansiosamente por melhoras na economia. O homem não descansa. Já atrapalhou muito, deixando o País por quase um mês de olho no vaivém de deputados sem tino e sem convicções. Ele pouco está ligando. Do alto do vistoso salário que jorra pontualmente em sua conta, talvez desdenhe, como Maria Antonieta, de quem está com fome. “Se não têm pão, comam brioches...”
Defendo a permanência de Temer até a posse do presidente a ser eleito em 2018. Não que o considere “o Cara”. É que o País não aguenta trocar de presidente todo ano! E menos ainda, ser governado por presidentes interinos a cada seis meses!
Quer um conselho, dr. Janot? O senhor acaba de alvejar três aves más. Flechas retas? Ou tortas? Cuide disso enquanto lhe resta poder, e esqueça o michel. A economia do País agradece.
(*) Coronel engenheiro reformado do Exército Brasileiro e membro do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará.
Fonte: O Povo, de 30/8/2017. Opinião. p.10.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

ICC CELEBRA O CENTENÁRIO DO DR. NEWTON GONÇALVES


O centenário de vida de um dos fundadores do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), se vivo fosse, será celebrado amanhã (15/09/17), com uma homenagem mais do que merecida ao Dr. Newton Teófilo Gonçalves, que foi um dos fundadores e, por anos, diretor da instituição. Ele também foi um dos cinco fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
A solenidade será dirigida pelo presidente do ICC, o Dr. Lúcio Alcântara, e terá lugar no Auditório do sexto andar do Anexo do Instituto,
Na ocasião, o Dr. Marcelo Gurgel, coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa do ICC, falará sobre o legado médico e cultural desse eminente erudito.
Uma publicação, sob a forma de plaqueta, com fatos biográficos e depoimentos sobre o Dr. Newton Gonçalves, escritos por alguns dos seus discípulos e admiradores, será lançada e distribuída ao público presente. Estarão presentes na homenagem, dirigentes e corpo funcional do ICC, além de familiares e ex-alunos do homenageado.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico do Instituto do Câncer do Ceará

CONVERSA ENTRE FETOS


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Este texto contém fragmentos de anotações, e uma conversa, entre fetos gêmeos, que escutei pouco antes de seu nascimento.
Os fetos cresceram rápido, principalmente, nos últimos três meses. De lá para cá, aumentaram suas necessidades alimentares, mas, a placenta ficou insuficiente para nutri-los. Até o morno e gostoso líquido amniótico, começara a baixar de nível. Como todos e quaisquer fetos, eles teriam que deixar o paraíso uterino. Vir ao mundo era seu destino. Ambos intuíam, desde cedo, sem saber a razão: nascer poderia ser a primeira e mais desastrosa de todas as adversidades.
No início, ainda nos estágios de ovo e embrião, a vida lhes sorria. Nove meses era tempo demais! Para que se importar? Entretanto, como tudo na vida tem sua hora, os nove meses haviam passado e, dentro em pouco, eles seriam desalojados. Foi aí, que o gêmeo maior, mais ativo e valentão confessou:
- “Sabe mano, estou com medo de nascer! Tenho pavor de saber que vou ter que nascer! O pior é que não sei como é lá fora: sofro de fobia do desconhecido!”
O outro gêmeo mais franzino, calado e circunspeto ouvia em silêncio a confissão do irmão. Apesar das dúvidas, procurou acalmá-lo e, dessa forma, diminuir seus próprios temores. E, buscando demonstrar equilíbrio, disse:
- “Não permanecemos neste útero tanto tempo, por mero acaso! Algum motivo deve haver! Começamos como ovo, passamos pela fase de embrião e, agora, somos fetos! É o nosso ciclo vital!”
O gêmeo valentão ressaltou: - “O que haverá depois de nascermos? Nada!” E concluiu, envergonhado: - “Tenho pavor do escuro!”
O feto menor, acostumado a ver o maior levar vantagem em tudo, retrucou:
- “Calma, irmão feto! Você não percebeu, diversas vezes, movimentos e ruídos estranhos vindos lá de fora, que paravam ou diminuíam quando, nós dois, revoltados, mexíamos ou dávamos pontapés na barriga da mamãe? Você, ainda mais do que eu, e que, só assim, tais coisas cessavam ou diminuíam? Um fenômeno parecido com aqueles clarões que incomodavam nossos olhos, e quando nos movíamos, irritados, durante os vários ‘porres’ que tomávamos, sem querer, nas ocasiões em que nossa mãe bebia!”
O amedrontado valentão adicionou:
- “Será que, quando nascermos, haverá algo do outro lado? Eu não acredito! Esses sinais nada provam! Como poderei viver sem a placenta, sem o líquido amniótico, sem a quenturinha do útero e tantas mordomias? Estou perdido! Acho que vou sentir mais saudades da Dona Placenta! Tempos bons esses agora que vivemos!”
Enquanto os fetos dialogavam, ruídos estranhos se sucederam, os barulhos e contrações ocorreram, cada vez, com mais frequência e intensidade, e o mar amniótico secou. O pior eram as contrações, cada vez mais fortes e frequentes. Algumas eram tão intensas, que parecia que o mundo vinha abaixo! Sufocação! Asfixia! Quase não se tinha mais fôlego! A agonia era insuportável! Os gêmeos se olharam apavorados: chegara, afinal, o momento de conhecer a verdade!
O mais calmo dos dois falou: - “Eu vou primeiro!” Seguiu, então, por um túnel escuro e misterioso e, nele, desapareceu. O feto valentão alimentava esperanças de não nascer. Dizia para si mesmo: “Se ficar bem quietinho, eu escapo de nascer!” Enquanto pensava assim, deu-se um empurrão tão potente que, por mais que lutasse para ficar, terminou escorregando pelo orifício escuro. Aquele mesmo em que seu irmão menor desaparecera. Finalmente, os gêmeos nasceram!
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES). Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Palestra: A ILÍADA E A ARTE CLÁSSICA


A Diretoria da Academia Cearense de Medicina convida para a palestra A ILÍADA E A ARTE CLÁSSICA que será pelo Dr. André Bastos Gurgel.
André Gurgel é advogado, com Especialização em Direito Previdenciário e em Direito Trabalhista, e cursa Doutorado em Direito Constitucional na Universidade de Buenos Aires-Argentina. É professor, intérprete e tradutor de algumas línguas modernas e estudioso de idiomas clássicos: latim, sânscrito e grego antigo.
Local: Auditório da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFC.
Rua Paulino Nogueira, 315, 1º andar, Bloco III Telefone: 3223-2782
Data: Dia 13 de setembro de 2017 (quarta-feira) Horário: 15 horas
Traje: Esporte fino

terça-feira, 12 de setembro de 2017

“BAGUNÇA”


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
De início gostaríamos de pedir desculpas aos leitores e leitoras deste texto por usar como título uma palavra chula e grosseira. No entanto, estaríamos sendo extremamente tolerantes e injustos se usássemos “basta”, “mal feitos”, “desvio de conduta”, “equívoco” etc. Na realidade o que vem acontecendo no Brasil, nos últimos anos, sem generalizar, é uma desorganização significativa na sociedade civil, na academia, nas atividades empresariais e trabalhistas, nos três Poderes Constituídos, etc. O Brasil é um País viável em todos os aspectos e a população brasileira, em sua grande maioria, é de índole boa e não merece tamanha humilhação, bem como a falta de perspectiva. Acreditamos que a busca pelo poder e não pelo governo, assim como a substituição dos planos de ação, táticos e estratégicos, pelos mecanismos do falso “marketing” político contribuíram para enfraquecer a nossa juvenil democracia e, consequentemente, o Estado brasileiro. Ademais, o radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização social. Crises várias decorrem de movimentos radicais e tendenciosos que não procuram soluções, mas modelos inadequados do ponto de vista socioeconômico, jurídico e político. O Estado brasileiro existe não para ser opressor, corrupto ou injusto, mas para assegurar os princípios básicos da democracia. Precisamos alcançar as verdades essenciais, com consciência crítica, tendo por objetivo os valores éticos e morais indicadores de um contexto onde prevaleçam a liberdade a justiça e a igualdade de oportunidades, conforme o Estado Democrático de Direito previsto na nossa Carta Magna.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 26/5/2017.
 

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