domingo, 30 de novembro de 2014

O BRASIL ANEDÓTICO LXV


DOS MINISTROS
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. II, pág. 321.
Era Magalhães Calvet, oficial-maior da Secretaria do Império, quando foi eleito deputado geral pelo Rio Grande do Sul. Dependendo embora do governo, declarou-se em franca oposição ao ministério, discutindo os atos do ministro com uma eloquência desusada e admirável conhecimento de todos os atos dos chefes.
- Que pensa do oficial-maior da sua secretaria? - perguntou ao marquês de Monte-Alegre, então ministro, um deputado da maioria.
- Penso e sei que é deputado liberal e da oposição, aqui, respondeu o marquês; - mas posso adiantar, também; que é modelo de lealdade na Secretaria de que é, e continuará a ser, oficial-maior!
HONRAS FÚNEBRES
A.J. de Araújo Pinho - "O Barão de Cotegipe no Rio da Prata", pág. 78.
Com seu espírito sutil, o Barão de Cotegipe era um céptico. Sem vaidades, não disputava nem, mesmo, aceitava honrarias. Ao regressar do Rio da Prata, onde resolvera o problema da restauração do Paraguai, o Imperador quis decretar a elevação do seu título, ato a que ele se opôs, Se morresse como ministro, o seu desejo era que lhe não prestassem, sequer, honras fúnebres, como era de praxe.
E acentuava:
- Por um cadáver não se devem incomodar duzentos homens!
CONFIANÇA DE MINISTRO
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico" vol II, pág. 83.
Afastado da pasta da Fazenda, em 1829, por incompatibilidade com o Imperador, vivia José Bernardino Batista Pereira de Almeida Sodré indiferente ao poder, quando Pedro I o mandou chamar ao Paço.
- Quero que faça parte do novo ministério - disse o monarca. - Pode escolher a pasta que lhe convenha. Aceita?
- Não, majestade! - respondeu, com orgulho, José Bernardino.
E de pé, para retirar-se:
- Senhor, honra de donzela, e confiança de ministro, só se perde uma vez! Eu não posso, pois, tornar a ser ministro de Vossa Majestade!
AS SELVAJERIAS DOS CIVILIZADOS
Jean de Lery - "História de uma viagem à terra do Brasil", ed. De 1926, pág. 56.
Não obstante a sua intervenção constante junto aos tupinambás, seus aliados, para que não comessem os inimigos aprisionados em combate, Nicolau de Villegaignon adquiria esses prisioneiros em troca de espelhos e anzóis, e, nos seus momentos de mau humor, infligia-lhes os mais duros suplícios.
Certa vez, foi um desses infelizes, já entregue aos franceses, submetido a um dos tormentos mais bárbaros que se podia imaginar: o da gordura fervendo, derramada nas nádegas. Estorcendo-se de dor, o desgraçado, amarrado a uma peça de artilharia, gemia, e bradava:
- Se soubéssemos que Paicolás nos ia tratar assim, teríamos deixado que os inimigos nos comessem!...
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

SUPER-HERÓIS RENASCENTISTAS III




 



Fonte: Fotomontagem circulando por e-mail (internet). Autoria ignorada.

sábado, 29 de novembro de 2014

SUPER-HERÓIS RENASCENTISTAS II






Fonte: Fotomontagem circulando por e-mail (internet). Autoria ignorada.

Homenageados com o troféu “70 Anos ICC”

Fui um dos Homenageados com o troféu “70 Anos ICC”, alusivo à passagem dos 70 anos de fundação do Instituto do Câncer do Ceará, em evento ocorrido ontem à noite, 28 de novembro de 2014, no Marina Park Hotel, em Fortaleza.
O troféu continha os seguintes dizeres: “Neste ano em que o Instituto do Câncer do Ceará – ICC comemora 70 anos de fundação, você é nosso homenageado pelo seu compromisso, dedicação e competência. Obrigado por construir junto conosco uma história de dignidade, excelência e vitórias. Nossos sinceros cumprimentos. A Direção”.
As homenagens foram prestadas a 70 colaboradores da instituição, escolhidos por critérios de mérito e/ou tempo de serviços funcional.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor da Escola Cearense de Oncologia do ICC

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Palestra sobre os Fundadores do ICC

Fui, na manhã de hoje, expositor da Palestra “Fundadores do ICC: vida e obra”, na Sessão Científica da Escola Cearense de Oncologia, do Instituto do Câncer do Ceará, realizada em Fortaleza-CE, em 28 de novembro de 2014.
Com esta exposição, alcancei a marca de 90 (noventa) palestras e conferências no CV.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor da Escola Cearense de Oncologia do ICC

INTERIORIZAR PARA COMPARTILHAR

Jerffeson Teixeira de Souza (*)
"Servindo como grande fórum de divulgação dos trabalhos e das pesquisas desenvolvidas por estudantes e professores da Uece" .
O maior evento acadêmico-científico da Universidade Estadual do Ceará chega, em 2014, a sua XIX edição. Nesse ano, a Semana Universitária da Uece acontecerá entre os dias 25 e 28 de novembro e terá como tema “Interiorizar para compartilhar: a universidade e o desenvolvimento regional”. Escolhido em enquete pública, tendo recebido mais de 2.000 votos, o tema aborda o potencial da universidade na formação do capital humano necessário ao desenvolvimento regional e local.
Como nos anos anteriores, a semana congregará um conjunto de eventos, incluindo o XXIII Encontro de Iniciação Científica, o XX Encontro de Pesquisadores, o XVIII Encontro do Programa de Monitoria Acadêmica da Uece (Promac), o V Encontro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), o XVI Encontro do Programa de Educação Tutorial (PET/MEC), o II Encontro do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET/Saúde), o IV Encontro de Bolsistas do Programa de Bolsas de Estudo e Permanência Universitária, a VII Mostra de Extensão da Uece, a I Jornada da Informação e do Conhecimento da Uece, a II Mostra de Arte e Cultura da Uece, a XXI Semana da Música e a II Edição da Feira das Profissões da Uece.
Em Fortaleza, além desses eventos, serão ofertados 80 minicursos que irão beneficiar mais de 2.000 pessoas, 248 sessões técnicas onde serão apresentados cerca de 3.000 trabalhos científicos, 20 oficinas, além de diversas palestras e mesas-redondas. Ao todo, espera-se a participação de mais de 7.000 pessoas durante a semana.
Além dos diversos eventos que acontecerão nas dependências do Campus do Itaperi, em Fortaleza, a XIX edição da Semana Universitária inova, ao ofertar um conjunto de atividades acadêmicas, artísticas e culturais na unidade da Uece na cidade de Quixadá. Dessa forma, no mesmo período, a Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc) irá disponibilizar 40 minicursos, 8 oficinas, entre muitas outras atividades, incluindo uma feira das profissões local, onde serão apresentados os cursos dessa unidade.
Assim, a Semana Universitária de Uece continuará servindo como grande fórum de divulgação dos trabalhos e das pesquisas desenvolvidas por estudantes e professores da Uece e de outras IES do nosso estado, além de levar à sociedade um rol de oportunidades de formação e de serviços, integrando de forma intensa toda a comunidade institucional.
Por tudo isso, convidamos toda a comunidade ueceana e cearense para celebrarmos juntos mais uma edição da grande festa acadêmica da Universidade Estadual do Ceará.
 (*) Coordenador Geral da XIX Semana Universitária da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 22/11/14. p.9.
 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CONVITE: VII Lançamento Coletivo da Editora da UECE


A Reitoria da Universidade Estadual do Ceará, ao ensejo da XIX Semana Universitária, convida para o VII Lançamento Coletivo da EdUece.
Entre as obras a lançar, consta uma publicação de nossa autoria, no caso a obra “Palavras em Lançamentos de Livros”. Com esse último título, o autor (M.G.C.S.) alcança a marca de 80 (oitenta) livros publicados, sendo o primeiro em formato de e-book.
Data: 27 de novembro de 2014 (quinta-feira), às 15h30min.
Local: Praça das Artes– Editora da Uece (Campus do Itaperi).
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Homenagens Póstumas aos Médicos do ICC

Na tarde de anteontem, 25 de novembro de 2014, durante as comemorações dos 70 anos de fundação do Instituto do Câncer do Ceará, realizadas no Hospital Haroldo Juaçaba, do Instituto do Câncer do Ceará, em Fortaleza, foram prestadas Homenagens Póstumas aos Drs. Sâmia Teixeira de Sales e Antônio Ellery Arcoverde Diniz, Médicos do ICC, recentemente falecidos, comportando-nos, igualmente, fazer as devidas apreciações, em nome do ICC.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Coordenador do CEP/ICC

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Lançamentos de Livros de Elsie Studart sobre o ICC

Na manhã de ontem, 25 de novembro de 2014, durante as comemorações dos 70 anos de fundação do Instituto do Câncer do Ceará, realizadas na inauguração do novo prédio da Casa Vida, do Instituto do Câncer do Ceará, deu-se o lançamento dos livros póstumos “Pedaços do Cotidiano no Instituto do Câncer do Ceará” e “Rede Feminina do Instituto do Câncer do Ceará: o poder do rosa na ação voluntária”, de Elsie Studart Gurgel de Oliveira, organizados por nós, cabendo-nos, igualmente, fazer as devidas apresentações.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Coordenador do CEP/ICC

MISSÕES DA UNIVERSIDADE


José Jackson Coelho Sampaio (*)

"A sala de aula também não se reduz às práticas presenciais expositivas"
A lei brasileira concebe educação superior como responsabilidade de faculdades isoladas, faculdades integradas, centros universitários e universidades, em grau de atributos que incluem diversidade de campos de atuação, complexidade de missões e autonomia. As maiores diversidade, complexidade e autonomia definem universidade.
A complexidade de missões se expressa pela unidade ensino/pesquisa/extensão. A autonomia encarna a responsabilidade institucional pela decisão interna sobre os critérios de distribuição de atividades e de desempenho dos professores. A liberdade acadêmica autoriza um professor a apenas praticar ensino, pesquisa ou extensão, mas a autonomia leva à regra de que nenhum se exima da graduação, base do processo.
A universidade não é redutível ao ensino: há pesquisa, extensão social, inovação tecnológica e gestão acadêmica, prerrogativas docentes consolidadas. O ensino não é redutível à graduação: pois a pós-graduação fundamenta a carreira acadêmica. E qualquer ensino não pode se reduzir à sala de aula: há orientação de trabalhos finais e supervisão de estágios curriculares, pré-requisitos para o aluno concluir curso, além da previsão de tempo para planejar atividades, preparar e corrigir provas, programar e atualizar disciplinas. A sala de aula também não se reduz às práticas presenciais expositivas.
A Uece tem 36 cursos de pós-graduação e 77 de graduação, distribuídos em 11 campi, com 806 docentes efetivos. Nossa norma determina 16 a 20h/s de ensino para professor contratado por 40h/s. O máximo é para os que optam por atuação exclusiva na graduação e assim dispõem da diferença para extensão, pesquisa e gestão. Os docentes-pesquisadores que atuam na graduação e na pós podem qualificar seu desempenho e transitar por extensão, inovação e publicação, tarefas que pontuam para a imagem institucional e permitem captar recursos financeiros nacionais e internacionais.
Proposta de distribuição de carga horária que estabeleça o indicador de 52% para sala de aula não pode prosperar. Este indicador fere liberdade acadêmica, autonomia institucional e complexidade da missão universitária, reduz educação superior a ensino de graduação e este a sala de aula, desconstruindo a universidade.
Neste momento realiza-se a 19ª Semana Universitária da Uece, com vigorosa mobilização da comunidade em torno de conferências, minicursos, seminários, festivais de arte-cultura, lançamento de livros e apresentação de trabalhos científicos.
Assim, celebra-se o final de um 2014 pródigo de desafios e a chegada de 2015, quando entregaremos o diploma de graduação n° 60 mil, faremos 20 anos de semanas universitárias e 40 anos de criação da Uece, patrimônio intelectual do povo cearense.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 22/11/14. p.9.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

OS 70 ANOS DO INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ


O Instituto do Câncer do Ceará (ICC) foi fundado em Fortaleza, em 25 de novembro de 1944, com o propósito fundamental de prestar assistência aos doentes de câncer, notadamente os desvalidos, mantidos à margem de qualquer assistência médica, e promover a Cancerologia no Ceará.
À frente dessa iniciativa estava um grupo de médicos: Antônio de Queiroz Jucá, Haroldo Gondim Juaçaba, João Batista Saraiva Leão, José Waldemar Alcântara Silva, Jurandir Marães Picanço, Livino Virgínio Pinheiro, Luiz Gonzaga da Silveira, Newton Teófilo Gonçalves, Walter de Moura Cantídio, e Walter Frota de Magalhães Porto, aos quais se juntara o Padre Arquimedes Bruno.
Eles decidiram por sua criação, na qualidade de entidade beneficente, cujo reconhecimento, como de utilidade pública federal, veio a acontecer em 20/12/1973, com a publicação, no D.O.U., do Decreto Federal de nº 73.343, completando as benemerências, de âmbito estadual e municipal, anteriormente conferidas.
À época de sua fundação, foi eleito para a Presidência do ICC, o Dr. Waldemar Alcântara, cargo que exerceu até sua morte, em 1990, ensejando a sua substituição pelo Dr. Haroldo Juaçaba, mantido nesse cargo até junho de 2009, quando do encerramento de sua jornada terrena.
Hoje, a entidade é presidida pelo Dr. Lúcio Alcântara, médico e intelectual, que, escudado na sua experiência de gestor público, prossegue o trabalho dos seus antecessores, preservando os ideais de filantropia que nortearam a criação do ICC, há sete décadas.
Entre marchas e contra-marchas, o sonho de seus idealizadores, de dotar o Ceará de um hospital especializado em Cancerologia, somente foi concretizado em novembro de 1999, quando o ICC inaugurou o Hospital do Câncer, atualmente denominado Hospital Haroldo Juaçaba, construído exclusivamente com recursos próprios, tornando-se, ao cabo de poucos anos de funcionamento, uma instituição de referência em Oncologia do Norte e do Nordeste.
Para celebrar os seus 70 anos de existência, o ICC traçou uma ampla programação, concentrada principalmente no dia 25/11/2014, tendo por acme a inauguração da nova Casa Vida, ponto de apoio para pacientes procedentes do interior cearense e de outros estados, que terá a sua capacidade de acolhimento mais que quadruplicada, e a apresentação do projeto do novo anexo do hospital, destinado a alargar a oferta de serviços aos usuários do SUS, suprindo, em grande parte, a demanda reprimida hodierna.
Parabéns ICC. Os seus fundadores estariam hoje jubilosos, se vivos fossem.
Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Colaborador do ICC desde junho de 1974

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

CONVITE: Comemoração dos 70 anos do Instituto do Câncer do Ceará


O Instituto do Câncer do Ceará - ICC convida para a comemoração dos seus 70 anos de fundação.
Local: Casa Vida – Rua Delmiro de Farias, nº 1.610, próximo ao ICC.
Data: 25 de novembro de 2014 (terça-feira) Horário: 8h.

Marcando a programação dessa manhã, haverá:
1) Benção de Inauguração da nova Casa Vida
2) Homenagens dos 70 anos – ICC e da Casa Vida
3) Assembleia dos Sócios do ICC
4) Lançamento dos livros "Memórias da Rede Feminina do ICC" e “Pedaços do Cotidiano do ICC”, de Elsie Studart, organizados pelo Prof. Dr. Marcelo Gurgel.

Na parte da tarde, haverá: Missa em Ação de Graças, no Hall do 1º andar do Hospital Haroldo Juaçaba / Instituto do Câncer do Ceará, às 15h.

domingo, 23 de novembro de 2014

Famoso pelo humor zangado, morre Seu Lunga


Joaquim dos Santos Rodrigues, o Seu Lunga, (Foto: Iana Soares)
Por Lusiana Freire
Morreu na manhã desse sábado, aos 87 anos, o comerciante Joaquim dos Santos Rodrigues, o Seu Lunga, em Barbalha, na região do Cariri. Seu Lunga estava internado havia três dias no Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo. Famoso por seu temperamento agreste e tiradas bem-humoradas, o cearense de Caririaçu se tornou um dos principais personagens da cultura popular nordestina.
A previsão é que o corpo de Lunga seja velado na Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte. O sepultamento deve ser feito no Cemitério do Socorro, mas os horários não estavam confirmados até o fechamento desta edição.
Primo em segundo grau do comerciante, Demontier Tenório disse que Seu Lunga tinha passado por complicações no sistema digestivo. De acordo com ele, o parente foi submetido a uma cirurgia no esôfago cerca de seis meses atrás, mas reagiu bem.
“Há uma informação não confirmada de que ele teria apresentado câncer. Não se sabe se isso seria verdadeiro”, fala Demontier. Na última sexta-feira, Seu Lunga piorou e faleceu às 9h30min de sábado.
Filosofia do traste
Seu Lunga era poeta, vendedor de quinquilharias e repentista em Juazeiro do Norte.
Ganhou notoriedade pelo seu humor forte, quase ácido, tornando-se personagem do folclore.
O apelido originou-se com uma vizinha, que o chamava de Calunga por causa da loja que mantinha. Aos poucos, foi virando Lunga.
A fama de espírito irritadiço alastrou-se sertão adentro.
Professor aposentado da Universidade Federal do Ceará (UFC), Renato Casimiro é amigo da família de Seu Lunga e há anos pesquisa e coleciona “causos” sobre o poeta cearense. Casimiro diz ter recebido com muita tristeza a morte do companheiro.
Humor
Figura controversa, Seu Lunga inspirou inúmeros folhetos da literatura de cordel. O cearense negava a fama de zangado e bruto. Para Casimiro, algumas anedotas atribuídas a Seu Lunga não são verídicas. “Nem tudo que se falava a respeito dele era verdade. Criou-se uma ficção a respeito do Lunga. Ele tinha um humor refinado. Era grosseirão, mas às vezes se manifestava de forma sutil. Sabia fazer ótimos discursos”, lembra o amigo.
“Tem muita coisa inventada (sobre o Lunga). Ele admitia que não aceitava pergunta besta. Ninguém poderia chegar lá (na bodega) e perguntar se alguma coisa era para vender”, exemplifica Demontier.
Luto oficial
A Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte vai decretar luto oficial de três dias em virtude da morte de Seu Lunga. Segundo o procurador-geral do município, João Victor Alencar Grangeiro, o decreto será publicado no Diário Oficial de Juazeiro de segunda-feira, 24.
Seu Lunga deixa esposa, com quem teve 13 filhos.
(colaboraram Amaury Alencar, Thaís Brito e Isabel Costa).
Fonte: O POVO, de 23/11/2014. p.20.
Nota do Editor do Blog: O Seu Lunga era muito próximo do meu irmão Sérgio Gurgel, advogado em Juazeiro do Norte, que o tinha entre os seus constituintes.

Seu Lunga, o homem mais mal-humorado do mundo, morre aos 87 anos

Seu Lunga era conhecido por respostas para lá de ‘ignorantes’, mas engraçadas.
(Foto: Gustavo Pimentel/Flickr Creative Commons).
Por Roberta Tavares
Ele estava internado no hospital São Vicente; pai de 13 filhos e natural de Juazeiro do Norte, era considerado uma lenda.
Joaquim dos Santos Rodrigues, mais conhecido como Seu Lunga, morreu aos 87 anos, em decorrência de um câncer no esôfago. A morte foi registrada na manhã deste sábado (22), às 9h30. Ele estava internado no hospital São Vicente, em Barbalha. Pai de 13 filhos e natural de Juazeiro do Norte, era considerado uma lenda, tendo inspirado personagem de novela e até se arriscado na poesia.
Dono de uma loja de sucatas, onde era possível encontrar desde pregos a aparelhos eletrônicos e frutas, o que realmente atraía turistas e moradores da região era o temperamento do vendedor. E se fosse comprar algo, nem ousasse questionar “isso é para vender?”, que Seu Lunga já tinha uma patada na ponta da língua. “O único lugar onde se encontra coisa exposta que não é pra vender é no museu”. Caso a indagação fosse, “mas esse aparelho está funcionando?”, era bom se preparar que viria chumbo grosso. “Como é que pode estar funcionando, se não está ligado?”.

Saiba Mais

As respostas duras deram fama de ignorante ao comerciante. Conhecido pela falta de paciência e resposta na ponta da língua, diziam que ele era um sério candidato a homem mais mal-humorado do mundo, pelo Guiness Book. Algumas histórias são verídicas, outras talvez sejam apenas piadas ou lendas que faziam alusão à sua grosseria, que vai deixar saudade.
Biografia
Joaquim dos Santos Rodrigues nasceu em 18 de agosto de 1927, no município de Caririaçu. Recebeu um apelido por uma senhora, que era vizinha, e passou a chamá-lo de Calunga, que se reduziu para Lunga. Com 16 anos foi morar no município de e Juazeiro do Norte. Casou em 1951 com Carmelita Rodrigues Camilo, com quem teve 13 filhos.
Fonte: UOL Notícias, Tribuna do Ceará, de 22/11/2014.
Nota do Editor do Blog: Em uma das minhas visitas a Juazeiro do Norte, há cerca de dez anos, acompanhado do meu irmão Sérgio Gurgel, estive na loja do Seu Lunga e fui muito bem tratado por ele.

sábado, 22 de novembro de 2014

SUPER-HERÓIS RENASCENTISTAS I




 

Fonte: Fotomontagem circulando por e-mail (internet). Autoria ignorada.

Exame de Qualificação em Saúde Coletiva (UECE) de Líllian de Queiroz Costa


Líllian de Queiroz Costa e Marcelo Gurgel Carlos da Silva.
(Foto cedida por Líllian de Queiroz).
Aconteceu na manhã de ontem (21/11/14), na Universidade Estadual do Ceará, o Exame de Qualificação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC) da UECE.

Flagrante da banca com a mestranda, logo após o Exame de Qualificação da enfermeira Líllian de Queiroz Costa. Líllian está ladeada pelos professores Marcelo Gurgel Carlos da Silva e Thereza Maria Magalhães Moreira, à esquerda, e por Kelly Leite Maia de Messias, à direita.
(Foto cedida por Líllian de Queiroz).
A banca examinadora, composta pelos Profs. Drs. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, Kelly Leite Maia de Messias e Thereza Maria Magalhães Moreira, aprovou o Projeto de Dissertação “INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM MENORES DE CINCO ANOS E A EXPANSÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: um estudo ecológico no Ceará”, apresentada pelo mestranda e nosso orientada LÍLLIAN DE QUEIROZ COSTA.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do PPSAC-UECE

 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Novembro/2014


A DIRETORIA DA SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) CONVIDA todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de NOVEMBRO/2014, que será realizada AMANHÃ (22/11/2014), às 18h30min, na Igreja de N. S. das GRAÇAS, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

NOVEMBRO AZUL

Lúcio Flavio Gonzaga Silva (*)
Sou instado a responder a pergunta: por que um novembro azul? Porque um mês dedicado ao câncer de próstata? A resposta é simples: O câncer de próstata (novembro azul) e o câncer de mama (outubro rosa) são as duas neoplasias malignas mais prevalentes na raça humana, obviamente depois da de pele (não melanoma que é, de longe, a mais comum).
Para se ter uma ideia em números, o Ceará tem uma taxa de incidência estimada para 2014, de 53,69 casos de câncer de próstata para 100.000 homens. Ou seja, para uma população aproximada de 8.800.000 habitantes / 4.300.000 homens (dados de 2013), há em nosso Estado 2.308 homens com essa neoplasia maligna. Para Fortaleza (2.500.000 habitantes / 1.200.000 homens) a estimativa é de 52,25 / 100.000 homens, o que representa no concreto 627 homens afetados.
A taxa estimada do câncer de próstata (2014) de 53,69 casos para 100.000 homens é superior a do câncer de mama 44,68 / 100.000 mulheres, do estômago 17,23 / 100.000 homens e do pulmão 11,63 / 100.000 homens. Uma outra razão para o novembro azul: o diagnóstico precoce e o avanço dos modernos métodos terapêuticos têm diminuído a mortalidade do câncer de próstata. Hoje, apenas 1/3 dos pacientes diagnosticados falecem da moléstia.
O diagnóstico precoce é feito por meio de rastreamento sistemático. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda o exame retal digital e a dosagem sérica de PSA, anualmente, a partir dos 50 anos para todos os homens e a partir de 45 anos para aqueles com histórico familiar positivo (pai, irmão, tios portadores da doença). Ademais, recomendações para um sadio estilo de vida: alimentação adequada, exercícios físicos e distância de estresses. Minha opinião pessoal: tenha um médico de confiança, com o qual possa discutir aberta e livremente os métodos de prevenção das doenças, mensurar suas vantagens e desvantagens, e sobretudo, conhecer o modo e o momento oportuno de fazê-los.
(*) Urologista do Hospital Haroldo Juaçaba e professor da UFC.
Fonte: O Povo, de 20/11/2014. Opinião, p.8.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O médico que salvou 50 milhões de vidas com receita caseira


Norbert Hirschhorn teve papel-chave na definição das medidas certas do soro caseiro, considerado "o avanço médico mais importante" do século 20.
Por Lin Lin Ginzberg
Da BBC Health Check
A fórmula, hoje, é mundialmente conhecida: uma solução simples de açúcar, sal e água. Uma mistura que pode ter salvado até 50 milhões de pessoas.
Encontrar um equilíbrio entre esses elementos foi o feito essencial dela, e o médico Norbert Hirschhorn teve um papel-chave na descoberta das medidas certas na preparação do soro caseiro.
Um caso emblemático: depois de dois dias sofrendo diarreia, um bebê egípcio de três meses não tinha forças nem para levantar a cabeça e mamar no peito da mãe.
Médicos temiam pelo pior: a diarreia grave é uma das principais causas de morte em países em desenvolvimento.
Com um tratamento simples, pouco mais de quatro horas depois ele estava bem o suficiente para retomar a amamentação - tudo graças a uma solução barata de açúcar e sal.
Hirschhorn descreve a transformação causada pela terapia de reidratação oral como incrível.
"Você entra em uma sala e a criança ou o adulto está perto da morte. Eles têm olhos fundos, respiram acelerado, a pele e as unhas estão azuladas", conta.
Ver alguém se recuperar é "como ver Lázaro voltar dos mortos - um milagre", diz ele.
Medida certa
Hirschhorn se envolveu em pesquisas sobre terapia de reidratação oral em 1964.
Ele prestava serviço militar nos Estados Unidos no serviço público de saúde e foi enviado para o que é hoje Bangladesh, que padecia de uma grave epidemia de cólera.
A cólera causa diarreia grave e pacientes rapidamente perdem muita água e sais. Os infectados ficam extremamente desidratados e podem entrar em choque e morrer em poucas horas.
Na região, até 40% dos moradores que não tratavam cólera estavam morrendo.
À época, o tratamento de reidratação era administrado por via intravenosa no hospital. Era caro, e muitas vezes, inalcançável para os que mais precisavam dele.
O objetivo era encontrar uma maneira de dar o tratamento por via oral e assim ajudar muito mais gente.
Outros haviam tentado no passado encontrar o equilíbrio certo de açúcar, sais e água para um tratamento oral. Hirschhorn trabalhava com o capitão Robert Phillips, que havia tentado ele próprio, sem sucesso, sua própria mistura anos antes. Vários pacientes morreram durante os testes.
Phillips estava muito receoso em deixar Hirschhorn realizar sua própria pesquisa.
"Ele já havia tentado a solução quando estava na Marinha em Taiwan e nas Filipinas, mas não acertou na medida, que era muito concentrada, e piorou as coisas", disse Hirschhorn.
O trabalho de Hirschhorn se baseou nos estudos de Phillips e de outro colega, David Sachar. Sachar havia mostrado que o corpo poderia transportar sódio assim que glicose fosse adicionada - algo fundamental no combate à desidratação.
Mas a medida correta era fundamental: a quantidade maior ou menor de qualquer um dos ingredientes poderia fazer com que a solução não apenas não funcionasse, mas causasse danos mais graves.
"As proporções são cruciais. Para obter a absorção ideal de água, você precisa da mesma quantidade de glicose e sódio", disse Hirschhorn.
Foi um estudo pequeno, de apenas oito pacientes, no qual a terapia de reidratação foi aplicada usando uma sonda nasogástrica, que provou que a combinação funcionava.
No hospital e em casa
Hirschhorn disse que havia descrença de que uma mistura tão simples pudesse ser tão eficaz. "Sua simplicidade era sua própria inimiga. Levou muito tempo, muito tempo para convencer os pediatras de que fosse segura."
A publicação científica Lancet descreveu a terapia de reidratação oral como "potencialmente o avanço médico mais importante" do século 20.
O Unicef, fundo da ONU para infância, disse que nenhuma outra inovação médica do século "teve o potencial de evitar tantas mortes em um curto período de tempo e custo tão pequeno".
Agora, a eficácia é mundialmente conhecida e usada por médicos em clínicas e em casas por pais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que a diarreia é a segunda principal causa de morte de crianças menores de cinco anos, responsável pela morte de cerca de 760 mil crianças por ano.
E qual é a sensação de saber que seus esforços ajudaram a salvar mais de 50 milhões de pessoas?
Hirschhorn conta a história de uma viagem ao Egito, muitos anos depois de seu trabalho clínico.
Durante uma conversa com um taxista, descobriu que o filho dele havia sido salvo por reidratação oral quando criança. O garoto cresceu para virar um jovem estudante, realizando seus próprios estudos científicos nos EUA.
"Essa troca", diz Hirschhorn, ainda visivelmente emocionado, "teve um impacto grande em mim, tanto quanto todas as estatísticas juntas".
Fonte: UOL, Notícias, em 4/08/2014 / BBC Brasil.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Soldados jogavam futebol durante ataques na 1ª Guerra Mundial

Cartaz convoca jogadores de futebol a se alistarem no "Batalhão do Futebol"
Por Adriano Wilkson
Do UOL, em São Paulo

Cem anos depois de seu início, ainda é difícil entender o que foi a Primeira Guerra Mundial. Você pode pensar nas trincheiras lotadas, no aspecto lunar do terreno entre elas, nos ratos, insetos, excrementos e umidade, na chuva, no frio glacial, na proliferação de doenças de todos os tipos e na ausência de antibióticos. Você pode pensar que a estratégia dos comandantes de todos os exércitos envolvidos era esgotar as forças do lado oposto, o que significava basicamente desenvolver formas eficazes de matar pessoas.
Você pode pensar nos gases venenosos espalhados pelo ar, nos ataques aéreos sem hora para eclodir, no lançamento de bombas cada vez mais letais e na impossibilidade de tratar os feridos ou mesmo de enterrar a maioria dos mortos. Você pode pensar em números: 16 milhões de cadáveres, 20 milhões de feridos, 6 milhões de corpos jamais encontrados.
Mas você pode pensar também no London Irish Rifles, um batalhão de irlandeses formado por jogadores de futebol. No meio de um ataque ao exército alemão, os soldados resolveram chutar uma bola de couro em direção ao inimigo.
Foi na Batalha de Loos, na França, em 1915, o segundo ano da guerra. Os jogadores/soldados fizeram chegar às trincheiras seis bolas de couro e combinaram levá-las intactas ao terreno alemão. Os superiores souberam do plano e não o autorizaram. Cinco bolas foram encontradas e destruídas. Mas o soldado Frank Edwards escondeu a última embaixo da farda e a inflou momentos antes do ataque.
Quando o apito soou indicando o início do assalto, Edwards escalou a parede da trincheira e chutou a bola contra os alemães. Ela ficou presa em uma cerca de arame farpado ali perto. O soldado conseguiu recuperá-la e a conduziu por cerca de 20 metros em direção ao exército germânico até ser abatido pela artilharia.
A bola continuou quicando no campo de batalha, enquanto o massacre acontecia em volta dela. Nos registros do regimento, consta que homens foram vistos trocando passe até sumirem no meio de nuvens de fumaça além das linhas inimigas. "London Irish, para a bola!", eles gritavam conforme avançavam.
Eles acreditavam que jogar bola em uma das guerras mais sangrentas da humanidade era exibir bravura.
O futebol em todo lugar
Não foi um ato isolado. O futebol estava por toda parte na Primeira Guerra Mundial. Está nas fotos posadas de soldados e oficiais ao lado de canhões e bolas de couro, alguns usando rudimentares máscaras antigás que os assemelhavam a personagens de filmes de ficção científica. Está nos cartazes de guerra convocando especificamente jogadores a se alistarem no exército, já que eles estavam entre os homens mais robustos e fisicamente aptos a uma empreitada como aquelas.

Está no famoso "Batalhão do Futebol", um regimento britânico formado principalmente por atletas, juízes e torcedores, que tiveram a chance de lutar (e morrer) lado a lado. Mais de mil membros desse batalhão pereceram durante a guerra.
Está na poesia de Siegfried Sassoon, um escritor que serviu como oficial do exército britânico e lia notícias de futebol para acalmar seus homens antes de um ataque. Está na saudação feita pelo soldado alemão que propôs a famosa Trégua de Natal de 1914, quando os dois lados interromperam as hostilidades para trocar presente e bater bola entre as trincheiras. As primeiras palavras ditas pelo alemão aos ingleses foram um comentário sobre o Tottenham e o Arsenal.
Se havia alguma coisa que ligava grande parte daqueles homens além da necessidade mútua de se matarem era o fato de que eles eram apaixonados por futebol, um esporte que estava no auge da popularidade na Europa.
E transformar a guerra em um jogo era uma forma de suportá-la. Em um episódio que ficou conhecido como "O Ataque do Futebol", o capitão Wilfred Nevill propôs um desafio a quatro de seus fuzileiros: o primeiro que conseguisse levar uma bola de futebol até as linhas inimigas, ganharia um prêmio. O próprio Nevill iniciou o ataque chutando a sua bola em direção ao exército rival. Foi imediatamente morto pela artilharia. Um sobrevivente relatou depois:
"Quando o tiroteio acabou, eu vi um fuzileiro subir no parapeito em direção ao terreno entre as trincheiras, incentivando os outros a fazerem o mesmo. Enquanto fazia isso, ele chutou uma bola. A bola subiu e cruzou a linha alemã. Isso pareceu um sinal para avançar."
Chutar uma bola no meio das batalhas "se tornou rapidamente um ato que mostrava status e bravura", de acordo com Paul Fussell, autor do livro The Great War and Modern Memory ("A Grande Guerra e a memória moderna", sem edição no Brasil).
O fim da inocência
"Toda guerra aniquila a inocência, mas nenhuma guerra mais do que essa", escreveu o jornalista Brian Phillips sobre o conflito que começou em 1914. No ano seguinte, ainda existia inocência no meio da barbárie.
Em 24 de abril de 1915, 50 mil torcedores estavam em um estádio de Manchester, na Inglaterra, para ver a final da Copa da Liga entre Chelsea e Sheffield United. Dois dias antes, havia começado a batalha de Ypres, na Bélgica, uma das mais sangrentas da Primeira Guerra. Milhares de soldados franceses morreram logo nos primeiros minutos do conflito ao inalar um gás venenoso dispersado no ar pelos alemães – alemães também morreram porque o vento soprava para todos os lados.

Bola de couro usada na 1ª Guerra foi encontrada em 2011
A batalha ainda estava acontecendo quando Chelsea e Sheffield entraram em campo. Nas fotos da partida, é possível ver militares em muletas, militarem com faixas médicas na cabeça, militares que tiraram férias da barbárie da guerra para ver futebol.
Depois disso, intelectuais nacionalistas começaram uma campanha para interromper o calendário esportivo e forçar atletas a se alistarem no exército. Era um absurdo, diziam eles, que esportistas continuassem suas vidas, enquanto milhares de pessoas morriam no exterior para defender a nação. "Nunca a mesma inocência de novo", escreveu o poeta Philip Larkin, sobre os eventos esportivos no meio do conflito.
Um século e incontáveis guerras depois, continuamos falando de futebol em termos bélicos porque a metáfora segundo a qual uma partida é uma batalha ainda faz sentido. O jogador que marca mais gols tem a artilharia de um torneio. Ele também pode ser um matador e um Gladiador. Uma equipe que é goleada sai de campo massacrada. Um chute pode ser um tiro, como um tiro de meta ou um tiro livre. Já um chute muito forte é uma bomba. Um time que evita o rebaixamento no fim do campeonato é um time de guerreiros. O técnico é chamado de comandante e o líder do time é o capitão.
Cem anos depois ainda é difícil entender o que foi a Primeira Guerra Mundial, mas parece que a guerra nunca saiu de nós.
Fonte: UOL, Notícias, em 24/08/2014. Divulgação/Leather Conservation Centre.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VIAGEM À ATIBAIA: Encontro dos CEPs


Sigo hoje, 17/11/2014, para Atibaia-SP, a fim de participar do “Encontro Extraordinário de Comitês de Ética em Pesquisa”, patrocinado pelo Ministério da Saúde e realizado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa CONEP/CNS, para discussão das minutas das Resoluções Complementares à Resolução 466/12.
Retorno à Fortaleza na noite de 19/11/2014.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Coordenador do CEP/ICC

domingo, 16 de novembro de 2014

LEIS DA ATRAÇÃO (segundo Murphy) II

(coisas que se atraem sem esforço nenhum):
Político e dinheiro público
Dedinho do pé e ponta de móveis
Camisa branca e molho de tomate
Tampa de creme dental e ralo de pia
Café preto e toalha branca na mesa
Dezembro na Globo e Roberto Carlos
Segundas-feiras e sono
Terças-feiras e sono
Quartas-feiras e sono
Quintas-feiras e sono
Sextas-feiras e cervejaaaaaaaaaaaaaaaaa
Chuva e carro trancado com a chave dentro
Dor de barriga e final de rolo de papel higiênico
Bebedeira e mulher feia
Fonte: Internet (circulando por e-mail). Autoria ignorada.

LEIS DA ATRAÇÃO (segundo Murphy) I

(coisas que se atraem sem esforço nenhum):
Pobre e funk
Mulher e vitrines
Homem e cerveja
Chifre e dupla sertaneja
Carro de bêbado e poste
Tampa de caneta e orelha
Moeda e carteira de pobre
Tornozelo e pedal de bicicleta
Leite fervendo e fogão limpinho
Fonte: Internet (circulando por e-mail). Autoria ignorada.

sábado, 15 de novembro de 2014

Posse de Ana Margarida Rosemberg e Waldeney na Academia Cearense de Medicina


Mesa diretora e acadêmicos ao término da solenidade de posse da ACM.
A Academia Cearense de Medicina (ACM) realizou ontem à noite, dia 14/11/14, no Auditório Castello Branco, da Reitoria da UFC, a solenidade de posse dos seus novos membros titulares: a Dra. Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg, pneumologista, sanitarista e historiadora, e o Dr. Francisco Waldeney Rolim, cardiologista e expert em cooperativismo médico, como ocupantes das Cadeiras 35 e 25, respectivamente, patroneadas pelos médicos Lineu de Queiroz Jucá e Alber Furtado de Vasconcelos, em vagas anteriormente ocupadas por Leopoldo Farias de Moura e João Barbosa Pires de Paula Pessoa.
Os novos acadêmicos foram saudados pelo Ac. Marcelo Gurgel.
Ac. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro titular da ACM – Cadeira 18

MORRE EX-MINISTRO ADIB JATENE


Adib Jatene em foto de janeiro de 2011
(Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
Morreu na noite desta sexta-feira (14/11/14), aos 85 anos, o médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene. Segundo o Hospital do Coração, em São Paulo, a causa da morte foi infarto agudo do miocárdio. O velório será realizado no anfiteatro do hospital neste sábado (15/11).
Em 22 de setembro deste ano ele havia sido internado também após sofrer um infarto. Em maio de 2012, o médico já havia sido internado com dores no peito e passado por um cateterismo. No procedimento, ele precisou colocar um stent (prótese metálica para a desobstrução de artérias).
Jatene era diretor-geral do HCor e um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil. Ele deixa quatro filhos – os também médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da arquiteta Iara – e a mulher Aurice Biscegli Jatene.
Médico e ministro
Acriano de Xarupi, Jatene era filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho. Quando criança, a família se mudou para Uberaba, em Minas Gerais, e, depois, para São Paulo. Na capital paulista, estudou na Universidade de São Paulo (USP), formando-se aos 23 anos pela Faculdade de Medicina. A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade, sob a orientação do professor Euríclides de Jesus Zerbini (1912-1993), pioneiro dos transplantes de coração no país.
Com mais de 20 mil cirurgias no currículo, se destacou também por ter sido o primeiro a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil e por ter inventado aparelhos e equipamentos médicos. Em Uberaba (MG), lecionou Anatomia Topográfica da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Neste período, construiu seu primeiro modelo de coração-pulmão artificial. Em São Paulo, trabalhou no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e como cirurgião no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde.
Na política, apesar de não ter se filiado a partidos, atuou como secretário estadual da Saúde de São Paulo (1979-1982), no governo de Paulo Maluf, e duas vezes como ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1992, por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses). No governo de FHC, criou a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), para ajudar a financiar a saúde brasileira, e deu continuidade ao projeto dos medicamentos genéricos e ao programa de combate à Aids. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e autor e co-autor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional.
Dono de uma coleção particular de quadros, com obras de Di Cavalcanti, Alfredo Volpi e Tarsila do Amaral, presidiu o conselho deliberativo do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Secretário da Saúde lamenta
Por meio de nota, o secretário de Estado de Saúde de São Paulo, David Uip, disse que a "perda do professor e ministro Adib Jatene é motivo de absoluta tristeza" e que "a saúde pública está em luto". O secretário ainda destacou o papel de Jatene "para a consolidação do SUS em São Paulo e no Brasil".
Fonte: g1.globo.com/sao-paulo, de 14/11/2014.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

MÉDICO E LOUCO


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Doenças são fatos comuns na atividade do médico. 
Fazer literatura, artes, não!
Se assim fosse, bastaria uma papeleta médica corretamente redigida para um médico ser considerado escritor. Mas isso não passaria de simples redação, apesar da importância médica. Anotações médicas, por mais bem escritas que sejam, não possuem beleza literária.
No caso do escritor ser o paciente, poderá valer-se da experiência do sofrimento para expressá-la de forma artística, depois da fase aguda da doença. A Montanha Mágica do Thomas Mann (1875-1955) é exemplo de relato de um escritor quando doente.
Doenças, sofrimentos não inspiram literariamente quem deste dom não foi aquinhoado. Por outro lado, o ato de criar exige do artista um mínimo de higidez. Apesar da surdez, Beethoven continuou compondo suas sinfonias. Desses o mais emblemático é o caso do pintor Vincent Van Gogh. Cortou a orelha direita durante um dos seus surtos psicóticos.
Alguns biógrafos do artista afirmam que o ato foi uma espécie de vingança contra sua amante Virginie, depois que Van Gogh descobriu que ela estava apaixonada pelo artista Paul Gauguin. De acordo com esta versão, Van Gogh teria enviado a orelha ensanguentada, dentro de um envelope, para a amante. Seu sofrimento psíquico levou ao seu internamento em uma clínica psiquiátrica e pouco tempo depois se suicidou com um tiro no peito, levado para um hospital, não resistiu, morrendo três dias depois.
Acredito que o melhor, tanto para o escritor, para o médico ou para qualquer pessoa, é gozar de boa saúde. Já se foi o tempo de considerar a dor e o sofrimento como purificadores da alma ou - pior, o sal da criação de um artista.
Praticando a Medicina por mais de meio século, jamais encontrei alguém que produzisse uma obra de arte durante a vigência de um surto psicótico.  “De médico e de louco cada um de nós temos um pouco” é, no meu entender, um ditado muito perigoso e os estudos mais recentes são meras estatísticas que, como todos e quaisquer números, podem ser manipuladas. Você se operaria com um médico maluco?
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
 

Free Blog Counter
Poker Blog