sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Horóscopo Nordestino: CARCARÁ


Fonte: Circulando por e-mail (internet).

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

AS DORES "ROMBAS" DE SETEMBRO


Márcia Alcântara Holanda (*)
A lembrança de que ele já foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos
Cabe logo conhecer-se o significado de dor (Wikipédia): para o lado médico, a dor é uma sensação penosa, desagradável, produzida pelos estímulos internos ou externos de terminações nervosas sensíveis a esses fatores. Podem ser de vários tipos: intensas, agudas, crônicas; em vários componentes do nosso corpo, como a dor de cabeça. Por outro lado, existe a dor da alma, causada por sentimentos de perdas, danos, desgraças, mágoas, decepções, desaparecimento de sonhos idealizados e muito mais.
A dor que chamei de “romba” é aquela dor disforme que causa extremo mal-estar como se um rombo, de fato, tivesse sido feito na nossa alma: nossa essência se desfigura, os sonhos se esvaem e fica esse “enorme buraco” detonador de rumos que propusemos, um dia, para as nossas vidas. Foram três as principais dores “rombas” que se abateram sobre os brasileiros nesse setembro de 2016, abalando a estrutura emocional da imensa maioria deles.
A essência de cada um de nós foi trespassada primeiramente pelo show midiático promovido pelo grupo de procuradores da “Lava Jato”, operação que se desenrola para a moralização do Poder Público, apoiada pela maioria da população brasileira e que, segundo os resultados das investigações, esse poder está contaminado pela propinocracia e, portanto, está mergulhado até o pescoço em corrupção. A dor romba foi disparada na hora em que foi dito em rede nacional e internacional, que o ex-presidente Lula era o “comandante máximo” do petrolão, “artífice da propinocracia”, “maestro da orquestra criminosa”.
Revendo: Lula representou para os brasileiros a esperança de uma vida melhor, num Brasil que até então tinha sua política dedicada às classes sociais elevadas. Seu primeiro governo foi de resultados. O povo o admirou, confiou e viveu dias melhores, ganhou dos brasileiros o apoio e louvor irrestritos, reelegeu-se. No governo de sua sucessora, tudo ia bem até o desmoronamento de tal estrutura política. A demonstração didática dos procuradores atingiu Lula e o povo sofreu a intensa dor da desilusão, mas só nos convenceu de que Lula faltou com a ética e prevaricou, estabelecendo uma relação promíscua com empreiteiras quando desejou ter um tríplex em Guarujá.
A dor romba se formou e ficou. A segunda foi a contestação melancólica do ex-presidente que, cheio de emoção, tentou nos convencer de que é inocente e está a catar picuinhas para se ver livre das acusações e de ser preso como seus pares. A lembrança de que ele já foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos.
Finalmente o “Velho Chico” tragou, num turbilhão de correnteza, o grande ator global que deixou esposa, filhos, um legado de arte novelística e seus fãs atingidos por mais uma dor romba nesse setembro de dores. As reflexões são necessárias agora.
(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 27/9/2016. Opinião. p.11.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

CONVITE: lançamento de “A DOENÇA DA SAÚDE”, de Lineu Jucá


O autor Lineu Ferreira Jucá, membro da Sobrames/CE e ex-presidente do Centro Médico Cearense, convida para o lançamento de A DOENÇA DA SAÚDE, livro cuja renda será inteiramente destinada ao IPREDE.
Local: Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) – Auditório Waldir Diogo.
Av. Barão de Studart n° 1.980, Aldeota. Fortaleza-CE.
Data: 29 de setembro de 2016 (quinta-feira) Horário: 19h.
Traje: Esporte fino.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Presidente da Sobrames-CE

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Nunca antes visto: sucuri engole onça parda e é encontrada quase morta


Um grupo de brasileiros conseguiu registrar, pela primeira vez, uma sucuri que devorou uma onça parda. O caso ocorreu em outubro de 2015 em Promissão, a 451 km de São Paulo, mas o artigo que relatou o caso foi publicado nesta semana. A onça foi encontrada no estômago da sucuri, que também morreu em decorrência dos ferimentos na luta entre os dois animais. Esta foi a primeira documentação de que sucuris comem onças.
Segundo o Zoológico Municipal de Bauru, responsável pela necropsia do réptil, a sucuri, que tinha 4,2 metros, atacou e engoliu uma onça parda de pouco mais de um metro de comprimento e 42 quilos.
Ambos os animais são considerados carnívoros que estão no topo da cadeia alimentar. Para um dos pesquisadores que realizou o trabalho, o fato trará "mudanças significativas" na forma como se analisa a predação entre as duas espécies carnívoras.
A sucuri foi encontrada acidentalmente, já que a onça era monitorada por um radar, colocado pela ONG (Organização Não Governamental) Pró-Carnívoros. Ao perceberem que o sinal estava imóvel, funcionários da AES Tietê, empresa parceira da ONG no projeto, foram até o local imaginando que o animal tinha morrido.
Ao chegarem lá, visualizaram que o sinal vinha de uma área de brejo. Identificaram, então, a cobra agonizando. O animal foi levado ao Zoológico de Bauru. "Houve tentativa de salvar o animal, mas, quando ele chegou, já tinha morrido", conta Luiz Pires, responsável pelo zoológico de Bauru e um dos autores do artigo.
"Quando fizemos a necropsia, identificamos os restos da onça, já parcialmente digerida, no estômago da sucuri", conta ele, ressaltando ainda que também foram localizados o colar e o brinco de identificação do animal.
O caso foi publicado nesta semana pela Cat News, publicação do Grupo de Especialistas em Felinos do Comitê de Sobrevivência das Espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza.
"Há relatos de sucuris que já se alimentaram de jacarés, capivaras e até pequenas jaguatiricas. Mas nunca uma onça parda. Embora o contato entre esses dois predadores seja muito raro, a pouca documentação existente mostra que a sucuri já tinha sido a presa, mas nunca a predadora"
Pires acredita agora que, com esse fato inédito registrado, surgirão novas pesquisas para demonstrar se o comportamento da sucuri pode ter sido motivado por mudanças no ecossistema ou se se trata de uma situação excepcional. "Não é possível responder a essas perguntas, mas novas pesquisas certamente irão se debruçar sobre esse tema", conta.
De acordo com Sandra Cavalcanti, pesquisadora e presidente da Pró-Carnívoros, a publicação do artigo demonstra a importância do trabalho de monitoramento. Ela conta ainda que hoje quatro onças são monitoradas com colares. Assim é possível monitorar também a qualidade do meio ambiente no local onde a onça vive. "Temos dados sobre a movimentação das onças e também das presas que ela come. Assim, podemos analisar se o ecossistema no qual ela vive está preservado", explica.
Fonte: UOL Notícias, de 14/8/2016. Imagens Pin it.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

FRASES DE DIDEROT

 

Fonte: Blog do Eliomar de Lima

domingo, 25 de setembro de 2016

MARAFONA (II) - Político x Estadista


Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

Política é a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou estados; a aplicação dessa arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa).

Estadista pessoa versada nos princípios ou na arte de governar; pessoa ativamente envolvida em conduzir os negócios de um governo ou moldar a sua política; homem de Estado; pessoa que exerce liderança política com sabedoria e sem limitações partidárias.

Não deve-se comparar um político com um estadista. A diferença entre ambos é gigantesca.

Aristóteles ensinava que o estadista anseia oferecer certo caráter moral nos seus concidadãos, particularmente uma disposição para a prática de ações honradas, honestas, analisadas, e visando o futuro da Nação. O estadista pensa nas próximas gerações, exorta o esforço pessoal de cada um dos cidadãos para construção de um grande país. Possui a capacidade de ter razão antes de tempo.

Faz aquilo que pensa ser melhor para o seu país. Concisos no falar, tolerantes, sem paixão ideológica. Emprega linguagem verdadeira, mesmo que dolorosa. Raramente são compreendidos, pois se preocupa com o longo prazo e toma decisões impopulares. É audaz e não receia se tornar desconhecido quando necessário pelo bem comum. Combina a ética com a eficácia das iniciativas. Esquadrinha aperfeiçoar e fortalecer as instituições.

Coloca os interesses da nação acima de qualquer interesse pessoal. O político é astuto, esperto, hábil pode ser até delicado, cortês, educado polido nunca simplório, salvo as exceções da regra. Infelizmente ninguém vive de exceção.

Não se deveria compará-los, pois, são personalidades diferentes e antagônicas. Dificilmente se encontram na vida. Quanto mais na mesma pessoa. Será que esta frase do Albert Camus (1913-1990), prêmio Nobel de Literatura estará correta:

A política e os destinos da humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza. Aqueles que têm grandeza interior não se encaminham para a política.

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

MARAFONA (I) - Pública


Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

Neste momento de crises política e econômica a Mídia profissional deveria ser mais cautelosa ao noticiar denúncias surgidas de todas as partes. Sabe-se que mais de 80% das notícias que virilizam nas mídias sociais têm origem nos próprios profissionais da imprensa. A influência delas é cada vez mais poderosa e vai muito da tríade: jornal, rádio, televisão.

Entendo como opinião pública o conjunto das ideias e dos juízos partilhados pelas pessoas em geral sobre as mais variadas questões, sejam elas de âmbito político, social, moral, cultural, econômico, esportivo. Já a pesquisa da opinião pública é um manipulador perigoso e, pior que tudo, atrevido.

Desde que esses tipos de pesquisas (?) se tornaram cada vez mais fáceis de serem realizadas, elas intoxicam as mentes, parecem mais esgotos a céu aberto. Assim, supostas conclusões colhidas por uma pergunta complexa como: “você é a favor da liberação das drogas?” são obtidas em menos de vinte e quatro horas, bastando oferecer ao entrevistado as opções sim, não, ou não sei.

A maioria das respostas é contabilizada e publicada como a opinião de um grupo ou até de um país, não importando quem a forneceu, como, e, muito menos, por quê. Outro exemplo: perguntam se “você é a favor do aborto?”, com respostas sim ou não, e afirmam que o resultado final é científico. Se o aborto ganhar, o povo é a favor do abortamento. Muitos dos contrários ao abortamento são a favor da pena de morte e por aí vai a superficialidade das conclusões alardeadas. Parece até que algumas verdades tidas pelos marqueteiros como “científicas” valem mais do que anos e anos de estudo.

Em termos de módulos ditos científicos (como a física, a química, a matemática) ou ainda para sermos “científicos” no contemporâneo temos de empregar uma linguagem estatística. Porém nem sempre isto é factível. Existe muita gente por aí que procura apadrinhar, com a “opinião pública”, as suas opiniões ou equívocos pessoais. Vincent de Moro-Giafferi (1878- 1956) advogado criminalista francês dizia: "Opinião pública, essa prostituta que puxa o juiz pela manga". Nenhum governo poderá administrar um país orientando-se apenas pela prostituível opinião pública. Nada contra as prostitutas.

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

sábado, 24 de setembro de 2016

Em Prol da Canonização do Lula...


 


Fonte: Montagem circulando por e-mail (internet). Sem autoria explícita.

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Setembro/2016


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de SETEMBRO/2016, que será realizada HOJE (24/09/2016), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.

A oportunidade servirá também como o pré-retiro preparatório ao retiro espiritual da SMSL que ocorre, anualmente, desde 1937.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

MUITO OBRIGADO!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)

As populares hemorroidas afligem mais de 50% dos cinquentões. Não cabe maçar o leitor de jornal com sisudos e elaborados raciocínios científicos. No desenvolvimento dessas varizes, muito conta a constipação intestinal (prisão de ventre), e na gênese dos seus sinais sobressai a dieta como fator primordial. O retardo no trânsito intestinal determina constipação, com maior esforço às dejeções, e seu consequente crescimento, mais sintomas (sangramento e prolapso) de varizes retais antes silenciosas.

Tem-se hoje cientificamente comprovada a eficácia das fibras na prevenção não somente das varizes hemorroidárias, mas também da apendicite aguda, dos divertículos do grosso intestino, e das doenças coronarianas! As hemorroidas costumam acometer mais as mulheres (52%) do que os homens, como também ratificamos em 327 pacientes por nós operados na Faculdade de Medicina da UFC entre 1969 e 1971.

A rigor, as mulheres são mais constipadas, talvez até por fatores glandulares, e os homens não engravidam (até hoje, pelo menos!). Embora assaz comuns, as hemorroidas – como doença –poucas vezes estiveram “na moda”; raramente dão ibope. Entre seus portadores abundam os que se referem sem pejo – às vezes mesmo com júbilo – ao seu calista, ao seu psiquiatra, seu dentista, otorrino ou ao seu cardiologista; poucos, porém, mencionam abertamente seu proctologista, e geralmente, quando dele sentem o bisturi, lá dizem, com eufemismo, terem sido operados das “amídalas”!

A operação não é o único tratamento destas varizes, as quais – dependendo de seu estádio, ou grau – podem ser cuidadas por meio da eventual correção dos hábitos higieno-dietéticos, ou de injeções esclerosantes (1869), ligaduras elásticas (1963), crioterapia (congelamento) (1969), coagulação infravermelha (1977), cauterização pelos raios “laser” (1981), ou com o método mais recente, a desarterialização guiada por doppler.

O tratamento cirúrgico (hemorroidectomia), racionalizado e mundialmente adotado desde 1934 fica reservado para os casos mais acentuados, às hemorroidas antigas, dita do IV grau, complicadas com prolapsos, àquelas, enfim, que chamamos hemorroidas “de estimação”! Assim, acreditamos que a operação não está indicada em mais de 35% dos hemorroidários. Deve o leitor também saber que as afecções ano-retais possuem um vocabulário reduzido (sangramento, prurido, prisão de ventre, diarreia, dor, corrimento, puxo, prolapso), e suas poucas palavras (manifestações) tanto podem significar doença benigna como moléstia maligna!

Dados recentes do Instituto Nacional do Câncer, divulgados pela revista “Arq. Gastroenterol” v. 53, nº 2 – abr./jun. 2016, revelam que este tumor foi responsável por aproximadamente 32.000 casos em 2014. Foram 15.000 novos casos em homens, e 17.530 em mulheres. Portanto, olho vivo! Nem tudo o que sangra pelo reto significa hemorroidas. Pode ser câncer!

(*) Professor Emérito da UFC. Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.

Fonte: O Povo, Opinião, de 24/8/2016. p.10.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

VIAGEM A SÃO PAULO: XXVI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores


Viajo, na madrugada de hoje, dia 22/9/2016, a São Paulo, para participar do XXVI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, a realizar-se no Hotel Transamérica.

Durante o congresso, farei duas exposições orais: “Carmina, Meu Amor” e “Inês de Castro: no sossego de Alcobaça”, montadas em power point e acompanhadas de vídeos sonorizados.

Retorno à Fortaleza na madrugada do domingo (25/9/2016).

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Presidente da Sobrames-CE

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

IRMÃ IMÊLDA


Hélio Leitão (*)

Religiosa. Educadora. Advogada criminal. Maria Imêlda Lima Pontes devotou sua existência ao serviço dos mais pobres dentre os pobres.

Nascida aos 29 de setembro de 1920, entrega-se à vida religiosa, nas fileiras da Congregação das Filhas do Sagrado Coração Imaculado de Maria. Exerceu intenso trabalho de assistência a mulheres privadas de liberdade no Instituto Penal Feminino, iniciando, a partir de então, seus vínculos com a causa penitenciária.

Madura, aos 41 anos de idade ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Torna-se advogada, voltando sua prática profissional à defesa criminal gratuita de pessoas carentes. Fundou o Departamento Direito e Paz, com a finalidade precípua de prover assistência social e jurídica à população de baixa renda.

Uma trajetória de vida de abnegação e renúncia a ser enaltecida, sobretudo nestes tempos de individualismo e de cultura hedonista, em que o consumismo se transformou na grande ideologia, como dizia o geógrafo Milton Campos.

Não é por acaso que ganha o nome “Irmã Imêlda” uma inovadora experiência prisional que acontece no estado do Ceará. Uma unidade prisional voltada essencialmente a receber presos vulneráveis, assim entendidas as pessoas com deficiência, cadeirantes, doentes crônicos, público LGBT (historicamente, aqui e alhures, alvo de violências na ambiência carcerária).

É mais um esforço que se faz na linha da humanização do sistema penitenciário cearense, o que temos feito sem medo de arrostar as incompreensões e explorações políticas que povoam, nem sempre em boa-fé, o debate público sobre as questões afetas à segurança pública. Afinal, não percamos de vista que, como bem disse Irmã Imêlda no título do livro em que narra suas experiências, “o marginalizado também é gente”. Em meio à avalanche conservadora que engolfa a vida nacional, não raro o óbvio precisa ser dito. Em alta voz.

Imêlda faleceu em 2013. Acho que está feliz pela homenagem.

(*) Secretário de Estado da Justiça e Cidadania do Ceará.

* Publicado In: O Povo, de 19/09/2016. Opinião, p.19.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

CRÔNICAS E CRONISTAS. A crônica é a canção da Literatura


Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

A crônica é o melhor recurso que o jornalismo tem para enfrentar os novos tempos. É a mescla da informação com a emoção, do mundo objetivo, público, com o mundo privado ou íntimo. Por meio dela, ao mesmo tempo pode-se descrever a notícia que afeta uma comunidade e entender sua repercussão individual. E, a partir disso, analisar por que essa notícia transforma a vida de certas pessoas. A crônica tem muito prestígio cultural. Se você perguntar a uma autoridade, a um empresário ou a um leitor comum se eles gostam de crônica, vão dizer que sim, porque ela evoca o humano, o real.

Por outro lado, há uma busca pela audiência, hoje potencializada pela internet, que faz com que tudo o que tenha sangue seja valorizado "if it bleeds, it leads" (se sangra, tem destaque), tendência que nunca foi tão verdadeira como na mídia atual.

Outro dia, eu estava olhando o índice de um dos meus livros de crônicas. Notei que 80% delas tinham saído em veículos que não existem mais. São publicações efêmeras, suicidas ou pouco lucrativas.

Nós, cronistas, temos prestígio, mas a nossa transcendência não é tão grande quanto imaginamos. Conto nos dedos das mãos os cronistas que sobrevivem escrevendo crônicas. Quando muito, ficam a mendigar espaços nos periódicos para escrever de graça.

O prestigio de muito dono de jornal vem do poder de oferecer espaço para as crônicas.

A crônica por parecer um gênero mais fácil, e realmente o é, para os que ousam mostrar suas tendências literárias para sobreviver. No entanto, sabendo ou não, estão vendendo a granel a sua vocação ou sua falta de vocação de escritor.

Alguns fazem delas narração histórica, por ordem cronológica, pequeno conto, de enredo indeterminado, ou texto jornalístico redigido de forma livre e pessoal.
Outras não passam de seção de revista ou de jornal, conjunto de notícias sobre alguém ou algum assunto. O pior é que a crônica aborda assunto mais literário do que jornalístico e não admite o anonimato, ela tem de ser assinada. Para ser crônica tem que ser assim.

O cronista é um homem que passa a vida procurando contar as ocorrências diárias, tentando fazê-lo com graça. Sofre até os males do envelhecimento, pois quando o cronista está escrevendo um artigo suspeita que já o tenha escrito. E o pior é que com o passar do tempo vamos ficando mais enfastiados de nós mesmos. Não caia nessa de pedir para que seu artigo seja publicado. Vira um vício muito perigoso. Nem craque vicia tanto.

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

IRMÃ BREVES: uma homenagem em falta





A Irmã Margarida Breves nasceu no Rio de Janeiro em 1887. Foi admitida na Companhia das Filhas da Caridade em 1910 e chegou ao Ceará em 1921.
Nos 32 anos em que viveu no Ceará, a Irmã Margarida Breves exerceu o seu apostolado não apenas evangelizador, pois foi igualmente muito profícuo nas áreas da educação, da saúde e da assistência social, legando à terra alencarina um arsenal de feitos, dentre os quais sobressai a instalação da Escola de Enfermagem São Vivente de Paulo.
Fruto do seu empreendedorismo, regado por uma tenacidade que beirava à obstinação, ela conseguiu amealhar os recursos financeiros e materiais necessários à edificação do prédio que abrigou a escola-máter da Enfermagem cearense.
A Irmã Breves tem muito a ver com a fundação de diversos Centros de Atividades no Ceará, tanto religiosos como educacionais e assistenciais.
Irmã Breves faleceu em Salvador-BA em 1987, com quase cem anos de idade, 77 deles devotados à vida religiosa, tendo direcionado o seu fervor missionário, sobretudo, em prol dos pobres e dos mais necessitados de saúde, de educação e de assistência.
A trajetória de vida dessa incansável e resoluta religiosa, que abriu mão dos bens materiais para abraçar as causas sociais, em favor dos mais desvalidos, merece ser enaltecida, conferindo-se um reconhecimento à altura das suas realizações e do seu legado aos cearenses.
O poder público não pode ficar à margem das homenagens a serem prestadas a essa valorosa benemérita do povo cearense. É hora de conclamar as autoridades estaduais e municipais para que rendam a honraria cabível e definitiva à Ir. Breves.
Nesse período em que vários equipamentos de saúde estão sendo inaugurados pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, muito oportuna seria que a Secretaria de Saúde de Fortaleza, acolhesse uma proposição da Câmara Municipal de Fortaleza, nomeando de Irmã Margarida Breves uma das suas novas unidades de saúde que será posta em serviço brevemente.
Caso a Prefeitura acate a presente proposição, consagra-se assim mais do que o reconhecimento à benemerência da pioneira da Enfermagem no Ceará, uma vez que alcança, por extensão, os dedicados profissionais da arte do cuidar, granjeando a satisfação de suas entidades representativas locais: Academia Cearense de Enfermagem, Associação Brasileira de Enfermagem–Seção Ceará, Conselho Regional de Enfermagem do Ceará e Sindicato dos Enfermeiros do Ceará.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor universitário e médico


* Publicado In: O Povo, de 19/09/2016. Opinião, p.19.

DIREITO E JUSTIÇA


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

No momento atual, sem querermos ser pessimistas, fatores como a globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo autoritário; o capitalismo selvagem; a corrupção; os estelionatos eleitorais e administrativos, motivados por alguns mecanismos de marketing e da falsa mídia, dentre outros elementos, estão conduzindo nações ricas, emergentes e pobres para uma crise que abrange aspectos morais, socioeconômicos, de desesperança, de irresponsabilidade, de injustiça, de violência, etc. Se o avanço científico e tecnológico, apoiado quase sempre num propósito egoísta, para certos segmentos da humanidade proporcionou melhores condições de vida, para outros não aconteceu o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não concordamos quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas excluídas e oprimidas. Precisamos, estrategicamente e sem preconceitos pensar o futuro. Não obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem ser comuns: a justiça; a perspectiva de mobilidade social, implicando no conceito de igualdade de oportunidades; a soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e não por forças autoritárias; como também a busca permanente da paz. Por sua vez, acreditamos que o modelo do Estado Democrático de Direito está esgotado. Segundo Cícero: “Summum jus - Summa injuria” (O supremo direito é a suprema injustiça) – por exemplo, dentre vários, o foro privilegiado. É chegada a hora de se colocar na agenda de debates a transformação do Estado Democrático de Direito em Estado Democrático de Justiça.

 (*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. Julho de 2016.

domingo, 18 de setembro de 2016

Lula entre Cristo e Barrabás


 


Chargista: indecifrável.

Fonte: Circulando por e-mail (internet).

Lula a caminho de Curitiba...


 


Chargista: indecifrável.

Fonte: Circulando por e-mail (internet).

sábado, 17 de setembro de 2016

MOTEL AMBULANTE


 


Fonte: Foto circulando por e-mail (internet). De autoria e local desconhecidos.

PT no MEIO...


 


Fonte: Montagem circulando por e-mail (internet). Sem autoria explícita.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sucesso da Novela Velho Chico: (Oportuno Lembrar) Voto é secreto mesmo?


Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

De quando em vez surpreendo-me com coisas que já sei. Desta vez foi com a pesquisa de julho de 2010 do Tribunal Eleitoral sobre o nível da escolaridade do eleitor brasileiro. Se não vejamos: de um total de 135,8 milhões de votantes, 5,9% são analfabetos, 35% informaram saber ler e escrever, mas a maioria não concluiu o primeiro grau escolar, o que significa que não frequentaram escola e provavelmente não sabem interpretar textos.

Apesar de concordar com a ideia de que o processo democrático é algo dinâmico e em constante aperfeiçoamento, enquanto os regimes ditatoriais são estáticos e donos de uma verdade que é a do ditador, acredito no que ensina o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920): "A Democracia é a melhor forma de governo, porém possui o seu calcanhar de Aquiles. É o seu colégio eleitoral". Continuo.

O voto de curral era a expressão empregada para designar o sistema eleitoral onde a eleição era manipulada pelos coronéis, figuras que detinham o poder social e político em diversas regiões do país. Não importando a forma de governo central, Brasil Colonial, Império ou República, quem mandava e desmandava eram esses pequenos caudilhos. O seu poder assemelhava-se ao feudo medieval, mas em lugar de fossos e muralhas havia cercas de arame farpado para guardar seus eleitores de cabresto...

Com o advento da TV e da eletrônica pensei que muita coisa iria mudar. Mudou sim, mais muito pouco. Nas grandes cidades - ou na maioria delas - quem manda são os donos da Mídia, principalmente os donos das cadeias de TV. De um povo cuja cultura vem das novelas, dos programas de baixo nível, desestruturado, analfabeto, o que se poderá esperar como resultado eleitoral?

Olhando de determinado ângulo este tal progresso tecnológico, tenho cá minhas dúvidas. Quem sabe com esses esclarecimentos, venhamos a fazer escolhas piores do que as que fazíamos antes. Não há mais barreira física contra a informação: onda de rádio, sinal de televisão ou onde despontam os sinais da Internet, aos quais, lamentavelmente, apenas uma pequena minoria tem acesso...

A informação penetra em todos os lugares e lares. Esboroaram-se os castelos dos nossos antigos coronéis. E tem mais, pelo andar da carruagem, a cerca do curral e os poderes dos coronéis estão ultrapassados, mas não deixam de existir - subliminarmente. Agora o céu é o limite. Ou dizendo de outra maneira: continuamos cercados pelos arames farpados do analfabetismo, agora intoxicados pelos marqueteiros eleitoreiros.

Sem Educação e Ensino não haverá tecnologia que seja capaz de fazer avançar a Democracia Brasileira. Ficamos no mesmo coronelismo, agora apenas camuflado. Que importa se a urna é eletrônica, quando a massa eleitoral não tem escola para aprender ou se esclarecer? Se a cabeça do votante continua desinformada e agora mais confusa?

Para concluir, vou confessar uma coisa (sem saudosismo piegas). No tempo dos coronéis era tudo mais simples e havia um folclore mais engraçado. Costumo dizer: sem humor, do que vale viver? Havia todo um folclore envolvido, cujo centro era, na maioria das vezes, o chefe político ou o dito coronel. O voto era passado das mãos do coronel para o eleitor em cédula dobrada e quando o pobre do eleitor queria ver o nome em que ia votar, o chefe, o capataz ou o cabo eleitoral ou qualquer coisa que o valha gritava: "Pra que olhar primeiro se você nem sabe ler e depois o voto é secreto. Você não sabe disso? Seu idiota! Quer ir pro xilindró? Olha o meganha aí para te prender...".

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

Nota do Editor do Blog: Esta postagem estava preparada para divulgação aqui nos próximos dias, ao término da novela “Velho Chico”, um grande sucesso de público veiculado pela Rede Globo nesse momento. Com ela, aproveita-se para lastimar a perda acidental do ator Montagner, colhido no auge de sua carreira artística, quando fazia um dos principais protagonistas do folhetim novelesco.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O ROTEIRO DAS VAIAS



Márcia Alcântara Holanda (*)
O espetáculo de abertura das Paralimpíadas, no dia 7 deste mês no Maracanã, foi um show de beleza, emoção suprema regada a muito choro, mas também pontuada por sonoras e profusas vaias que completaram a apoteose de sentimentos, como alegria, superação e descontentamento. A perfeição do espetáculo imperou, o povo aplaudiu, mas reverberou uníssono e intensamente com uma estrondosa vaia que expressou seu descontentamento para com o “status quo” do nosso Brasil: a politicagem incidindo em todas as frentes dos nossos destinos.
Houve também muitos gritos e, dentre eles, os de “Brasil, Brasil, Brasil”. O que se quis dizer naquela hora ao presidente e assessores vaiados nas suas aparições no evento foi: “Parem de ‘leriado’, conchaves, troca de favores e se comportem como nós cremos que devem se comportar os responsáveis por dirigirem a nação e, as nossas vidas. Queremos ter saúde, educação, segurança, direito de ir e vir sem atropelos; enfim, viabilização de todos os nossos direitos”.
O fato de se receber uma vaia não quer dizer nada além de que o “vaiante” está querendo ser ouvido a distância e quer dizer que não está satisfeito com os rumos que alguém ou muitos estão dando a determinado processo. No nosso caso, as vaias das Paralimpíadas quiseram chamar a atenção para o rumo que se está dando ao Brasil neste momento: está sem rumo. O roteiro dessas estrepitosas vaias está claro, e foi dito ao vivo e a cores: “Ei, vocês aí, empertigados e viciados no poder, mexam-se, e mexam-se rápido! O povo não aguenta mais esperar, são 12 milhões de desempregados, sem teto, sem escola e sem saúde!”.
O bom entendedor deveria adorar as vaias, pois os norteariam na busca de encontrar onde estão as falhas de suas posições e como solucioná-las a contento, procurando entender e interferindo em cada ponto nevrálgico desse chamamento. Não dá mais para aguentar o toma-lá-dá-cá das casas executivas e legislativas do Brasil.
Viva a vaia! Diríamos nós, cearenses, que, com o espírito de molecagem, revelador de um estado de humor permanentemente em alta, vaiamos o sol no dia 30 de janeiro de 1942, que, depois de dois dias escondido, resolveu aparecer, tirando o prazer que os cearenses têm com a chuva ou tempo lusco fusco (O POVO, 30/1/2012). Fazemos parte, pois, da cultura da vaia e talvez pudéssemos ter orgulho de dizer: quem de direito tomar as vaias a sério, que as escute e mude o roteiro dos seus atos. Sigam o roteiro das vais e provavelmente acertarão no roteiro dos nossos destinos como brasileiros. Que o sol e o presidente sigam o roteiro das vaias; assim, poderemos ter dias mais frescos e um povo mais bem cuidado.
(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/9/2016. Opinião. p.11.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

FRASES E PENSAMENTOS DE GOETHE II



11 “Poderosa é a lei; mais poderosa, contudo, é a necessidade.”
12 “Os homens sensatos são os melhores manuais de conversação.”
13 “O homem de bom senso jamais comete uma loucura de pouca importância.”
14 “Só é digno da vida aquele que vai, todos os dias, à luta por ela.”
15 “Pensar é mais interessante do que saber, mas não é mais interessante do que contemplar.” 
16 “Quando trabalho o dia inteiro, acolhe-me de braços abertos uma noite amiga.”
17 “O comportamento é um espelho em que cada um mostra a sua imagem.”
18 “A posse de uma casa e de uma boa mulher é preferível ao ouro e pérolas.”
19 “A fidelidade é o esforço de uma alma nobre para igualar-se a outra maior que ela.”
20 “Não há homem de valor que permita que lhe arranquem do peito a fé na imortalidade.”
Fonte: gingaronline.com
 

Free Blog Counter
Poker Blog