terça-feira, 31 de março de 2020

A RETOMADA DO CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA


Lauro Chaves Neto (*)
Após sair da pior recessão da História, o Brasil vem crescendo, aproximadamente, 1% nos últimos anos e se projeta uma taxa acima de 2% para 2020. O crescimento da economia precisa ser alavancado para taxas acima de 3 a 4%, além de serem necessárias políticas que reduzam as desigualdades sociais e promovam um maior equilíbrio territorial.
O desenvolvimento industrial funciona como catalisador de toda a economia, tanto por seu efeito multiplicador como por sua capacidade de agregar valor em toda a cadeia produtiva. Vários indicadores econômicos acusam uma melhora, mas a recuperação industrial apresenta-se mais lenta, tendo recuado 1,1% em 2019 após crescer 3,5% no acumulado de 2017 e 2018. Além dos gargalos de curto prazo, é na indústria que grande parte das barreiras estruturais para o crescimento sustentado da economia se manifestam com mais intensidade.
A inovação deve ser intensificada, para isso as universidades e os institutos de pesquisa precisam atuar de forma integrada ao setor produtivo; a indústria paga a maior carga tributária no Brasil, o sistema precisa ser mais justo e simples; a infraestrutura deficiente é outro calo a machucar a eficiência do setor industrial; a internacionalização pode ser uma estratégia para absorção de tecnologia de ponta, abertura de novos mercados, oportunidades de alianças e parcerias.
A retomada do crescimento da indústria vai exigir a qualificação de colaboradores e empreendedores, sendo fundamental fortalecer as ações do Sistema S e das instituições de ensino. Sesi, Senai, Sebrae e IEL devem assumir um protagonismo cada vez mais determinante nesse processo.
A obtenção de maiores taxas de crescimento depende da elevação nos investimentos, sendo necessário atrair mais investimentos estrangeiros, além de baratear e desburocratizar o acesso ao crédito, já que a formação de poupança interna é insuficiente.
Esses elementos precisam ser consolidados em uma política industrial e não abordados isoladamente, pois devem ser os pilares da retomada de um maior dinamismo industrial em contraponto à agenda de protecionismo generalizado e desonerações sem critérios e/ou contrapartidas.
(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 10/2/20. Opinião. p.14.

COMO MELHORAR NOSSA RESPOSTA IMUNOLÓGICA?


Por Weiber Xavier (*)
Vivemos, atualmente, sob constantes agressões de toda sorte ao nosso organismo e com a ameaça crescente de novas infecções como a epidemia de coronavírus, dentre outros agentes. Há uma preocupação constante em como melhorar nossa resposta imune, o que fazer para que possamos incrementar nosso sistema imunológico e combater as doenças?
A resposta inicial em manter a primeira linha de defesa deve ser escolher um estilo de vida saudável. Não existe fórmula mágica nem panaceia farmacológica para melhorar nosso sistema imunológico. Existem recomendações da Harvard Medical School para manter nosso sistema imune forte e saudável de maneira natural e efetiva.
Como estratégia saudável para que nosso sistema imune funcione de forma adequada têm-se: Não fumar; manter uma dieta saudável rica em frutas e legumes; exercitar-se regularmente; manter o peso adequado; se ingerir álcool, somente com moderação; ter um sono adequado e reparador; manter a vacinação em dia; manter hábitos de higiene para evitar infecções, como lavagem das mãos frequente e moderar o stress.
Sabe-se que a pobreza, a falta de saneamento e desnutrição, assim como deficiência de alguns micronutrientes estão relacionados a um maior risco de infecção, porém, não existem estudos que comprovem que determinado suplemento ou erva ou megadoses de vitaminas possa aumentar a resposta imune e evitar infecções.
O exercício regular é um pilar fundamental dentre os hábitos saudáveis recomendados. Embora tenha inúmeros benefícios no controle do peso, da pressão arterial e da saúde cardiovascular ainda não existem evidências robustas sobre exercício moderado em pessoas não atletas e incremento do sistema imune; acredita-se que seja razoável pensar que é uma estratégia importante manter atividade física de forma regular a fim, também, de manter o sistema imunológico forte.
Existem atualmente muitas linhas de pesquisa sobre o efeito da idade, exercício, dieta, stress psicológico dentre outros fatores na resposta imune, até termos esses resultados mais consistentes uma boa maneira de ajudar nosso sistema imune é manter hábitos de vida saudáveis.
(*) Médico e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/2/2020. Opinião. p.14.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Assistência mais humanizada com Melhor em Casa


Por Joana Angélica Paiva Maciel (*)
A Prefeitura de Fortaleza avança, mais uma vez, na assistência à saúde da população por meio do Programa Melhor em Casa. Em parceria com o Ministério da Saúde, fortalece um serviço que vai atender pacientes com dificuldades temporárias ou definitivas de locomoção. Se não puder sair de casa para ir a uma unidade de saúde, receberá a atenção domiciliar para o seu tratamento.
Cuidar das pessoas com um programa de atenção domiciliar proporciona ao paciente uma assistência mais próxima à rotina da família, evita hospitalizações desnecessárias e diminui o risco de infecções, além de estar no aconchego do lar. Essa estratégia é amparada por estudos científicos que apontam o bem-estar, o carinho e a atenção familiar, aliados à adequada assistência em saúde como elementos importantes para a recuperação.
O Melhor em Casa atende desde a atenção básica até pacientes com necessidades de procedimentos mais complexos, com uso de recursos/insumos contínuos ou temporários, até estabilização do quadro, e necessidade de acompanhamento no mínimo semanal.
Além das equipes de Estratégia de Saúde da Família, o serviço já conta com 16 equipes, formadas por profissionais especializados em Atenção Domiciliar. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, além de assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, farmacêuticos, dentistas e fonoaudiólogos.
O objetivo é melhorar e ampliar a assistência a pacientes com agravos de saúde que possam receber atendimento humanizado em casa e perto da família. Essa é uma das vantagens do programa que também ajuda a pacientes submetidos a cirurgias que possam fazer a recuperação em casa, o que reduz o risco de contaminação e infecção.
Para o atendimento domiciliar, a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza estabeleceu alguns critérios administrativos, clínicos e socio-assistenciais para atendimento das equipes, como também critérios para desligamento dos pacientes do programa e para desospitalização. Espera-se, desta forma, dar mais qualidade de vida a pacientes, evitando uma hospitalização desnecessária.
Esse serviço representa um avanço para a gestão de todo o sistema público de saúde, já que otimizará custos e ajudará a desocupar os leitos hospitalares, proporcionando um melhor atendimento e regulação dos serviços de urgência dos hospitais municipais. 
(*) Médica e professor de Medicina da UniChristus. Secretária Municipal da Saúde de Fortaleza
Fonte: Publicado In: O Povo, de 28/2/2020. Opinião. p.17.

OS PULMÕES E OS MICRO ALGOZES DA HUMANIDADE


Por Márcia Alcântara Holanda (*)
Alguns vírus, bactérias, fungos e partículas poluentes ambientais, são "zilhões", de micro algozes que vem dizimando a humanidade. Eles ganham o caminho dos pulmões, seus principais órgãos de choque e de via da morte. Os seres que os recebem podem ser executados por falência respiratória. São os casos, por exemplo, dos vírus das gripes: Espanhola (1918), Asiática (1957), Sars-CoV (2003), H1N1 (2009) e agora do 2019-nCoV (coronavírus). A razão é simples: são os pulmões, os órgãos de maior extensão de contato do nosso corpo com o meio ambiente. Mais do que nossa pele. Por isso, são eles que primeiro têm de se haver com tais vírus, que suspensos no ar, os bombardeiam impiedosamente, noite e dia, nos quatro cantos da Terra, mas que quando estão em estado hígido, tornam-se os maiores campeões de defesa, quase imbatíveis, contra esses seus algozes impiedosos, a favor da vida.
Na imensa maioria das vezes, antes de serem minados, livram-se desses agressores, na sua porta de entrada: as vias aéreas superiores. Porém, se por algum motivo: seja por inalação de grandes quantidades dos invasores, ou do seu grande poder deletério, os mais de trezentos milhões de alvéolos pulmonares, cuja área de contato com o ambiente é de 200 m², reagem heroicamente por seus humores e células especiais que processam e rebatem aqueles, englobando-os, neutralizando-os e até os destruindo. Só algumas vezes é que sucumbem. É assim que ora está acontecendo em Wuhan (China), onde se alastra o 2019-nCov pelos pulmões de humanos, ganhando o mundo. Entretanto, são muitos os que resistem a esse novo algoz da humanidade: a grande maioria dos que os albergam, têm apenas sintomas de um resfriado moderado; menos de 9,5% têm pneumonia e 2% vão a óbito. (The Lancet, 20/01/2020). Com vontade política de controlar a virose mortal, é hora de nos espelharmos no quanto e como o governo chinês tem se comportado para conter a epidemia do 2019-nCoV, evitando, até agora, uma endemia.
Seu ponto de origem sendo respiratório, da incubação à doença, medidas simples como tossir, espirrar e falar, com o lenço na boca e nariz dos doentes e, lavagem assídua das mãos, salvaguardam os pulmões, minimizando o saldo negativo dessa epidemia.
(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/2/2020. Opinião. p.19.

domingo, 29 de março de 2020

Homilia do Papa Francisco em tempo de pandemia do coronavírus

A imagem do Papa Francisco caminhando sozinho na Praça de São Pedro será eternamente lembrada.
MOMENTO EXTRAORDINÁRIO DE ORAÇÃO EM TEMPO DE EPIDEMIA PRESIDIDO PELO PAPA FRANCISCO
Adro da Basílica de São Pedro
Sexta-feira, 27 de março de 2022
«Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.
Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).
Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.
A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.
Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.
O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.
Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Ped 5, 7).
Vaticano, 27 de março de 2020

Relato de uma avó à beira de um ataque de nervos


Por Mirtis Fernandes
Gente,
Venho aqui solicitar o apoio de vocês em uma campanha:
Assim que encontrarem uma vacina, cura ou tratamento para o COVID, a prioridade tem que ser dada aos Professores, Tias de creches e merendeiras, porque PRECISAMOS mandar essas crianças para o lugar de onde elas nunca deveriam ter saído!
Gente do céu, o que é esse isolamento com criança? Deus me livre...
Gosto de criança? Gosto.
Estou acostumada a ter a casa cheia delas? Estou!
Mas eu sempre vivi isso em período de férias e férias é aquilo né? Eu levo a molecada pro clube, pra praia, pro parque.
Agora, em isolamento não tem para onde ir. E essas pragas fazem o que? ME cansam!
E ainda tem um detalhe: EU NÃO ESTOU DE FERIAS!
Estou em Home office, que também já mudei o nome para Hell’s Office.
E a fome dessas criaturas? É uma coisa sem fim.
Esses demônios querem comer 7 vezes por dia: é café da manhã, lanchinho, almoço, lanchinho de novo, jantar, mais um lanchinho e tem um leitinho antes de dormir. E entre uma refeição e outra ainda perguntam se não tem gelatina.
Aqui em casa, a saga da comida tem horário estendido porque as crianças se organizaram em um esquema de rodizio, então o Theo me acorda as 6:00 com um “Vó, tô com fome” e a Elisa vai dormir às 00:00, me pedindo o último leite.
E esse Theo, gente? Ô moleque que come!
Ele fica falando para todo mundo que vai ser goleiro. É mentira!
Qualquer um que vê o menino almoçando sabe, que o que ele vai ser é pedreiro especialista em bater laje.
Esses dias, eu não tinha nem terminado de arrumar a cozinha do almoço ele me aparece com a cara mais lavada do mundo:
- Vó o que tem no armário? Tô com fome.
- Ah Theo, não é possível! Bebe um copo de água que passa.
- Vó eu tô com fome, não tô com sede.
- Então mistura um envelope de Sazon e finge que é sopa, desgraça!
Pensa que ele aceitou? Não aceitou não!
Fui obrigada a dar duas bananas e um copo de suco para ele.
E eu aqui, vendo o povo criticar o chinês que comeu o morcego, e pensando:  coitado do Chinês!
Aqui em casa, se faltar arroz para esses moleques, eles comem até o Drácula, que dirá um morcego que é pequenininho.
O vírus do Corona?
Tenho certeza que ele não entra nessa casa, porque se entrar, as crianças vão colocar no meio da bisnaguinha e mandar para dentro falando que tem gosto de Yakissoba.
Gente a coisa é séria.
Mais do que hospitais, precisamos é de escolas infantis em funcionamento, pois se continuar nessa passada e se depender da molecada, a comida do mundo acaba antes do sistema de saúde entrar em colapso.
Tô desesperada. É sério.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Autoria atribuída a Mirtis Fernandes.

sábado, 28 de março de 2020

Médico não deveria pagar IR, não deveria pagar transporte público, não deveria pegar fila


Por Nizan Guanaes (*)
Agradeço a Deus por uma parte da humanidade ter se dedicado a cuidar de nós
Esta coluna é dedicada aos médicos e a todos os profissionais de saúde.
Meu olho enche de lágrima só de pensar nesse exército de homens e mulheres que se expõem para nos salvar, para nos cuidar, para nos acalmar, para nos consolar.
Imagine os médicos e enfermeiros da Itália, da China, do Brasil. Graças a um deles você veio ao mundo, um filho seu foi salvo, um curou a Donata, outro me salvou de quase virar alcoólatra.
No mundo em que se fala tanto de propósito (tantas vezes da boca para fora), esses caras são o propósito vivo. A grande maioria ganha pouco, ou deveria ganhar muito mais.
Milhares e milhares vão enfrentar o vírus do momento, mas ele já foi a peste bubônica, a peste negra, a tuberculose, a Aids...
Médico, para mim, não deveria pagar Imposto de Renda, não deveria pagar transporte público, não deveria pegar fila.
Conheço bem. Meu pai foi um deles. Lembro-me dele arrasado toda vez que perdia um paciente. Exultante quando salvava alguém.
Ler a vida de Hipócrates é um espetáculo. Ver como ele estabeleceu em priscas eras os processos, como registrou meticulosamente os sintomas das doenças. E se expôs a elas num mundo de tão pouca assepsia.
Eu adoro médico. Sou hipocondríaco. Um dia fui dar uma palestra na Escola Paulista de Medicina e falei para 300 médicos. Nossa! Por mim, eu trancava a sala e morava ali, só aprendendo e trocando receitas.
Então, hoje, aproveitando que tem tantos políticos nos hospitais e de quarentena, reflitamos sobre o que podemos fazer por eles. O que podemos aprender com eles.
É para você, jovem médico da Lombardia ou de Paraopeba, que eu rezo nesta Quaresma.
E agradeço a Deus por uma parte da humanidade ter se dedicado a cuidar de nós.
Meu psiquiatra, por exemplo, tem um sobrenome lindo: Guerra. Arthur Guerra luta todo dia contra a depressão, a bipolaridade, as neuroses e as compulsões das pessoas. Ele me devolveu o sono, o norte. É quase cura. Porque ele é muito bom, mas não é Deus (kkk).
O Dia do Médico é em outubro. E eu proponho que esse seja um acontecimento especial. Que as TVs abracem a data. Que a imprensa mobilize o país para agradecer pelo que fizeram, pelo que estão fazendo e pelo que farão.
Este meu texto está meio cafona. Todas as cartas de amor são ridículas, dizia Fernando Pessoa.
Este artigo é para a gente refletir nessa Quaresma. Qual é o nosso propósito na Terra? Somos fiéis a ele? Ou estamos seguindo o triste caminho do propósito nenhum?
Os médicos sabem melhor o sentido da vida porque vivem todo dia com a morte.
Eles veem o que os homens pensam quando estão terminais, quando perdem os que amam. Eles veem crianças que nunca viveram, mas também têm a satisfação máxima de salvar, de curar, de trazer ao mundo ou consolar o inconsolável. Eles estão salvando a gente desse inimigo letal e invisível, enquanto você lê seu jornal e eu me resguardo em minha quarentena.
Mas são eles que colocam esta raça no mundo e que apertam nossa mão quando nos despedimos do mundo.
Penso nos médicos nas guerras, nos que trabalham em Aleppo, na Síria, nas Torres Gêmeas, em Hiroshima. Muitos morreram no dia de hoje por causa dessa ou de outra doença.
Meu irmão é médico. Nesses dias eu tenho pensado muito nele, que dirige hospital de doenças contagiosas.
Por que um ser humano escolhe viver assim? Porque esta raça é humana. E é por você, jovem médico, que vai assustado, mas orgulhoso para o seu trabalho, que esta raça pode ser chamada de humana.
(*) Empreendedor e fundador do Grupo ABC.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Publicado In: Folha de S. Paulo, terça-feira, 24 de março de 2020.

CANCELAMENTO: Celebração Eucarística da SMSL - Março/2020

A SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) notifica a todos os participantes da Celebração Eucarística do mês de MARÇO/2020, que seria realizada HOJE (28/03/2020), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, foi cancelada em razão das medidas de contenção da disseminação da pandemia por coronavírus no Brasil.
QUE DEUS NOS GUARDE A TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 27 de março de 2020

FOLCLORE POLÍTICO XXXI


Um par de chifres
No velório de Jânio (1992), apareceu um homem aos prantos. Jurava que, muitos anos antes, estava no alto de um prédio disposto a se matar quando Jânio, então um jovem vereador, gritou:
- Não faça bobagem.
Ele explicou que ia pular porque a esposa o traíra. Jânio dissuadiu o suicida:
- O que tua mulher te arrumou foi um par de chifres, não um par de asas. Desça daí já!
Salvou o homem.
Perspectivas e características
Quais as perspectivas que se apresentam ao Brasil em um contexto de crise? Confesso que não sei responder. Mas uma historinha do Sebastião Nery sobre perspectivas pode ajudar a responder: Luís Pereira, pintor de parede, dormiu com 200 votos e acordou como deputado Federal. Era suplente de Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas, em Pernambuco, cassado pela ditadura. Chegou a Brasília de roupa nova e coração vibrando de alegria. Murilo Melo Filho melou o jogo, logo no aeroporto, com a pergunta abrupta:
- Deputado, como vai a situação?
Confuso, nervoso, surpreso, sem saber o que dizer, tascou:
- As perspectivas são piores do que as características.
Pois é, a esta altura, tem muito Luís Pereira perorando por aí...
Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

quinta-feira, 26 de março de 2020

O CORONAVÍRUS, AS EPIDEMIAS E O SUS


Por Odorico Monteiro (*)
O processo saúde-doença na caminhada civilizatória é marcado pelo surgimento de epidemias que ao longo da História são verdadeiros desafios. Quando a vida humana está em jogo é momento também para uma reflexão sobre a importância da Ciência e do Sistema Único de Saúde (SUS). Quanta diferença faz um sistema universal de saúde diante de uma ameaça como o coronavírus?
Em um passado recente, o mundo enfrentou vírus poderosos como o HIV, H1N1 e a zika. Nesses casos, ficou evidenciada a eficiência do SUS em adotar medidas eficazes. O Brasil é hoje considerado referência mundial no enfrentamento à aids. Somente no caso do H1N1, metade da população brasileira foi vacinada rapidamente, demonstrando a eficiência do programa de imunização do SUS e a capacidade de produção de vacinas do Instituto Butantã.
E foi também uma cientista brasileira, a pesquisadora da Fiocruz Celina Turchi, que detectou o vírus da zika e a relação deste com a microcefalia. Achados que a colocaram entre as cem pessoas mais influentes do mundo em 2017, segundo a revista Time. Esses fatos vão de encontro a medidas recentes do governo federal em cortar recursos para a pesquisa científica e congelar por vinte anos os investimentos no SUS.
Sabemos que o coronavírus tem uma capacidade de propagação rápida, com cerca de 20 mil pessoas infectadas no mundo e mais de 400 mortes até o momento. A vacina não deve vir a curto prazo, restando ao País manter forte sua vigilância em fronteiras e aeroportos. Nos casos suspeitos, adotar os protocolos da Organização Mundial de Saúde e garantir o tratamento adequado aos pacientes na rede pública.
Na outra ponta, pesquisadores da Fiocruz, com a expertise centenária da instituição, analisam o material coletado de possíveis infectados, em parceria com a Rede de Laboratórios Centrais de Saúde Pública nos estados. Cientistas do mundo inteiro unem-se nos estudos para conter o novo vírus. Na Itália, pesquisadores já conseguiram isolar o coronavírus para estudo. A China constrói 2.600 leitos hospitalares em tempo recorde e os demais países, inclusive o Brasil, estão retirando seus cidadãos dos locais de circulação do vírus.
Essa força tarefa mundial confirma a frase do virologista Richard Krause: "as epidemias são tão certas quanto a morte e os impostos". Nesse caso, é melhor podermos contar com a Ciência e o SUS.
(*) Médico, pesquisador da Fiocruz, professor da UFC e vice-presidente do PSB-Ceará
Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/2/2020. Opinião. p.17.

quarta-feira, 25 de março de 2020

"DEVEMOS UM GALO A ESCULÁPIO"


Por Cabeto Rodrigues (*)
Sobre a frase enigmática de Sócrates, à beira da morte, após a ingestão de cicuta como meio de proporcionar-lhe uma morte digna, provavelmente dirigida a Hipócrates, pai da medicina e da arte de entender o sofrimento humano, sabemos a necessidade de analisar e compreender o exercício do trabalho na saúde e os paradoxos da saúde pública. Duas pesquisas respaldam as decisões de política de saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). A primeira, publicada no The New England Journal of Medicine, em 2015, expõe a qualidade da moradia e a renda per capita média como responsável por cerca de 80% dos indicadores de saúde pública. A segunda retrata as cinco necessidades dos usuários em vários países do mundo: acesso ao sistema de saúde, empatia, linguagem apropriada e compreensível, estratégia do tratamento e não sentir abandono.
Ao assumir a Sesa em 14 de março de 2019, o fiz com enorme expectativa de obter um alento às aflições de nossa sociedade. Trazia comigo algumas reflexões, obtidas de um intenso trabalho como médico e consubstanciadas por análises de leituras sobre a arte de exercer essas ações numa sociedade cada vez mais complexa. Procuramos obedecer a alguns preceitos: a transparência das nossas análises e decisões, a conformidade ética e jurídica, o uso da inteligência em dados para avaliar as propostas e a sistematização do trabalho em equipe. Tudo sem esquecer do respeito às pessoas. Enfim, uma política pública voltada à necessidade da população e do trabalhador da saúde.
Não foi assim que encontramos o nosso sistema, excessivamente politizado e sem critérios técnicos, sem análises multivariáveis na escolha dos processos. O primeiro passo foi desconstruir verdades absolutas, há tempos incorporadas à nossa realidade. Estabelecer um sistema voltado para os usuários, determinando critérios por mérito, transparência, eficiência e humanização. A justificativa embasava-se nos resultados insatisfatórios obtidos nas últimas décadas, como a morbimortalidade do AVC, infarto e câncer, além da mortalidade materno-infantil. Nos últimos anos, os discursos aforismáticos que a solução está na prevenção e na atenção primária, embora verdadeiros, não foram capazes de reduzir a dor, o sofrimento e o que mais mata nos dias atuais. Era preciso uma abordagem rápida sobre os modelos de atendimento nos hospitais, determinando ampliação do acesso e melhora da resolutividade.
Passamos a monitorar diariamente indicadores como o tempo de permanência, a mortalidade, a densidade de infecção e a taxa de ocupação. Essa medida associada à mudança de métodos de gestão hospitalar e de rede, ainda muito frágil, propiciou a melhora evidente de indicadores tradicionalmente problemáticos. Aos poucos consolidamos os resultados, como a redução do tempo de permanência nas emergências e a ampliação do número de atendimentos, que ocorreram com aumento de somente 0,69% aos custos em relação ao ano de 2018. Ou seja, foi feito muito com pouco.
Enfim, as mudanças estão acontecendo e devem-se à vontade da maioria do povo cearense, que sempre fez e fará a diferença. 
(*) Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho é médico e professor de Medicina da UFC. Secretário de Saúde do Estado do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 24/1/2020. Opinião. p.17.

terça-feira, 24 de março de 2020

FILOSOFIA EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS


O que os filósofos diriam sobre estes tempos de Coronavírus?
PROTÁGORAS: O vírus é a medida de todas as coisas.
HERÁCLITO: Não se pega duas vezes o mesmo vírus, na segunda vez o vírus e você já são outros.
PLATÃO: Fiquem na caverna, porra!
ARISTÓTELES: O vírus está apenas cumprindo seu papel no Cosmos ao infectar corpos.
CRISTO: Amai-vos uns aos outros ficando longe uns dos outros.
SANTO AGOSTINHO: A medida de amar é amar longe.
SÃO FRANCISCO DE ASSIS: Onde houver vírus, que eu leve álcool em gel.
IMMANUEL KANT: Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu estrelado lá fora e eu aqui dentro.
RENÉ DESCARTES: Habito, ergo sum.
JEAN JACQUES ROUSSEAU: O homem é bom por natureza, mas o vírus o corrompe.
HEGEL: Tese: fique em casa; Antítese: fique em casa;  Síntese: fique em casa.
KARL MARX: Trabalhadores do mundo, separai-vos.
FRIEDRICH NIETZCHE: Fique em casa, por mais difícil que seja suportar sua própria presença.
WALTER BENJAMIN: A reprodutibilidade excessiva e sem freios do vírus traz como consequência a perda de sua aura de sacralidade.
SIGMUND FREUD: O vírus dá plena vazão a suas pulsões reprodutivas porque não é reprimido sexualmente, na infância, pela civilização. 
HANNAH ARENDT: Para o vírus, matar é uma tarefa banal e cotidiana.
LUDWIG WITTGENSTEIN: Aquilo que não se pode contrair, não se pode transmitir.
JACQUES DERRIDA: O objetivo de todo vírus deve ser a desconstrução do corpo infectado.
ZYGMUNT BAUMAN: A maior evidência da sociedade líquida é sua dependência do álcool.
VILÉM FLUSSER: O DNA do vírus não pode ser decodificado porque a escrita acabou.
MICHEL FOUCAULT: Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo são o que podemos chamar vírus.
SIMONE DE BEAUVOIR: Não se nasce infectado, se torna infectado.
JEAN PAUL SARTRE: Nada a retificar, o inferno são os outros.
OLAVO DE CARVALHO: O vírus é um idiota, eu sou um idiota. Na verdade nem sei o que estou fazendo aqui nesta lista, nunca fui filósofo.
JUDITH BUTLER: O fato de esta lista ser composta por 95% de homens revela como a história da humanidade é a história da dominação patriarcal. Homens são o verdadeiro vírus.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

segunda-feira, 23 de março de 2020

DEMOCRACIA E FELICIDADE


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
O Estado brasileiro enfrenta momentos de dificuldades envolvendo os três Poderes Constituídos, podendo comprometer, infelizmente, os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, conforme o art. 2º de nossa Carta Magna: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.  É claro que os desajustes decorrentes dessa situação aflitiva se projetam nas estruturas da sociedade e da família. Para que possamos refletir, desprovidos de qualquer conotação partidária, acerca do grau de inquietação nacional, bem como da necessidade de cada brasileiro ter sua parcela de responsabilidade na solução da problemática, apresentaremos algumas ideias de pensadores relacionadas com atitudes e comportamentos das pessoas: “Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade.” (Francis Bacon). “O supérfluo dos ricos é o necessário dos pobres.” (Santo Agostinho). “Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permitiu ir além das coisas corpóreas.” (Santo Tomás de Aquino). “A nação que preza outros valores acima da liberdade perderá sua liberdade; e, ironicamente, se forem o conforto e o dinheiro que ela preza mais, ela os perderá também”. (Somerset Mangham). “Abra o coração para que entre mais amor.” (Goethe). “Ah! Como dói viver quando falta a esperança”. (Manuel Bandeira). “Recorda-te do rosto do homem mais pobre e necessitado que haja visto. Vê se o passo que pensas em dar lhe servirá de alguma ajuda”. (Mahatman Gandhi). Não estamos perdidos. Observemos a verdadeira justiça. Se a tristeza e a desilusão o perturbam, pense em Deus. Distribua solidariedade e amor, não guarde ódio, somente assim, pode-se encontrar o caminho da democracia e da felicidade. Pensemos nos valores espirituais e não apenas nos valores materiais. Dessa forma, conseguiremos uma sociedade justa.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 13/3/2020.

domingo, 22 de março de 2020

FRANZ KAFKA E A BONECA VIAJANTE


Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular.
Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca.
Kafka ofereceu ajuda para encontrar a boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.
Não tendo encontrado a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. A carta dizia: “Por favor, não chore por mim, parti numa viagem para ver o mundo.”.
Durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à menina outras cartas, que narravam as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo: Londres, Paris, Madagascar… Tudo para que a menina esquecesse a grande tristeza!
Esta história foi contada para alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra (Kafka e a Boneca Viajante), onde o escritor imagina como como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka.
No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca.
Ela era obviamente diferente da boneca original.
Uma carta anexa explicava: “Minhas viagens me transformaram…”.
Anos depois, a garota encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta.
O bilhete dizia: “Tudo que você ama, você eventualmente perderá, mas, no fim, o amor retornará em uma forma diferente”.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

SOCIALISMO x CAPITALISMO


Havia um cavalheiro, carregando as coisas que havia comprado em um supermercado, quando um homem se aproximou dele, olhou para o BMW e disse:
- Você nunca se perguntou quantas pessoas poderiam ser alimentadas com o dinheiro que você gastou comprando esse seu carrinho?
O homem respondeu:
- "Não tenho certeza, mas imagino que ele tenha alimentado muitas famílias em Munique na  Alemanha, onde o construíram, certamente também alimentou no Japão as pessoas que trabalhavam na fabricação de pneus, ele alimentou na Índia e na Coréia onde as pessoas trabalharam para fazer os componentes internos, ele alimentou no Chile as pessoas da mina de cobre que realizaram a extração do mineral para os cabos elétricos, alimentou as pessoas que fizeram os caminhões que transportam o cobre, alimentou os motoristas de caminhão que levaram o carro da fábrica para o revendedor e também provavelmente alimentou os fazendeiros que venderam o couro para os assentos, os vendedores, os especialistas em marketing, até mesmo os responsáveis pela limpeza da sala de vendas e até mesmo o homem da pizza da esquina que vende pizzas aos funcionários  da concessionária e, com os impostos que pago, alimento vários mais, mas na realidade eu acho não sei quantas pessoas conseguiram se alimentar a partir desse carro. Mas, certamente, muitos mais do que eu imagino ...”
O homem ficou mudo e sem palavras. Ele virou-se e saiu.
E embora pareça retórica, a resposta é uma das grandes diferenças entre capitalismo e socialismo. Quando você compra algo, você coloca dinheiro no bolso de muitas pessoas e dá-lhes dignidade por suas habilidades, é quando esse dinheiro tem valor. Quando você dá algo a alguém por nada, você rouba sua dignidade e autoestima, e esse dinheiro livre não tem valor. O capitalismo está dando gratuitamente o seu dinheiro em troca de algo que tenha valor para você. O socialismo é quando eles tomam seu dinheiro contra sua vontade, para doar a alguém que, muitas vezes, não fez nada para merecer.
Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.
 

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