quarta-feira, 29 de abril de 2009

CEARENSES NO INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

O Instituto Militar de Engenharia (IME), integrado à estrutura organizacional do Exército Brasileiro, é uma instituição de ensino superior, responsável pela formação de engenheiros, em várias modalidades, para atendimento às necessidades de serviços de Engenharia do nosso exército e também de entidades da sociedade civil, visto repartir, igualmente, as suas vagas para a Ativa e a Reserva.
A excelência do ensino do IME, tradicionalmente reconhecida, manifesta-se no elevado padrão do engenheiro por ela diplomado, o que faz com que esse profissional seja alvo da cobiça do segmento privado, que não raro lhe oferece empregos, com salários tentadores, na certeza de estar assegurando, alto rendimento, via contratação desse recurso humano, notadamente diferenciado.
O ensino público, gratuito e, sobretudo, de alta qualidade, combinado com a boa aceitação no mercado de trabalho, para os civis, e a garantia da carreira de oficial militar, aos alunos da ativa, converte o vestibular do IME em um dos mais concorridos do país, não apenas numericamente, porquanto tratar-se de uma clientela de vestibulandos, posicionados entre os melhores de cada turma, e que se preparam para fazer exames que exploram conteúdos especiais, além daqueles usuais do segundo grau, e normalmente não cobrados nos concursos para ingresso em universidades, públicas ou privadas, de distintos pontos do Brasil.
No último certame, 2.419 candidatos disputaram as oitenta vagas, merecendo assinalar que, por local de inscrições, as três primeiras cidades que mais aprovaram e classificaram foram Rio de Janeiro, Fortaleza e São José dos Campos, respectivamente, com 31 (38,8%), 22 (27,5%) e 11 (13,8%), e juntas somaram 80% das vagas. O resultado do Rio, especialmente, prende-se ao fato de deter a maior concorrência (36,1%), face à localização do IME na capital carioca, enquanto o de São José dos Campos reside, certa e principalmente, na existência de um grande “cursinho” preparatório, com exclusividade, para os vestibulares tidos como dos mais difíceis do Brasil.
Contudo, os números atestam, de modo inegável, que a melhor “performance” nacional, foi a de Fortaleza, ostentando 16,1% de aprovação, mais que o dobro da média nacional (7,3%), e confrontando com os auferidos em outros centros, como Rio de Janeiro (7,8%), São Paulo (4,5%) e São José dos Campos (14,6%).
Os “cabeças-chatas” alencarinos assumiram ponderável parcela das vagas e revelaram desempenho superior, nesse vestibular do IME, para 2006, mercê da capacidade pessoal de cada um, porém na dependência direta do aprendizado propiciado por boas escolas particulares, e do esmerilamento proporcionado por alguns colégios locais, que mantêm turmas especiais para os chamados “Vestibulares do Sul”; só para exemplificar: um deles, o Farias Brito, aprovou na primeira chamada 11 alunos dos 80 incluídos na listagem inicial de aprovação. No resultado final, dos 48 cearenses aprovados para o IME, 26 eram originários do Farias Brito e 22 egressos de outras escolas de ensino médio, com boa presença no Estado, diga-se de passagem.
O possível sentimento de perda, esboçado por pais desses exitosos adolescentes cearenses, é, em parte, sublimado por esses familiares, diante da convicção de que, apesar da saudade, seus filhos obterão uma formação melhor, ganharão em autonomia e terão maior chance emprego futuro. Não há, todavia, maiores prejuízos para as universidades cearenses, mesmo perdendo algumas dezenas dos melhores "cérebros", da área tecnológica, para institutos localizados no Rio ou São José dos Campos, porque ainda sobram candidatos com excelente nível para ascenderem às vagas aqui ofertadas.

* Publicado In: Jornal O Povo. Fortaleza, 26 de abril de 2006. Caderno A. p.7.

sábado, 25 de abril de 2009

Elaboração de Memorial


Indubitavelmente, foi aguda a inspiração do arte-finalista ao produzir a indumentária exterior de “Elaboração de Memorial”, pois, numa prova de fogo, de criatividade, pôs fogo em páginas do texto original, apagando-as, em seguida, para depois “escanear” os papeis chamuscados, dando um ar de envelhecimento, com tons pardacentos diversos, que vão do areia ao marrom, passando pelo bege, a cor dominante, e sobre ela incidindo, em sombreado, uma ampulheta, aportando a idéia do tempo, medido e contado, das ações humanas, passíveis de retratar, em um memorial, contrastando com a força sangüínea do vermelho aplicado no título da obra.


Ref.: SILVA, M.G.C. da. Elaboração de memorial. Fortaleza: UECE, Expressão, 2001. 126p.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

“IN EXTREMIS” II

“Adeus, Jeanne! (a sua neta)” – Vitor Hugo
“Tristão!” – Liszt
“Estes frades, estes frades” – Henrique VII
“Todo o meu reino, Senhor, por mais um minuto!” – Elizabete da Inglaterra
“Meu Deus! Esperei tanto em vós; entrego a minha alma em vossas mãos” – Mary Stuart
“Basta!” – Locke
“A verdade... sempre a verdade” – Severine
“Em que teatro estou eu?” – Chaliapine
“Ah! Que traição meu Deus! Misericórdia” – Henri de Guise (ao ser assassinado)
“A farsa está acabada” – Rabelais

Extraído do Almanaque do Ceará – 1941. p. 95-7.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

CEARENSES NO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA (ITA)

Há um ano por razões particulares, passamos a ter maior envolvimento com a sigla ITA, três letras de grande significado para os portadores do seu cognativo iteano, mas também de suma importância para a ciência e a tecnologia brasileiras.
Isto aflorou fatos que remontam mais de trinta anos, precisamente em 1971, quando nos preparávamos para o vestibular para Medicina da UFC. Nessa época, alguns colegas secundaristas, dentre os mais brilhantes interessados nas áreas exatas, acalentavam o sonho de cursar o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e para isso recorriam a estudos complementares, cumprindo atividade paralela adicional, pois o conteúdo programático do exame de acesso ao Ita incluía tópicos lecionados apenas na graduação.
Desde tal período, os “cabeças chatas” alencarinos assumiam parcela ponderável das vagas e serviam de êmulo para, ano a ano, ondas de co-estaduanos assegurarem a demarcação territorial nesse enclave científico do Vale do Paraíba.
No dia 27/12/2002, o ITA divulgou na “internet” a lista dos aprovados (156) em seu vestibular de 2003 e convocados a se apresentar para preenchimento de suas vagas. Informações interessantes emergem claramente dos resultados de um concurso, para o qual se inscreveram 9.081 candidatos (crescimento de 9% em relação ao ano precedente) para as cerca de 120 vagas, usualmente ofertadas, o que traduzia a concorrência superior a 75 por vaga, mas como foram convocados 156 a taxa geral de aprovação redundou em 1,72%. Não se trata tão somente de alta concorrência, porém de uma competição acirrada devido à notável qualificação dos que tencionam estudar no ITA.
Como reduto tradicionalmente masculino, visto que o ingresso de mulheres é uma condição recente, estas embora representassem 20,63% dos inscritos amealharam 9 (5,77%) das vagas, obtendo taxa de aprovação de 0,48% contra 2,04% de aproveitamento entre os homens; saliente-se que as cifras acima não permitem juízo de valor quanto a um possível diferencial por gênero.
Os 24 locais de inscrição e de aplicação das provas estavam distribuídos em 17 unidades federativas, sendo que em quatro: Mato Grosso, Santa Catarina, Bahia e Amazonas não houve candidato aprovado, retratando a abrangência nacional do certame. Os estados com taxa de aprovação superior à média do país foram: Ceará (9,17%), Pará (4,37%), Rio de Janeiro (3,42%), Pernambuco (2,88%), Rio Grande do Norte (2,38%), Minas Gerais (2,03%) e Espírito Santo (1,74%).
O Ceará, com apenas 338 inscritos (3,72%), teve o mais alto rendimento de todos os estados, arrebatando 31 vagas (19,87%) ao passo que São Paulo, com taxa de sucesso de 1,43%, abocanhou 51 vagas (32,69%), mas levando 44,87% dos concorrentes; Rio de Janeiro e Minas Gerais participaram com 10,41% e 7,05% dos registrados e foram contemplados com 27 (17,31%) e 13 (8,33%) vagas.
Dos 51 aprovados por São Paulo, 32 (62,74%) foram registrados em São José dos Campos, município sede do ITA, e, em sua maioria, devem advir de um afamado curso preparatório específico para o ITA, que abriga inclusive alunos de outros estados, dada à qualidade de seu ensino e de suas instalações físicas. Do Ceará, a mídia local anuncia o êxito de uma instituição genuinamente cearense, que inscrevera 84 alunos e obteve taxa de aproveitamento de 26,19%, respondendo por 22 lugares, ou seja, 70,97% do conjunto das vagas fincadas por gente aqui inscrita.
Os números acima falam por si, traduzindo de forma incontestável o elevado padrão e a competitividade de parte de nossos egressos do ensino médio, a exemplo da farta “intromissão” de cearenses nas vagas em Medicina dos estados vizinhos, que, por sua vez, se sentem surrupiados em seus interesses de dispor as posições para os “filhos” da própria terra.
Por fim, rememore-se que o ITA foi concebido e criado, há mais de 50 anos, em parte, pelo ilustre cearense – o marechal-do-ar Casimiro Montenegro Filho, tendo em mente os moldes do MIT norte-americano, e ainda que, certamente, se vivo fosse, teria orgulho pelo sucesso de sua empreitada, edificante para a tecnologia de um país que desponta com vigor no cenário das nações industrializadas, e estaria pleno de brios pelo desempenho de seus conterrâneos.

* Publicado In: Jornal O Povo. Fortaleza, 04 de janeiro de 2003. Caderno A. p.7.

Pérolas dos Vestibulandos IV

19) A insônia consiste em dormir ao contrário.
20) A arquitetura gótica se notabilizou por fazer edifícios verticais.
21) A diferença entre o Romantismo e o Realismo é que os românticos escrevem romances e os realistas nos mostram como está a situação do país.
22) O Chile é um país muito alto e magro.
23) As múmias tinham um profundo conhecimento de anatomia.
24) Na Grécia, a democracia funcionava muito bem porque os que não estavam de acordo se envenenavam.

Fonte: Internet (Circulando por e-mail)

domingo, 19 de abril de 2009

Processo de Avaliação Sistemática em Saúde


Por conta da pesquisa financiada, conjuntamente, pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Escola de Saúde Pública do Ceará, veio a público o trabalho “Processo de Avaliação Sistemática em Saúde: uma contribuição para o planejamento estratégico do sistema de saúde do Ceará”, que teve sua capa em fundo branco, tendo ao centro o mapa do Ceará, onde se destacam os municípios sorteados para o estudo, hachuriados em azul, cor também aplicada aos elementos descritivos identificadores da pesquisa.
Ref.: SILVA, M.G.C. da (coord.). Processo de avaliação sistemática em saúde: uma contribuição para o planejamento estratégico do sistema de saúde do Ceará. Fortaleza: OPAS/CNPq/ESP-CE, 2000. 110p.

PÉROLAS TELEVISIVAS IV

Bem amigos da Rede Z. Estamos aqui em Buenos Aires, no Equador…” (Onde?)
“Vai ser o primeiro torneio oficialmente oficializado pela FIFA.” (Ah, bom. Então assim, sim)
Nessa tarde de Fla-Flu, Flamengo e Fluminense estarão entrando em campo daqui a pouco…” (Ufa! E o cara da portaria ainda tentou me enganar, dizendo que esse Fla-Flu era entre Santos e Cruzeiro)
“O potencial energético do Palestra Itália está reduzido a sua metade.” (Que será que ele quis dizer?)
“O estádio tem esse nome (Zerão) porque fica situado bem no Trópico de Câncer, que divide o Hemisfério Sul do Hemisfério Norte. Onde será que foi o gol? Na parte sul ou na parte norte?” (Sim fulano… então a linha do equador divide o Equador em leste e oeste, né?)

Fonte: Internet (Circulando por e-mail)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

CARMINA, MEU AMOR!

Conheci Carmina, nos meados da minha adolescência, nos tempos colegiais, época em que os hormônios androgênios vicejavam e minha face era fincada por “cravos” e “espinhas”, ameaçando deixar depressões e sulcos no rosto.
Nossos primeiros “encontros” foram na casa de um amigo, freqüentador da mesma paróquia e do mesmo colégio, que, certamente por nutrir alguma paixão por Carmina, mas sempre alegando razões maternas, que a tinha sob a sua devida guarda, raramente franqueava a saída dela até a minha casa, onde eu poderia dispor de alguns momentos de maior intimidade.
Confesso que foi um “caso” de amor à primeira vista, tendo sido dominado pelo desejo absoluto da sua posse permanente, algo bastante difícil para um “despossuído” de bens materiais, vivendo exclusivamente às expensas paternas, provedoras da subsistência mínima, sem direito à “mesada”.
Acolher em meu lar essa “tedesca profana”, dadas às minhas limitações financeiras e às dificuldades logísticas do final dos anos sessenta do século vencido, compunha um entrave hercúleo, de maneira que somente quando estava prestes a findar meu curso médico, quase dez anos após o nosso contato inicial, pude possuí-la, ainda que fosse uma réplica daquela imagem primeira.
Carmina esteve “espiritualmente” comigo em momentos muito especiais de minha existência: na solenidade de nossa “Aula da Saudade”, em dezembro de 1977, ocasião em que prestamos o Juramento de Hipócrates, cumprindo uma milenar tradição, apresentei-a a meus colegas formandos, porém poucos deram-lhe a devida atenção; também na comemoração do Jubileu de Prata de nossa formatura, quando recebi a incumbência de fazer a saudação aos médicos da Turma José Carlos Ribeiro, reapresentei-a publicamente, mas havia vagas e esparsas lembranças entre alguns dos companheiros, como indicativo do conhecimento prévio.
O “Fortuna Imperatrix Mundi” retrata, com propriedade, o conceito antigo da roda-da-fortuna, emoldurado em um “moto perpetuo”, aportando, alternadamente, sorte e azar, que muito bem assinala o nosso platônico relacionamento desde os primórdios, marcado por sucessivos desencontros físicos, reportados a seguir.
Em maio de 1987, quando da primeira viagem à Europa, ao passar por Colônia, descobri que “Carmina” terminara a sua temporada de apresentações na semana precedente à minha chegada; em novembro de 1991, mesmo sobrecarregado pelos encargos de Secretário Geral do XII Congresso Brasileiro de Cancerologia, que ora transcorria em Fortaleza, empolguei-me com a apresentação que faria na televisão brasileira, sob a regência de Seiji Ozawa, e tratei de gravar, para dispor da cópia com a sua encenação plena, experiência mal sucedida porque esquecera de ajustar o canal de gravação, sobrando-me na fita a entrevista do admirável Chico Buarque sobre o seu livro “Estorvo”; em junho de 1997, quando cheguei à Ribeirão Preto, para participar do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, descobri que, na véspera, “Carmina”, sob a batuta de Benito Juarez, fizera única apresentação nessa cidade.
Carmina também trouxe-me dividendos amorosos, pois ao confidenciar a um analista de sistemas do Instituto Nacional do Câncer, que fora almoçar em minha residência, a minha fidelidade a ela, de mais de vinte anos, a ausculta indevida da nossa empregada doméstica, aliás um pouco boquirrota, granjeou-me o regozijo de minha mulher por saber que tinha um marido fiel.
É bem verdade que sou um ente contemporâneo, nascido há cinqüenta anos, enquanto “Carmina” é do medievo, “gerada” por volta de 1300, mas somente secularizada no limiar do século XIX e convertida na obra prima de Carl Orff, estreada em Frankfurt em 1937; contudo, o descompasso cronológico entre nós não configura um impeditivo para a minha saudável e duradoura adoração por ela, e espero que seus plangentes acordes iniciais sejam entoados quando me for permitido ver a face do Pai.
Carmina Burana significa Canções de Benediktbeurn, tendo sido oriunda de um rolo de pergaminho, com cerca de duzentos poemas e canções medievais, encontrado na biblioteca da antiga Abadia de Benediktbeurn, na Alta Baviera.

* Publicado in: Diário do Nordeste. Caderno Cultura, 25 de janeiro de 2004. p. 3

“IN EXTREMIS” I

“Não há nada mais natural do que a morte. Aceitemos a lei do universo. Acabei a minha tarefa e morro feliz. Os céus e as terras continuam” – Renan
“Que perda irreparável” – Auguste Comte
“Morro como vivi, acima de minhas posses”. – Oscar Wilde
“Deus perdoar-me-á, é seu ofício” – Henri Heine
“É só isso a morte?” – Jorge IV
“Deixem-me ouvir uma vez ainda esses sons que foram tanto tempo minha consolação e a minha alegria” – Mozart
“Estou salvo” – Oliver Cromwel
“Está bem. O inimigo vai em debandada. Morro contente.” – General Wolf
“Muito bem!” – George Washington
“Deixem-me morrer ao som da música” – Mirabau
Extraído do Almanaque do Ceará – 1941. p. 95-7.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

“IN EXTREMIS”

Vamos apresentar uma seqüência das últimas palavras pronunciadas, diante da chegada da inditosa das gentes, por personagens que a História conservou até os dias presentes. As frases foram transcritas do Almanaque do Ceará de 1941 (p. 95-7), em publicação disponível no acervo de obras raras da Biblioteca Pública Menezes Pimentel da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará.

terça-feira, 14 de abril de 2009

HUMOR DE CHURCHILL IV

Bate-boca no Parlamento inglês. Aconteceu num dos discursos de Churchill em que estava uma deputada oposicionista, do tipo querelante, que pediu um aparte. Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos. Mas foi dada a palavra à deputada.
E ela disse em alto e bom tom:
- Sr. Ministro, se V. Excia. fosse o meu marido, eu colocava veneno em seu café!
Churchill, com muita calma, tirou os óculos e, naquele silêncio em que todos estavam aguardando a resposta, exclamou:
- Se eu fosse o seu marido, eu tomava esse café!

Winston Churchill. Humor inglês de primeiríssima qualidade.

domingo, 12 de abril de 2009

PRECISAMOS DE BONS MÉDICOS ESPECIALISTAS

Durante a graduação, muitos acadêmicos de Medicina são reconhecidos por exibirem currículos com grande número de títulos inseridos, cobrindo diferentes seções: iniciação científica, monitorias, apresentação de trabalhos, estágios etc.
São variados os motivos que os levam a incorporar títulos ao curriculum vitae, como: o diferencial produzido no renhido vestibular de acesso aos cursos médicos, a maior duração média do curso de Medicina, a clientela preferencial de discentes profissionais, o espírito competitivo do alunado, e, principalmente, a busca da educação continuada, por meio do ingresso na Residência Médica.
Uma pequena parcela dos que não seguiram a Residência Médica, seja por entrave na admissão, ante a insuficiência de vagas para a demanda respectiva, ou por deliberação própria, de pronta inserção no mercado de trabalho, entra em um certo grau de estagnação curricular, acomodando-se à rotina profissional. A maior proporção deles, todavia, a despeito de tolhidos na pretensão de se tornar especialistas, assegura sobejos esforços para se manterem atualizados no estado da arte, mediante a participação em cursos e em eventos científicos, e por intermédio da leitura de obras especializadas.
Aos que cumpriram a Residência Médica, outros degraus são apresentados e transpostos, com vistas à obtenção do título de especialista e do reconhecimento técnico entre os seus pares, integrando o quadro de afiliados das sociedades médicas, para que pratiquem e possam anunciar as suas especialidades à clientela.
O valorizado título de especialista, conquistado mediante concurso de provas e de títulos patrocinado pelas sociedades médicas especializadas de abrangência nacional, presentemente, segundo a norma instituída pela Associação Médica Brasileira, perdeu o seu caráter vitalício. A periodicidade de sua validade agrega a vantagem de fazer com que os médicos prossigam o seu aperfeiçoamento, acumulando pontos em atividades científicas e laborais, acreditadas e certificadas por instituições idôneas, para renovarem o seu título de especialista.
A maior complexidade das doenças, de acordo com perfil epidemiológico que retrata a saúde do brasileiro, impõe, cada vez mais, a necessidade de se dispor de especialistas, bem formados e atualizados, para prover Saúde a todos, com qualidade e equidade, em consonância com os ditames do Sistema Único de Saúde.
Afinal, o cidadão tem o direito de ser bem atendido e de contar com os préstimos de um médico, técnica e legalmente competente, e, sobretudo, sensível aos reclamos de seus pacientes.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina
* Publicado in: O Povo. Fortaleza, 12 de abril de 2009. Fato Médico/Reflexões. p.8.

sábado, 11 de abril de 2009

Pérolas dos Vestibulandos III

13) Lenda é toda narração em prosa de um tema confuso.
14) A harpa é uma asa que toca.
15) A febre amarela foi trazida da China por Marco Polo.
16) Os ruminantes se distinguem dos outros animais porque o que comem, comem por duas vezes.
17) O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia.
18) Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado.
Fonte: Internet (Circulando por e-mail)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

EMBALOS NAS CANÇÕES MATERNAS

Desde a mais tenra idade, a música tem me encantado e produzido um efeito maior do que um mero deleite. Recordo bem da minha infância e da salutar prática de minha mãe, Elda Gurgel, a me embalar na rede, até que me entregasse nos braços de Morfeu, entoando com sua agradável e afinada voz belas canções.
Por uma medida de economia de escala, ante à numerosa prole, muitas vezes, ela deitava-se numa rede, disposta ao centro do quarto, e se balançava com quatro a cinco filhos, dobrando, um a um, a vigília que nos mantinha acesos.
Músicas do cancioneiro popular brasileiro e do folclore nacional, bem como versões de boleros, tangos e canções francesas e norte-americanas, faziam parte de um amplo e eclético repertório materno, que nos apascentava e, então, nos conduzia à mansidão dos inocentes, sendo velados por Hipnos, a nos encobrir com seu manto diáfano, transpondo-nos a um mundo de sonhos e devaneios, e nos trazendo aconchego e repouso no despertar do dia seguinte.
O repertório materno era bastante variado, incluindo clássicos popularizados, a exemplo de Ave Maria, de Gounod, Sonata ao Luar, de Schubert, e Sonho de Amor, de Liszt, até hinos ufanistas nacionais (e.g. Hino da Independência, Hino da Bandeira) e estrangeiros, representados por “Marselhesa” e “God Blesses America”.
Sem dúvidas, meus irmãos e eu, fomos afortunados por contar na infância com essa forma de ninar, ao balanço da rede, do prá lá e prá cá, e embalados ao canto de uma mãe, rompendo o silêncio da noite e trazendo esperanças de um sono tranqüilo a seus filhos, mesmo tendo de ouvir “O boi da cara preta” a nos ameaçar por ter medo de careta.
Tal prática, certamente comum nas famílias prolíficas da classe média de Fortaleza, por volta de 1960, desapareceu com a introdução do televisor nas facilidades domésticas, onde a rede presente não é a de dormir, mas a de televisão, e a chegada de outros equipamentos eletrônicos, colocados nos quartos de nossos filhos, que substituiu a relação física entre pais e filhos, por algo inteiramente artificial.
Afora isso, outros fatores contribuíram para essa mudança de comportamento social, exemplificados pela: redução do tamanho da prole, dupla jornada de trabalho materno, moradia em apartamentos, que restringem a privacidade familiar, e interação extra-familiar de nossas crianças.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico e economista em Fortaleza

* Publicado in: Jornal O Povo. Fortaleza, 14 de maio de 2006. Jornal do Leitor. p.3.

Princípios e Métodos Epidemiológicos


Com amparo da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, foi reproduzida a obra “Princípios e Métodos Epidemiológicos: auto-avaliação e revisão em multimídia”, uma versão impressa com instrutor, para acompanhamento de texto e programa em CD-ROM, e, para melhor caracterizar o produto, foi colocado um micro-computador, com alguns dos seus periféricos, contidos em uma elipse.
Ref.: SILVA, M.G.C. da. Princípios e métodos epidemiológicos: auto-avaliação e revisão em multimídia. Fortaleza: UECE/SESA/Intergráfica, 2000. 108p.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

PÉROLAS TELEVISIVAS III

Em uma partida de vôlei: “E os jogadores estão entrando em CAMPO.” (Mostra o campo então, não a QUADRA)
“Na Hungria, quando tem nuvem assim no céu, é sinal que vai chover.” (No resto do planeta também!)
“Luz vermelha, lá vem a verde!” (Que verde? Na Fórmula 1, para largar, as luzes vermelhas se apagam, e eles partem!)
“Rapaz, o Montoya passou a menos de 0,5 cm do carro do Schumacher… se é que existe menos de 0,5 cm.” (Dêem uma régua para ele)
“Amigo, aqui não está só chovendo, está caindo água!” (UAU! Que coisa impressionante!)
“E depois do jogo, assistam a mais um capítulo inédito de “VALE A PENA VER DE NOVO”.
Fonte: Internet (Circulando por e-mail)

terça-feira, 7 de abril de 2009

HUMOR DE CHURCHILL III

O General Montgomery estava sendo homenageado, pois venceu Rommel na batalha da África, na IIª Guerra Mundial.
Discurso do General Montgomery:
“Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói.”
Churchill ouviu o discurso e com ciúme, retrucou:
“Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele.”

domingo, 5 de abril de 2009

Pérolas dos Vestibulandos II

7) O problema fundamental do terceiro mundo é superabundância de necessidades.
8) O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes se afogavam dentro d'água.
9) A principal função da raiz é se enterrar.
10) O sol nos dá luz, calor e turistas.
11) As aves têm na boca um dente chamado bico.
12) A unidade de força é o Newton, que significa a força que se tem que realizar em um metro da unidade de tempo, no sentido contrário.
Fonte: Internet (Circulando por e-mail)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Saúde Coletiva


Foi de inegável beleza o delineamento estampado pela Editora Revinter, em “Saúde Coletiva: auto-avaliação e revisão”, quando ostentou claramente duas partes separadas por uma barra amarelo-ouro: a superior, em tonalidade pêssego e com bordas da cor de areia, continha em discreto amarelo claro o título da obra; a inferior, usava como fundo um “degradée”, que partia róseo do quadrante superior esquerdo e reduzia a sua coloração na direção do quadrante inferior direito, lembrando um pouco o mel da groselha que naturalmente se adensa no leite, sendo marcado por uma figura geométrica assemelhada a um garfo de dois dentes, entre os quais estão o nome do autor e especificação sobre a natureza do livro, e em sua base a identificação da editora.
Ref.: SILVA, M.G.C. da (org.). Saúde coletiva: auto-avaliação e revisão. Rio de Janeiro: Revinter, 1997. 176p.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

FORMAÇÃO DE MÉDICOS ESPECIALISTAS PARA O CEARÁ

No início de 2009, o Sr. Secretário de Saúde do Estado do Ceará, João Ananias de Vasconcelos, formulou convite às entidades médicas, tanto profissionais como acadêmicas, para que indicassem representantes, com vistas a compor uma comissão incumbida de estudar as prioridades de formação de especialistas em nosso estado, ao ponto de fazer frente às prementes necessidades de interiorização de determinadas especialidades médicas.
Embora a adesão tenha sido aquém da esperada, face à omissão de algumas instituições médicas convidadas, a dita Comissão, integrada por Ivan de Araújo Moura Fé (CREMEC), Dalgimar Beserra de Menezes (UFC), Mary Neide Romero (Sociedade Cearense de Anestesiologia), Marcelo Gurgel Carlos da Silva (UECE), Haroldo Pontes (ESP-CE) e Maria de Fátima Elias (SESA), sob a coordenação do Secretário Adjunto da Secretaria de Saúde do Estado, Marcelo Sobreira, vem se reunindo, com regularidade, desde os idos de janeiro próximo passado.
O ponto de partida dos trabalhos foi o tácito reconhecimento de que a situação de saúde, no “hinterland” cearense, modifica-se, a passos largos, configurando um quadro de transição epidemiológica que evidencia o declínio das doenças infecciosas e a marcha ascendente das doenças crônicas, condição essa que impõe a oferta de serviços especializados e direcionados para as novas necessidades.
Como estratégia, diante da nova situação, a Secretaria de Saúde do Estado (SESA) incluiu em seu plano de ação a construção de dois hospitais de grande porte, sendo um na macrorregional do Cariri, em Juazeiro do Norte, e outro na macrorregional da Zona Norte, sediada em Sobral, além da criação de uma ampla rede de Policlínicas, com dois graus de complexidade, para implantação, a curto e médio prazos, em vinte microrregiões de saúde espalhadas no interior do Ceará.
O governo estadual encampou a proposição como prioridade e aprovou o seu financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), chancelando, assim, a relevância das medidas, que já se expressam, concretamente, na aquisição dos terrenos, na feitura dos projetos arquitetônicos e na recente abertura das licitações para erguer os hospitais. Em relação às Policlínicas, a SESA almeja inaugurar seis delas no correr deste ano, e as demais, no vindouro ano de 2010.
Para pôr em operação todo esse aparato, que prevê a disponibilidade da moderna tecnologia médica para diagnóstico e tratamento, é crucial contar com médicos qualificados, dotados de habilitação técnica (Residência Médica, título de Especialista etc.) e reconhecidos por seus pares (Sociedades Médicas e Conselho Profissional), a fim de garantir a adequada prestação de serviços médicos aos cidadãos, com acessibilidade e resolutividade.
A Comissão tem se debruçado na avaliação do potencial de recursos médicos a ser alocado, considerando as quantidades de especialistas em atuação e as cifras futuras, para propor mecanismos de indução à formação e/ou de captação dos já qualificados. Para isso, levando em conta as especificidades e as características do mercado, tem agendado reuniões, por grupos de especialidades (Clínicas e Cirúrgicas), para traçar as estratégias mais apropriadas que permitam formar especialistas em maior número, inserindo-os no interior do Ceará, e complementando, desse modo, a bem sucedida Estratégia Saúde da Família, ora em franca expansão.
Em tempo: a SESA pretende dar maior agilidade gerencial a esses novos hospitais e policlínicas, cujo funcionamento, em princípio, bancado com recursos estaduais e municipais, será gerido por Consórcios Municipais, aos quais caberão recrutar a mão-de-obra especializada, remunerada dignamente, mas com a natural exigência do cumprimento de metas, definidas tecnicamente.
Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva (Coordenador do Curso de Medicina-UECE)
Ref.: SILVA, M.G.C. da – Formação de médicos especialistas para o Ceará. Conselho, 73: 7, 2009. (Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará).
 

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