terça-feira, 30 de novembro de 2010

RAIMUNDINHA, A NORDESTINA

As mulheres, em reunião mundial, resolveram fazer um complô contra os homens. Decretaram que, a partir daquela data, não iriam fazer mais nada em casa.
Três meses depois, em outra reunião, elas decidiram contar o que tinha acontecido a partir de então.
Primeiro, a francesa:
"Eu quando cheguei em casa fui logo dizendo ao meu marido: A partir de hoje não faço mais nada aqui em casa. Não cozinho um grão de arroz..."
No 1º dia não vi nada.
No 2º dia não vi nada.
No 3º dia já o vi cozinhando seu arroz, fritando um ovo... e ele está pensando em abrir um restaurante!!!
Aí a norte-americana contou:
"Quando cheguei em casa fui logo avisando a novidade: Não lavo mais uma peça de roupa. Nem uma cueca..."
No 1º dia não vi nada.
No 2º dia também não vi nada.
No 3º dia já o vi indo para o tanque, lavando suas cuecas.... ele já tem um sócio pra abrir uma lavanderia!!!
Aí foi a vez da brasileira, Raimundinha, nordestina, ali, do Ceará:
"Chegando em casa já fui logo gritando forte: Não faço mais porra nenhuma aqui em casa, mas nada mesmo..."
No 1º dia não vi nada.
No 2º dia não vi nada.
No 3º dia continuei não vendo nada..
No 4º dia fui voltando a enxergar, o olho já foi desinchando, e já dava pra ver o vulto dos meninos...
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O BRASIL ANEDÓTICO XXI

UM TROCADILHO
Informação do professor Raul Pederneiras.Guimarães Passos era, como se sabe, tuberculoso, e vivia em perpétua luta com a moléstia insidiosa. Um dia, aparece nas livrarias o Tratado de Versificação Portuguesa, do autor dos Versos de um Simples, e cujo produto ele reservava para uma viagem à Europa, onde pretendia curar-se.
- Coitado do Guima! - comentou Emílio de Menezes uma tarde, na antiga Colombo.
E simulando pena:
- Desde que o conheço, que ele, coitado, tem "tratado de ver se fica são"!...
O "JOGO DE CENA"
Raul Fernandes - Discurso na Academia Fluminense de Letras, 1924.
Nilo Peçanha, como orador, impressionava mais pelo gesto do que pela palavra. Em uma das suas excursões pelo interior, acabava ele de discursar em Rio-Bonito, quando um tabaréu que ouvira Sizenando Nabuco como advogado e Ciro de Azevedo, que começara como promotor daquela comarca, se acercou do chefe fluminense.
- Sim, senhor, Sr. doutor! - exclamou.
E com entusiasmo:
- Oradores, conheci dois na minha vida: Sizenando Nabuco e Ciro de Azevedo. Mas "jogo de cena" como o seu, nunca vi!
A ESPINGARDA VELHA
Tobias Monteiro - "Pesquisas e Depoimentos", pág. 246.
Na manhã de 15 de novembro, Floriano foi à casa de Deodoro, a convite deste, para se entenderem definitivamente sobre o movimento preparado. Floriano admitia a hipótese de uma conciliação. Deodoro insistiu pela manifestação armada. Floriano cedeu.
- Enfim - declarou - se a coisa é contra os "casacas", lá tenho a minha espingarda velha!
PECADO OU VIRTUDE
Leôncio Correia - "Correio da Manhã", 17 de julho de 1927.Era o general Osório ministro da Guerra, quando, tendo-se aberto uma vaga de brigadeiro, levou ao Imperador, em um dos despachos, o decreto promovendo um coronel de brilhantíssima fé de ofício. O soberano deixou ficar o decreto e, no despacho seguinte, recorreu a um subterfúgio qualquer, para evitar a promoção.
- Majestade - objetou o ministro, - o oficial cujo nome apresento como digno do novo posto, é, como homem e como soldado, absolutamente merecedor de respeito. Se, entretanto, Vossa Majestade tem conhecimento de algum fato em contrário, será serviço a mim e ao Exército revelá-lo.
- É muito moço... - declarou o Imperador, como desculpa.
- Pois, melhor, - tornou o ministro.
- Poderá, mais a miúdo, inspecionar as nossas fronteiras.
Pedro II olhou em torno, e, chegando a boca ao ouvido do ministro:
- E dizem que é muito mulherengo...
A essas palavras, Osório desatou a rir:
- Mas, isso é até uma virtude, Majestade! Se isso impedisse promoção...
E com os seus modos francos:
- Eu ainda hoje seria soldado raso!..
O "NEGRINHO" REAL
Alberto Rangel - "Pedro I e a Marquesa de Santos", pág. 97
Certa vez, regressava Pedro 1 de um passeio aos subúrbios, quando, em caminho, encontrou D. Domitila, a futura marquesa de Santos, que vinha de liteira. De um salto, apeou-se do cavalo, conversou um pouco à portinhola e, após um momento, afastando um dos escravos, suspendeu a liteira, pelos varais.
- Como V. A. é forte! - fez a sedutora brasileira, num suspiro de admiração. - Como V. A. é forte!
Chamados os oficiais da escolta, mandou Pedro I que estes substituíssem, num trecho do caminho, os pretos que carregavam a namorada. Esta ria, encantada. E ele, feliz:
- Nunca mais V. Excia. terá uns "negrinhos" como estes!
BURRICE GERAL
Osório Duque-Estrada - Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras.Desbraguilhado de boca, Sílvio Romero não escolhia meios de expressão, quando se via aborrecido ou cansado. Professor da Faculdade de Direito, entrou ele, um dia, na sala, quando se sentiu, de súbito, incomodado de saúde.
- Não dou aula hoje, - declarou, enfadado, aos alunos que esperavam, atentos, a sua palavra.
E levantando-se:
- Estou hoje muito burro para falar; e vocês ainda mais burros para me compreenderem!
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

domingo, 28 de novembro de 2010

Heitor Férrer e a redução do ICMS sobre bebidas alcoólicas

Heitor diz que a redução do ICMS sobre bebidas aumentará a violência
O deputado Heitor Férrer criticou a mensagem do Poder Executivo que reduz a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de bebidas alcoólicas. Para ele, há uma ligação direta entre consumo de bebida alcoólica e violência. “Isto é matemático. Não há o que discutir. Quando o governo diminui imposto aposta no aumento do consumo e apostar no aumento do consumo de álcool é apostar no aumento da violência”, argumentou. Heitor rebateu seu colega Mauro Filho, que defende a proposta do governo.

Heitor requer realização de audiência pública sobre ICMS de bebidas alcoólicas
O deputado Heitor Férrer voltou a discursar cobrando a realização de audiência na Assembleia para debater a redução de ICMS para bebidas alcoólicas. Ele solicitou à presidência da Casa a realização de audiência pública para debater o assunto com órgãos da sociedade e do governo. “Espero que o requerimento seja aprovado; caso contrário será um erro grave da Assembleia não permitir que entidades e sociedade civil possam discutir uma matéria tão polêmica”, pontuou.
Fonte: Heitor Férrer Deputado Estadual [informativo@heitorferrer.com]

sábado, 27 de novembro de 2010

POR UMA CULTURA DE PAZ

José Maria Pontes
Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará

O governo estadual enviou uma mensagem para a Assembleia Legislativa reduzindo para 12% a alíquota do ICMS para as bebidas importadas como: whisky, vodka, gim e outras. Segundo o deputado Mauro Filho, o Estado do Ceará para competir com Santa Catarina e São Paulo, que têm respectivamente alíquotas de 3% e 7%, também tem que baixar para mais arrecadar. Respeito muito o deputado como economista, porém ele tem uma visão técnica do problema, onde o que interessa são os números.
Eu, como médico, tenho uma visão mais humanística dos problemas e de suas soluções. Esta competição de quem tem um imposto mais baixo para mais arrecadar não me interessa. Segundo Mauro Filho, essas bebidas serão destinadas às outras unidades da Federação e não vão baixar o preço no nosso mercado, não aumentando assim os danos causados pelo álcool no nosso Estado. Pergunto: onde essa bebida for consumida, Maranhão, Piauí, Bahia ou qualquer outro estado, não estará o álcool elevando os danos para as áreas de segurança pública, de saúde e social?
Os danos do álcool são muitos, todos já estudados e passam pelo aumento da violência urbana, nas estradas e doméstica; pelo aumento do número de afogamento, suicídio, separação entre casais, quedas e outros tipos de violências. O alcoolismo como doença tem desfeito muitas famílias e vem aumentando em muito a procura aos nossos hospitais psiquiátrico e de trauma. Hoje, o álcool é o maior problema de saúde pública em nosso País e é também a porta de entrada para as outras drogas.
A literatura nacional e mesmo mundial prega como a melhor estratégia para reduzir os danos causados pelo álcool o aumento da sua taxação. Os médicos e os profissionais que trabalham a problemática do álcool têm repudiado esta mensagem que reduz imposto das bebidas importadas, pois a vida não tem preço.
Uma cultura de paz é o que desejamos para o nosso País.
* Publicado, em O Povo, no Caderno Opinião, do dia 26/11/10.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ESCRAVIDÃO DE BEBIDAS

Regina Stella Elias
Psicóloga e mestre em Saúde Pública pela Uece
Há uma ameaça grave entre nós. Setores que lucram com as bebidas alcoólicas estão querendo usar os portos e a localização estratégica do Ceará para fazer entrar no território brasileiro uísques e outras bebidas importadas a custo mínimo.
O Governo do Ceará sinaliza a intenção de facilitar essa invasão alcoólica com a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O projeto tramita na Assembleia Legislativa. A ilusão dos defensores dessa proposta é que a chegada de bebidas em grande volume traria um aumento da arrecadação do Estado.
Muita gente encara o consumo de bebidas alcoólicas com tanta naturalidade que nem se dá conta dos perigos e danos que ela acarreta. Só percebe o lado bom e lucrativo da questão.
Há mais de 100 anos, a escravidão dos negros também era encarada com naturalidade. Fazia parte da cultura e do cotidiano. Pessoas tidas como inteligentes lucravam com a servidão, sem se preocupar com o sofrimento decorrente.
Partiu do Ceará a histórica iniciativa de romper com o pacto da escravidão. Um corajoso cearense, “Chico da Matilde”, líder dos jangadeiros na época, decidiu que, pelos portos cearenses, não mais seriam transportados escravos, por mais dinheiro que isso representasse. Pelo seu ato de bravura ficou conhecido como “Dragão do Mar” e o Ceará, um dos primeiros Estados a abolir a escravidão, passou a ser considerado “Terra da Luz”.
O desafio de hoje é muito parecido. Querem usar nossos portos para fazer adentrar, em imenso volume, bebidas que escravizam muita gente; trazem doenças, violência, sofrimento e morte. Embora o álcool gere lucro para alguns, nada justifica que nossos governantes se omitam diante das desgraças que seu abuso acarreta.
Pedimos ao nosso governador e aos nossos deputados que se inspirem na coragem de Dragão do Mar para romper com esta outra forma de escravidão que tenta também fazer uso de nossos portos. Cancelem, revoguem, repudiem a indecente proposta de reduzir os impostos das bebidas alcoólicas quentes importadas. Optem pela saúde , pela Vida, pela Luz.
* Publicado no caderno Opinião, do Jornal O Povo, dia 25/11/2010.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MENOS IMPOSTOS, MAIS SANGUE

Osmar Diógenes Parente
Psicólogo e especialista em Dependência Química

Tenho certeza, caro governador, da sua competência e criatividade. Reflita um pouquinho mais a respeito de sua “brilhante ideia” de diminuir de 33% para 7% a alíquota de imposto de bebidas quentes. Ao retirar essa proposta da Assembleia Legislativa, vossa excelência poupa nossos deputados de serem cúmplices de tamanha violência às nossas famílias.
O Ceará é o lugar onde mais se faz uso de álcool no Brasil. Adolescentes já iniciam o hábito de beber antes dos 14/15 anos.
Governador, é triste conviver com o sofrimento de pais e familiares de alcoolistas. A bebida, por ser a “porta de entrada” para as drogas ilícitas, é a droga mais perversa que existe. Destrói os vínculos familiares, tira a paz e a alegria de muitas vidas.
Pesquisas comprovam que 75% dos leitos hospitalares públicos são ocupados, nos finais de semana, por conta do uso abusivo de álcool e outras drogas. Vale a pena diminuir esse imposto de 33% para 7%? Será que os custos governamentais com saúde não serão maiores do que se estima arrecadar com esse projeto?
Acredito que podemos fazer mais e mais por nossa juventude, por nossos filhos, netos e amigos. Não podemos concordar com essa medida de diminuição de impostos para as bebidas alcoólicas. Isso poderá se tornar um grande estímulo ao consumo abusivo do álcool.
O correto seria dificultar o acesso ao álcool por nossos jovens, fiscalizar os supermercados e as lojas de conveniência dos postos de gasolina da cidade que continuam vendendo bebidas alcoólicas nas noites e madrugadas.
Sei senhor governador que estou representando, pelo menos, 15% da sociedade que padece, desamparada, com o gravíssimo problema do alcoolismo e da dependência química de drogas ilícitas. Fica, portanto, meu apelo, a minha sugestão e a minha indignação.
* Publicado, em O Povo, no Caderno Opinião, do dia 23/10/10.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

MENSAGENS EM CARROS II

- O homem foi feito primeiro que a mulher, para a mulher não dar palpite.
- Respeite a mulher do próximo, principalmente se o próximo estiver muito próximo.
- Eu sempre me importei com a beleza interior da mulher. Uma vez dentro... beleza!
- 99% da beleza feminina sai com água e sabão.
- Comecei a beber por causa de uma mulher, e nunca tive a oportunidade de agradecê-la.
- O verdadeiro homem não é aquele que conquista várias mulheres, mas sim aquele que conquista uma mulher várias vezes.
- Não se esqueça, Jesus te ama... mas eu não!
- ENTROMETEU - (adesivo colado em um corsa branco com vidros pretos.)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SOBRE “TEMPOS DE GUERRA E DE PAZ: ensaios da vida”


Foram reunidos, neste livro, trinta e quatro ensaios, que estão distribuídos em sete capítulos, cinco deles oriundos de matérias publicadas no jornal Diário do Nordeste (DN), especificamente no Suplemento Cultural, editado pelo notável poeta e escritor Carlos Augusto Pereira Vianna, ilustre membro da Academia Cearense de Letras.
Os cinco capítulos, tornados públicos no jornal DN, foram os seguintes: Museus e Museólogos: ensaios sobre a formação; Resistência nas Termópilas: é melhor, lutaremos na sombra!; Bombardeio de Guernica: ensaio para uma grande guerra; Otávio Bonfim: o bairro das Dores e dos Amores; e A Resistência Francesa: sob a cruz de Lorena. A eles se juntaram dois cadernos, que, sobretudo, por motivo de agenda, permaneceram inéditos, no caso, a saber: A França Ocupada: ensaios na clandestinidade e Maurice Druon: o senhor França.
Os colaboradores convidados destacam-se como profissionais de inegáveis pendores literários e detentores de uma formação educacional formidável, que os distinguem no meio cultural cearense. Seus nomes são: Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg, Carlos Roger Sales da Ponte, Dalgimar Beserra de Menezes, Elsie Studart Gurgel de Oliveira, Fábio Perdigão Vasconcelos, Fernando Queiroz Monte, Francisco Josênio Camelo Parente, Francisco Régis Lopes Ramos, Marcelo Gurgel Carlos da Silva (organizador), Mauro de Assis Paula, Romeu Duarte Junior e Zacharias Bezerra de Oliveira. O organizador da presente coletânea comparece com catorze dos títulos dispostos nessa publicação.
A escolha do título do livro “Tempos de guerra e de paz: ensaios da vida” espelhou-se na dualidade da vida: há tempos de guerra e há tempos de paz, significando as próprias alternâncias do viver, transmutadas em ensaios, para apreciação do ledor.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Prof. Titular da UECE

Nota: A obra integra o III Lançamento Coletivo da Editora da UECE, a ocorrer no Auditório Paulo Petrola, da Reitoria da UECE, no dia 25/11/10, às 17 horas, durante a XV Semana Universitária.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CONVITE: III LANÇAMENTO COLETIVO DA EDITORA DA UECE


A Reitoria da Universidade Estadual do Ceará, ao ensejo da XV Semana Universitária, convida para o III Lançamento Coletivo da EdUece.
Entre as obras, constam dois títulos de autoria de Marcelo Gurgel Carlos da Silva, com o re-lançamento de nosso livro “Falando com Arte: os meus, os seus, os nossos discursos”, e a apresentação da nossa mais nova produção literária “Tempos de Guerra e de Paz: ensaios da vida”.
Data: 24 de novembro de 2010 (quarta-feira), às 17h.
Local: Auditório Paulo Petrola – Reitoria da Uece (Campus do Itaperi).

domingo, 21 de novembro de 2010

UMA QUESTÃO DE PRIORIDADE

Uma senhora bem idosa estava no convés de um navio de cruzeiro segurando seu chapéu firmemente com as duas mãos para não ser levado pelo vento.
Um cavalheiro se aproxima e diz:
- Me perdoe, senhora... não pretendo incomodar, mas a senhora já notou que o vento está levantando bem alto o seu vestido?
- Já, sim, mas é que eu preciso de ambas as mãos para segurar o chapéu.
- Mas, senhora.... a senhora deve saber que suas partes íntimas estão sendo expostas! - disse o cavalheiro.
A senhora olhou para baixo, depois para cima, e respondeu:
- Cavalheiro, qualquer coisa que o Sr. esteja vendo aqui em baixo tem 85 anos.O chapéu eu comprei ontem!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sábado, 20 de novembro de 2010

DEZ ANOS DE SAUDADES


Meu pai, hoje, 02/11/2010, Dia de Finados, fomos à nossa necrópole, para lhe deixar uma preciosa companhia em seu machadiano leito derradeiro, em que, hipocraticamente, descansa desta curta vida. Sua irmã primogênita, a nossa querida Tatinha, retornou à mansão de Deus, e, em atendimento ao que ela pedira, seus despojos se juntaram aos dos seus familiares mais próximos, genitores e seus irmãos, que consigo compartilham desse seu jazigo, no campo santo do São João Batista.
Há sete anos, o tio Zezinho, como bom professor de História do Brasil que era, faleceu no Dia da Pátria. Agora, dos seus tão amados irmãos, somente resta, entre nós, o caçula, tio Valter.
Neste novembro, dia 20, se completam dez anos de sua partida, para a morada eterna, e, enquanto escuto o Requiem em ré menor K 626 de Mozart, as saudades afloram, e ponho-me a digitar uma pretensa carta, que não será enviada pela ECT, nem pela via eletrônica, à conta da falta de um endereço definido, talvez situado nos páramos celestiais, onde, por certo, não há conexão de internet. No entanto, como destinatário desta missiva, sinto que o senhor gostaria de ter ciência da trajetória de vida dos seus entes queridos.
Em momentos de saudades, recorro a Santo Agostinho, ante a morte, que assim se expressou: “A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês continuarei sendo. Dêem-me o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre falaram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador. ... Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho... Você que aí ficou, siga em frente. A vida continua, linda e bela como sempre.”
Por isso, meu pai, trago-lhe boas notícias, pinçadas entre tantas coisas agradáveis que aconteceram no seio da sua família, que continua crescendo. Seis dos seus netos, então adolescentes, em 2000, casaram e quatro deles já geraram seis bisnetos, na presente década, para compor sua descendência. Todos os netos chegaram ao ensino superior e a maioria deles foi diplomada, estando inserida no mercado de trabalho e/ou envolvida em pós-graduação.
Seus filhos continuam progredindo na vida profissional, colecionando feitos que o encheriam de júbilo. Ao recordar da sua alegria, quando, em 1999, fui aprovado com nota máxima, no concurso para professor titular da Uece, fico a imaginar o seu incontido envaidecimento, diante da investidura da sua filha Meuris, como professora titular concursada da afamada Unicamp. Com a formatura do Luciano, em Direito, somam quatro filhos abraçados à mesma carreira jurídica, que tão bem exerceu com dignidade e competência, até a quase exaustão de suas forças físicas. Magna terminou mais um curso de especialização. Mirna, após a obtenção do diploma de Mestrado, está atualmente na Espanha, cumprindo parte do programa de doutoramento na Universidade de Santiago de Compostela. Sérgio prossegue o doutorado em Direito em Buenos Aires.
Talvez o melhor produto da família, na presente década, foi o desenrolado no correr de 2007, quando nos juntamos para organizar e escrever “Dos Canaviais aos Tribunais: a vida de Luiz Carlos da Silva”, um livro que resgata a sua bela história de vida, servindo de exemplo da reverência à figura paterna, cujo lançamento deu-se, em janeiro de 2008, comemorando o seu nonagésimo aniversário, caso estivesse vivo. Além de reforçar os laços fraternos, entre os seus descendentes diretos, a obra foi demais reveladora, por tornar público o seu passado literário, de um escritor de vastos recursos, condição ignorada por muitos.
Como desdobramento dessa realização, foi publicado um segundo livro, discorrendo sobre o nosso bairro Otávio Bonfim, sob o olhar de nossa família, e ainda usamos parte de sua biografia, para compor o personagem central de um romance epistolar e de uma peça de teatro, combinando realidade e ficção.
Em 09/09/10, a sua família esteve reunida para celebrar os oitenta anos da nossa matriarca, a sua Elda, com quem manteve o vínculo matrimonial por 53 anos, rompido pela sua saída terrena. Aos domingos, à noite, seus filhos estão sempre com ela, para uma ceia, enquanto conversam e traçam planos de novas empreitadas.
Pois é, pai. Nós que aqui ficamos, ainda que envoltos em saudades, por sua partida deste mundo, seguimos adiante, progredindo, mas velando por sua memória, até que Deus faça o nosso reencontro espiritual, em Sua morada eterna.
Com as lembranças do seu saudoso filho.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
* Publicado In: Jornal O Povo. Fortaleza, 20 de novembro de 2010. Jornal do Leitor. p.2.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CALAR A BOCA

Mulher: Doutor, eu não sei o que fazer, toda vez que meu marido chega bêbado ele me enche de porrada.
Médico: Eu tenho um remédio muito bom para isso. Quando seu marido chegar em casa embriagado, basta tomar meio copo de chá de camomila e começar o bochechar. Apenas bocheche e bocheche.
Duas semanas depois, ela retorna ao médico, e parecia ter nascido de novo.
Mulher: Doutor, sua ideia foi brilhante! Toda vez que meu marido chegou em casa bêbado, eu bochechei muitas vezes com chá de camomila e ele não me bateu.
Médico: Você viu como calar a boca funciona?
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ACORDA, EU SOU ADVOGADO

Pedro tornou-se um advogado especialista, não queria saber de outra função que não fosse a sua especialidade. Um dia, em casa, Maria reclamou:
- Querido, o ferro não esquenta. Dê uma olhada, por favor...
- Querida, acooordaaaaaa!!! Eu não sou eletricista!!!
No outro dia:
- Querido, a pia entupiu. Você não quer dar uma olhadinha?
- Querida, acoooordaaaaaa!!! Eu não sou encanador!!! Eu sou um advogado.
Na segunda-feira seguinte:
- Querido, a torradeira está pegando fogo!
- Querida, vê se acooordaaaaaaa!!! Eu não sou bombeiro, eu sou advogado!!!
No fim de semana, descansando, o Pedro descobre que tudo o que a Maria havia reclamado estava em perfeito funcionamento.
E ele pergunta:
- Querida, quem fez todos esses reparos?
- Ora, querido, você lembra daquele seu amigo engenheiro que você trouxe para jantar aqui no sábado passado?
- Sim, lembro.
- Então, ele se prontificou a consertar tudo.
- Como assim? Ele fez tudo de graça?
- É claro que não! Ele me disse que eu poderia pagar de duas formas: eu faria outro prato igual ao que ele jantou aqui ou lhe dava o prazer de um sexo bem animal.....
- E o que você fez?
- Querido... Aaaalllllôôôôôô... Acoooooordaaaaaaaaa!!!!! Eu não sou cozinheira!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Fonte: Internet (circulando por e-mail).

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dom Aloísio Lorscheider


Já em “Dom Aloísio Lorscheider: doutor honoris causa da UECE”, a capa, de fulgurante beleza, acoplou uma fotografia do homenageado, com sua indumentária cardinalícia, porém em franco contraste com um semblante de serenidade e transparecendo as suas candura e simplicidade, ao tempo em que fita o leitor e oferece, por seu arranjo gráfico, no sopé, onde o branco de sua alva esmaece, gradualmente, confundindo-se com o fundo em cor salmão, a idéia de levitação. Emoldurou a quarta capa, o expressivo testemunho de outro notável prelado da Igreja Católica Apostólica Romana, Dom Paulo Evaristo, Cardeal Arns.
Ref.: SILVA, M.G.C. da (org.). Dom Aloísio Lorscheider: doutor honoris causa da UECE. Fortaleza: EdUECE/LCR, 2005. 128p.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

VIAGEM A SÃO LUÍS-MA: Fórum da Pós-Graduação em Saúde Coletiva

Sigo, logo mais, às 11 horas, à capital do Maranhão, para participar do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, que ocorrerá nos dia 16 e 17 de novembro em curso, devendo retornar na quinta-feira, dia 18/11/10. A nossa participação prende-se, sobretudo, ao fato de ter sido eleito, em 9/11/10, o próximo Coordenador do Mestrado Acadêmico em Saúde Pública da UECE, função a ser assumida em janeiro de 2011.

domingo, 14 de novembro de 2010

O PEDIDO DA AMANTE...

Ricardo está no motel com a amante, curtindo o pós-coito, quando ela resolve interromper o silêncio:
- Ricardo, por que você não corta essa barba?
- Ah... se dependesse só de mim... Você sabe que minha mulher seria capaz de me matar se eu aparecesse sem barba... ela me ama assim!
- Ora, querido - insiste a amante - Faça isso por mim, por favor...
- Não sei não, querida.... sabe, minha mulher me ama muito, não tenho coragem de decepcioná-la...
- Mas você sabe que eu também te amo muito... pense no caso, por favor...
O sujeito continua dizendo que não dá, até que não resiste às súplicas da amante e resolve atender ao pedido.
Depois do trabalho ele passa no barbeiro, em seguida vai a um jantar de negócios e quando chega em casa a esposa já está dormindo.
Assim que ele se deita, sente a mão da esposa afagando o seu rosto lisinho e com a sua voz sonolenta diz:
- Paulão!!! Seu m..., f... de uma p..., você ainda está aqui? Vai embora... O barbudinho já está pra chegar!!!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sábado, 13 de novembro de 2010

LATINISTA GAGO

Uma universidade cearense precisava contratar um professor substituto de latim. Dois processos seletivos públicos foram realizados, e apesar dos vários candidatos inscritos, as bancas examinadoras reprovaram todos quantos haviam se candidatado, em ambos certames, considerando sofrível o seu desempenho.
Isso obrigou a realização de uma rara terceira seleção para o mesmo setor de estudos. Essa dificuldade é inteiramente explicável, já que a língua da Roma Antiga, da qual derivou, entre outras, a portuguesa, não é lecionada no ensino médio, subsistindo, tão somente, com modesta carga horária, em cursos de Letras e nos seminários católicos, resultando em raríssimos professores e religiosos que sabem latim.
Ciente dessa limitação, fiquei contente ao constar na “home page” da universidade, finalmente, a aprovação de um lente no terceiro concurso. Ao encontrar, o colega presidente da banca, um bravo latinista batavo, felicitei-o pela entrada de um novo docente:
– Parabéns, professor! Até que enfim, conseguimos um docente substituto de latim.
– Não creio que mereçamos parabéns – ele respondeu.
– Mas por quê? Não era uma necessidade imperiosa absorver um outro docente? – indaguei de pronto.
– Sim, naturalmente que sim. Tanto que fizemos, por três vezes, a dita seleção – retrucou ele – acrescentando: precisamos urgente de reposição docente.
– E qual é a razão da sua insatisfação? O ingresso dele não vai possibilitar que o senhor disponha de mais tempo para dedicar-se ao Mestrado em Filosofia?
– Em parte, sim, obviamente – contestou o meu interlocutor.
– Então, por que essa espécie de frustração? Conte-me, por favor, o que houve.
– Bem! Tal como das vezes anteriores, tivemos muitos concorrentes; mas, diferentemente das precedentes, quando todos participantes foram reprovados na prova escrita, nesta última um candidato passou na escrita e foi habilitado para a prova prática.
– Menos mal, dessa vez! Pelo menos um chegou à segunda fase e foi aprovado nela – falei com ar triunfante.
– Não sei, sinceramente, se ele mereceu a aprovação. Fui voto vencido, prevalecendo a posição dos dois companheiros da banca, já exaustos de tanta seleção e sensibilizados pelo imperativo do afastamento de meu auxiliar, que está cumprindo pós-doutorado no exterior, o que ensejou a abertura dessa vaga de substituto.
– Mas, professor, qual é mesmo o problema dele, para não merecer a sua aceitação? Ou em latim: ter o seu “nihil obstat”?
– Bem! É que ele é GAGO.
F iquei imaginando, cá com os meus botões, como seria uma gaguejante aula de latim, do mestre atrapalhado com o nominativo e o genitivo de “rosa-rosae”, o exemplo mais elementar da 1ª declinação: Ro...ro...ro...ro-sa...sa...sa...; Ro...ro...ro...ro-sae...sae...sae...; etc.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina e da Sobrames/CE
* Publicado In: SOBRAMES – CEARÁ - Receitas literárias. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2010. 240p. p.181-2.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

OS DEZ PRÊMIOS “AMALDIÇOADOS” III

O que você faria se ganhasse na loteria? É bom pensar bastante nisso, porque o prêmio pode se tornar um marco rumo ao declínio na sua vida, e não a ascensão. Aqui, nesta terceira postagem, vão exemplos de quatro pessoas para quem o dinheiro acabou não ajudando em nada, cujos ganhadores estão em situação pior do que antes. Se ganhar na loteria, cuidado!
7 – A MULHER QUE “NÃO SOUBE COMO GANHAR” NA LOTERIA
Essa americana explorou uma opção diferente de receber seu dinheiro. Enquanto quase todo mundo pega sua bolada de uma vez só, Suzanne Mullins preferiu dividir o recebimento do seu prêmio de 4.2 milhões em 20 vezes. Parecia sensato, mas Mullins não soube administrar. De algum jeito, ela conseguiu ficar devendo para o banco, e ainda está em dívidas com credores, mesmo não cometendo nenhuma extravagância aparente. Segundo ela, o rombo nas contas é devido a despesas médicas do seu genro, que ultrapassariam um milhão de dólares.
8 – O HOMEM QUE NÃO SABIA DIZER NÃO
Quando arrematou um prêmio de 31 milhões de dólares em 1997, a vida do pastor pentecostal Billy Bob Harrell, do Texas (EUA), mudou para melhor. Ele comprou seis casas, alguns carros, mas mesmo assim parecia ter controle sobre o dinheiro. Seu fraco era a excessiva generosidade. Billy Bob emprestava dinheiro a todos que pediam, e diante dessa falta de pulso firme, poucos pagaram a dívida. Billy Bob acabou indo á falência, perdeu a mulher e acabou cometendo suicídio.
9 – O HOMEM QUE COMEÇOU E ACABOU COMO LIXEIRO
Antes de 2002, o britânico Michael Carroll era um varredor de rua com um salário baixo, 42 libras esterlinas por semana. Quando ganhou um prêmio de 9,7 milhões de libras, prontamente presenteou os parentes com casas e carros. E começou a aproveitar a vida: gastou com cocaína (que consumia 2.000 de seus bolsos diariamente), festas (sediadas em sua casa de 325.000), cães e cavalos (os gastos com os animais superaram um milhão de libras) e o Glasgow Rangers, seu time de futebol (que recebeu uma doação de um milhão). Diante desses seguidos abusos financeiros, sua mulher pediu divórcio. Michael não se abalou: passou a se saciar com, no mínimo, quatro prostitutas por dia. Ao longo de oito anos, foram mais de 2.000 garotas de programa, que consumiram outras 100 mil libras. No final, vendeu seu carro luxuoso e sua mansão para continuar sustentando seus vícios. Agora, sem um tostão, ele voltou para seu antigo emprego de lixeiro, e seu modesto salário.
10 – A MULHER QUE GASTOU DURANTE 50 ANOS PARA ACABAR MAIS POBRE QUE ANTES
Essa é antiga: em 1961, a britânica Vivian Nicholson ganhou um prêmio com valor equivalente a 3 milhões de libras atualmente. Quando perguntada sobre o que ia fazer com dinheiro, ela disse: “Vou gastar, gastar e gastar”. Vivian seguiu sua promessa à risca. Sua vida se tornou uma aventura: enviuvou de seu marido e acabaria se casando mais cinco vezes, sofreu um derrame, foi internada devido ao alcoolismo, foi deportada da ilha de Malta, tornou-se testemunha de Jeová, passou um tempo em um hospício e chegou a tentar o suicídio. Quanto ao dinheiro, foi se esvaindo ao longo de anos de gastos exagerados com roupas carros e viagens em férias. Hoje ela é idosa, aposentada, e vive com uma pensão semanal de 87 libras.
Fonte: http://hypescience.com/os-10-premios-%E2%80%9Camaldicoados%E2%80%9D-de-loteria/

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MULHER QUE LÊ

Um casal sai de férias para um hotel-fazenda... O homem gosta de pescar e a mulher gosta de ler. Numa manhã, o marido volta, depois de horas pescando, e resolve tirar uma soneca.
Apesar de não conhecer bem o lago, a mulher decide pegar o barco do marido e ler no lago. Ela navega um pouco, ancora e continua lendo seu livro.
Chega um tenente da guarda ambiental do parque em seu barco, para ao lado da mulher e fala:
- Bom dia madame. O que está fazendo?
- Lendo um livro, responde. (Pensando: será que não é óbvio?)
- A senhora está em uma área restrita em que a pesca é proibida, informa.
- Sinto muito tenente, mas não estou pescando, estou lendo.
- Sim, mas, a senhora tem todo o equipamento de pesca. Pelo que sei a senhora pode começar a qualquer momento. Se não sair daí imediatamente terei de multá-la e processá-la.
- Se o senhor fizer isso terei que acusá-lo de assédio sexual.
- Mas eu nem sequer a toquei! diz o tenente da guarda ambiental.
- É verdade, mas o senhor tem todo o equipamento. Pelo que sei, pode começar a qualquer momento!
- Tenha um bom dia madame - diz ele e vai embora.
Moral da História: Nunca discuta com uma mulher que lê, pois, certamente, ela pensa!
Fonte:Internet (circulando por e-mail).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AVENIDA JOSÉ JATAHI: no virtual ou no papel?

Parece intrigante mudar a denominação oficial de uma avenida ou um trecho dela, sem a devida consulta aos moradores da vizinhança, tal como procedeu a Prefeitura de Fortaleza, ao descerrar, ontem (9/11/10), uma placa alusiva à Avenida José Jatahi, em solenidade concretizada mesmo estando distante do término das obras, decorrentes da remoção dos trilhos desativados, em função do traçado do Metrofor. A maioria desses cidadãos, por certo, desconhece os feitos que balizam tamanha honraria.
Desde os meus tempos de menino no Otávio Bonfim, a via que acolhia o leito ferroviário era conhecida por José Bastos, uma derivada da Avenida Tenente Lisboa, que cortava o vizinho bairro Jacarecanga, acompanhando os trilhos, desde a Estação João Felipe.
Quando houve o alargamento e a cobertura asfáltica dessa avenida, a prefeitura, a época, tentou alterar o nome, para render homenagem a outrem, mas foi obrigada a recuar, diante do arrazoado elaborado por historiadores locais, a exemplo do notável Raimundo Girão, que bem demonstraram os notáveis predicados de José Perdigão Bastos, um próspero comerciante e empresário visionário, falecido no início do século XX, que muito contribuiu para o desenvolvimento de Fortaleza, tendo sido um dos fundadores da Associação Comercial do Ceará e da Fênix Caixeiral.
Nada contra o artista José Jatahi, autor do hino do Ceará Sporting Club; afinal, quem canta seus males espanta. O incorreto está na escolha do logradouro e na forma de como se definem as homenagens na Loura Desposada do Sol, colidindo com o seu propalado discurso da participação da comunidade na gestão municipal.
Depois do nome CUCA Che, da nossa alcaidina, com a sua postura juvenil de dirigente de Diretório Acadêmico, tudo é possível.
Fortaleza está a dever, isso sim, uma homenagem de peso ao Cardeal Lorscheider, pelo que ele fez em prol dos cearenses. Pense nisso, Paulo Mindêllo.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

terça-feira, 9 de novembro de 2010

OS RISCOS DO ENEM

O Jornal O Povo publicou, em 1º/07/10, um artigo de opinião, pondo em xeque a adesão de universidades públicas sediadas no Ceará ao ENEM. Naquele momento, UFC e da UVA, entregaram-se, bovinamente, aos caprichos do MEC, cancelando os seus vestibulares, e cedendo todas as suas vagas para ingressos de novos alunos ao SiSU. Posteriormente, a UVA reavaliou a sua posição, retirando o seu apoio.
A UECE e a URCA resistiram, soberanamente, ao assédio federal, assegurando a manutenção de seus vestibulares. Ambas instituições atuaram com serenidade, rejeitando a pronta adoção de uma empreitada de alto risco, detentora de complicada logística, com evidentes pontos frágeis capazes de suscitar sérios problemas operacionais e jurídicos.
As provas do ENEM, conduzidas pelo INEP, foram aplicadas nos dias 6 e 7/11/10, para mais de quatro milhões de candidatos em todo o País, dos quais 208 mil no Ceará, um contingente localmente explicado pela sujeição integral da UFC ao certame.
Infelizmente, esse exame que, no ano passado, foi abortado, antes de sua aplicação, por conta do vazamento de questões, revelou agora, só tardiamente, a sua vulnerabilidade, desta feita no decorrer da aplicação, embora fossem falhas relativas à montagem e à impressão das provas.
Com efeito, dos quatro cadernos de resposta, uma parcela das provas do caderno amarelo exibia aberrações, a exemplo de: as questões 21 e 23 eram iguais; não havia as questões 30 e 31; e dupla numeração da 34 e da 35. Essas falhas, somadas ao erro na identificação do teor no gabarito, podem ter induzido distorção no preenchimento das respostas em inúmeros concorrentes. A gravidade é majorada porque os transtornos não foram comuns a todos cadernos de provas, sendo verificado apenas em uma fração de um deles, o que torna inviável efetuar compensação quando da correção dos gabaritos.
Anular as provas do sábado é uma medida dolorosa; mas, corretiva.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da UECE

* Publicado In: Jornal O Povo. Fortaleza, 9 de novembro de 2010. Caderno A (Opinião). p.6.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

DORMINDO COM O INIMIGO

De volta à planície do parlamento, após o período em que liderou as forças aliadas contra o Nazismo, como primeiro ministro britânico, Churchill manteve com um deputado neófito um diálogo que a história registrou.
No plenário, o jovem deputado sentou-se ao seu lado e, apontando na direção dos representantes trabalhistas, comentou:
– Ali estão os nossos inimigos, Sir.
E recebeu a primeira lição do estadista. Churchill respondeu:
– Não. Ali estão apenas os nossos adversários. – e, apontando para os seus próprios companheiros de partido à sua volta, concluiu:
– Os nossos verdadeiros inimigos estão aqui.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

domingo, 7 de novembro de 2010

APRESENTAÇÃO DA ANTOLOGIA SOBRAMES/CE DE 2010

Cá entre nós, com exceção dos médicos, outras categorias profissionais não contam com uma entidade associativa exclusivamente direcionada à Literatura. Aliás, é oportuno mencionar a existência de notáveis valores intelectuais em distintas graduações, principalmente no meio dos diplomados em Comunicação Social, Direito e Letras; contudo, tais segmentos não se aglutinam para composição de entidades devotadas à literatura ou ao culto do vernáculo, ainda que algumas delas possam participar de academias, com determinada especificidade. Destarte, até mesmo a Academia Cearense da Língua Portuguesa, organismo que preenche o propósito de cultuar a última flor do Lácio, tem um caráter multiprofissional, abrigando bacharelados de diferentes cursos das áreas de Humanidades ou de Estudos Sociais.
A Regional do Ceará da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES/CE) alberga quase uma centena de médicos em seu quadro de associados e exerce importante papel na promoção da cultura estadual, à conta da sua Antologia publicada anualmente, juntando colaborações quase exclusivas de esculápios, e da edição semestral da Revista Literapia, veículo de larga aceitação entre os intelectuais cearenses, editado por ingente esforço pessoal do sobramista Pedro Henrique Saraiva Leão, contendo uma mescla de textos escritos por autores médicos e por literatos não-médicos.
Esses bons predicados dos médicos para escrever retratam-se na Academia Cearense de Letras (ACL), a mais antiga academia literária ativa no Brasil, que ostenta, entre as suas quarenta cadeiras, quatro médicos: Pedro Henrique Saraiva Leão, José Murilo Martins, Lúcio Gonçalo de Alcântara e José Telles. O primeiro deles exerce no momento, a Presidência do sodalício, enquanto o último nomeado é um ex-presidente da SOBRAMES/CE, eleito em 10/09/2010, pelos imortais da ACL, para ocupar a vaga aberta com o falecimento do também médico e escritor Dr. Vinicius Antonius de Holanda Barros Leal, cuja posse dar-se-á brevemente.
A série de Antologias da SOBRAMES/CE, capitaneada inicialmente pelos colegas Emanuel de Carvalho e Paulo Gurgel, respectivamente, o primeiro e o segundo presidente dessa agremiação, foi começada, sob a tutela editorial do Centro Médico Cearense, em 1981, com o título “VerdeVersos: antologia poética”; em 1983, dois anos após o primeiro lançamento, foi editada a obra “Encontram-se: verso e prosa” e, em 1984, “Temos um Pouco: prosa e poesia”. Em 1986, veio a público o número “Criações”, seqüenciado, em 1987, por “Sobre Todas as coisas”, e, em 1989, por “Letra de Médico”, quando a série ganhou a regularidade anual, sem solução de continuidade desde então. Claro está que, em trinta anos de percurso, apenas não houve publicação dos sobramistas cearenses em 1982, 1985 e 1988.
Agora, em 2010, a produção da SOBRAMES/CE, com o próprio selo editorial, alcança a sua 25ª edição, revelando franco crescimento em agilidade e apuro, com grande esmero literário, prestando-se para emular o aparecimento de novos escribas no seio da classe médica e até incentivando a própria carreira de alguns colegas sobramistas, em seus lançamentos individuais.
O processo de construção das antologias é laborioso, entrando em pauta na reunião mensal de junho, quando se alerta aos sócios para a remessa de suas produções literárias, fixando-se a data-limite dessa entrega, para agosto deste ano, com a previsão de lançamento oficial na segunda quinzena de outubro subseqüente, como soe acontecer. A sua montagem é sobretudo democrática, uma vez que a maior parte das decisões é tomada de comum acordo entre organizadores e membros auscultados nas reuniões mensais da SOBRAMES/CE.
A escolha do título “Receitas Literárias”, dentre tantos sugeridos, sagrou-se vencedora, após sucessivos e edificantes turnos de comentários e votações, avalizando a combinação de apenas duas palavras mui caras ao cotidiano de médicos amantes da literatura, os quais, no fazer literário, encontram um lenitivo para o fardo labor enfrentado.
A presente obra, comparativamente às precedentes, quebra recorde em quantidade de páginas e, principalmente, em número de colaboradores, porquanto dela participam quarenta e cinco sobramistas, dos quais quarenta e dois médicos e três não-médicos, que cerram fileiras como pessoas benquistas pelos demais colegas.
Convém destacar a presença do prefaciador Batista de Lima, professor da Uece e da Unifor e ilustre membro da ACL, que enriquece este livro, bem como salientar a homenagem póstuma prestada aos colegas Nilson de Moura Fé e Oziel de Sousa Lima, sob a forma de elegias, pranteando tão grandes perdas, e fazendo a inclusão de seus derradeiros escritos.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Organizador

sábado, 6 de novembro de 2010

SELEÇÃO DA RESIDÊNCIA MÉDICA DO ICC

O Instituto do Câncer do Ceará, por meio da sua Escola Cearense de Oncologia, aplicou hoje as provas de conhecimentos e a análise curricular aos inscritos para cumprir Residência Médica, a partir de 2011, nos programas da instituição credenciados pela CNRM. Como acontece desde 2000, o processo seletivo está sendo conduzido sob a nossa direta coordenação. Dependendo da tramitação de eventuais recursos, projeta-se a divulgação dos resultados finais até dia 12 corrente.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

GRANDE DESCOBERTA

Por Olavo de Carvalho
De repente, parece que todas as mentes iluminadas do país descobriram aquilo que os documentos internos do PT, as atas do Foro de São Paulo e centenas de artigos que escrevi a respeito lhes teriam revelado dez ou vinte anos atrás, se consentissem em lê-los e se, malgrado suas profissões nominalmente letradas, não padecessem da obstinada insensibilidade brasileira à palavra escrita.
Brasileiro só acredita no que vê. Não no que vê com os seus próprios olhos (a capacidade de inteligir diretamente da experiência é desconhecida na nossa cultura), mas naquilo que vê na televisão; ou naquilo que ouve da boca das "pessoas maravilhosas", cujas palavras dão visibilidade até ao inefável. Enquanto uma coisa não aparece no "Jornal Nacional" ou não é confirmada pelo testemunho de meia dúzia de pop stars, ela não existe, ainda que pose ante os olhares do mundo desde o alto do Corcovado ou no meio da Praça da Sé. Nélson Rodrigues falava do "obvio ululante", mas em vão ululam os fatos mais espalhafatosos na Terra do "Eu não sabia". Sem o nihil obstat apropriado, até um King Kong político como o Foro de São Paulo permanece abstrato e inacessível como uma hipótese metafísica escrita num papiro desaparecido.
Mas recentemente até Caetano Veloso, Arnaldo Jabor, Hélio Bicudo, Carlos Vereza e Fernando Gabeira saíram gritando, e então as mentes iluminadas se abriram à revelação: descobriram que o PT não é um partido normal, feito para alternar-se no poder com os demais partidos, e sim uma organização revolucionária criada para absorver em si o Estado e remoldá-lo à sua imagem e semelhança. Grande descoberta. Teria sido ótimo fazê-la quando o PT ainda tinha quinze por cento do eleitorado. Hoje ela soa como o verso de Manoel Bandeira, o mais triste do idioma pátrio: "A vida inteira que poderia ter sido e que não foi."
Almas desencantadas com o esquerdismo revolucionário nunca faltaram no mundo, pelo menos desde a década de 30 do século passado. Uma delas, Ignazio Silone, chegou até a dizer que a batalha política final não seria entre comunistas e anticomunistas, mas entre comunistas e ex-comunistas.
A diferença é que no Brasil de hoje essas almas, ao mudar de partido, não percebem que o fizeram: falam de seus desafetos de agora como se estes não fossem seus ídolos de ontem. Acusam com a inocência de quem não se lembra de ter sido cúmplice nem mesmo por um minuto.
É fenômeno inédito no universo. Por toda parte são célebres os depoimentos de comunistas e "companheiros de viagem" arrependidos: Arthur Koestler, André Gide, David Horowitz, Guillermo Cabrera Infante, Victor Kravchenco, Louis Budenz, Emma Goldmann, Victor Serge, a lista não acaba mais. Em cada um desses casos a decepção política trouxe consigo o impulso de uma revisão do passado, de uma aferição de responsabilidades. Na mais lacônica das hipóteses, vinha a confissão de Humphrey Bogart, que se tornou clássica ao resumir tão bem a vida de milhões de ex-militantes e simpatizantes:
– Eu não era comunista. Era apenas idiota.
No Brasil também se fazia assim. Da legião dos desiludidos com o PCB nos anos 50 – Oswaldo Peralva, Paulo Mercadante, Antonio Paim e tantos outros – nenhum se esquivou, que eu saiba, de pesar sua parcela de colaboracionismo na construção da engenhoca stalinista.
É que naquela época havia intelectuais, pessoas que a aquisição de uma cultura internacional havia libertado dos vícios do meio imediato. Hoje, esses requintes de consciência são coisas do passado. Só o que interessa agora é ficar bem na fita. Os fulanos dão tudo de si para consagrar o mito da santidade da esquerda, acendem mil velas a São Lulinha, aplaudem, lisonjeiam, babam de devoção, e depois, quando o ídolo falha às suas expectativas, saem esbravejando como se fossem vítimas e não co-autores do embuste. Nunca foi tão barato virar herói da noite para o dia.
Não condeno essa gente do ponto de vista moral. Digo apenas que não há política séria onde as opiniões sobre o curso geral das coisas vêm amputadas de toda consciência autobiográfica. Só entendemos a História desde a nossa própria história. Quando o desejo de parecer bonito sobrepuja a necessidade de compreender a vida pessoal no contexto da História e vice-versa, é que, definitivamente, o apego às falsas aparências do momento se tornou uma obsessão psicótica, extirpando das almas o último resíduo de senso da realidade.
Mas, para piorar, não foi esse mesmo culto que consagrou o mito "Lulinha Paz e Amor"? Não foi a ânsia de enxergar virtudes imaginárias numa personalidade mesquinha, oca e vaidosa que levou tantos brasileiros a tapar os olhos ante um passado político no qual o futuro se anunciava da maneira mais clara e evidente? Não foi esse apetite de automistificação que induziu a classe letrada praticamente inteira a crer mais em alegações publicitárias e desconversas interesseiras do que em milhares de páginas de documentos e provas?
De que adianta, agora, repetir o mesmo erro com signo partidário invertido? Ninguém pode tomar uma posição madura ante os fatos da História quando rejeita e encobre os da sua própria vida. Não há futuro para quem foge do passado.
No entanto, ainda que do modo errado, essas pessoas estão do lado certo. Espero que esse lado vença, mas é claro que ele teria mais força se trocasse o bom-mocismo por um pouco de virilidade intelectual.
* Publicado In: Diário do Comércio, 1 de novembro de 2010.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A LUA DE MEL DO FREDERICO

Aos 82 anos de idade, Frederico se casou com Ana, de 27, que, em consideração ao marido tão idoso, decide que devem dormir em quartos separados. Terminada a festa do casamento, cada um vai pro seu quarto. Ana se prepara pra deitar, quando ouve batidas fortes na porta... As batidas insistem. Ao abrir a porta, ela se depara com Frederico, com seus 82 anos, pronto pra ação.
Tudo corre bem e após uma relação quente e vigorosa... Frederico despede-se e vai pro seu quarto.
Passados alguns minutos, Ana ouve novas batidas na porta do quarto... É Frederico, novamente pronto pra ação. Ela se surpreende, mas deixa-o entrar. Terminada a relação, Frederico beija-a carinhoso e despede-se, indo pra seu quarto.
Ana se prepara pra dormir novamente, quando escuta fortes batidas na porta. Espantada, Ana abre e se depara com... Frederico!!! Mais do que pronto pra ação, com aspecto vigoroso e renovado. Ela diz:
- Estou impressionada que em sua idade possa repetir a relação com esta freqüência. Já estive com homens com um terço de sua idade e eles se contentavam apenas com uma vez. Você Frederico, é um grande amante!
Desconcertado, ele pergunta:
- Eu já estive aqui antes???
MORAL DA HISTÓRIA: O Alzheimer tem lá suas vantagens.

Fonte: Internet (circulando por e-mail).

LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA DA SOBRAMES DE 2010


A série de Antologias da SOBRAMES/CE teve princípio, sob a tutela editorial do Centro Médico Cearense, em 1981, e, ao longo desses trinta anos de percurso, apenas não houve a publicação coletiva dos sobramistas cearenses nos anos de 1982, 1985 e 1988.
Agora, em 2010, a produção da SOBRAMES/CE, com o selo editorial próprio, chega à sua 25ª edição, revelando crescimento ágil e apurado senso crítico, com grande esmero literário, prestando-se para emular o aparecimento de novos escribas no seio da classe médica e até incentivando a própria carreira de alguns colegas sobramistas, em seus lançamentos individuais.
O processo de construção das antologias é laborioso, tendo entrado em pauta na reunião mensal de junho, quando se alertou aos sócios para a remessa de suas produções literárias, estabelecendo-se a data-limite dessa entrega, para agosto deste ano, com a previsão de lançamento oficial na segunda quinzena de outubro subseqüente, como ora ocorre. A sua montagem é, sobretudo, participativa, uma vez que a maior parte das decisões é assumida em comum acerto entre os membros presentes e ouvidos nos encontros mensais da SOBRAMES/CE.
O título “Receitas Literárias”, dentre muitos propostos, consagrou-se o escolhido, após sucessivas e edificantes rodadas de comentários e votações, validando o arranjo de somente duas palavras mui afeitas ao dia-a-dia de médicos amantes da literatura, os quais, no fazer literário, colhem um lenitivo para a dura faina enfrentada.
A obra aludida, comparativamente às precedentes, supera recorde em número de páginas e, principalmente, em quantidade de colaboradores, porquanto dela tomam parte quarenta e cinco sobramistas, dos quais quarenta e três iátricos e dois literatos não-médicos, que formam fileiras como pessoas queridas pelos demais colegas. Por oportuno, registre-se que, dos quatro médicos atualmente membros da Academia Cearense de Letras (ACL), todos são sobramistas e três participam desta coletânea. Variados gêneros literários: contos, crônicas, poesias, discursos etc. nela estão inseridos, conferindo a versatilidade e até certa especialidade dos seus autores.
A capa, tendo por mote uma receita literária, foi idealizada pelo organizador (M.G.C.S.), porém o requinte da sua criação coube ao Prof. Martinho Rodrigues Fernando, que contou, para o seu desenvolvimento com o concurso do arte-finalista Francisco Batista. A quarta capa exibe o “olho de Horus”, o “R” usado no receituário médico, quando da prescrição, cuja simbologia, derivada da antiga Medicina egípcia, invoca, a esse deus, a proteção sobre os medicamentos, para que sejam efetivos, beneficiando, por conseguinte, o cliente em epígrafe. Roga-se a Deus para que “Receitas Literárias” agrade o seu já cativo público e conquiste um séquito de novos leitores.
Convém destacar o prefácio de José Batista de Lima, professor da Uece e da Unifor e ilustre membro da ACL, cuja presença enobrece este livro, bem como ressaltar a homenagem póstuma prestada, por Alex Mont’Alverne e José Maria Chaves, respectivamente, aos confrades Nilson de Moura Fé e Oziel de Sousa Lima, sob a forma de elegias, pranteando tão sentidas perdas, e o enxerto de seus derradeiros escritos no corpo desta obra.
Por último, assinale-se o agradecimento pela confiança depositada no trabalho de organizar essa antologia, ensejando a oportunidade de ser prestativo à SOBRAMES/CE, ao tempo em que se prega a indicação de um substituto, facilmente identificável entre tantos associados, para assumir o prazeroso encargo do ano vindouro.
Como acontece em qualquer receita médica, o que mais se espera das prescrições de Receitas Literárias é que cumpram a sua finalidade, sejam aviadas no local certo e nas horas aprazadas, e que, de pronto, comecem a produzir resultados benéficos, se não curando as mazelas do corpo, mas tonificando a alma, para suportar os embates do cotidiano.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro da Sobrames-CE e organizador


* Discurso proferido por ocasião do lançamento do livro “Receitas Literárias”, no Ideal Clube, em Fortaleza, em 26 de outubro de 2010.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TIPOS FOLCLÓRICOS DO OTÁVIO BONFIM


Na vigência da Era Lauro, nos rotulados “Anos Iluminados do Otávio Bonfim”, alguns tipos folclóricos foram agregados ao pitoresco do bairro, constituindo motivo de gozação e de brincadeiras, entre meninos e adolescentes do Otávio Bonfim, à revelia da orientação dada por Frei Lauro, que pregava o respeito humano, sem distinção. Dentre esses personagens, incluem-se a “Porronca” e a “Macaúba”, aqui reportados por suas façanhas, que faziam a festa de meninada.
Porronca – era uma mulher de rua, um tanto quanto imbecilizada e desafortunada, que andava em trajes molambudos, cabelos em desalinho e cheios de piolhos; exalando um mau odor, decorrente da falta de banho ou asseio corporal. Quando os meninos gritavam-lhe o apelido “Porronca”, ela, de pronto, retrucava com imprecações contra as mães dos agressores e levantava as vestes, sem calcinha, expondo as “vergonhas”, razão maior das pilhérias dos moleques mal-educados.
Macaúba – era uma mulher franzina, que fazia parte do rol de mendicantes do Pão de Santo Antônio, da terça-feira. Ganhara essa alcunha por possuir um provável cisto de glândula salivar, que lhe conferia, ao rosto, uma aparência de quem está com um caroço de macaúba – uma espécie de pequeno coco – na boca. Quando os meninos gritavam “macaúba”, a dita criatura respondia com palavreados chulos, atacando as respectivas “santas mãezinhas”, não raro lançando pedras sobre a garotada que saía em debandada, com francas gargalhadas, para, em seguida, se reagrupar em uma nova investida insultante.
Transitavam, pelo bairro, outras figuras menores, mas não menos interessantes, que despertavam a curiosidade das pessoas, pelos gracejos provocados, caso, por exemplo do “Scania”, que punha um espelho retrovisor no ombro e deambulava simulando um caminhão, reproduzindo, com a boca, o som de um veículo pesado, em marcha, com diferentes sinais onomatopéicos de aceleração, ou simulando parada abrupta, ao frear, “cantando” os pneus, porque o semáforo fechara, ou acusando o uso da falsa “sinaleira” manual, para fazer conversão à direita ou à esquerda. Havia um outro personagem que andava pelas ruas imitando uma locomotiva em movimento, e intercalando com um estridente apito de trem.
Também são lembrados dois rapazes gêmeos, chamados de “tripé”, porquanto adeptos da prática excessiva da masturbação, já fisicamente tão desgastados, que serviam de alerta aos meninos para que evitassem o exagero do sexo solitário. No final dos anos setenta, apareceu no bairro uma mulher, apelidada “Odete Batalhão”, que, segundo se falava, parecia ter uma vocação pedofílica, responsabilizando-se pela iniciação sexual de alguns garotos das circunvizinhanças.
Todo esse apanhado de coisas está bem ao molde do Ceará Moleque, da terra do Quintino Cunha, e do Padre Quinderé, tão rica de humoristas quanto de tipos pitorescos, como a Castorina, do Aracati, mestre em apelidar o povo, como fez com uma criatura que só botava a cabeça fora de casa, passando ela a chamá-la de “rato de gaveta”, e ainda o Seu Lunga, de Juazeiro do Norte, famoso por se mostrar mal-humorado, ranheta, rabugento, o tempo todo.
O que se via à época, com certa naturalidade, não condiz mais com os dias de hoje, em que os direitos humanos e a preservação do respeito às minorias impõem-se como política de inclusão social.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
* Publicado In: Jornal O Povo. Fortaleza, 30 de outubro de 2010. Jornal do Leitor. p.3.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

FRANCISCA CARLOS DA SILVA: o nosso adeus


Foto: Tatinha, acompanhada do irmão Valter e dos sobrinhos Magna e José, no lançamento do livro “Dos Canaviais aos Tribunais”, em Fortaleza, em janeiro de 2008.
Francisca Carlos da Silva, carinhosamente chamada de Tatinha pelos sobrinhos, nasceu em Pereiro, em 15 de maio de 1913, inaugurando a prole de nove filhos do casal José e Valdevina Carlos da Silva. Era bem pequena quando a sua família mudou-se para o Acarape, instalando-se no sítio Pau Branco. Fez o Curso Primário em Redenção e continuou os seus estudos em Fortaleza, sendo, em 1933, uma das internas da Escola Doméstica São Rafael, mantida pelas Irmãs de Caridade. Por vontade própria, recusou pretendentes a casamento, face ao desejo de ajudar na criação dos irmãos mais novos.
Foi funcionária pública federal, lotada no Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), onde lecionou Artes Culinárias, por mais de trinta anos, confirmando os seus exímios dotes em preparar os mais saborosos quitutes, qualidade sobejamente apreciada por todos os seus familiares.
Também exerceu extensas atividades religiosas e comunitárias, atuando como vicentina e, inclusive, auxiliando na catequese, na Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes. Comemorou, em 1993, os seus oitenta anos de vida na presença de irmãos, cunhadas e sobrinhos, que expressaram o carinho especial que todos nutriam por ela.
Até 1998, permaneceu em Jacarecanga, passando, então, a morar com o irmão Luiz Carlos. Em 2000, transferiu-se, em definitivo, para Acarape, onde até hoje residiu com Valter, o irmão caçula. Na cidade em que viveu a sua infância, Tatinha viu-se cercada dos descendentes do nosso tio Valter e regularmente recebia visitas dos sobrinhos, filhos do Luiz e do Zezinho, seus queridos irmãos.
Esteve em Fortaleza, em janeiro de 2008, ao ensejo do lançamento do livro “Dos Canaviais aos Tribunais: a vida de Luiz Carlos da Silva”, obra comemorativa dos 90 anos de idade, de meu pai, se vivo ele fosse, dividindo conosco, momento tão sublime de congraçamento familiar.
Faleceu, na madrugada de hoje, 02/11/2010, aos 97 anos, mas seguirá presente nos corações daqueles que a amavam.
Descansa em paz, Tatinha.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Nota: A missa de corpo presente de nossa querida tia será às 15h30, na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, em Jacarecanga, e o seu sepultamento, logo em seguida, às 16 horas, no Cemitério São João Batista, em Fortaleza, em cumprimento da sua expressa vontade.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A SAPIÊNCIA DE UM TUBARÃO FILÓSOFO...

Dois tubarões brancos observam os sobreviventes de um navio afundado.
– Siga-me filho, diz o tubarão pai para o filho.
E os dois nadam até os náufragos.
– Primeiro vamos nadar em volta deles com apenas a ponta das nossas barbatanas aparecendo fora da água.
E assim eles fizeram.
– Muito bem, meu filho! Agora vamos nadar ao redor deles, algumas vezes, com nossas barbatanas inteiras aparecendo fora da água.
E assim eles fizeram.
– Agora nós podemos comer todos eles.
E assim eles fizeram.
Quando ambos estavam empanturrados, o filho pergunta:
– Pai, por que nós não os comemos logo de início? Por que ficamos nadando ao redor deles várias vezes?
O sábio e experiente pai respondeu:
– Porque o gosto deles fica melhor sem merda dentro!!!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).
 

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