quarta-feira, 28 de julho de 2010

A ARTE DA RETÓRICA


Retórica é a arte de exprimir-se bem pela palavra, ou seja, de utilizar todos os recursos da linguagem com o objetivo de provocar efeito de maior proporção no ouvinte. Seu fundamento básico é que todo discurso é feito com o propósito de modificar uma situação específica, chamando atenção para um dado fato, por meio da palavra burilada, usada como instrumento de eloquência. Tal gênero, muito em voga no passado, é, usualmente, cultivado por políticos e por amantes dos pronunciamentos rebuscados.
Desde jovem, eu apreciava a leitura de discursos produzidos por grandes oradores, como “As Catilinárias” de Cícero, o notável senador da Roma Antiga, e alguns dos “Sermões” do Padre Antônio Vieira, o maior orador sacro do período colonial brasileiro. Essa afeição, ao lado da influência paterna, posto que o meu progenitor, Luiz Carlos da Silva, possuía o dom da oratória, que bem empregava em sua liça política e nas suas lides causídicas, podem ter confluído para desabrochar um pendor para escrever discursos, condicionados às demandas surgidas em diferentes situações.
Ao cabo de sete lustros, numa trajetória começada quando acadêmico de Medicina, na condição de representante estudantil nos órgãos colegiados da UFC, foram produzidos mais de cinquenta discursos, dos quais a maioria resultou de determinação superior de dirigentes de entidades, em que havia uma relação de subordinação empregatícia, o que inclui a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, o Instituto do Câncer do Ceará e a Universidade Estadual do Ceará, configurando deveres de oficio, ou vieram a reboque de convite formulado por amigos e colegas de trabalho, para fazer apresentação de seus livros.
Uma parcela, entretanto, decorreu da necessidade de registrar os próprios eventos, servindo de exemplo, o lançamento de meus livros, bem assim as homenagens prestadas em solenidades diversas, ocasião em que prefiro recorrer aos discursos escritos.
Desses pronunciamentos, dez foram publicados na coletânea “Via Literarum: incursões despretensiosas no mundo das letras”; o esperado é que os demais, somados a outros que ainda possam vir a lume, sejam reunidos em livros exclusivamente dedicados a discursos, como forma de exploração de um gênero literário pouco valorizado nos tempos atuais.
Este livro, que se propõe ser o meu primeiro, com tal formato, é constituído por vinte e cinco peças oratórias, sendo sete discursos proferidos em solenidades oficiais, dez pronunciados ao ensejo do lançamento de livros, quatro de saudações e outros quatro na categoria de homenagens póstumas. A obra contém ainda, em apêndice, a lista dos discursos já publicados em “Via Literarum” e o rol dos que deverão integrar outro livro, a ser oportunamente editado.
Um ponto de relevo deste livro é, indubitavelmente, o seu prefácio, uma contribuição entusiástica, aliás, bem acima das expectativas do autor, redigido pelo Deputado Federal Mauro Benevides, digníssimo integrante da Academia Cearense de Letras, do Instituto do Ceará e da Academia Cearense de Retórica, tido como detentor de uma vibrante oratória, desde os tempos de filiado à União dos Moços Católicos, que o classifica, reconhecidamente, entre os grandes tribunos do Congresso Nacional e, seguramente, um dos maiores oradores do Ceará.
Na oportunidade, é justo mencionar que o Dr. Mauro Benevides, ainda que não seja, presentemente, um operador do direito, extraindo a sua subsistência no aparato jurídico, a Seção Ceará da Ordem dos Advogados do Brasil, recentemente, o elegeu como advogado-padrão do Ceará, deste ano, ratificando que, no plano político, sua intervenção é, em grande parte, revestida da tintura jurídica, exposta em uma visão macro da luta que ele empreende, diuturnamente, pelos direitos do cidadão comum.
Não poderia também me furtar de agradecer a quantos contribuíram para que este lançamento fosse exitoso, tal como fora engendrado, entrando nesse elenco de partícipes, a Editora da UECE, que abrigou a obra na lista de publicações, sob seu selo editorial; a Academia Cearense de Medicina (ACM) e a SOBRAMES-CE, que se esforçaram na distribuição dos convites, entre os seus confrades; a Expressão Gráfica, que caprichou na impressão da obra, em especial, na feitura da sua capa, exibindo “Cícero denuncia Catilina”, um afresco de Cesare Maccari (1840-1929), pintado de 1882 a 1888, na Vila Madama; e, por último, a Unicred Fortaleza, nomeadamente de seus dirigentes, Drs. José Nazareno Sampaio, Diretor Geral, Tomás de Lima, Diretor Administrativo, e José Hegel, Diretor Financeiro, que, cortesmente, concedeu seu valioso espaço e ofereceu toda a logística e infraestrutura, para o lançamento que ora acontece.
Vale realçar o trabalho das graciosas e competentes funcionárias do Serviço de Marketing, Laisa e Andréia, que cuidaram da divulgação do evento entre os cooperados da Unicred Fortaleza e de todos os arranjos que envolveram a oferta dos acepipes aqui servidos, acompanhados da animação musical, propiciada por médicos artistas: Francisco Gurgel, Paulo Ferreira e Luiz Airesneide, e seus companheiros de teclado (José Maria, componente do conjunto Brasas 6) e de flauta (Professora Elídia Clara Aguiar, do Curso de Música da UECE), sob a liderança do cirurgião plástico, músico e confrade da ACM, Dr. Vitoriano Barbosa.
Alerto aos caros convidados, aos quais agradeço pela prestigiosa presença, para a dispensa de autógrafos individualizados, ao ensejo do recebimento do exemplar adquirido, o que, entretanto, não impossibilita que cada um deles já esteja com uma dedicatória expressa em etiqueta afixada na folha de rosto, nos seguintes dizeres: “Manifesto-me agradecido por seu interesse em relação a esta obra, na certeza de que, adquirindo exemplar, estará emprestando-lhe um valor maior, além de colaborar com as atividades culturais da Academia Cearense de Medicina”.
Muito Obrigado!
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da ACM e da SOBRAMES/CE
* Discurso proferido por ocasião do lançamento do livro “Falando com Arte: os meus, os seus, os nossos discursos”, na Célula de Arte e Cultura da Unicred Fortaleza, em Fortaleza, em 23 de julho de 2010.

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