Lúcia Arruda, cearense de Fortaleza e religiosa da Congregação de Nossa Senhora do Retiro do Cenáculo, é autora do livro editado pela Paulus “MULHERES NA VIDA DE JESUS – A história das primeiras discípulas”.
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Licenciada em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Ceará, e graduada em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte , ela se mune das melhores condições para relatar a vida das mulheres que contribuíram com a missão de Jesus, pondo em destaque a papel por Ele desempenhado no resgate da situação de exclusão em que as mesmas viviam. Em outras palavras, sua intenção é a de resgatar a visibilidade feminina, no contexto do surgimento de Jesus.
O livro, escrito em forma de romance, mescla ficção e realidade, ancorando-se no Evangelho de São Lucas, com mais propriedade, para reproduzir os passos de Jesus, pelas cidades e aldeias da Palestina, seguidos, continuadamente, pelas mulheres convertidas em protagonistas, na obra, as quais tinham, em comum, o fato de terem recebido graças do Filho de Deus, ora relacionadas à cura de doenças, ora à libertação dos pecados.
Essas figuras femininas são representadas, no livro, por Maria, chamada de Madalena, da qual saíram sete demônios; Joana, esposa de Cuza, o procurador de Herodes Antipas; Suzana e mais outras mulheres, como aquela sem nome, mas referenciada por Lucas (Lc 8,1-3), como a “pecadora, que lavou os pés do Mestre com as suas lágrimas, e os enxugou com os seus cabelos”, a quem a autora denominou de Safira, em seu livro.
Para isso, a irmã Lúcia Arruda buscou representar o cotidiano dessas primeiras discípulas, do modo mais próximo possível da realidade, procurando exibir um quadro verossímil de como poderia ter transcorrido o dia-a-dia de cada uma delas, ao tempo em que expõe passagens da vida do Filho do Homem, como a pregação de seus ensinamentos, a sua paixão e morte, e a posterior ressurreição, neste mundo terreno.
O leitor da obra vai alcançar, certamente, uma dimensão da história que não foi relatada pelos evangelistas. Apesar de ser uma obra de ficção, sua base histórica é irrefutável, amparada em consistentes referências bibliográficas, donde se imaginar a contribuição emprestada ao despertar de uma nova consciência sobre o valor intrínseco das mulheres no acompanhamento da trajetória de Jesus, remontando, inclusive, às origens do cristianismo, sem deixar de se ater ao cenário político e socioeconômico da época, ambientado na Judéia, sob o tacão romano, governada por Pôncio Pilatos, ao tempo do Imperador Tibério.
Em resumo, o livro é emocionante, questionador, instrutivo, e até catequético, pelo que se conclui tratar-se de excelente objeto de estudos para especialistas, estudantes e leigos interessados no tema, posicionado nos primórdios do cristianismo, na terra que serviu de berço ao Filho do Pai Eterno, um pouco antes de sua propagação a outras plagas, por intermédio dos seus apóstolos e discípulos.
Ana Margarida Arruda Rosemberg, uma das irmãs da autora, presenteou-me com a obra, lida, por inteiro, com encanto e prazer, enquanto voava de Fortaleza para Lisboa, em outubro do ano passado, na condição de representante da Associação Brasileira de Economia da Saúde, junto à XII Conferência Nacional de Economia da Saúde, realizada pela entidade congênere lusitana. Vem daí a satisfação com que recomendo a leitura desse precioso instrumento de cultura religiosa.
O livro em tela foi lançado em Fortaleza, na Livraria Paulus, em 3 de dezembro de 2011, e tem sido um grande sucesso editorial, em todo o País , mercê da surpreendente aquisição efetivada por tantos leitores, atraídos, inicialmente, pelo próprio título, e, mais ainda, pela divulgação propiciada por aqueles que tiveram o especial enlevo de fazer a sua leitura e sair enriquecido com tão farto material histórico, servindo de argamassa para construção de um conhecimento novo sobre “as mulheres na vida de Jesus”.
Da Sociedade Médica São Lucas
* Publicado In: Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 8(60): 3-4, julho de 2012.
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