Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
Conheci Ciro
Saraiva no secretariado do Governador Manoel de Castro, do qual foi um dos
mais destacados assessores. Um ser humano sensível, inteligente e discreto, era
firme nas suas posições e defensor de soluções que atendessem melhor aos
interesses dos cearenses e ressaltassem o papel do governo.
Aglutinador
nato, de conversa sempre agradável, Ciro Saraiva proporcionava a membros do
governo, da imprensa e do empresariado espaços para maior troca de ideias e
experiências. Seu sítio Escondidinho, por exemplo, foi palco de agradáveis
e proveitosos encontros, mesclando música, poesia, literatura, boas conversas e
bons resultados.
Fluiu do
governo Manoel de Castro para o de Gonzaga Mota, e, em ambos, para
além de conseguir formar um time vencedor, muitos ainda hoje atuantes, manteve
alto desempenho nas suas missões.
Pude
comprovar em muitos momentos a sua sensibilidade no trato com as atividades
da comunicação, sendo uma ponte segura entre o governo e os órgãos de
imprensa, evitando ou desfazendo desnecessários atritos.
A sua forma
de comunicar as atividades dos governos marcou um período rico
nessas interrelações, o que percebi à época e ainda hoje considero uma
escola de riquíssimas contribuições, onde muito aprendi.
Suas
convivências e observações o levaram a recolher fatos dos governos cearenses e
os tornar públicos em livros muito reveladores, como registra a trilogia em que
destaca os períodos antes, durante e após os chamados governos dos coronéis,
coroando com um livro dedicado ao governo Gonzaga Mota: Coragem e Decisão.
No caso
deste último, tive a honra de colaborar com depoimentos e fui honrado com
lisonjeiras citações e o generoso convite para fazer a sua
apresentação. Quis o destino que isto ocorresse já após a ida do Ciro para o
outro Plano.
Para quem
queira melhor conhecer sobre fatos importantes nos governos cearenses, narrados
de forma clara, precisa e muito corajosa, são livros a serem consultados. Para
os familiares e amigos, fica a saudade por sua ausência física, mas a
felicidade por termos, tantos de nós, convivido com essa extraordinária figura
humana.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 10/10/22. Opinião, p.18.
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