Por Lauro Chaves Neto (*)
O Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas divulgou, recentemente, a atualização do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 193 países, com dados de 2023, sobre
indicadores de expectativa de vida, escolaridade e Produto Interno Bruto (PIB)
per capita.
O Brasil está na
84ª colocação com IDH de 0,786 considerado de desenvolvimento alto. Desde 1990,
acumulamos aumento de 22,6%, enquanto o ritmo global foi de 24,3%, e o do nosso
grupo, de 36,6%. Outros emergentes avançaram mais rápido, como o Peru (27%) e
Colômbia (26,5%), um pouco acima no ranking, além da China (62,3%), Índia
(53,6%) e Turquia (42,6%).
De 1990 até 2023,
acumulamos avanços nas medidas de renda, saúde e educação que formam o IDH. O
PIB por habitante subiu de US$ 12,178 para US$ 18,011; a expectativa de vida ao
nascer, de 65,86 para 75,85 anos; a escolaridade média de 3,69 para 8,43 anos.
Além do Brasil, outros
49 países são considerados de desenvolvimento alto (de 0,700 a 0,799). As
nações de desenvolvimento médio (de 0,550 a 0,699) somam 43, enquanto aqueles
com desenvolvimento baixo (abaixo de 0,550) são 26. A Islândia ultrapassou a
Suíça e a Noruega é agora o país com maior IDH do mundo (0,972), os seis
primeiros são europeus. Já o Sudão do Sul tem o pior (0,388), as nove últimas
posições são de países africanos.
Se os dados
apresentam avanços, também mostram alarmes, principalmente no que se refere à
desigualdade social! Os ganhos são lentos e pessimamente distribuídos. No
cálculo em que a ONU ajusta o IDH de acordo com a desigualdade social, o país
cai para 0,594, próximo ao de baixo desenvolvimento humano e apenas na 105ª
posição.
Aqui, os 40% mais
pobres detêm apenas 11,3% dos rendimentos da população, enquanto os 10 % mais
ricos ficam com 41%. Nos Estados Unidos, país mais desigual entre os ricos, os
percentuais são 15,6% e 30,2%, respectivamente.
Baixa
competitividade, infraestrutura precária, elevada concentração de renda e
sofrível qualidade da educação, em todos os parâmetros internacionais, são
alguns dos principais gargalos a serem superados.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte:
O Povo,
de 26/05/25. Opinião. p.22.
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