domingo, 12 de fevereiro de 2012

SENTENÇA DE 1587 EM TRANCOSO, PORTUGAL

Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos. Está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.
Sentença proferida em 1587 no processo contra o prior de Trancoso
(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)
“Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".
Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres.
Acusam-lhe ainda dois ajudantes de missa, infantes menores que lhe foram obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior.
* Grifos da postagem original
[Agora vem o inesperado:]
“El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1587, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador como colaborador de povoamento português. El-Rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papeis que formaram o processo”.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).
Nota deste Blog: A veracidade do documento, ou mesmo da postagem, pode ser arguida com fundamento na razão de masculinidade ao nascer, a qual, segundo os demógrafos, é da ordem de 1.030 a 1.060 por mil meninas, ratificando um leve excedente de nascimento de meninos, em torno de 4%. A aventada proporção 85:214 redundaria na razão de masculinidade de 397 por mil meninas, algo improvável do ponto de vista da estatística, e colidindo com o princípio de um certo equilíbrio de gênero ao nascimento, notadamente quando se tratam de grandes números envolvidos, como no caso em tela.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Um comentário:

Paulo Gurgel disse...

Corroborando:
[...]
Uma lenda medieval???
(1) Dezoito filhas e nenhum filho com cinco irmãs, isso é compatível com o acaso?
(2) Os sites em geral informam os somatórios errados. Corrigi-os.
(3) Winston Graça diz que vai checar o processo na próxima vez que for a Lisboa.
(4) Em 1487, o ano do perdão, Dom João II era realmente o rei de Portugal.
(5) O padre interpretou a Bíblia ("crescei e multiplicai-vos") ao pé da virilha.
http://blogdopg.blogspot.com/2011/12/o-padre-de-trancoso.html#links

 

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