Por Marcelo Gurgel
Carlos da Silva
Com frequência, os pediatras do HIAS se
defrontam com denominações estrambóticas, que driblaram a vigilância religiosa
ou cartorial, a exemplo de: He Man (o do Castelo de Grayskull), Maikael Chumaki
(homenagem ao corredor alemão da Fórmula 1), Pole Position (uma menina cujo pai
era fanático por corridas automobilísticas), e tantos outros nomes similares.
Houve um caso de estrangeirismo em que a
pediatra não entendeu bem a pronúncia da mãe e pediu que ela soletrasse o
prenome da criança, para pôr a grafia correta na ficha de atendimento. A
acompanhante, então, introduziu a mão na bolsa, e, para surpresa da médica, que
esperava um documento qualquer de identificação, retirou uma embalagem da marca
de biscoito Richester, que a mãe portava, para facilitar o apontamento do nome
do filho.
Em outra situação, uma recém-nascida, ainda
sem registro oficial de nascimento, foi apresentada com o esquisito nome de
Avecê. Ao ser indagada quanto à origem ou à razão dessa escolha, a mãe anunciou
que a sogra dela fora hospitalizada por AVC e ela achara que essas letras
formavam um nome bonito, bem sonoro. Quando foi criticada pela médica por tal
decisão, a mãe contra-argumentou que as pessoas endinheiradas batizam filhas
com o nome A-I-D (Haidê) e ela, só porque era pobre, não poderia chamar a filha
de A-V-C.
* Publicado, originalmente,
In: SILVA, M.G.C. da. Medicina, meu humor! Fortaleza: Edição do
Autor, 2012; e republicado In: SOBRAMES-CEARÁ. Digno de nota. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão,
2014. 304p. p.210-1.
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