Por Andréa Silva Gondim (*)
De acordo com a
Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo chegou a 8 bilhões de habitantes,
em 15 de novembro de 2022, em decorrência do crescimento da expectativa de
vida, sendo esta data declarada o "Dia dos Oito Bilhões". Segundo a
ONU, esse número é o resultado do rápido aumento populacional no último século: a população mundial
atingiu 1 bilhão de habitantes até 1800 e há 100 anos não havia atingido 2
bilhões, sendo necessários somente 12 anos para a população aumentar de 7
bilhões para 8 bilhões.
Em países de
todo o globo, os seres humanos estão vivendo mais, em decorrência de melhor
nutrição e assistência à saúde, bem como de melhorias no saneamento e no tratamento
da água, que reduziram significativamente as taxas de mortalidade e prolongaram a expectativa de vida. Para que alcancemos o próximo
bilhão, a ONU estima que serão necessários pelo menos mais quinze anos, de
forma que a expectativa é de que o mundo alcance 9,7 bilhões de pessoas até
2050 e chegue ao seu auge, de 10,4 bilhões, até 2080.
Os idosos irão compor uma parcela cada vez maior da sociedade. A expectativa
de vida no mundo atingiu 72,8 anos em 2019, caiu para 71 anos em 2021, por
reflexo da pandemia por Covid-19, e a projeção é de que a longevidade média
global chegue a 77,2 anos em 2050. As Nações Unidas esperam que, até a metade do século, o número de pessoas com mais
de 65 anos seja maior do que o dobro do número de crianças com menos de 5 anos de
idade, resultado também da redução das taxas de fecundidade.
Em países
desenvolvidos, a imigração é responsável por uma parcela maior do aumento
populacional do que os nascimentos. Os países com populações mais velhas
precisarão tomar medidas de adaptação ao maior número de idosos, melhorando e
ampliando o acesso à saúde e desenvolvendo sistemas de cuidados de
longo prazo, bem como melhorando a sustentabilidade da segurança social e dos
regimes de aposentadoria; a própria ONU faz um alerta aos países a esse respeito. O envelhecimento
populacional deverá nos estimular a desenvolver uma cultura de cuidado aos mais
idosos, com responsabilidades compartilhadas entre família e Estado.
(*) Médica geriatra. Diretora
Científica da SBGG.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/01/2023. Opinião. p.14.
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