Por Hélio Schwartsman
Esta vai deixar alguns pedagogos de cabelos em pé. Trabalho publicado anteontem na "Science" mostra que alunos que estudam por métodos do tipo decoreba aprendem mais do que os que utilizam outras técnicas.
O "paper", que tem como autor principal o psicólogo Jeffrey Karpicke, da Universidade Purdue, comparou o desempenho de voluntários que estudaram um texto científico se valendo de um método que enfatiza a memória (leitura seguida de um exercício de fixação mnemônica) com o de alunos que usaram a técnica do mapa conceitual, na qual leem o texto e depois desenham diagramas relacionando os conceitos apresentados.
Desenvolvido por Joseph Novak nos anos 70, o mapa conceitual tem como pressuposto a teoria da aprendizagem significativa, segundo a qual aprender é estabelecer relações relevantes entre ideias.
Uma semana depois, os estudantes fizeram um exame para descobrir quanto haviam aprendido. O grupo da decoreba teve um índice de acertos 50% maior do que o do mapa. A grande surpresa, porém, foi que os memorizadores se saíram melhor tanto nas perguntas que envolviam a mera reprodução das ideias originais como também nas questões que exigiam que eles fizessem inferências, estabelecendo novas conexões entre os conceitos.
Um segundo experimento aprofundou um pouco mais esses achados, explorando, por exemplo, o desempenho de um mesmo estudante com os dois métodos de estudo. Em todas as situações, a decoreba apresentou melhores resultados que o mapa conceitual.
Evidentemente, ainda é cedo para generalizar as conclusões desse trabalho, que ainda precisa ser reproduzido em outros centros para ganhar nível de evidência. Mas já é certo que ele cairá como uma bomba na guerra pedagógico-ideológica que opõe os entusiastas da educação construtivista aos defensores de métodos tradicionais.
* Publicado In: Folha de São Paulo, Opinião, de 22/01/2011.
Uma bossa nova sobre a série de Fibonacci
Há 11 horas
2 comentários:
Oi Dr Marcelo Gurgel,
Participo de uma nova iniciativa que tem como objetivo ajudar os pacientes a encontrar bons médicos. Adoraria se você tivesse a oportunidade de conhecer nosso projeto e, quem sabe, dedicam um espaço no seu blog para o Fatodoc. o endereço é www.fatodoc.com
Acreditamos que vamos ajudar a valorizar os médicos bem preparados e, provavelmente, salvar vidas.
Estou as ordens se voce quiser mais informacoes.
Um abraco,
Diana
Cara Diana,
Entrei no endereço eletrônico indicado. A base de dados de Fortaleza está, pelo seu sistema de busca, precária.
Os critérios objetivos parecem claros, mas não suficientes para a qualificação de um bom médico.
Na verdade, os componentes subjetivos da relação médico-pacientes são os preponderantes para firmar a qualidade do profissional da medicina.
Por outro, deve-se ter em mente o cuidado para não fazer qualquer tipo de "rank", uma conduta coibida pelo CFM.
Atenciosamente,
Marcelo Gurgel
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