quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

EFEITOS DA GREVE DA UECE NO CURSO DE MEDICINA


Em 2013, a crônica hipossuficiência de recursos financeiros para custeio da UECE, sobretudo das suas unidades do interior cearense, combinada com o retardo na feitura de um concurso público para professores, bem como a falta da implementação das vantagens conquistadas em 2008, propiciaram um clima de descontentamento, entre docentes, resultando em greve, decretada em assembleia geral, realizada em 29/10/2013, rompendo um período de cinco anos sem greve na universidade.
Em 1º/11/2013, sob as graças de todos os santos, o Colegiado do Curso de Medicina, em resposta à convocação extraordinária do seu coordenador, discutiu, longamente, a deliberação tomada na assembleia aludida, dosando os prós e contras da medida, daí expedindo as seguintes decisões: o prosseguimento das atividades do Internato, nisso inclusas as pertinentes à formatura da turma de 2013; o término do semestre em andamento para os novos internos de 2014, que comporiam a turma de concluintes em 2015; a continuidade das aulas práticas que aconteciam nos serviços extramuros ao campus do Itaperi; e o acatamento da posição pessoal do professor que se opusesse a aderir ao movimento paredista.
O colegiado da Medicina, contando com o apoio da maioria do seu corpo docente, reconheceu que as razões para a greve eram justas e merecedoras da solidariedade do curso médico, mas fez restrição quanto à oportunidade da deflagração da mesma, naquele momento.
O mesmo colegiado deixou claro que o curso médico da Uece não era melhor e nem mais importante do que qualquer outro curso ueceano, sendo apenas um pouco diferente dos demais, à conta de suas particularidades. Esse posicionamento ratificava que a MedUece tão somente se comportava contrária à greve na Uece, naquelas condições imperantes.
Esperava-se, então, que governantes e grevistas tivessem a flexibilidade para a interlocução mediadora que favorecesse a chegada, em curto prazo, a um porto seguro, isentando-se as partes envolvidas de maiores desgastes nesse novo confronto, o que, lastimavelmente, não ocorreu, porquanto a paralisação perdurou por cerca de dois meses, com evidentes prejuízos institucionais, marcadamente mais deletérios aos estudantes.
Como resultado da adesão parcial do curso médico, os internos não sofreram quaisquer afrontas a seus direitos de formatura, pois os do sexto ano colaram grau em dezembro de 2013 e os do quinto foram diplomados em dezembro de 2014. Os alunos de primeiro, segundo e terceiro anos passam por ajustes do calendário acadêmico da Uece, da mesma forma que os universitários matriculados em outros cursos, até que regularizem o cronograma universitário com o do calendário civil.
Já os acadêmicos do quarto ano, para gáudio de tantos, lograram completar o oitavo semestre letivo em dezembro de 2013, ingressaram no internato em janeiro de 2014 e, agora, em dezembro de 2015, formam uma plêiade de valorosos médicos da MedUece 2015, denominada Turma Prof. Manassés Claudino Fonteles, que rende uma justíssima homenagem, ainda que tardia, ao então Magnífico Reitor que levou a cabo, com obstinação e determinação, a criação e instalação do Curso de Medicina da UECE.
Parabéns a todos os formandos da Turma Prof. Manassés Claudino Fonteles. Vocês bem merecem!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular de Saúde Pública-Uece
 
* Publicado In: Revista MedUECE: Turma Prof. Dr. Manassés Claudino Fonteles. Fortaleza, Ano VIII, Nº 8. Dezembro de 2015. p.17.

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