Em 29/06/2009, em matéria veiculada no Caderno de Política, de O Povo, a senhora prefeita de Fortaleza anunciou a sua intenção de desapropriar o Marina Park Hotel, posicionado nas imediações da Santa Casa de Misericórdia, a fim de dotar nossa capital de uma área destinada ao Centro de Eventos da Capital. No conjunto de intenções está incluída também a negociação com o governo estadual de outras empreitadas, de sorte a compor um complexo cultural no centro, favorecendo a integração entre os lados leste e oeste da cidade.
O pacote de obras atrelado aos setores da Cultura e do Turismo, para Fortaleza, traz como principal iniciativa a construção do Museu Municipal de Fortaleza, no espaço ocupado pela Estação Ferroviária João Felipe, que serviria para a recuperação do nosso Centro Histórico.
A medida, não resta dúvida, é salutar, dada a pouca infra-estrutura de museus, no Ceará, caracterizada pelo modesto número e pela baixa concentração desses equipamentos culturais na capital. A ideia, no entanto, esbarra na extrema carência de pessoal qualificado para planejar, administrar e operar museus. Com efeito, são pouquíssimos os museólogos entre nós, mesmo porque também são raras as instituições formadoras, no país, que, por sua vez, não conseguem suprir o mercado, com uma quantidade de graduados capaz de atender à demanda potencial existente.
O Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura (IDMAC) bem que poderia exercer o papel catalisador, recorrendo a convênios ou outros instrumentos contratuais, para cooptar recursos humanos e materiais, ora alocados em várias entidades aqui sediadas, além de liderar a captação monetária no Ministério da Cultura, no intuito de privilegiar o Ceará com um curso de Museologia.
Uma proposta mais ousada é a de credenciar o IDMAC, perante o Conselho Estadual de Educação do Ceará, seguindo os moldes da Escola de Magistratura do Ceará, como centro de formação de promotores da cultura, tornando esse instituto um pólo irradiador da manifestação da cultura nordestina.
A construção anunciada pela Prefeita Luizianne somente terá sentido se for acompanhada dos mecanismos necessários ao provimento dos recursos humanos capacitados para a operação do prometido museu.
Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
* Publicado in: O Povo. Fortaleza, 6 de julho de 2009. Opinião. p.6.
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