terça-feira, 20 de dezembro de 2016

REFLEXÃO SOCIAL


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A questão social poderia ser analisada sob dois aspectos complementares. Na forma tradicional, caracterizada pela realização de investimentos e dispêndios nas atividades sociais básicas (educação, saúde, habitação, alimentação, etc), e na forma comportamental, representada por manifestações de caráter coletivo ou individual, tendo por orientação princípios filosóficos, religiosos, éticos, dentre outros. Acreditamos, inclusive, que os investimentos e gastos sociais só evidenciarão eficácia permanente e estratégica desde que ocorram modificações no comportamento dos governos (aspecto coletivo) e das pessoas (aspecto individual). É fundamental estimular o debate e tentar mostrar a importância do capital social comportamental. Ademais, não só por palavras, mas também mediante atitudes simbólicas podemos externar bom comportamento. Não basta apenas realizar investimentos ou gastos na área social, mas precisamos de paz, justiça e liberdade, do ponto de vista coletivo, bem como do trinômio, amor, solidariedade e humildade na conduta individual. Com relação ao aspecto coletivo ou governamental, não é conveniente a busca do poder pelo poder. Orientações maquiavélicas, por sua vez, não conduzem um povo a uma situação de tranquilidade política, ordenamento jurídico e crescimento com distribuição de renda. O poder deve ser conquistado democraticamente. Sob o ângulo individual, o trinômio mencionado somente será alcançado na medida em que as pessoas possam ampliar, cada vez mais, os sentimentos espirituais e não apenas os ligados aos valores materiais. A existência humana não significa somente viver, porém procurar razões para viver com dignidade.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Publicado no Diário do Nordeste, Ideias. 29/7/2016.

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