sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

FOLCLORE POLÍTICO CXXX: Porandubas 795

Abro a coluna com uma historinha envolvendo Chopin Tavares de Lima na época do governo Montoro.

Mel de abelhas

Vai aqui uma historinha que Geraldo Alckmin me contou no 9º Fórum de Comandatuba, promovido pelo LIDE.

A historinha de Alckmin aparece porque eu lembrava que, naquela época, Dora Kramer, minha ex-aluna na Faculdade de Comunicação Casper Líbero, tinha o sobrenome Tavares de Lima. Era sobrinha do grande e saudoso Chopin Tavares de Lima. Eis o relato do hoje vice-presidente da República:

Chopin, como secretário do interior do governo Montoro, tinha a missão de fazer a articulação com os prefeitos. Um dos programas de Montoro contemplava a fabricação de mel. Mel caseiro. O prefeito de Silveiras, na microrregião de Bananal, de nome Miguel, no meio do caminho para a capital, aproveitando a parada para o almoço, comprou uma garrafa de mel, dessas comuns que se encontram em restaurantes de estrada. Tirou o rótulo, lavou a garrafa, embalou-a em celofane. Era um presente para Chopin. Planejava criar um impacto.

- Secretário, aqui está o resultado do programa 'Colmeia' do governo Montoro. Mel de primeira qualidade. O melhor mel que São Paulo já produziu.

Surpresa geral. Agradecimentos do Chopin com o aviso de que levaria o presente para o governador Montoro. A seguir, o astuto prefeito emendou:

- Gostaria que o secretário providenciasse a liberação da verba para o asfalto, que pedimos faz bom tempo.

Imediatamente, o secretário mandou localizar o pedido da prefeitura de Silveiras. Mas não havia nenhuma solicitação. O prefeito aproveitara a ocasião para jogar verde e colher maduro. Queria colher recompensa pela garrafa de mel que levara. Depois de algum tempo, a mensagem: a solicitação não foi encontrada. Mil pedidos de desculpas do secretário Chopin. O prefeito prometeu encaminhar novo pedido, conformado com a burocracia do Palácio que havia perdido o ofício. Geraldo Alckmin, então deputado estadual, ouviu o relato e percebeu a artimanha do prefeito. Aos ouvidos dele, cochichou a frase bíblica:

- Miguel, Miguel, tu não tens abelha e trazes mel.

Miguel regressou a Silveiras. No dia seguinte, ao telefonar para o secretário Chopin Tavares de Lima, comunicando que novo ofício estava seguindo pelo Correio, ouviu dele a confissão:

- Não precisa mandar, prefeito, encontramos o ofício. Vamos liberar a verba.

E assim Chopin Tavares de Lima, Miguel, Silveiras, Geraldo Alckmin, Dora Kramer e eu entramos juntos, pela primeira vez, numa mesma história.

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/381188/porandubas-n-795

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