domingo, 5 de abril de 2015

DOM BOSCO: da infância à ordenação


Giovanni Melchior Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815, no lugarejo de Becchi, no município de Castelnuovo D’Asti, a cerca de vinte quilômetros de Chieri, perto de Turim, no norte da Itália.
Era filho de Francesco Bosco e Marguerita Occhiena. Os Bosco eram pequenos agricultores, donos de uma diminuta propriedade e de alguns animais. A pequena família era formada pelos pais, por Antônio, um rapaz filho do casamento anterior de Francesco, Giuseppe e Giovanni, filhos do casal e pela avó paterna.
O infortúnio abate-se sobre essa modesta família, quando uma pneumonia tira a vida de Francisco, em 12 de maio de 1817, deixando João na orfandade, com menos de dois anos de idade.
Margarida, mulher simples e forte, assumiu sozinha a tarefa particularmente difícil de garantir a sobrevivência familiar. Sua mãe ensinou-lhe a ver Deus em tudo, principalmente na face dos mais pobres.
A ideia de dedicar seu tempo aos outros surgiu quando ainda não tinha cinco anos de idade. Aos 9 anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nesse sonho, um bondoso senhor e uma senhora, com um manto longo, recomendam a ele: Torna-te forte, humilde e robusto. A seu tempo, tudo compreenderás. Aprende com os saltimbancos dos circos ambulantes, dá espetáculo para seus colegas, conta-lhes histórias e conquista-lhes o coração. Leva todo mundo para a Igreja.
Antônio, seu meio-irmão mais velho, que não gostava dele, era analfabeto, rude e fanfarrão, não o deixava estudar, pois, para Antônio, ler e escrever eram futilidades prejudiciais aos afazeres domésticos e agrícolas. Assim, em fevereiro de 1828, João Bosco saiu de casa, com 12 anos de idade, empregando-se numa fazenda próxima a Castelnuovo.
Nesse trabalho, cuidava de bois na fazenda dos Moglia, usava o arado, moía os grãos e ajudava nos serviços da casa. Mas seguia com o seu hábito de estudar debaixo das árvores. No inverno, reunia no palheiro rapazes e moças do lugar para contar histórias, ministrar o catecismo, e, também, entretê-los com a exibição de alguns números de ilusionismos e acrobacias.
A sede do saber o atormentava, tornando-o pesaroso. Com a ajuda de um tio, vinte meses depois, em novembro de 1829, voltou para Becchi, isso somente quando Antônio se casou e saiu de casa. Nesse retorno, ele encontra a guarida do Pe. Colosso, seu pai e grande mestre espiritual, que lhe ministra as primeiras lições de latim e o encaminha para o sacerdócio.
Aos 15 anos, começou seus estudos secundaristas na escola pública de Castelnuovo. Em 1831, João Bosco matriculou-se no colégio de Chieri, onde completou os estudos secundários, e em 1835, ingressou no Seminário diocesano de Chieri.
Nesse Seminário, ele passou sete anos: dois cursando filosofia, e cinco, teologia. Os colegas constituíam o seu público natural, e, como líder nato, logo no primeiro ano de filosofia, foi eleito presidente da agremiação acadêmica. Pouco afeito à filosofia e à teologia especulativas, Bosco preferia as ciências religiosas positivas, poucos cultivadas nos seminários da época. Ele aprendeu francês e grego clássico, e iniciou-se no hebraico.
Nos meses de férias escolares, João Bosco voltava a Becchi, onde colhia trigo, cuidava das videiras, malhava o ferro, reunia os jovens e fazia excursões com eles, pois tinha necessidade de trabalhar e de agir.
Inteligente, dono de uma prodigiosa memória, e muito dedicado, aprendeu ofícios de alfaiate, ferreiro, encadernador, tipógrafo, dentre outros.
Em 5 de junho de 1841, o diácono Bosco, em meio à revolução industrial que desabrochava no norte italiano, foi ordenado sacerdote na capela do arcebispado de Turim, e, quatro dias depois, a população de Castelnuovo, jubilosa, reunia-se para presenciar a primeira missa solene de Dom Bosco.
Após a ordenação, três cargos religiosos foram oferecidos a Dom Bosco, porém ele fez uma escolha diferente, optando por prosseguir seus estudos no colégio eclesiástico de Turim, local que, segundo o próprio religioso, o ensinou a “ser padre”.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas
* Publicado In: Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 11(91): 5, fevereiro de 2015.

sábado, 4 de abril de 2015

Prossegue a Semana Santa na Paróquia São Vicente de Paulo - 2015

Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo:
pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável".

“Mais que comum dos dias,
olhei o mais que pude os rostos
dos pobres, gastos pela fome,
esmagados pelas humilhações,
e neles descobri teu rosto, 
Cristo Ressuscitado!”
Dom Hélder Câmara 

Hoje, sábado, dia 4/04/2015, às 19h, na Paróquia São Vicente de Paulo, em Fortaleza, haverá a Solene Vigília Pascal. Amanhã, domingo, às 6h, acontecerá a Procissão do Cristo Ressuscitado, seguida de Missa, às 6h30min.
Feliz Páscoa a todos!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Paroquiano de São Vicente de Paulo

Preparando para a Páscoa verdadeira

Por Dom Edmilson da Cruz *

Graças ao bom Deus e à boa vontade de tantas pessoas ainda contamos com cristãos e cristãs humildes e fervorosas. É a estes especialmente que se dirigem estas reflexões. Pessoalmente na idade avançada em que me encontro (90 anos) ainda me lembro de meus tempos de criança quando até estas e no próprio lar doméstico participavam da preparação para a Páscoa durante toda a quaresma. Assim, por exemplo, os meninos não matavam passarinhos, cumpriam mesmo sem obrigação os dias de abstinência e mais algumas práticas aceitas por amor sob o olhar piedoso de sua mamãe. Tudo isso era quaresma e podia-se sentir o espírito próprio dos quarenta dias que em muito contribuíram para a boa formação cristã de famílias piedosas e dedicadas.
Por outro lado essa abstinência e jejum da quaresma não é própria só do cristianismo. Recorde-se que entre os gregos e séculos antes de Cristo a filosofia eleática de Zenon resumia com o nome de viver virtuoso nestas duas palavras: Abstner et sustiner. Em português: Abstém-te e suporta.
Em continuidade a essas reflexões vale a pena transcrever esse longo trecho sobre o mesmo assunto do grande papa Leão Magno (séc. V).
A purificação espiritual por meio do jejum e da misericórdia
Em todo tempo, amados filhos, a terra está repleta da misericórdia do Senhor (Sl.32,5). A própria natureza é para todo fiel uma lição que o ensina a louvar a Deus, pois o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe proclamam a bondade e a onipotência de seu Criador; e a admirável beleza dos elementos postos a nosso serviço requer da criatura racional uma justa ação de graças.
O retorno, porém, desses dias que os mistérios da salvação humana marcaram de modo mais especial e que precedem imediatamente a festa da Páscoa, exige que nos preparemos com maior cuidado por meio de uma purificação espiritual.
Na verdade, é próprio da solenidade pascal que a Igreja inteira se alegre com o perdão dos pecados. Não é apenas nos que renascem pelo santo batismo que ele se realiza, mas também naqueles que desde há muito são contados entre os filhos adotivos.
É, sem dúvida, o banho da regeneração que nos torna criaturas novas; mas todos têm necessidade de se renovar a cada dia para evitarmos a ferrugem inerente à nossa condição mortal, e não há ninguém que não deva se esforçar para progredir no caminho da perfeição; por isso, todos sem exceção, devemos empenhar-nos, para que, no dia da redenção pessoa alguma seja ainda encontrada nos vícios do passado.
Por conseguinte, amados filhos, aquilo que cada cristão deve praticar em todo tempo, deve praticá-lo agora com maior zelo e piedade, para cumprir a prescrição, que remonta aos apóstolos, de jejuar quarenta dias, não somente reduzindo os alimentos, mas sobretudo abstendo-se do pecado.
A estes santos e razoáveis jejuns, nada virá juntar-se com maior proveito do que as esmolas. Sob o nome de obras de misericórdia, incluem-se muitas louváveis ações de bondade; graças a elas todos os fiéis podem manifestar igualmente o seu sentimento, por mais diversos que sejam os recursos de cada um.
Se verdadeiramente amamos a Deus e ao próximo, nenhum obstáculo impedirá nossa boa vontade. Quando os anjos cantaram: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade (Lc. 2,4), proclamavam bem-aventurado, não só pela virtude da benevolência, mas também pelo dom da paz todo aquele que, por amor, se compadece do sofrimento alheio.
São inúmeras as obras de misericórdia, o que permite aos verdadeiros cristãos tomar parte na distribuição de esmolas, sejam eles ricos, possuidores de grandes bens, ou pobres, sem muitos recursos. Apesar de nem todos poderem ser iguais na possibilidade de dar, todos podem sê-lo na boa vontade que manifestam.
Dom Manuel Edmilson da Cruz é bispo emérito de Limoeiro do Norte.
Fonte: O Povo, de 29/3/2015. Espiritualidade. p.9.
 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Morre Nilson Holanda, ex-presidente do BNB


 

Morre ex-presidente do BNB

O economista Nilson Holanda, ex-presidente do Banco do Nordeste, faleceu por volta das 10h desta quinta-feira, 2, aos 79 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Natural de Limoeiro do Norte, no Ceará, ele morava com a esposa, Sílvia Holanda, em Brasília, Distrito Federal, onde se aposentou como professor da universidade pública federal da cidade. O estudioso deixa três filhos e sete netos.
De acordo com a esposa, Nilson passou mal nesta manhã e foi levado a um hospital de Brasília, onde teve uma parada cardíaca e não resistiu. O velório será realizado a partir das 8h, desta sexta-feira, 3, na capela localizada dentro do cemitério Campo de Esperança, em Brasília. O sepultamento ocorre às 14h, no mesmo local.
“Tudo que você possa imaginar, meu marido foi para mim. Eu iria completar 52 anos de casada com meu marido, um homem excelente. Até ontem, vivemos o melhor, passei o dia com o amor da minha vida, ele ria. Eu fui muito feliz com ele, mas infelizmente a vida o levou. Foi um grande homem, honesto, trabalhador e amável. Ele fez tudo de bom nesse país, tenho o maior orgulho dele, assim como meus filhos”, disse Sílvia, emocionada.
Seguindo os passos do pai, Sílvío Holanda estudou economia na Universidade de Harvard e teve Nilson como inspiração para sua carreira. “É um grande exemplo de pessoa, de servidor público, se dedicou em diversas funções ao Governo. Uma pessoa que saiu de Limoeiro do Norte, aos 14 anos, e foi parar em Harvard. Acabei gostando de economia por conta dele e segui um pouco dos seus passos, em menor escala. Estava há uma semana sem vê-lo. Coincidentemente, falei com ele por telefone ontem, estava com a voz boa, e hoje de manhã, infelizmente, não estava tão bem”, falou Sílvio.
Nilson deixa os filhos Adriano Furtado Holanda, Valéria Furtado Holanda Caetano e Sílvio Furtado Holanda.

Fonte: Blog do Eliomar, de 3/4/2015.

Semana Santa na Paróquia São Vicente de Paulo - 2015

Ontem à noite, na Paróquia São Vicente de Paulo, em Fortaleza, aconteceu a Missa da Ceia do Senhor – Missa do Lava-pés, com a transladação do Santíssimo Sacramento. Hoje, dia 3/04/2015, às 15h, haverá a Solene Comemoração da Paixão e Morte do Senhor.
Feliz Páscoa a todos!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Paroquiano de São Vicente de Paulo

quinta-feira, 2 de abril de 2015

PADRE POR MEDO DO INFERNO

Por Padre Geovane Saraiva *
O Santo Padre, o Papa Francisco, no Natal de 2013, diante do presépio na Basílica de São Pedro, assim se expressou: “Rezemos de modo especial por aqueles que sofrem perseguição por causa da Fé”. Em 19/10/2013 também disse que: “Seguir a Jesus quer dizer dar-Lhe o primeiro lugar, despojando-nos das muitas coisas que sufocam o nosso coração”. A incomensurável grandeza de alma do Papa Francisco faz-me lembrar do menino Léo Arlindo, o qual por medo do inferno, lugar pra onde, segundo sua convicção, não iriam as almas dos sacerdotes. Isso o levou a fortalecer a sua vocação religiosa e sacerdotal. Em 1942 entra no noviciado dos Franciscanos em Taquari, na Província do Rio Grande do Sul e lá iniciou o curso de Filosofia. Já em 1944 foi transferido para o convento Santo Antônio, em Divinópolis-MG, onde concluiu Filosofia e cursou Teologia.
O Senhor Deus colocou na mente e no coração do menino Léo Arlindo uma vida santa e divina e a fez de relevantes planos. Estamos falando de Dom Aloísio Cardeal Lorscheider. Doçura em pessoa, alegria constante. De posições corajosas e determinadas, ao mesmo tempo que pregava e anunciava o Evangelho com sabedoria. Carregou sempre no seu grande coração, as alegrias, as esperanças, as tristezas, as angústias e os sofrimentos de sua querida gente (cf. GS, 200). Além de travar, sem jamais se cansar, uma luta pela redemocratização, pela liberdade de expressão, pela dignidade da pessoa humana e pelo fim da tortura em nosso querido Brasil. Com o mesmo sentimento e a coerência do Cardeal Lorscheider, Francisco rezou assim: “Senhor, dai-nos a graça de chorarmos pela nossa indiferença, pela crueldade que existe no mundo e em nós”.
O Papa Francisco, embora jesuíta, profundamente marcado pelo espírito de Santo Inácio de Loyola, ao assumir o comando da Igreja Católica aos 13 de março de 2013, tornou-se por opção em um rigoroso projeto de vida, um filho de Francisco de Assis, a exemplo daquele que quase ficou papa, o Cardeal Lorscheider, que sobre o Pobrezinho de Assis assim se expressou: “Sempre fiquei muito impressionado e atraído pelo amor quente e apaixonado que São Francisco dedicava a Deus. Parece que no beijo do leproso ele entendeu, como Saulo no caminho de Damasco, a doação total de Deus a nós em seu Filho Jesus Cristo. Custou a Francisco não só descer do cavalo fogoso que no momento montava, mas muito mais descer do cavalo do orgulho e da vaidade com que ele queria conquistar o título de grande e nobre” (Grande Sinal, 1982).
Com enorme sensibilidade e ternura, mas sem esquecer a profecia, soube levantar sua voz em nome de Deus para denunciar as injustiças gritantes, presentes na vida dos brasileiros, frente a uma sociedade que, tendo se acostumado com a miséria como algo natural, se tornava insensível aos sofrimentos humanos (cf. Manfredo Oliveira). Foi o Cardeal que mais se destacou em todos os Conclaves e Sínodos, dos quais participou, gerando sempre para o mundo inteiro e, especialmente para a imprensa, uma grande expectativa, com sua palavra corajosa e profética, a qual era acolhida por todos como uma boa notícia, como uma dádiva que descia do céu!
As opções e raízes da espiritualidade franciscana, comuns entre o falecido Cardeal e nosso bom Papa Francisco são muito notáveis, como por exemplo nesta súplica do Papa Francisco por uma Igreja que cuida da Criação: “Nós somos guardiões da Criação, do projeto de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do meio ambiente. A pessoa humana está em perigo: eis aqui a urgência da ecologia humana!”.
Concluo com as próprias palavras do Cardeal Lorscheider e de Francisco: “São Francisco ajuda-nos a redescobrir a verdadeira imagem de Deus e a graça salvadora de Deus que se manifestou a todos os homens” (cf. Tt 2,11). É nesta imagem bíblica de Deus, assimilada por São Francisco, que se deve procurar a sua devoção à Encarnação do Verbo (presépio), ao Santíssimo Sacramento, à Palavra de Deus, aos Sacerdotes e à Cruz do Senhor”. Jamais podemos prescindir do milagre da fé e da esperança de um Deus que “sonha comigo, pensa em mim! Eu estou na mente e coração dele, que o Senhor é capaz de mudar a minha vida e comigo faz relevantes planos”. Amém!
* Geovani Saraiva é escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia.
Fonte: O Povo, de 29/3/2015. Espiritualidade. p.9.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

UMA IGREJA ENLAMEADA

Por Pe. Almir Magalhães (*)
Desde a Conferência de Aparecida e seu respectivo documento, com os consequentes registros em documentos da CNBB e reflexões teológico-pastorais se fala em conversão pastoral.
O Papa Francisco na Exortação Evangelii Gaudium falando nos âmbitos da Nova Evangelização (n. 14) aborda a pastoral ordinária, ou seja, aquela pastoral do dia a dia, o cuidado com os fiéis, especialmente aqueles que frequentam regularmente a comunidade e as formas mais comuns de atividades como a catequese sacramental e outras.
Este aspecto merece uma séria revisão de nossa parte, mormente dos Párocos e responsáveis pelas Áreas Pastorais. E aqui me vem a pergunta: Estas pessoas estão sendo de fato evangelizadas? Normalmente em nosso ministério giramos em função daqueles que nos rodeiam sem o horizonte do caráter missionário da Igreja, o olhar missionário para aqueles que não estão com a gente.
Neste sentido e contemplando o título desta contribuição, utilizo mais uma vez as reflexões do Papa Francisco no mesmo documento quando enfatiza no n. 49: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida... E continua: “Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que nos transforma em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: “Vós mesmos, dai-lhes de comer” (Mc. 6,37).” O Papa, no contexto da Exortação, faz uma abordagem a respeito da Transformação Missionária da Igreja (Cap. I), onde se situam os números aqui citados e cujo horizonte é a evangelização do mundo, dos espaços geográficos urbanos e rurais onde nos situamos, ao invés da autopreservação.
O Papa, no contexto da Exortação, faz uma abordagem a respeito da Transformação Missionária da Igreja (Cap. I), onde se situam os números aqui citados e cujo horizonte é a evangelização do mundo, dos espaços geográficos urbanos e rurais onde nos situamos, ao invés da autopreservação.
Outra forma de revisão na pastoral ordinária e agora na linha da missão entendida como relações e proximidade e a constatação do individualismo da sociedade atual, o Papa lembra a dignidade de cada pessoa que deve ser “objeto” de nossa dedicação e isto não pelo aspecto físico, capacidades, linguagem, mentalidade ou pelas satisfações que nos pode dar, mas porque é obra de Deus, criatura sua. “Independente da aparência, cada um é imensamente sagrado e merece o nosso afeto e a nossa dedicação. Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isto já justifica o dom da minha vida” (o destaque em negrito é meu). (cf. n. 274 – Alegria do Evangelho). Observe-se que o Papa não acena para a forma desta dedicação, se por ações caritativas ou pela cidadania.
Estamos no período da Quaresma. Como seria interessante e em consonância com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano (Fraternidade: Igreja e Sociedade e cujo lema é – Eu vim pra servir – apontando para uma nota da eclesiologia do Vaticano II – uma Igreja servidora), se esse período iluminasse uma revisão, também, das nossas práticas pastorais e evangelizadoras, na esteira das reflexões do Papa.
(*) Almir Magalhães é padre da Arquidiocese de Fortaleza, diretor geral e professor da Faculdade Católica de Fortaleza.
Fonte: O Povo, de 29/3/2015. Espiritualidade. p.9.
 

Free Blog Counter
Poker Blog