segunda-feira, 22 de setembro de 2025

ESG real ou para inglês ver?

Por Lauro Chaves Neto (*)

O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das próximas gerações de atender as suas. Esse conceito foi desenvolvido pela ONU, na década de 70.

Apenas algumas nações praticando a sustentabilidade não é o suficiente. O Setor Produtivo precisa implantar a ética e a transparência na sua governança, cuidar do meio ambiente desde a seleção dos seus fornecedores até a gestão dos resíduos, e cuidar das pessoas, não só de acionistas e colaboradores, assim como atuar pro ativamente na transformação da sociedade.

O ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês) é a transição da visão macro para a ação microeconômica na promoção da sustentabilidade, pois será a disseminação da cultura ESG que irá transformar em sustentável a nossa sociedade.

O tema ESG já é o foco dos investidores nas suas decisões de financiamento. Avaliar a sustentabilidade e o impacto social de um negócio passou a ser determinante para o valor das empresas.

Algumas práticas, no entanto, são rotuladas de ESG e não conseguem agregar valor ao negócio, já outras, possuem um viés ainda mais danoso, o de se divulgar ações que não possuem conexão com a realidade.

Uma empresa que tenta mostrar que faz, pelo meio ambiente, mais do que aquilo que realmente executa, poderia ser descrito como propaganda enganosa, porém o vocabulário corporativo prefere usar "greenwashing", nesses casos. Já quando são "falsas" informações sobre iniciativas sociais é comum se usar o termo "socialwashing".

Um dos erros que mais se repete é divulgar iniciativas sustentáveis, social ou ambiental, que foram planejadas e ainda não implantadas, ao invés de focar nos resultados efetivos de iniciativas exitosas já implantadas.

Vincular as questões ambientais, sociais e de governança à cadeia de valor da organização é uma estratégia de negócios que irá contribuir para a sustentabilidade da empresa! O oposto do greenwashing e do socialwashing. A Certificação, como por exemplo o Selo ESG da Fiec com auditoria internacional, é uma das melhores alternativas para verificar o propósito.

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 19/08/25. Opinião. p.18.

domingo, 21 de setembro de 2025

RICARDO GUILHERME: ator e jornalista cearense celebra 70 anos

Por Sofia Herrero, jornalista de O Povo

"O teatro se concretiza no ato e no tempo", afirma o ator Ricardo Guilherme, em entrevista ao O POVO, na semana em que comemora seus 70 anos. Destas sete décadas, com 55 anos dedicados às artes, a história de Guilherme se confunde com a do teatro cearense e com a de inúmeros palcos em que o dramaturgo encenou.

Aos 14 anos, subiu ao tablado do Teatro São José para estrear "O Mártir do Gólgota", espetáculo interpretado na Semana Santa, que retrata a Paixão de Cristo e a crucificação de Jesus.

Hoje, 55 anos depois, o historiador observa as paredes do anfiteatro no qual estreou, enquanto planeja o lançamento do livro Teatro São José, ficção e alguma história", que biografa o local. A obra integra a Coleção Pajeú, realizada pela Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Cultural (CPHC), mas, para o ator, inaugura também o rol de celebrações de seus 70 anos, celebrados neste domingo,

Na quinta-feira, 18, as festividades foram abertas na Teatraula "No Ato", ministrada no Teatro Morro do Ouro, com foco nos alunos do Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT) do Theatro José de Alencar. "Se trata de uma aula-espetáculo que combina diversos campos do saber e da expressão: história, ficção, depoimento, reflexão. É como uma espécie de conferência teatralizada de um professor ator", explica.

O evento mostra a conexão de Ricardo com a nova geração de jovens que experimentam as artes cênicas. Aposentado pelo curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Ceará (UFC), mas de espírito rejuvenescente, ele segue orientando diversos alunos em seus trabalhos de conclusão, pelo simples prazer de pensar o teatro.

Ele ingressou como professor na UFC, no curso de Arte Dramática, em 1979, e foi um dos proponentes do anteprojeto da Licenciatura em Teatro da instituição. Além da UFC, foi reconhecido como Notório Saber em cursos de pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Nacional de Brasília (UnB).

Na UFC, a trajetória de Ricardo se materializa no Acervo Doc. Teatro Ricardo Guilherme. Composto por mais de 13 mil itens de documentos arquivísticos e bibliográficos reunidos ao longo de seus 50 anos de carreira nas artes, a coleção de fotografias, textos dramatúrgicos e livros foi doada por ele à instituição, no ano de 2010.

"Eu já doei 60% do meu acervo, falta 40%. Existe um apego, não tenho um desprendimento e, por isso, fui doando de pouco em pouco nesses 15 anos. Mas este ano faz parte das comemorações me desprender de todo o restante e doar para os meus alunos", diz.

Sempre vinculado ao ensino e à pesquisa, Ricardo também foi a primeira voz a ser transmitida pela TV Educativa (TVE), que anos mais tarde viraria a TV Ceará do canal 5. Com o propósito da educomunicação, a TVE proporcionou a Ricardo Guilherme, de 1974 a 1992, um espaço de criação de programas e novelas integrado ao currículo escolar do Ceará.

"Era um canal feito para educação pública e foi criado para poder chegar a diversos lugares que os professores não chegavam, nos rincões do sertão. Criamos, inclusive, um gênero pedagógico, a aula integrada, que era uma forma de integrar os conteúdos das matérias e contextualizá-los no sentido prático e no aprendizado", relata o jornalista, antevendo o papel que a teleducação teria na modernidade.

Na TV, contudo, sua história começou um pouco antes, junto com a disseminação do sistema eletrônico de transmissão e recepção de imagens no Estado. No dia 26 de novembro de 1973, o primeiro programa em cores exibido pela TV no Ceará, intitulado "O Som, A Luz, as Cores e os Muitos Amores de Fortaleza", foi transmitido. Nele, Ricardo interpretava poemas sobre a capital cearense, ao lado de Ivete Pereira e Cleide Holanda.

Ao longo dos anos, a bagagem acumulada em cargos de direção, sonoplastia e produção culminou na criação do programa "Diálogos", em 2007. Há 16 anos no ar, na atração, os entrevistados levam sete objetos que compõem sua história pessoal e que devem nortear a conversa.

"Não considero que seja um programa de entrevista. É um diálogo, em que, ao invés de perguntas, as pautas surgem a partir do que é levado pelo entrevistado. O diálogo não tem hierarquia, é horizontal e vai caminhando de acordo com a interpenetração dos temas. É um programa para filosofar sobre questões atemporais e fazer uma espécie de cartografia do pensamento daquela pessoa que está ali", conta.

A assinatura de um dos patrimônios da TV cearense continua presente todas as sextas-feiras, às 22 horas, e com reprises aos sábados, às 18 horas. Apesar de ser frequentemente associado à TV e ao teatro, aos 70 anos, Ricardo celebra uma vida partilhada pela palavra, através de suas dramaturgias, contos e crônicas.

Como presente, sua contribuição para a literatura cearense foi referendada em abril de 2025, quando tomou posse da cadeira 33 na Academia Cearense de Letras (ACL), que tem o autor cearense Rodolfo Teófilo como patrono.

Como um profissional multifacetado, que registrou a história da cidade em personagens, imagens e escritos, Ricardo trabalhou nos bastidores do programa "Porque hoje é sábado", que, com a apresentação de Gonzaga Vasconcelos, anunciava os primórdios do que viria a ser o Pessoal do Ceará.

"Era 1969 e eu era aquele cara que levava microfone, mandava prancheta para assinar os cachês. Vi, de certa forma, o nascimento de Fagner, Ednardo, Belchior, Téti, Rodger Rogério e de tantos outros, e lembro-me de músicas que nunca foram gravadas. Eles deveriam ter mais de 20 (anos) e eu era aquele menino brincando de ser assistente, que queria aprender", relembra.

Ao refletir sobre a passagem do tempo e as mudanças na capital, ele pensa nos diferentes nomes que deixaram o Ceará na tentativa de reverberar sua arte no âmbito nacional. Com a permanência em Fortaleza, Ricardo diz ter adquirido o privilégio de olhar o mundo a partir de um outro prisma, que posteriormente lhe permitiu representar o Brasil em festivais.

"Me apresentei em diversos países, mas sempre que estava no Rio ou em São Paulo, me sentia não pertencente. Realmente eu fui me tornando fortalezense demais, atravessado pelas referências da cidade e, com o tempo, fui desenvolvendo um senso de responsabilidade histórica com o teatro cearense. Comecei a ter muitos lastros artísticos e talvez isso tenha me dado, inconscientemente, um laço muito forte", finaliza.

"Um artista plástico cria uma obra e consegue contemplá-la. Já o ator nunca vê seu espetáculo enquanto o interpreta, por isso existe uma espécie de orfandade no teatro".

O que diz Ricardo Guilherme?

"O teatro se concretiza no ato e no tempo"

"Todo teatro é meu, mesmo que não seja o meu'"

"Avoquei a mim uma responsabilidade de guardar a história do teatro cearense"

"O teatro radical é dialético, sintético e minimalista"

"Não vejo o teatro como arte multidisciplinar. No teatro radical, entende-se que ele é uma arte transdisciplinar"

"Quais são os conflitos centrais de uma peça que derivam em todo o restante?"

"Estamos à procura do átomo conflitual, a raiz conflitiva de uma peça, a célula-máter de uma cena"

Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/09/25. Vida & Arte, p.4-5.


Regras Para Ser Feliz Morando na Casa dos Anos Bem Vividos II

Mente leve, coração tranquilo

15. Desligue um pouco dos noticiários. O mundo não vai acabar só porque você não viu.

16. Use a TV para rir, não para se irritar.

17. Adote um bicho. Eles preenchem o que faltava sem dizer uma palavra.

18. Mexa-se. Caminhe, plante, pinte, invente. Ficar parado atrai teia de aranha.

19. Esteja sempre limpinho e cheiroso. Idade sim, mau cheiro jamais.

Sentido da vida

20. Sinta alegria por ainda estar aqui. Muitos já ficaram pelo caminho.

21. Faça da sua casa um lugar onde as pessoas querem estar. Isso só depende de você.

22. Use a idade como ponte para novos sonhos, não como escada para lamentações.

23. Vá embora deixando saudade, não alívio.

24. Ria. Muito. E faça rir. O riso é o último músculo que devemos deixar cair.

Prazeres da vida

25. Não guarde aquele vinho especial nem a roupa nova.

Amanhã pode ser tarde ou pode não ter energia para abrir a garrafa nem pra sair de casa.

E pra finalizar:

Se você leu tudo isso e gostou...

Não seja pão-duro de sabedoria!

Compartilhe com aquele amigo que já mora na casa dos 70, o que está chegando nos 60 e até com o neto de 12 — porque a fila anda e o tempo não para!

Se possível, compartilhe com o grupo da família, da igreja, do bingo, da dança sênior, do zap do condomínio, da hidroginástica e até com aquele vizinho que só reclama (vai que ele melhora).

A vida é curta, mas a risada é longa.

— Com carinho e umas boas gargalhadas,

Shabat Shalom

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).

Regras Para Ser Feliz Morando na Casa dos Anos Bem Vividos I

Convivência e Relações

1. Não se meta na vida dos filhos. Eles já têm GPS (e vão errar do mesmo jeito).

2. Não interfira na criação dos netos. Avós servem para amar, não para educar.

3. Aceite genro e nora. Foi o coração dos filhos que escolheu, não o seu.

4. Fique neutro nos casamentos alheios. Amor de fora não se mete.

5. Reclamar demais espanta visitas. Cultive mais silêncio que queixas.

6. Nada de pena de si mesmo. Ser idoso é privilégio, não castigo.

7. “No meu tempo” já passou. Viva o seu hoje com brilho nos olhos.

Atitude e Bem-estar

8. Tenha planos. O amanhã só chega para quem o espera com café passado.

9. Não vire boletim médico ambulante. Ninguém quer ouvir sobre suas dores 24h.

10. Poupe. Qualquer valor guardado é sinal de sabedoria.

11. Esqueça carnê. Idoso paga à vista ou não paga.

12. Tenha plano de saúde ou dinheiro guardado. Doença não avisa.

13. Planeje seu funeral. Sim, é estranho. Mas evita confusão depois.

14. Deixe tudo em ordem. Testamento, contas, recados. Viva leve.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).


sábado, 20 de setembro de 2025

A CASA DOS ANOS BEM VIVIDOS

Por Tio Maneco

"Envelhecer é mudar de casa — não de alma.       A janela do corpo pode se estreitar, mas a paisagem do espírito se amplia. E cada novo cômodo da vida tem sua beleza, sua graça e sua luz."

Meu velho amigo decidiu se mudar. Está saindo da casa dos 60 e indo morar na dos 70, bem ali na rua onde a vida já plantou muitas árvores e também podou algumas ilusões.

Quando me perguntou se gostei da mudança, sorri com o canto dos olhos. Não se trata de gostar ou não. A vida vai empacotando décadas e nos realocando.

Terminei meu tempo na casa dos 60 como quem entrega as chaves com gratidão — poderia ter sido despejado antes.

Cada década tem um cheiro, uma cor e um som. A casa dos 70, antigamente, parecia uma clínica. Hoje é um clube. Tem puxadinhos, coreto, jardim e muito samba no pé — de prótese, inclusive!

Do alto dessa varanda, a vista do passado é a mais linda do mundo. E o futuro? Ah, esse continua aceitando visitas, com café e pão de queijo quentinhos.

Agora, compartilho com você 25 regras preciosas para morar bem nessa fase da vida. São conselhos leves, diretos e cheios de bom senso — do tipo que até o neto escuta e anota.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).


A DELICADA ARTE DE VIVER MUITO

Por Mário Donato D’Angelo

Viver muito sempre foi, por séculos, uma raridade quase mítica. Era coisa de avó centenária que conhecia a cura das doenças no cheiro do mato, ou de personagem de romance russo, desses que morriam em São Petersburgo, sob a neve, citando Aristóteles em voz embargada.

Longevidade era exceção. Agora virou estatística.

Vivemos mais. Isso é fato. A medicina avançou, os antibióticos viraram gente da casa, o colesterol passou a ser vigiado como se fosse um criminoso reincidente. A expectativa de vida subiu, e com ela a ideia, quase ingênua, de que bastaria durar para que tudo desse certo.

Mas viver muito não é a mesma coisa que viver bem. E é aí que começa a grande arte.

Porque a verdade é que a longevidade chegou antes do manual de instruções. Achávamos que envelhecer seria como alcançar um mirante: olhar para trás com serenidade, cruzar os braços sobre o próprio legado, saborear os frutos de uma vida bem vivida.

Mas a velhice, como a infância, exige cuidados diários, e também alguma poesia.

O corpo, esse velho cúmplice, começa a dar sinais de que o tempo passou. As juntas rangem como portas de armário antigo, os reflexos hesitam, os músculos se retraem.

Mas não é só o corpo que envelhece: às vezes o mundo ao redor também se torna estranho, distante. Os amigos partem, os filhos se dispersam, as calçadas ganham degraus invisíveis. E de repente, o que mais dói não é o quadril, é o silêncio.

E então vem ela: a queda.

Não só a queda literal, essa que acontece no banheiro, no degrau da padaria, na pressa inocente de atravessar a rua. Mas a queda simbólica: do entusiasmo, da autonomia, da autoconfiança. A queda de uma imagem de si mesmo que antes era firme, decidida, ágil. A queda de um modo de viver que não se encaixa mais no corpo que agora abriga a alma com mais cuidado.

A Organização Mundial da Saúde diz que um terço dos idosos sofre uma queda por ano. E essa queda pode ser o primeiro passo de uma jornada difícil: fraturas, cirurgias, internações, perdas, de mobilidade, de independência, de ânimo.

Mas veja bem: não se trata de um alerta sombrio. Trata-se, aqui, de um chamado amoroso à reinvenção.

Porque o envelhecimento também pode ser reinício. E preparar-se para ele é como preparar um jardim: exige tempo, presença, escolhas. É preciso cultivar força, sim, não para carregar sacos de cimento, mas para levantar-se da cadeira com leveza e poder abraçar um neto sem receio de tombar. É preciso elasticidade, não só nos músculos, mas nas ideias. E é preciso algo ainda mais raro: gentileza consigo mesmo.

Não se trata de negar a velhice. Ela chega, queira-se ou não, com suas rugas e suas lentidões, com seus esquecimentos charmosos e suas manias de repetir histórias. Mas há velhices e velhices. E há aquelas que florescem, porque foram cuidadas, porque tiveram sol e sombra, porque foram vividas com afeto, com liberdade, com algum humor.

Sim, o humor. Ele é, talvez, o músculo mais importante a ser mantido. Porque rir de si mesmo, das gafes, das perdas de memória, do tropeço nas palavras, é um jeito de desarmar o tempo.

O velho ranzinza é um clichê injusto, há velhos encantadores, que dançam bolero na sala com o ventilador ligado e o cachorro olhando desconfiado. Que tomam vinho com moderação e sorvete sem culpa. Que, aos oitenta, aprendem a usar o celular, e ainda erram, mas riem do erro.

A longevidade, quando bem-vivida, é como uma tarde longa e luminosa. Daquelas em que o sol demora a ir embora e o tempo parece suspenso entre uma lembrança e outra. Não é preciso correr. Nem competir. Basta estar inteiro: corpo e alma em compasso.

É isso que propomos aqui: um olhar amoroso para o futuro que já chegou. A velhice não precisa ser sinônimo de decadência. Pode ser plenitude.

E envelhecer bem não é luxo, nem sorte, é construção diária. Com passos firmes, com gestos suaves, com a força das pernas e o riso no rosto. Com o cuidado do corpo, sim, mas também com a ternura da memória.

Porque o segredo não é apenas viver muito.

É fazer da longevidade uma arte íntima, uma coordenação delicada entre o tempo e o desejo.

E que, ao final, quando chegar a noite, a gente possa dizer, com lucidez e com alegria — “Foi bom ter vivido tanto. Mas foi melhor ainda ter vivido bem.”

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).


sexta-feira, 19 de setembro de 2025

FOLCLORE POLÍTICO: Porandubas 847

Cláudio Lembo, professor de Direito, ex-vice-governador e governador de São Paulo, ex-secretário municipal na gestão Jânio Quadros, sobrancelhas mais decorativas do país, tem a verve na ponta da língua. Um dia, telefona para um amigo de Araçatuba para sondá-lo sobre o ingresso em seu partido.

- "Já se inscreveu em algum partido?"

- "Não. Esperava as suas ordens."

Lembo pede, então, que ele entre no PP. E lá vem a pergunta:

- "No PT do Lula?"

O ex-vice-governador de São Paulo replica:

- "No PP."

Matreiro, o amigo diz que ouve mal. O arremate, contado por Sebastião Nery, é uma chamada sobre a nossa cultura política: "Vou soletrar alto e devagar: PP. P de partido e P de banco." Na época, Olavo Setúbal, o todo poderoso dono do banco Itaú e um dos fundadores do PP (então partido popular), ao lado de Tancredo Neves, era prefeito de São Paulo. E Lembo era seu articulador político. O amigo entendeu a mensagem. A historinha retrata a identidade de quadros e partidos e serve para ilustrar a nossa cultura política.

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/407313/porandubas-n-847


 

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