terça-feira, 2 de setembro de 2025

NÃO À DESCONSTRUÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL

Por Roberto Macêdo (*)

Desde jovem que me preocupam os descasos da humanidade com o meio ambiente.  Tornei-me um ferrenho defensor da natureza e procuro estar atento a ações em favor da conservação do nosso planeta. Por isso fico indignado com fatos como a furtiva aprovação, na madrugada do dia 17/07/2025, do PL nº2159/2021, que institui a Lei Geral do Licenciamento Ambiental; uma legislação propícia a causar impactos negativos na sustentabilidade brasileira.

Alegando a necessidade de modernização, desburocratização, redução de gargalos e previsibilidade na emissão de licença ambiental, os parlamentares que aprovaram essa lei estão, no mínimo, contribuindo para o aumento da judicialização, uma vez que fica permitida às pessoas interessadas a aplicarem a "sua lei" e a fiscalizarem a si próprias, no que se refere aos danos ambientais que poderão causar.

A eficiência do licenciamento ambiental no país precisa mesmo passar por reformas, ser melhorada, mas nunca com esse afrouxamento da legislação aprovada no Congresso Nacional. Além de não resolver os problemas existentes, isso levará a resultados desastrosos. O aprimoramento necessário ao sistema de permissão para atividades potencialmente agressoras da natureza, deveria ser voltado para a agilidade, a transparência e tudo o que possa tornar as liberações menos custosas e mais adequadas à proteção socioambiental.

O que está nesta pauta é a desconstrução da política ambiental brasileira. Essa aprovação do PL de Licenciamento Ambiental revela uma dissonância entre o pretexto de criação de uma legislação federal unificada e a intenção desses parlamentares e suas agendas próprias. Nesses casos, a natureza acaba sendo utilizada como arma política por uma parte do Congresso Nacional.

Não podemos nos deixar ser absorvidos somente pelas notícias geradas pelo mundo das guerras ou do tarifaço, temos que deixar um espaço mental de compromisso claro e permanente com relação ao nosso planeta e mais ainda ao nosso país, em especial o conhecimento e o posicionamento sobre esse licenciamento e seus efeitos na natureza, no clima e em nossas vidas.

(*) Empresário.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 4/08/25. Opinião, p.16.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Frases mais marcantes de Luiz Fernando Verissimo III

21.“A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer ‘escrever claro’ não é certo mas é claro, certo?”

22.“No Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa.”

23.“Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet.”

24.“Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha.”

25.“Muitas mulheres consideram os homens perfeitamente dispensáveis no mundo, a não ser naquelas profissões reconhecidamente masculinas, como as de costureiro, cozinheiro, cabeleireiro, decorador de interiores e estivador.”

26.“Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores.”

27.“Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi num cavalo. Aliás, o cavalo também não gosta.”

28.“Os tristes acham que o vento geme; Os alegres acham que ele canta.”

29.“Você é o seu sexo. Todo o seu corpo é um órgão sexual, com exceção talvez das clavículas.”

30. “Escrevi uma vez que era um cético que só acreditava no que pudesse tocar: não acreditava na Luiza Brunet, por exemplo. Cruzei com a Luiza Brunet num dos camarotes deste Carnaval. Ela me cobrou a frase, e disse que eu podia tocá-la para me convencer da sua existência. Toquei-a. Não me convenci. Não pode existir mulher tão bonita e tão simpática ao mesmo tempo. Vou precisar de mais provas”.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).

Frases mais marcantes de Luiz Fernando Verissimo II

11.“Não sei para onde caminha a humanidade. Mas, quando souber, vou para o outro lado.”

12.“A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.”

13.“O outono é a única estação civilizada. A primavera é descontrole glandular da Natureza. O inverno é o preço que a gente paga para ter o outono, e por isso está perdoado. O verão é uma indignidade.”

14.“Passamos a vida inteira nos preparando para nossa morte e quando ela vem não podemos assistir.”

15.“A gente não faz aniversários. Os aniversários é que vão fazendo a gente. E depois, pouco a pouco, nos desfazendo.”

16.“Nosso dilema continua sendo que só nos livramos da morte livrando-nos do corpo e só nos livramos do corpo morrendo.”

17.“Ninguém é o que pensa que é, muito menos o que diz que é. Precisamos da complicação para nos definir. Ou seja: ninguém é nada sozinho, somos o nosso comportamento com o outro.”

18.“Ninguém é o que parece ou o que aparece. O essencial não há quem enxergue.”

19.“Nada como uma boa conversa para se encontrar a solução de qualquer coisa, mesmo a insanidade.”

20.“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data.”

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).

Frases mais marcantes de Luiz Fernando Verissimo I

Morreu, em 30/08/25, Luiz Fernando Verissimo, um dos maiores cronistas brasileiros.

A seguir, uma seleção das 30 frases mais marcantes de Verissimo, que continuam a ressoar pela sua inteligência, humor e atemporalidade:

1. “O mundo não é ruim, só está mal frequentado.”

2.“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”

3.“Resignemo-nos à ignorância, que é a forma mais cômoda de sabedoria.”

4.“Você só sabe até onde pode ir quando já foi.”

5.“Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.”

6.“O futuro era muito melhor antigamente.”

7.“Desenvolvi uma mente defensiva como um condomínio fechado. Uma mente com guarita, que abate qualquer inimigo na porteira.”

8.“Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, completamente livre, é a que não tem medo do ridículo.”

9.“Mas, como em tudo na vida, no amor também é preciso moderação.”

10.“Ironia tem que ser entendida como ironia, senão não é ironia.”

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones).


VERÍSSIMO

Por Paulo Gurgel Carlos da Silva (*)

Faleceu neste sábado (30/08), aos 88 anos, em decorrência de uma pneumonia, o escritor Luís Fernando Veríssimo, quando se encontrava internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre Sua vida e sua múltipla obra deixaram um legado imenso para a cultura brasileira. Ele era muito mais do que um escritor; era um cronista agudo do cotidiano, um humorista refinado e um dos maiores expoentes da literatura contemporânea do país.

Era filho do também célebre escritor Érico Veríssimo, que escreveu a saga da terra gaúcha, "O Tempo e o Vento".

Uma vida dedicada às letras e ao humor

Nascido em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, Luís Fernando teve uma vida ligada à literatura desde a infância. Passou parte de sua adolescência nos Estados Unidos, onde seu pai lecionou, e retornou ao Brasil para trabalhar como jornalista e, mais tarde, se dedicar à literatura.

Era conhecido por sua personalidade reservada e por sua mente brilhante, que produzia algumas das críticas sociais mais perspicazes e engraçadas da imprensa nacional.

A múltipla obra: muito além das crônicas

A genialidade de Veríssimo se expressou em diversas frentes:

Crônicas e Humor. Sua coluna de jornal no "Zero Hora" era uma das mais lidas e aguardadas do Brasil. Coleções como "O Analista de Bagé" e "Comédias da Vida Pública" são antológicas. E seus personagens, como a Velhinha de Taubaté, Ed Mort e o Analista de Bagé, se tornaram ícones da cultura brasileira.

Romances e Contos. Sua ficção nestes gêneros é igualmente poderosa. Romances como "O Clube dos Anjos" (sobre um grupo de gourmets que se reúne para jantares finos) e "Borges e os Orangotangos Eternos" (uma mistura de romance policial e ensaio literário) demonstram sua erudição e capacidade narrativa.

Cartuns e Humor Gráfico. Também era um talentoso cartunista. Suas tiras, muitas vezes mudas, com traços simples e situações absurdas, expunham perfeitamente suas ideias. A série "As Cobras" é um exemplo disso.

Música e Outras Influências. Um amante declarado de jazz, tema que frequentemente permeava suas crônicas. Foi um músico (saxofonista) que dialogava com a banda "Jazz 6" em que tocava.

Seu legado e sua voz

O humor de Luís Fernando Veríssimo nunca foi apenas para fazer rir. Era um instrumento de crítica social e política. Ele usava o absurdo, a ironia e o nonsense para dissecar as hipocrisias, os costumes e os dilemas da vida moderna no Brasil. Sua capacidade de observar o óbvio e extrair dele uma conclusão hilária e profundamente verdadeira era seu dom maior.

Sua morte é uma perda irreparável. Ele era um farol de inteligência, lucidez e humor em tempos muitas vezes sombrios. Luís Fernando Veríssimo deixa uma obra vasta que continuará a fazer rir, pensar e encantar as gerações atuais e futuras. 

Relembre algumas de suas frases marcantes

Escrever não me dá prazer, gosto mesmo é de soprar saxofone.

Não gosto que me imponham coisas, e a velhice é uma imposição, uma prepotência do tempo. Sou contra.

Se o mundo está correndo para o abismo, chegue para o lado e deixe-o passar.

Vou morrer sem realizar o meu grande sonho: não morrer nunca.

Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.

Depois de uma certa idade, é temerário fazer aniversário. Que agonia! Todo "parabéns" soa, mesmo dito numa boa, como ironia.

Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo.

(*) Médico pneumologista, escritor e blogueiro.

Postado por Paulo Gurgel no Blog Linha do Tempo em 31/08/2025.

https://blogdopg.blogspot.com/2025/08/verssimo.html


domingo, 31 de agosto de 2025

Mensagem Póstuma para o Sr. Antônio Camelo

Por Elda Gurgel e Silva (*)

Por ocasião da missa de sétimo dia do Sr. Antônio Camelo de Araújo, a família Silva, através de Dona Elda, envia mensagens de condolências e há uma passagem em que ela retrata quem foi a figura dele. Ela diz:

“Um pai, um amigo, um ministro eucarístico, um paroquiano atuante... Assim foi ANTÔNIO CAMELO DE ARAÚJO, que em toda a sua vida conseguiu servir de exemplo a todos que o conheceram. Com sua bondade, delicadeza, humanidade e sobretudo a sua fé no pai, ele revelou que, para se conquistar a vitória mais do que tudo é preciso amar ao próximo e saber partilhar cada degrau, cada busca, com a certeza de que Deus jamais deixará um de seus filhos ao abandono. Estes atos para CAMELO, não foram apenas encalços para seus momentos de crise. Do contrário, em cada dia, a cada obstáculo, até mesmo nas horas de alegria, sua fé, justamente com a generosidade de seu coração, foram o alicerce para sua caminhada cheia de louvores e serviços. A sua partida, que para nós representa um momento de dor e saudade, deve ser considerado pelo Pai Celeste como a chegada de mais um de seus filhos prediletos que a cada dificuldade, a cada prova mostrou a sua fortaleza e a total certeza do amor de Deus...”. (SILVA, 1988).

(*) Paroquiana e Ministra Extraordinária da Eucaristia da Igreja N. Sra. das Dores.

Fonte: SILVA, Elda Gurgel e. Mensagem Póstuma. In: PARENTE, Francisco de Assis Camelo (org.). Antônio Camelo: um pai iluminado. Fortaleza: Expressão, 2025. 280p. p.39. ISBN 978-85-420-1731-1.

Nota do Editor do Blog: A família Gurgel-Carlos desconhecia, inteiramente, até então, a mensagem acima da nossa falecida matriarca Elda Gurgel e Silva, que foi lida na Missa da Ressurreição pela alma do Sr. Antônio Camelo. Fica aqui o nosso agradecimento ao amigo Assis Camelo por inserir a manifestação de apreço que nossa mãe escreveu para o pai dele em livro recentemente lançado em Otávio Bonfim.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

CÂNCER INTESTINAL MATA EM SILÊNCIO

Por Heitor Férrer (*)

Certa vez, subindo de bicicleta pela avenida Desembargador Moreira, usando o espaço reservado aos ciclistas, fui surpreendido por um carro parado na ciclovia. Já me preparava para advertir o condutor quando ele baixou o vidro e me disse: — Doutor Heitor!

Era um paciente meu. Perguntei por que havia sumido e ele me respondeu: — O senhor me pediu uma colonoscopia. Fiz o exame e deu um câncer de intestino. Fui ao especialista, que me operou. Era um tumor em fase inicial.

Vejam o valor da prevenção. Por isso que solicito a todos os meus pacientes a partir dos 45 anos a colonoscopia. Quando algum deles se recusa a fazer, registro na ficha: “Paciente recusou realizar colonoscopia.” Me resguardo, mas me preocupo.

Há poucos dias, o Brasil se despediu de Preta Gil, vítima de um câncer colorretal. Sua morte se soma à de outros nomes queridos, como Pelé, Roberto Dinamite e Luiz Gustavo.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – Inca, estima-se que o Brasil tenha registrado 45.630 novos casos de câncer colorretal por ano entre 2023 e 2025. O dado mais alarmante, no entanto, é que mais de 70% desses casos são detectados em estágio avançado, quando o tratamento é mais difícil e a cura, menos provável. Morrem no Brasil 21 mil pessoas em decorrência do câncer de intestino por ano. São 1.750 mortes por mês. Sessenta brasileiros morrem diariamente vítimas dessa doença.

O câncer colorretal é o segundo mais comum entre homens e mulheres no Brasil. Porém, ao contrário de muitos outros, é um dos poucos tipos que permite diagnóstico precoce e tratamento curativo. A colonoscopia, exame que permite visualizar todo o intestino grosso e o reto, é capaz de detectar lesões antes mesmo de se tornarem malignas. Estamos falando de um tipo de câncer que, quando descoberto em fase inicial, tem mais de 90% de chance de cura. A diferença entre viver e morrer pode estar em um exame que dura cerca de 20 minutos, feito com sedação e segurança.

Felizmente, hoje vivemos em um tempo em que falar sobre prevenção já não é tabu. Mulheres se conscientizaram sobre o câncer de mama, fazem mamografia. Homens superam resistências e vão ao urologista para rastrear o câncer de próstata. Precisamos fazer o mesmo com o câncer de intestino.

Como médico e como deputado estadual, defendo campanhas de conscientização. Precisamos levar essa informação aos centros de saúde, escolas, igrejas, redes sociais. A medicina preventiva deve ser política pública.

Preta Gil, com coragem e transparência, falou sobre sua doença. E agora, com sua partida precoce, deixa um alerta: não espere. Aos 45 anos, com ou sem sintomas, procure seu médico e faça a colonoscopia.

Vamos cuidar antes que a vida nos cobre mais do que poderíamos evitar.

(*) Médico e deputado estadual (Solidariedade).

Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/07/2025. Opinião. p.17.

 

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