Osmar Diógenes Parente
Psicólogo e especialista em Dependência Química
Tenho certeza, caro governador, da sua competência e criatividade. Reflita um pouquinho mais a respeito de sua “brilhante ideia” de diminuir de 33% para 7% a alíquota de imposto de bebidas quentes. Ao retirar essa proposta da Assembleia Legislativa, vossa excelência poupa nossos deputados de serem cúmplices de tamanha violência às nossas famílias.
O Ceará é o lugar onde mais se faz uso de álcool no Brasil. Adolescentes já iniciam o hábito de beber antes dos 14/15 anos.
Governador, é triste conviver com o sofrimento de pais e familiares de alcoolistas. A bebida, por ser a “porta de entrada” para as drogas ilícitas, é a droga mais perversa que existe. Destrói os vínculos familiares, tira a paz e a alegria de muitas vidas.
Pesquisas comprovam que 75% dos leitos hospitalares públicos são ocupados, nos finais de semana, por conta do uso abusivo de álcool e outras drogas. Vale a pena diminuir esse imposto de 33% para 7%? Será que os custos governamentais com saúde não serão maiores do que se estima arrecadar com esse projeto?
Acredito que podemos fazer mais e mais por nossa juventude, por nossos filhos, netos e amigos. Não podemos concordar com essa medida de diminuição de impostos para as bebidas alcoólicas. Isso poderá se tornar um grande estímulo ao consumo abusivo do álcool.
O correto seria dificultar o acesso ao álcool por nossos jovens, fiscalizar os supermercados e as lojas de conveniência dos postos de gasolina da cidade que continuam vendendo bebidas alcoólicas nas noites e madrugadas.
Sei senhor governador que estou representando, pelo menos, 15% da sociedade que padece, desamparada, com o gravíssimo problema do alcoolismo e da dependência química de drogas ilícitas. Fica, portanto, meu apelo, a minha sugestão e a minha indignação.
* Publicado, em O Povo, no Caderno Opinião, do dia 23/10/10.
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