Parece intrigante mudar a denominação oficial de uma avenida ou um trecho dela, sem a devida consulta aos moradores da vizinhança, tal como procedeu a Prefeitura de Fortaleza, ao descerrar, ontem (9/11/10), uma placa alusiva à Avenida José Jatahi, em solenidade concretizada mesmo estando distante do término das obras, decorrentes da remoção dos trilhos desativados, em função do traçado do Metrofor. A maioria desses cidadãos, por certo, desconhece os feitos que balizam tamanha honraria.
Desde os meus tempos de menino no Otávio Bonfim, a via que acolhia o leito ferroviário era conhecida por José Bastos, uma derivada da Avenida Tenente Lisboa, que cortava o vizinho bairro Jacarecanga, acompanhando os trilhos, desde a Estação João Felipe.
Quando houve o alargamento e a cobertura asfáltica dessa avenida, a prefeitura, a época, tentou alterar o nome, para render homenagem a outrem, mas foi obrigada a recuar, diante do arrazoado elaborado por historiadores locais, a exemplo do notável Raimundo Girão, que bem demonstraram os notáveis predicados de José Perdigão Bastos, um próspero comerciante e empresário visionário, falecido no início do século XX, que muito contribuiu para o desenvolvimento de Fortaleza, tendo sido um dos fundadores da Associação Comercial do Ceará e da Fênix Caixeiral.
Nada contra o artista José Jatahi, autor do hino do Ceará Sporting Club; afinal, quem canta seus males espanta. O incorreto está na escolha do logradouro e na forma de como se definem as homenagens na Loura Desposada do Sol, colidindo com o seu propalado discurso da participação da comunidade na gestão municipal.
Depois do nome CUCA Che, da nossa alcaidina, com a sua postura juvenil de dirigente de Diretório Acadêmico, tudo é possível.
Fortaleza está a dever, isso sim, uma homenagem de peso ao Cardeal Lorscheider, pelo que ele fez em prol dos cearenses. Pense nisso, Paulo Mindêllo.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
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