Por Affonso Taboza (*)
Pense no bem que fará à nação se deixar agora,
espontaneamente, a presidência da República! Um ato de grandeza que lhe trará
reconhecimento! Não lhe cabe o direito de continuar sangrando o País por pura
vaidade e teimosia, com o repúdio de 90% dos brasileiros. O povo não lhe dá
mais crédito, não a vê como líder de um grande pacto capaz de nos salvar! Nem
seu partido acata sua autoridade!
O Congresso rejeitou o orçamento proposto para 2016,
com déficit de R$ 30,5 bilhões. Na verdade, o rombo era maior, pois na coluna
da receita estavam e ainda estão cerca de R$ 30 bilhões duvidosos, provenientes
de improváveis vendas de imóveis da União e concessões. Brincando com números e
fechando as contas a marteladas, seu governo reformulou anteontem a proposta,
brindando-nos com uma “CPMF provisória”, que, sabemos, será prorrogada. Ninguém
de bom senso acredita na seriedade desse orçamento!
ONGs inúteis e entidades maléficas custam caro ao
povo brasileiro! Quem sabe quanto seu governo injeta no MST e congêneres para
fazer desordens? Ah! como fazem falta agora os bilhões doados a seus amigos
bolivarianos! Ah! como é alto o preço do populismo!
Para coroar os despautérios, a senhora emprega como
secretária geral do Ministério da Defesa a mulher do segundo homem na
hierarquia do MST e, com isso, cria uma frente de atrito com as Forças Armadas!
Brincando com fogo? Cadê o bom senso?
A senhora está cercada, presidente,
democraticamente cercada. Não é golpe, como insinuam seus áulicos, é a lei
vigente que lhe cortará o caminho. Seu governo – tudo indica – não sobrevive a
esta crise. Seu impeachment é questão de tempo. Há centenas de milhares de
assinaturas em abaixo-assinado que circula na internet. Hélio Bicudo, um
ex-ícone do seu partido, quer vê-la fora do Palácio. Seu mandato está em risco
no TSE, pode ser cassado se irregularidades apontadas na eleição forem
comprovadas.
No final de 2014, por manobra do Congresso – sobre
o qual a senhora ainda tinha alguma influência –, foi alterada na undécima hora
a Lei de Diretrizes Orçamentárias, para livrá-la de incorrer em crime de
responsabilidade fiscal. Gastou alguns bilhões mais do que previa o orçamento.
O motivo para impeachment estava dado, não fosse a boia que o parlamento lhe
jogou.
Dos três caminhos à sua frente, o menos traumático
é a renúncia. A senhora foi eleita, mas sua vitória é questionada, acusam-na de
ter enganado o povo e ferido a lei. O casamento acabou por erro insuperável. O
povo quer o divórcio. De preferência, amigável. Renuncie, senhora Dilma, a
agonia do Brasil e a sua serão mais curtas. Vá para os pampas, um ótimo lugar
pra criar gado. Jango foi pra lá quando fugiu...
(*) Engenheiro.
Fonte: Publicado In: O
Povo. Fortaleza, 16/09/2015. Opinião. p.12.
Nenhum comentário:
Postar um comentário