Estamos no mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, o
coração que tanto nos amou e nos ama. O Sagrado Coração de Jesus é a fonte da
santidade. É a fonte da misericórdia, a fonte dos sentimentos bons, a fonte dos
pensamentos bons.
Um coração de onde emanam todas as virtudes, em especial
a humildade e a mansidão, virtudes que devemos estar em constante aprendizado,
como o próprio Jesus nos recomendou: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.
O sentido da devoção do Sagrado Coração de Jesus tem uma
mensagem muito profunda, que é adequar o seu coração, o meu coração, o nosso
coração ao Sagrado Coração de Jesus. Isso significa conformar, fazer com que o
Coração do Cristo pulse junto ao meu, e o meu coração pulse junto ao Coração de
Jesus. Significa revermos a nossa vida interior, porque, quando falamos a
palavra coração, não é coração órgão; é coração interior, é coração afeto.
O nosso interior pode ser uma alavanca de crescimento,
mas pode ser um poço de tristeza e, se não tivermos coragem de lidar com esse
mundo interior, nos pensamentos e sentimentos, tendo atitudes diferenciadas,
nós podemos viver perdidos, viver num emaranhado, numa teia que não termina
nunca e cada vez mais vai nos afundando.
Adequar nosso coração ao Coração de Jesus é observarmos
se os nossos pensamentos, o nosso falar, o nosso pensar e agir está de acordo
com os dEle. É percebermos se os nossos sentimentos e ações são próprios de
quem tem um coração como o de Jesus.
É dizermos para nós mesmos: Jesus não teria esse
pensamento, eu também não terei. Jesus não teria esse sentimento; eu também não
terei. No coração de Jesus não cabe amargura; então, eu não vou carregar
amargura. No coração de Jesus não cabe ódio; então, não vou carregar ódio. No
coração de Jesus, que é amor, não cabem mágoas; então, não vou cultivar mágoas,
intrigas, discórdias e desavenças, porque vou conformar o meu coração ao dEle.
Evitemos cultivar o que nos mata, nos destrói. Tiremos o
coração machucado, endurecido e coloquemos um coração de misericórdia, de amor,
como é o de Jesus. É bom repetir: não se trata de um órgão, mas do nosso ‘eu’
mais profundo.
Devemos ter a lógica de Jesus, e não a do mundo. Uma
lógica tão diferente que chegou a olhar para a mulher prostituta e ver nela a
possibilidade de conversão. Um coração que foi capaz de olhar para Zaqueu e
dizer: “Hoje vou à
tua casa”, porque tinha liberdade interior,
tinha um coração livre, puro. É esse coração que devemos ter.
Peçamos, então: “Tira, Senhor, nosso coração de pedra, incrédulo, duro,
desacreditado, decepcionado e nos dê um coração igual ao Teu, misericordioso,
compassivo, manso, humilde, pacífico, puro, santo e construtor da paz”.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 12/6/2017.
Opinião. p.23.
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