Antes de mostrarmos o
envolvimento de João, o “pseudo-sabido”, com a justiça, apresentamos ao leitor
a fábula de Esopo, “O
corvo e a cobra”. “Ao avistar uma
cobra dormindo num lugar ensolarado, um corvo faminto desceu voando e
arrebatou-a, mas ela se voltou e lhe deu uma picada. Então ele disse, prestes a
morrer: Pobre de mim! Encontrei esse achado e por causa dele, estou perdendo a
vida”. A fábula mostra que, para achar um tesouro, uma pessoa pode por em
perigo a própria vida. Pois bem, o “esperto” João, desde criança gostava de
enganar os professores e amiguinhos nos estudos e nas brincadeiras. Em casa,
não respeitava os pais, enfim era um menino problemático. Sua mentalidade, bem
como a forma de agir não mudou com o tempo. Já homem, com profissão definida,
gostava de tirar proveito em tudo e levar vantagens não éticas nos negócios
empresariais e, posteriormente, na política. João era considerado muito
inteligente e vocacionado para o sucesso. Todavia, em seu vocabulário esdrúxulo
não existiam as palavras dignidade e honestidade. Vários puxa-sacos, nas duas
atividades, consideravam João um homem de largo conhecimento. Era um vencedor
contumaz nas disputas nas áreas empresarial e política. Ficou muito rico e
detinha grande poder. No entanto, não se pode enganar sempre. As autoridades
perceberam que havia algo estranho e descobriram as infrações e crimes
cometidos por João. Foi denunciado, investigado, julgado e preso. A historia
mostra que a ambição pelo poder e pelo dinheiro, pode levar uma pessoa a perder
a liberdade, principio básico da cidadania.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 17/2/2017.
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