Precisamos agora é de juízo e bom senso. Eleições diretas só em 2018, como prevê a Constituição.
Um non sense!
Parece que o arsenal de maldades dos inimigos deste país não se esgota.
Inimigos, sim, pois, como tal, agiram na tarefa insana de arrasar o País. E
parece que os 13 anos de pilhagem e desmonte não lhes satisfizeram a gana, pois
agora não medem esforços em atrapalhar, por todos os meios, sua reconstrução.
Diante da
iminente derrocada do governo na enxurrada de destemperos que devasta o País,
vêm esses ativistas propor a falsa e sempre lembrada “solução salvadora”:
eleição direta para presidente. Não custa lembrar-lhes que Lula e Dilma,
responsáveis pela desgraça que vivemos, foram escolhidos pelo povo (sic)
diretamente em urnas eletrônicas. Precisamos agora é de juízo e bom senso.
Eleições diretas só em 2018, como prevê a Constituição.
Eleição direta
não é remédio sacrossanto e milagroso. Aqui já se elegeram por esta via, com
votos de protesto, macacos e rinocerontes de zoo, bodes e palhaços, numa
demonstração de que grande parte do nosso povo não leva a sério o compromisso
cívico da escolha de seus dirigentes. E reelege irresponsáveis de carteirinha,
demagogos e populistas audaciosos, mesmo depois de arruinarem a economia e
degradarem o País.
Eleição direta
para presidente, se Temer tiver de sair, é um despropósito. Temos uma
Constituição que, embora surreal, está em vigor e tem de ser respeitada.
Emendá-la agora para atender aos interesses de grupos recentemente expulsos do
poder, é uma dupla insanidade! Um processo traumático, demorado e de complicada
execução. E a Nação, exangue, teria prolongada sua agonia. Por pior que seja o
Congresso, a ele cabe escolher o presidente-tampão.
Democracia é um
regime político sofisticado que não sobrevive em qualquer lugar. Exige solo
fértil, o que, parece, não temos. Haja vista as frequentes turbulências
institucionais registradas na História recente. Implantá-la e mantê-la exige
esforço redobrado. Aqui vicejam as soluções de conveniência, o oportunismo, as
espertezas. Nada é consistente. Em toda parte, areia movediça que não nos
permite pisar firme.
Eleição direta
para o possível sucessor de Temer só interessa aos que, baseados em resultados
ocasionais de pesquisas, veem seu ídolo maior com chances de retornar ao poder.
Não importa quão sujo esteja seu nome na praça nem as graves acusações que
sobre ele pesam. Importa-lhes só que 30% dos entrevistados, ignaros ou
aproveitadores contumazes, se dispõem a apoiá-lo, de olho nas fruições de curto
prazo. O que pouco lhes importa é o futuro do País de seus filhos e netos!
(*) Coronel engenheiro reformado do Exército Brasileiro e
Membro do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará.
Fonte: O Povo, de 2/6/2017.
Opinião. p.15.
Nenhum comentário:
Postar um comentário