segunda-feira, 8 de abril de 2024

TUDO TEM SEU TEMPO

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Bravata é um país com um território amplo, banhado pelo oceano Ico, com muitas riquezas minerais e vegetais, possuindo bastante água doce (rios, lagos, lagoas e represas) e habitado por um povo, em sua grande maioria, bom, trabalhador, ordeiro e sempre buscando o desenvolvimento. Todavia, vez por outra, surgem minorias violentas com ódio no coração, que prejudicam o progresso de Bravata. Essas minorias não possuem formação cristã e são desprovidas de princípios éticos e morais. Os três Poderes Constituídos, infelizmente, não atuam de forma harmônica e independente, como estabelecido no documento jurídico e político que é a base de comportamento bom do povo bravatense. Certa vez a desarmonia foi tão intensa, prevalecendo a força do Poder Judiciário sobre os outros dois, ou seja, determinadas decisões deste Poder se tornaram parciais não cumprindo os princípios fixados na Carta Maior. Pior, ainda mais, um juiz, possuidor de uma vasta cabeleira, falava pelo restante da Corte e não considerava as prerrogativas do Legislativo e nem do Executivo. Este, em certas ocasiões, caminhava pacificamente com o juiz soberano. Os bravatenses corretos viviam momentos de tristeza e perplexidade. A força do referido juiz era tão grande que pouca importância tinha a Procuradoria Geral e a Guarda Nacional de Bravata, por exemplo. Aos amigos do juiz tudo; aos adversários ou inimigos nada. Nem a lei. É certo que a Guarda Nacional é formada, em sua grande maioria, por pessoas sérias, honestas e que amam a Pátria, merecedoras do respeito e consideração do povo bom de Bravata. É o caso do general Ruas Boas, homem do bem e de bem, líder ético maior da Guarda Nacional, apesar de suas limitações físicas. Por outro lado, compondo uma minoria, mas amigo do juiz mencionado, existe o general G. Anos, ex- ministro e amigo pessoal do viajante incansável. Os bravatenses de bem estão com receio de se expressar, de fazer críticas construtivas e de defender a liberdade, a justiça, a paz, enfim a democracia. Talvez essas pessoas que amam o país Bravata, pensem: “Vade Retro Satanás”. Moral da fábula: Manda quem pode; mas obedece quem não tem juízo.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, 15/09/2023. Ideias.

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