segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Anúncio de vacância de cadeiras da Academia Cearense de Médicos Escritores

COMUNICADO

A Academia Cearense de Médicos Escritores – Acemes – na pessoa do seu presidente Luiz Moura, vem a público declarar a vacância de três das suas cadeiras, quais sejam:

Cadeira 14 – Patrono Alarico Leite

Cadeira 17 – Patrono Heládio Feitosa

Cadeira 28 – Patrono Célio Girão.

Interessados em ocupar as referidas cadeiras, ora declaradas vacantes, obrigatoriamente médicos, nascidos e domiciliados no Ceará, com tempo mínimo de 25 anos de formados, conforme o artigo 7° do Estatuto da Academia, deverão apresentar suas candidaturas por intermédio do e-mail do Secretário Geral da Acemes, Geraldo Bezerra – gb.ggac@gmail.com – o qual fornecerá todas as informações de como se processará a inscrição.

O prazo de inscrição vai desde a data de publicação deste comunicado até dez dias antes da data das eleições, ou seja, até 21 de outubro de 2024, já que as referidas eleições estão marcadas para o dia 31 de outubro de 2024.

Luiz Moura

Presidente da Acemes


UMA VIDA POR UM DIA

Por Sofia Lerche Vieira (*)

O Brasil comemora com alegria suas escassas vitórias nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, onde o grande brilho é das mulheres. As histórias de vida dos atletas medalhistas veiculadas pela mídia deixam uma impressão de que a maioria deles parece compartilhar uma história de superação.

É bonito vê-los no podium, entre risos e lágrimas, celebrando uma vida de esforço e dedicação ao esporte em que se destacam. Os brasileiros, de algum modo, reencontram os sentimentos de autoestima que vivenciavam com Ayrton Senna ou com a conquista da Copa do Mundo pela seleção de futebol, coisa que há muito desapareceu de nosso sonho coletivo. Ao nos congratularmos com amigos e desconhecidos, expressamos tal familiaridade com estes seres especiais de alta performance, que até parecem velhos conhecidos; o que, de fato, não são.

O que faz um grande atleta, para além das virtudes já sabidas? Tomando por referência pequenos recortes das competições e falas dos vencedores, é possível construir uma imagem da força invisível por trás de cada estrela que lá chegou e se consagrou. Bia Souza, nossa judoca de ouro, é um exemplo de inspiração nesse sentido. Ao vê-la entrar em disputa, tem-se a visão de um ser com claro domínio da arena em que se move. Sua conduta no espaço do tatame difere da de suas adversárias que expressam de forma visível a tensão angustiante do momento. Movimentando-se com a calma e precisão de um felino, não perde tempo. Na hora exata, ataca. Sem deixar espaço para o erro, vence. Observá-la em cena faz lembrar um guerreiro zen. Um samurai. Uma deusa do Olimpo que desceu à terra...

Suas declarações trazem à pauta alguns de seus segredos: o esforço que faz valer "uma vida por um dia" e a aprendizagem de uma confiança que a levou a amar-se incondicionalmente, tal como é. Bia se assume e escancara a liberação de se reconhecer linda, feliz e totalmente fora do padrão. Eu me amo, ecoam suas palavras. Tu te amas? Valeria perguntar e repetir em coro a milhares de brasileiras em luta cotidiana na direção contrária. Bia, preta GG, mulher ouro, você é a cara do Brasil. Nós te amamos! 

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/08/24. Opinião. p.22.

domingo, 15 de setembro de 2024

O EMPRESÁRIO PÃO-DURO

O padre responsável por uma igreja em uma cidade do interior estava com muitos problemas: buracos no piso, assentos quebrados, problemas na fiação elétrica, o teto, então, tão furado que chovia mais dentro do que fora da igreja em dia de tempestade. E ele nem tinha dinheiro para comprar baldes.

Na mesma cidade tinha um empresário do ramo de agronegócios que era muito, muito rico, mas tinha fama de ser extremamente pão-duro. Mesmo assim o padre decide ligar pra ele e conta toda a situação da paróquia.

— Muito bem, responde o advogado, após ouvir o pároco, o senhor parece conhecer muito bem todo o meu patrimônio e minha renda, mas com certeza não conhece outros detalhes da minha vida, certo?

O padre diz:

— Não, o que acontece?

E o empresário continua:

— Por acaso o senhor sabe o valor do tratamento da minha filha excepcional?

— Não, não sei..., diz o padre, já envergonhado.

— E o senhor sabe que eu tenho um filho que também precisa de um tratamento médico caríssimo e que preciso importar medicamentos da Europa?

O padre mal conseguia falar de tanto constrangimento. E o empresário prossegue, já bastante irritado:

— E o senhor sabe também que o marido da minha irmã morreu em um acidente de trânsito com três filhos e deixou a família sem um tostão e cheio de dívidas??

— Desculpe, realmente não sabia... — diz o padre, com muita vergonha.

E aí o empresário responde:

 — E você acha que se eu não dou um tostão para eles, vou dar para as suas obras?!?

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


ALMEIDINHA ERA O HOMEM PERFEITO!

Um homem está caminhando pela calçada e chama um táxi que vai passando. Entra no táxi, e o motorista diz:

"Sincronia perfeita. Você é como o Almeidinha."

Passageiro: "Quem?"

Motorista: "Carlos Almeida... ele era um taxista que fazia tudo certo o tempo todo. Assim como agora, você precisando de um táxi e eu estar passando por aqui. Ele estava sempre no lugar certo, no momento certo. Coisas assim aconteciam com Almeidinha o tempo todo."

Passageiro: "Ninguém acerta tudo o tempo todo."

Motorista: "O Almeidinha, sim. Ele era um atleta incrível. Podia ter vencido o Grand Slam no tênis. Podia jogar golfe com os profissionais. Cantava como um barítono de ópera, e dançava como um mestre. E você deveria vê-lo tocando piano! Ele era admirável, perfeito sob todos os aspectos."

Passageiro: "Bem... parece que ele era mesmo alguém especial."

Motorista: "Tem mais. Ele tinha a memória de um computador e podia lembrar-se do aniversário de todo o mundo. Sabia tudo sobre vinhos, quais pratos pedir, com quais talheres comer, e ele podia consertar qualquer coisa. Não como eu. Eu troco um fusível e a rua toda fica no escuro. Mas Carlos Almeida nunca cometeu um erro, ele era perfeito!"

Passageiro: "Uau, que cara incrível, mesmo."

Motorista: "Ele sempre sabia a maneira mais rápida de dirigir no trânsito e evitar engarrafamentos. Não como eu, que sempre fico preso neles. Mas o Almeidinha jamais errou, e ele sabia realmente como tratar bem uma mulher. Ele era o melhor amante, levava sua mulher às alturas. Jamais retrucava, mesmo que ela estivesse errada. Suas roupas estavam sempre imaculadas e seus sapatos brilhando. Ele era o homem perfeito! Jamais cometeu um engano. Ninguém se compara ao Almeidinha."

Passageiro: "Esse Almeidinha era realmente fora de série. Como você o conheceu?"

Motorista: "Bem... na verdade, eu nunca conheci o Almeidinha. Ele morreu e eu casei com a viúva."

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 14 de setembro de 2024

OS PILOTOS CEGOS

A sala de espera estava lotada de passageiros para o voo 171, da Gaivota Airlines, que já estava meia hora atrasado. As aeromoças tentavam tranquilizar os passageiros, dizendo que a equipe de voo ainda estava a caminho, quando de repente aparece o copiloto, todo uniformizado, de óculos escuros e de bengala, tateando pelo caminho. Uma das aeromoças da companhia o encaminha até o avião enquanto os passageiros não acreditam no que veem. Ela logo trata de se explicar:

— Sei que pode parecer estranho, mas apesar do Comandante Walter ser cego, ele é o melhor copiloto da companhia!

Os passageiros ficam apreensivos e, alguns minutos depois, chega um outro funcionário, também uniformizado, de óculos escuros e de bengala, amparado por uma prestativa aeromoça, que toma a frente e diz, cheia de convicção:

— Senhores passageiros, apesar do piloto Inácio ser cego, ele é o melhor piloto da companhia e, juntamente com o seu irmão, formam a melhor dupla que esta empresa já teve!

Todos os passageiros ficam chocados e surpresos com a cena, mas mesmo assim decidem embarcar no avião. O comandante avisa que o avião vai levantar voo e começa a correr pela pista, cada vez mais rápido. Todos os passageiros se olham, suando e com muito medo da situação. O avião vai aumentando a velocidade e nada de levantar voo. A pista está quase acabando e o avião nem dá sinal de sair do chão. Todos começam a ficar cada vez mais apavorados. O desespero toma conta dos mais medrosos, enquanto alguns ainda ficam firmes, confiando na competência cega dos pilotos. Alguns segundos depois nem esses se seguram e todos começam a gritar histericamente e só se acalmam quando o avião decola, ganhando o céu, subindo suavemente, provando a competência dos pilotos cegos. Todos ficam aliviados até que o piloto, que ainda não havia desligado o microfone, vira-se para o copiloto e diz:

— Já pensou se algum dia o pessoal não gritar?

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

O GAGUINHO E O RECADO IMPORTANTE

No domingo à tarde, toca o telefone na casa de Paulo, o gaguinho da vizinhança:

— A... a... a... alô? Quem está do outro lado da linha é Reinaldo, irmão de Edson, um vizinho.

— Paulinho, você precisa fazer um favor para mim.

— Po... po... po... pois não... – diz o gago.

— Eu estou tentando ligar no apartamento e no celular do Edson mas ele não atende de jeito nenhum! Acho que o telefone está cortado ou ele está sem crédito. Presta bem atenção no que eu vou te dizer, é um recado urgente!

— Si... si... si, si, sim... Po-po-po-pode fa... fa, fa-falar... E então Paulo ouve todo o recado. Minutos depois, ele toca a campainha no apartamento do Edson, que atende a porta.

— Bo... bo... bo-bo-boa tarde, vi... vi-vi-vi...zi...vizinho.

— Boa tarde, Paulinho, meu querido, o que manda? E então ele tenta explicar:

— Te-te-te-tenho que... que... que-que que te falar que... que-que... Edson, sem paciência, responde:

 — Fala logo! Não tenho muito tempo!

— Eu esto-to-to... estou te-te-tentando, ma... ma-ma-mas na-na-na-não co... co-co-con-si-si... consigo!

E então Edson diz:

— Espera aí! Eu já ouvi dizer que gago não gagueja quando canta.

Então fala cantando!

 — Tu-tu-tudo be-bem, diz o gago.

E completa:

— Olê, olê, olê, olá! Sua avó morreu, amanhã vão enterrar!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

TABAGISMO TEM TRATAMENTO: em Fortaleza, Hospital de Messejana é referência

Por Karine Lane, jornalista de O Povo

Em entrevista ao O POVO+, a médica pneumologista Penha Uchoa, coordenadora do Programa de Controle ao Tabagismo do Hospital de Messejana, analisa o panorama no Brasil e explica como funciona esse acolhimento. Confira a seguir:

O POVO+ — O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart (HM) é referência no tratamento de fumantes. Existem números de quantos pacientes já passaram pelo Programa de Controle ao Tabagismo nessa unidade? Qual o perfil desse público?

Penha Uchoa — O Programa de Controle do Tabagismo do Hospital de Messejana (PCT/HM) atende cerca de 40 novos pacientes a cada mês. Destes, a maioria é do gênero feminino (65%), com idade média entre 47 a 50 anos, 90% iniciou tabagismo antes dos 15 anos, e fumavam em média 33 maços por ano.

OP+ — Quais são as principais dificuldades que essas pessoas apresentam ou enfrentam durante o processo de abandono do hábito e como o programa ajuda a lidar com elas?

PU — Uma série de fatores dificultadores do processo da cessação tabágica já está bem descrita na literatura e a nossa população não difere nesse aspecto; a síndrome de abstinência é o principal deles, representa um verdadeiro vilão que amedronta e desencoraja o fumante. Além disso, a elevada dependência à nicotina, em especial naquele indivíduo que fuma um número grande e frequente de cigarros na rotina diária. A motivação e auto eficácias baixas também são identificadas em portadores de distúrbios psiquiátricos, pessoas com baixos níveis socioeconômico e educacional para entender e aderir à nova proposta de vida, após tentativas frustradas de cessação prévia; e portadores de comorbidades pulmonares, câncer e cardiovasculares, que se sentem constantemente pressionados pela família e sociedade. Pessoas cujo tratamento intensivo e prolongado requer esforço adicional para a parada.

A equipe multiprofissional do Programa oferece a esses pacientes um atendimento em grupo em que se discute os aspectos gerais do tabagismo como doença, que se caracteriza por dependência física, comportamental e psicológica, além da dependência nicotínica, da síndrome de abstinência e do tratamento.

De posse do conhecimento a respeito da sua doença, o paciente é encaminhado para uma escuta individual, em que a equipe utiliza algumas ferramentas de motivação para que o fumante mantenha o foco no objetivo central e mantenha o enfrentamento dessas dificuldades; deixando bem claro que ele é o protagonista das ações necessárias da mudança de estilo de vida para se atingir o sucesso sustentável, ou seja, que se torne um ex-fumante.

OP+ — Nos últimos anos os cigarros eletrônicos protagonizaram as campanhas de combate ao tabagismo no Brasil e no mundo. Na prática do dia a dia você observa que há uma crescente no uso desses dispositivos ou o que prevalece é o cigarro comum? As redes sociais podem ter alguma influência nessa difusão dos cigarros eletrônicos entre os jovens ou é algo que pode ser apontado como geracional?

PU — Importante enfatizar que a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas no Brasil, por meio da resolução de diretoria colegiada da Anvisa (RDC) nº 46, de 28 de agosto de 2009, em nível local também há proibição através da Lei nº 17.760, de novembro de 2021.

Atualmente os cigarros eletrônicos (CE) são comercializados no mundo em versões modernas e atrativas, contendo alta concentração de sal de nicotina, para acelerar trânsito da nicotina ao SNC e potencializar a dependência, além de substâncias com potencial inflamatório e cancerígeno, como propileno glicol, glicerol; acetaldeído; formaldeído; metais; nitrosaminas; saborizantes e flavorizantes que estimulam a experimentação e iniciação ao fumo.

A possibilidade de manipular o cigarro com adição de várias outras substâncias aumenta o risco futuro para dependência a outras drogas.

Apesar da proibição da propaganda e venda dos cigarros eletrônicos no Brasil, ambas acontecem facilmente através de várias plataformas da internet, festas alusivas ao uso dos vapes são divulgadas e propagadas de forma avassaladora nas redes sociais, que contribuem para a disseminação rápida e crescente do uso desses dispositivos, especialmente entre o público jovem.

Dados do estudo Covitel mostraram aumento da experimentação no Brasil no primeiro trimestre de 2022, sendo 7% de uso ocasional e 2.2 % de uso diário; destes, 20% se encontrava na faixa etária de 18 a 24 anos. Isto revela que as pessoas estão fazendo uso ilegal, têm fácil acesso, mas ainda há dificuldade para o consumo diário.

Esse cenário pode estar atrelado à questão do modismo do cigarro eletrônico entre os mais jovens, curiosidade, sabor, cheiro e a percepção de menor perigo.
Forte atração pelo design arrojado, mudanças frequentes de modelos, cores, sabores e manipulação de componentes, reflexo das táticas da indústria para oferecer tabaco de forma mais atrativa para esse público.

Impacto na saúde a curto prazo: há evidência conclusiva de risco após exposição aguda: intoxicação; lesões de pele, queimaduras, inalação aguda com consequente irritação da garganta, náuseas e tontura.

Há relatos de caso de bronquiolite aguda grave, surto de EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico) caracterizada por sintomas respiratórios agudos como tosse, dor torácica e dispneia que pode evoluir para insuficiência respiratória aguda, associada ou não a dor abdominal, diarreia e vômitos.

Em longo prazo, há evidência de risco para doenças crônicas não transmissíveis como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença arterial coronariana (DAC) e câncer de pulmão.

Até o momento, não há evidência conclusiva do uso para a cessação tabágica e risco maior de tabagismo dual. No meio ambiente os prejuízos estão relacionados à produção de lixo não biodegradável, incêndios e poluição tabágica ambiental, que é a principal causa de poluição intradomiciliar.

O impacto na saúde pública é bastante negativo, uma vez que o aumento da experimentação e uso no Brasil trouxe à tona uma amostra de fumantes com desenvolvimento de dependência mais rápida e mais elevada.

Esses dispositivos, em vez de aumentar a cessação tabágica, na realidade, representam uma ponte para tabagismo dual (tabagismo convencional adicionado ao eletrônico) ou, situação mais grave ainda, que é uso de múltiplas drogas, poliadições.

Isso representa um retrocesso para a saúde pública brasileira que, através de processos envolvendo o binômio educação e legislação, já conseguiu avanços como a redução da prevalência tabágica de 35% no final da década de 80 para 10% em registros mais atuais.

OP+ — Alguém que fuma há cerca de 10 anos e resolve abandonar o hábito ainda consegue restaurar a saúde do organismo ou diminuir as chances de desenvolver doenças mais sérias? Quais os principais malefícios que essa pessoa está evitando ao deixar o cigarro?

PU — Sempre é benéfico parar de fumar, em qualquer situação, independente da idade. Porém é necessário que se entenda que se o paciente, antes de parar de fumar, já apresenta alguma doença crônica associada ao tabagismo, obviamente essa doença não tem cura, mas terá melhor prognóstico e o paciente evolui com melhor qualidade de vida e sobrevida.

Por outro lado, se o indivíduo parar de fumar e não tiver contraído ainda nenhuma doença crônica associada ao tabagismo, ele poderá evitar uma série de doenças, especialmente do trato respiratório, sistema cardiovascular e cânceres variados. Além de outras vantagens como melhora da autoestima; redução ou cessação de crises de tosse, asma ou DPOC e redução de complicações pós-operatórias.

No caso específico, a proteção de um indivíduo que para de fumar há 10 anos engloba vários aspectos; de 5 a 15 anos, o risco de AVC é reduzido ao de um não fumante. Em 10 anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão é cerca de metade da de um fumante. Além disso, entre 10-15 anos, o risco de doença cardíaca é igual ao de um não fumante.

O que ocorre no seu corpo se você parar de fumar?

OP+Como uma pessoa interessada em deixar de fumar pode buscar serviços de saúde para auxiliar nesse processo? No caso do HM, qual é o processo e que tratamento é oferecido a esses pacientes?

PU — As unidades básicas de saúde representam a principal porta de entrada para o tratamento dos fumantes e devem ser capacitadas para tal.

O Hospital de Messejana atende usualmente e prioriza pacientes que receberam alta das suas unidades de internação, aqueles com doenças pulmonares ou cardiovasculares definidas, em especial o grupo que se encontra em fase pré-operatória ou lista de transplante; e ainda oferece vagas para a população geral durante as campanhas alusivas à comemoração dos dias mundial e nacional de combate ao fumo.

O programa de controle do tabagismo do Hospital de Messejana segue o tratamento padrão recomendado pelas diretrizes internacionais e nacionais, que inclui a abordagem comportamental e a terapia medicamentosa.

Recomendações para quem deseja parar de fumar

Para tal, inicialmente, o paciente passa por uma avaliação médica em que se registra seus dados pessoais, sintomas e queixas clínicas atuais, presença de comorbidades, grau de dependência nicotínica, história tabágica (tentativas de parar de fumar e uso de medicamentos previamente) e estágio de motivação.

Caso esse paciente esteja preparado para a ação de parar de fumar, ele será admitido no grupo de apoio e acompanhado por profissionais de saúde habilitados para lidar com o processo da cessação tabágica.

O tratamento é dividido em dois módulos: o primeiro, com duração de 4 semanas, tem como objetivo principal a preparação para o dia D de parar de fumar.

15 motivos para deixar de fumar

A partir da escolha desse dia, estratégias são criadas para se afastar do comportamento habitual para fumar, como mudança do ambiente de casa e do trabalho, se possível.

Nos momentos de fissura, o fumante deve tomar bastante líquido, chupar gelo, mastigar algum alimento forte para combater a vontade de fumar (gengibre, cravo, canela, etc.).

Essas ações acontecem em conjunto com o uso dos medicamentos, que promovem o alívio da síndrome de abstinência e tornam possível o parar de fumar com o menor sofrimento possível.

Na sequência, acontece o segundo módulo, cujo objetivo é a prevenção da recaída e a percepção dos pequenos ganhos em curto prazo. Tem duração média de 3 meses, que é um tempo mínimo para manutenção do tratamento medicamentoso, utilizado para aliviar a abstinência.

Passado esse período, o paciente é revisto em momentos pontuais das datas comemorativas que acontecem no próprio hospital e recebe alta com 1 ano, quando se torna um ex-fumante.

OP+ — Existem estratégias específicas a depender do perfil de cada paciente? O vício pode estar associado a questões de saúde mental que demandem outras abordagens, por exemplo?

PU — O tabagismo é uma doença neuro comportamental e esse dado deve ser incorporado durante a história tabágica. Os indivíduos que fumam tendem a apresentar mais ansiedade, são mais impulsivos e apresentam mais traços de neuroticismo, psicoticismo e histórico de distúrbios depressivos.

O conhecimento desses fatores psicológicos e/ou psiquiátricos associados ao tabagismo são essenciais para uma melhor condução e individualização do tratamento do fumante.

A estratégia do plano de ação para o dia D de parar de fumar segue os mesmos passos de um paciente sem distúrbio psiquiátrico, porém é necessário se avaliar o estado atual do paciente através de contato prévio com o médico assistente, assim como também se avaliar as medicações em uso e possíveis reações cruzadas ou contra indicações dos medicamentos que são utilizados para a cessação tabágica.

Em virtude das peculiaridades dessa população, estudos mostram que a duração do tratamento pode ser prolongada, além dos três meses padronizados.

Todo paciente precisa entender como a dependência nicotínica afeta sua rotina e que mudanças a serem implementadas só acontecerão se houver a consciência da escolha de um novo estilo de vida, mais saudável.

A parceria com a equipe de tratamento psiquiátrico/psicológico é essencial para que se atinja o objetivo comum de parar de fumar.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 1/09/2024. Ciência & Saúde. p.14-15.


Crônica: “Nunca peça penico, jamais peça pra obrar e sair!” ... e outro causo

Nunca peça penico, jamais peça pra obrar e sair!

Oportunidade apareceu e Zé Milton, bufo! Agarrou! Se mandou pra China, aos 30 de idade. Lá trabalhou por 35 anos com catrevagens que fazem o maior sucesso nos sex shops daqui - algemas de metal, lubrificantes corporais, lingeries, vibradores. Pois bem. O homem voltou de lá rico, trazendo da Ásia três caixas grandes desse material, guardadas a sete chaves no apartamento de 250m2 comprado à vista. Ultrapassando hoje a casa dos 60, botou os pés na terrinha e casou. Tá junto com a mulher tem semanas; parelhos na idade.

Ela não sabia dos produtos made in China escondidos, vindo a descobrir as tais caixas mais tarde, sem, contudo, abri-las e ver os conteúdos.

- Zé! Que caixonas são essas na despensa?

- Perfumes, Glorita! Perfume que eu trouxe da China!

- Cheiro estranho! Bora rebolar no mato?

- Bora, amor! Você que manda! Jogue fora tudim!

Autorizada a ver-se livre daquilo, Glorita pede ao zelador do prédio que dê fim aos "perfumes", acondicionados nas enormes caixas de papelão, contendo dezenas de caixotes nelas. Crente que era algum Vetiver vencido, o encarregado da limpeza do condomínio ficou com uma caixinha, pra presentear a paquera Virgínia, solteirona da igreja que frequenta, nunca dantes flagrada com alguém. A "moça véa", cara de desdém, abre a caixa lentamente, joga a mão dentro e... ó susto magistral! Agarra (ainda na validade) um vibrador ponto G aveludado com formato golfinho. O grito dela?

- Aaaaaaaaaaiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!! Meus Deus!!!!!!!!!!!!!!! Santo, santo, santo!!!!!!!!!!!!!

Resultado, largou a igreja e pediu o zelador em casamento. A declaração, sábias frases de um para o outro:

- Nunca peça penico, meu bem! Corra atrás dos seus sonhos que nem eu!

- Glorita.

- Pedir pra obrar e sair antes do jogo terminar, jamais! Você se garantiu, querida! - zelador.

O céu é dos pedreiros

Nêgo Zezé da Cabras, da Vila dos Industriários, foi o melhor meia-direita que vi em campo, além de mestre de obra de inigualável gabarito. Joelho quengado, largou a pelota e maneirou na construção civil. Há um ano, pra não ficar parado, entrou pra lei dos crentes. Aos domingos, irmão Zezé agora arrasta multidão ao culto: mulher, filhos, demais parentes e aderentes e amigos que lhe comungam a fé fervorosa; uns 30 vão com ele, em média, rezar. Obreiro querido, trabalhador da última hora, craque evangélico.

Numa das pregações vespertinas, o pastor ensina que seremos todos julgados por nossas obras. Pessoal do Zezé aplaude efusivo a assertiva, voltando o olhar para o recém-convertido, como a constatar sem nenhuma dúvida: "Esse é o cara, Senhor! Tem obra a mostrar! E é de ruma!" Pastor insiste: "Só as obras interessam na Contabilidade Divina". De novo Zezé é saudado pelos seus, com singular admiração. "Tem lugar garantido no Paraíso". Gente chorando de emoção.

Terminado o culto, do lado de fora do templo, um dos familiares - o mais afoito e animado, bem fortão - bota o ex-meia-direita nos ombros e comemora, aos gritos.

- Aleluia, Senhor, aleluia! Tio Zezé vai 'dicretado' ao encontro de Jesus!!!

O próprio eleito do Pai Celeste, ao que parecia a todos, se pronuncia enfim. E todos entendemos mais perfeitamente o porquê da certeza de que ele é o ungido:

- Realmente, como mestre de obra levantei 50 casas, 30 bodegas e oito oficinas. Sem contar que, avulso, reboquei 200 muros, pintei 300 paredes e cimentei 17 fossas etc....

Fonte: O POVO, de 26/07/2024. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

ELDA, A MULTIFACETADA

PREFÁCIO (*)

No limiar desta despretensiosa crônica, quero agradecer penhoradamente ao Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva pelo honroso convite para prefaciar uma notável obra, cuja protagonista é uma das mais extraordinárias pessoas que tive a subida honra de privar de sua amizade. Conheci dona Elda, carinhosamente chamada de ELDINHA, quando em 1972, recém-casada fui ser sua vizinha no último quarteirão da Rua Domingos Olímpio.

Inicialmente nossas conversas eram esporádicas tendo como cenário o murinho que dividia as áreas de acesso às nossas residências. A aproximação maior teve como gênese minha primeira gravidez. Ela, com toda sua experiência de mãe de "várias viagens", supervisionou a montagem de enxoval do bebê, bem como esteve presente em todas as consultas do pré-natal, haja vista que minha mãe e minha sogra moravam no município de Jaguaruana, distando 180 Km de Fortaleza.

Diariamente ia fazer-me uma visita e certificar-se de que eu não estava precisando de nada. Epifânio Terceiro nasceu, para gáudio meu e de Epifânio Pai e foi ELDINHA quem deu o seu primeiro banho. Eu estava ali de pé, observando e aprendendo.

Mesmo após a nossa mudança para o bairro das Damas mantivemos contatos frequentes com o ilustre casal e seus filhos.

Quando eu necessitava sair para resolver algumas questões no centro da cidade, dona Elda não confiava que o pequeno Epifânio ficasse aos cuidados de nossa secretária; escalava uma de suas filhas para ficar fazendo guarda à criança.

Convidamos o casal Luiz Carlos da Silva e Elda Gurgel e Silva para padrinhos do nosso segundo filho, o George. Este clima de grande amizade e excelsa fraternidade durou por meio século, quando Deus chamou ELDINHA para a eternidade, o que havia feito vinte anos antes em relação ao Dr. Luiz Carlos, advogado dos mais laureados nas hostes do Direito Trabalhista.

ELDINHA nos dias atuais seria considerada uma pessoa multifacética. Atuava com muita eficiência e eficácia em vários campos, ou sejam: esposa, mãe, dona de casa, excelente vizinha, voluntária na Igreja Católica, onde exerceu as elevadas funções de Ministra da Sagrada Comunhão, e solidária para com as pessoas que estivessem passando por uma dificuldade temporária ou permanente.

Foi também uma extraordinária artista plástica, sendo especializada na produção de tapeçarias para exposição em paredes. As páginas desta magnífica obra mostram várias de suas notáveis criações.

Espero, sinceramente, que o texto acima possa levar o leitor a entender a personalidade, bem como a alma de um grande extraordinário ser humano que já passou por este mundo e deixou um rastro de muita luz e bondade.

Aldênia Coelho Rocha Menezes

Amiga e comadre de Elda Gurgel e Silva

(*) Prefácio do livro "A HISTÓRIA DE ELDA - A matriarca da família Gurgel-Carlos". Autores: Marcelo, Mirna e Paulo Gurgel. O dia de hoje (11/09) assinala o aniversário natalício de Elda Gurgel e Silva, que estaria completando 94 anos, se viva fosse.

Postado por Paulo Gurgel no Blog Linha do Tempo em 11/09/2024.

http://gurgel-carlos.blogspot.com/2024/09/elda-multifacetada.html


O QUE VOCÊ CONTA DO JARDIM DO TJA?

Por Izabel Gurgel (*)

Hoje às 15 horas tem visita guiada pela arquiteta Fernanda Rocha ao jardim do Theatro José de Alencar, projeto do escritório Burle Marx. É aniversário de nascimento do poeta dos jardins (1909-1994), que não vai morrer nunca.

José Cassiano da Silva (2014-2003), o estimado Muriçoca que a partir de 1991 se torna porteiro do TJA, contava da roça ali cultivada. Plantou e colheu milho e feijão. Ele conheceu o teatro na década de 1930, quando de sua primeira vez em Fortaleza. Vinha do Crato, para onde retornou. Trinta anos depois, começaria a fazer parte do dia-a-dia do teatro como contrarregra.

No processo de criação do espetáculo "Felipe, Brasil", o bailarino e produtor cultural Felipe Araújo nos faz ver passar pelo jardim onde tanto dança (em cena e em festas) a história de amor dos pais dele, Ana e Marcos.

Cada participante do Curso Princípios Básicos de Teatro 1980 ensaiou pelo menos uma vez no palco ao ar livre ou no espaço interno entre as palmeiras leque de Fidji e os velhos oitizeiros. Não? Então passou antes ou depois da aula do curso existente desde a década de 1980, uma criação dos atores João Andrade Joca e Paulo Ess.

Artistas da cia francesa La Belle Zanka se aqueceram ali antes do passeio em gigantes pernas de pau (na verdade, metálicas) pela Praça José de Alencar e adjacências quando do Zona de Transição. No mesmo encontro festivo, o Grupo Garajal, de Maracanaú, fez Shakespeare no modo brincante: "Romeu e Julieta".

Ouvi mais de um relato de sonho tendo o jardim se desdobrando como espaço onírico: a folharada a migrar durante uma ventania que fazia os pés de jucá e pau-ferro se curvarem, o palhaço Trepinha (1927-2012), da dimensão onde se encontra, veio e sentou para olhar dali o teatro onde viveu mais de quarenta anos e ao qual chegou pelas mãos de outro mestre do riso dito popular, Clóvis Matias (1913 - 1998).

O artista visual Solon Ribeiro projetou imagens de cinema na vegetação do jardim. Foi no jardim, a abertura da conferência Vozes da América, da latina América e Caribe de tantos idiomas.

Jardim cena e cenário de casamentos, aniversários e bailes como o dos 90 anos do TJA, quando Chico Veloso dançou com a bailarina fantasma. Arquiteto da equipe do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Veloso conhecia o teatro, literalmente, de cima a baixo, e de cotidianos. A moça lhe disse que há anos vivia ali. Ele nunca a viu. Nem antes, nem depois. E pasmou quando se deu conta de que ninguém mais a viu no baile. Nem com ele, nem só, nem com outras pessoas.

Gente que trabalha no Centro vai ao jardim para tirar um cochilo com sapatos fazendo de travesseiro. Crianças fazem o que gente grande talvez tenha vontade de fazer e se contém: dão uma carreira, percorrem o espaço para inscrevê-lo nos próprios corpos.

Uma vez, um menino, de pé em um dos bancos de concreto, olhos fechados e braços abertos sob o sol, rosto iluminado pelo que lhe acontecia e pelo frescor da água dos aspersores, pergunta para a guia Vilani Moreira Barbosa, querendo saber de si: "Tia, o que é isso que eu tô sentindo?". Tão Clarice a pergunta, não é, Noandro Menezes? A fantasia do Noandro para o baile de Carnaval este ano no jardim reproduzia uma foto de Burle Marx, aquela da viçosa folha de filodendro com o jardineiro vivendo o que a pergunta do menino tenta alcançar.

(*) Jornalista de O Povo.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 4/08/24. Vida & Arte, p.2.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Lançamento do Nº 8 da Revista Anual da ACEMES

A Diretoria da Academia Cearense de Médicos Escritores (ACEMES), durante o Setembro Cultural do Ideal Clube, conduziu o lançamento do Nº 8 da sua Revista anual.

O evento teve lugar no Ideal Clube, no Espaço José Telles, em Fortaleza-CE, em 10 de setembro de 2024 (terça-feira).

A obra, contendo a produção literária dos confrades e de membros honorários desse sodalício, foi apresentada pelo médico e escritor Lúcio Alcântara, que foi secundado em seu discurso pela fala de saudação proferida pelo confrade João Martins.

Participei desta obra com tres produções literárias: “Medicina da UFC 1977-2022: 45 anos de formatura da Turma Prof. José Carlos Ribeiro”, “Os médicos sanitaristas concursados da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará”, e “Fragmentos de Vida: nótula à guisa de prefácio”.

A revista exibe uma parte introdutória, sob o título “Canto de Amor por José Maria Chaves”, que reúne mais de duas dezenas de notas de pesar e mensagens dos confrades da ACEMES dirigidas ao nosso ex-presidente de honra José Maria Chaves que, em 3 de março de 2024, partiu do nosso convívio terreno e foi “escrever na dimensão superior”

Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro da Sobrames-CE e da ACEMES


A 4ª CAPITAL QUE MAIS INVESTE EM SAÚDE

Por Galeno Taumaturgo Lopes (*)

A saúde está no centro da sociedade e, para a sua condução, faz-se necessário um olhar preciso e sensível, com o constante acompanhamento e monitoramento de recursos capazes de prevenir eventuais instabilidades que possam afetar a vida da população.

Fortaleza é reconhecida como a quarta capital brasileira que mais investe em saúde. Tal posição resulta da soma de muitos fatores, como o estratégico uso de dados estatísticos - técnicos para embasar decisões da gestão em conformidade com a lei e as demandas prioritárias do cidadão.

A gestão assume como essencial a oferta de procedimentos gratuitos como vacinação, consultas, exames e distribuição de medicamentos, além de uma infraestrutura moderna e segura e os constantes investimentos em capacitação e qualificação dos trabalhadores da saúde.

A cidade recebeu neste ano 16 novos postos de saúde em áreas que antes não eram amparadas pela Atenção Primária. Antes desse avanço, moradores de bairros distintos precisavam se deslocar para unidades distantes de suas residências para ter acesso aos serviços dos postos de saúde. Agora há estruturas adequadas, modernizadas e equipamentos qualificados perto de suas casas.

Fortaleza contará até dezembro com 134 postos de saúde distribuídos por todas as regionais administrativas, além de seis carretas que prestam serviços itinerantes, uma inovação nunca antes realizada. Também estão sendo articuladas 551 equipes de saúde que cobrirão 80% do território municipal.

A Secretaria da Saúde de Fortaleza conta ainda com 31 Tuk-Tuks dos Remédios, veículos ágeis que levam remédios e insumos diariamente para as residências de pacientes acamados e idosos acima de 80 anos, todos rigorosamente cadastrados.

E com foco no que virá, o Município de Fortaleza está investindo em tecnologia avançada através de uma Central de Comando que pode acompanhar com cuidado e precisão a operacionalização de cada unidade. A inteligência artificial utilizada pela Secretaria de Saúde de Fortaleza é uma plataforma inédita no Nordeste, a qual transforma dados de saúde em informações que auxiliam na tomada de decisões. Isso propicia à gestão mais eficiência e reforça a busca ativa de usuários em todo o Município. O foco é avançar cada vez mais priorizando sempre o bem-estar da população da nossa cidade.

(*) Secretário de Saúde de Fortaleza. Médico urologista e fundador do Centro de Atenção à Saúde do Homem (Cash).

Fonte: Publicado In: O Povo, de 22/08/2024. Opinião. p.21.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

CONVITE: Lançamento do Nº 8 da Revista Anual da ACEMES

O presidente da Academia Cearense de Médicos Escritores (ACEMES), Dr. Luiz Gonzaga de Moura Jr., convida para o lançamento do Nº 8 da Revista Anual da ACEMES.

A revista, de autoria dos membros titulares da ACEMES, será apresentada pelo médico e escritor Acad. Lúcio Alcântara.

Local: Ideal Clube – Av. Monsenhor Tabosa, 1.381, Meireles - Fortaleza

Data: Dia 10 de setembro de 2024 (terça-feira). Horário: 19h30min.

Traje: Esporte fino.


DIVERTIDAMENTE VELHAS

Por Márcia Alcântara Holanda (*)

Recentemente, minha amiga Rita e eu decidimos ver o filme "Inside Out 2" (Divertida Mente 2). No cinema contei que quando falei em casa que íamos assistir, veio uma celeuma: "Vocês vão ver filme de adolescente? Estão regredindo?" Respondi sem titubear: "Sim! Somos velhas, mas ainda temos vida e curiosidade para conhecer quais e como são as emoções dos adolescentes hoje."

Rita perguntou: "Pra quê? Já passou!" Eu disse: "Sim, mas a resenha do filme trata de emoções da adolescente Riley vividamente. Vale a pena conhecer." Ela disse: "Vai nos fazer refletir sobre nossas próprias emoções agora." Concordei.

Foi 1h20min fixada à abordagem inteligente e perspicaz de emoções humanas, retratadas em formato eletrônico que ditavam a mente de Riley. Emoções, representadas de forma personificada como alegria, ansiedade, vergonha, tédio, tristeza, se manifestavam conforme Riley vivia. Mostrando como ela reagia a cada uma, em atitudes e ações.

Esse movimento nos abriu bem os olhos, apurou os ouvidos e gargalhamos das representações ora ingênuas, ora sarcásticas, mas sempre bem decodificadas. Vimos emoções esbarrando, desolando-se, descontrolando-se, crescendo e escondendo-se o quanto podiam. A ansiedade que agitava as cenas não venceu a alegria que driblava a força das crises ansiosas. Cada emoção surgia conforme Riley vivia.

Filme contagiante: Da alegria ao desgosto, uma emoção divertida. Reconhecemos através delas como influenciam nossas vidas, mesmo velhas. Temos momentos simples que trazem alegria, perdas que entristecem, raiva que desonera a mente e nos faz agir, às vezes, com incongruência. As injustiças sociais que tornam os velhos invisíveis desolam, geram tédio e, às vezes, melancolia.

Entusiasmadas com as cenas conectamo-as às nossas vidas. Rita disse: "É bom lembrarmos da célebre afirmação de Sartre em 'A Idade da Razão', de que a velhice é irrealizável porque as limitações corpóreas impostas pela idade podem nos impedir de alcançarmos uma síntese plena de nossa identidade e consciência." Concordei: "Isso mesmo, mas não nos impede de ajustarmos nossas perspectivas viabilizadoras, como e quando quisermos e pudermos. Liberdade para isso, os velhos têm."

Tomamos um café e nos abraçamos, marcando uma apresentação de jazz no CLUBE 5 e nos divertir, velhas assim.

(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro honorável da Academia Cearense de Medicina.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 14/08/2024. Opinião. p. 19.


segunda-feira, 9 de setembro de 2024

SEMPRE HÁ O QUE APRENDER

Por Maximiliano Ponte (*)

Sou um veterano-iniciante no judô. Veterano pela idade. Iniciante pelo pouco tempo de prática. Sou faixa laranja. Para adultos, acima apenas da branca e da amarela. Como iniciante tudo é novidade, fascinante para mim. Como veterano, acabo sendo, talvez, um pouco mais reflexivo com as experiências que adquiro na prática desta arte marcial.

Recentemente participei de um campeonato de judô. As lutas entre atletas veteranos se dão entre pessoas do mesmo sexo, com idade e peso aproximados, independentemente da faixa. Meu oponente foi um faixa preta, com excelente e longo retrospecto de lutas. Fiz com ele duas lutas e perdi ambas. Mas aprendi uma coisa interessante.

Diante de um oponente que consideramos muito mais forte, podemos tender a pensar que seus ataques são muito mais efetivos do que de fato são. Nas duas lutas que fiz, pensei que as quedas que levei no início dos combates haviam sido ippon, o golpe perfeito, que leva ao término imediato da luta. Mas não foram. Em virtude desse erro de percepção, perdi alguns instantes preciosos, demorando a voltar a me defender.

Quando de antemão consideramos o oponente como imbatível, antecipamos nossa derrota. Corremos o risco de vermos todas as suas investidas como perfeitas e fatais. Mas o golpe pode não ter sido tão preciso. Ou pode até ter sido, mas você pode ter subestimado sua capacidade de se defender de um golpe que te levou a queda. É importante sempre lembrar que nem toda queda é uma derrota necessária e imediata. E ainda, mesmo caído, em muitas situações ainda dá para seguir lutando.

Numa primeira versão deste texto, qualifiquei meu oponente de "grande judoca". Um amigo judoca, e psiquiatra como eu, comentou: "você já o chamou de grande judoca, ele está grande na sua mente, não respeite faixa, nem fama". Algo análogo ao ensinamento do senhor Kano, fundador do judô: "Quem teme perder, já está vencido". Assim, meu aprendizado principal foi: o primeiro oponente a ser vencido somos nós mesmos. No tatame ou na vida, cuidado com o que você faz com a valoração que faz do oponente (problema ou desafio) e foque nas suas estratégias de enfrentamento. Do contrário, poderá sentir, como eu senti, todos os golpes como avassaladores e fatais. Então, respeitosamente, não respeite (no sentido de "não se apequene ante") seu oponente.

(*) Médico psiquiatra e judoca.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/08/2024. Opinião. p.19.

 

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