É com pesar que registro o falecimento, ocorrido hoje (15/03/2010), do Prof. Dr. Carlos Maurício de Castro Costa. Carlos Maurício, mais conhecido, carinhosamente, por Mauricinho, graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1971, tendo sido colega de turma do meu irmão Paulo. Toda a sua formação pós-graduada, transcorreu na Université Catholique de Louvain / Katholieke Universiteit Leuven, na Bélgica, a saber: Especialização em Neurologia (1978), Mestrado (1979), Doutorado (1986) em Ciências Médicas, Pós-Doutorado em Neurofisiologia (1992) e Pós-Doutorado em Neurologia (1995).
Era Professor Titular de Neurologia/Neurofisiologia da UFC, trabalhando, efetivamente, em regime de dedicação exclusiva, dividindo seus encargos no Programa de Pós-Graduação (Doutorado e Mestrado) em Farmacologia e no Serviço de Neurologia do Hospital Universitário Walter Cantídio. Foi pioneiro no estudo da dor no Ceará e a ele muito deve a Neurologia cearense. Detinha vasta experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurologia, atuando principalmente nos seguintes temas: HTLV, Comportamento, Experimental e Dor Neuropática.
Sobrinho querido de Dom Raimundo de Castro e Silva, arcebispo metropolita de Fortaleza, recebeu esmerada e longa educação em Seminário católico, que o habilitou a prosseguir nos seus estudos de línguas, tornando-se um dos maiores poliglotas cearenses, demonstrando fluência em espanhol, francês, inglês, italiano, alemão, holandês, russo e sueco; lia e escrevia razoavelmente o latim e o grego clássico e ainda compreendia o árabe e o japonês.
Sua família residia no Otávio Bonfim e nossos pais mantinham relação de amizade. Recuando à minha, já distante infância, lembro-me bem dele, quando de suas férias de aluno interno, ainda usando a batina de seminarista, ministrava aulas de catecismo e de religião à meninada da Paróquia de Nossa Sra. das Dores, sob a tutela dos franciscanos menores.
Na vida profissional, mesmo trilhando especialidades diferentes e atuando em distintas carreiras acadêmicas, tive com Mauricinho algumas interfaces que nos levaram a efetuar trabalhos cooperativos, em comum, a exemplo de cursos, congressos e concursos.
Seus desaparecimento prematuro, no auge de sua capacidade intelectual, deixa uma lacuna de difícil reposição, para a comunidade científica e médica, e uma imensa dor, de natureza intangível, para aqueles que tanto o amavam
Descansa em paz, pequeno gigante.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
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