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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Cid Saboia de Carvalho, doa a quem doer!

Por José Luís Lira (*)

Cid Carvalho, símbolo de honradez e dignidade, criou o bordão “doa a quem doer”, expressão que traduz sua independência e personalidade. Advogado (OAB/CE 1.516), professor, jornalista, radialista e político, foi um dos mais ilustres representantes do Ceará no Senado Federal, entre 1986 e 1994; senador constituinte e relator do projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Intelectual de destaque, possui vasta cultura nas mais variadas áreas do saber.

No dia 25 de agosto, há 90 anos, nasceu Cid, filho de dona Margarida Saboia e do Dr. Jáder de Carvalho, nesta capital cearense.

Formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará, em 1967, exerceu o magistério com brilhantismo não apenas na Faculdade de Direito, mas também nas Faculdades de Ciências Sociais, Economia e Jornalismo. O jornalismo fazia parte de sua vida desde a infância, inspirado pelo exemplo do pai, também advogado e jornalista. Aos 12 anos, iniciou-se no rádio como comentarista político e esportivo, atuando nas rádios Uirapuru e Assunção.

Casado com dona Luce Fontenele de Carvalho, é pai de três filhos: Cid Saboia de Carvalho Filho, Robério Fontenele de Carvalho e Antonino Fontenele de Carvalho, todos advogados. Antonino, além da advocacia, seguiu os passos do avô e do pai no radialismo, auxiliando-o e, por vezes, conduzindo seu programa de rádio. Um democrata na acepção plena da palavra e na prática da vida. Sua atuação no Senado Federal confirma esse legado: sempre em defesa dos interesses da sociedade, teve papel decisivo na redação do artigo 5º da Constituição de 1988, um dos trechos mais significativos da Carta Magna.

Escritor desde a década de 1950, era natural que compusesse a Academia Cearense de Letras, a Academia Cearense de Retórica, a Academia Cearense da Língua Portuguesa, a Associação Brasileira de Bibliófilos e o Instituto do Ceará. Quando Matusahila Santiago e eu fundamos a Academia Fortalezense de Letras, em 2002, não houve dúvida, o indicamos e Cid Carvalho foi aclamado o primeiro presidente da primeira academia de letras do milênio no Ceará.

Para defini-lo, tomo emprestadas palavras de seu pai, Jáder de Carvalho: “eu sou o índice do meu povo:/ se o homem é bom — eu o respeito./ Se gosta de mim — morro por ele./ Se, porque é forte, entender de humilhar-me,/ — ai, sertão!/ Eu viveria o teu drama selvagem,/ eu te acordaria ao tropel do meu cavalo errante,/ como antes te acordava ao choro da viola...”

Concluo, emocionado, lembrando de homenagem a Clóvis Beviláqua, quando Dr. Cid disse que pronunciava o nome de Clóvis como quem rezava. Hoje, repito com devoção – Cid Saboia de Carvalho – como quem eleva uma oração de louvor e gratidão por sua existência!

(*) Advogado e professor universitário.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 25/08/25. Opinião, p.19.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Solenidade comemorativa dos 131 anos da Academia Cearense de Letras

Participei na noite de ontem, 19 de agosto de 2025, no Palácio da Luz, pela quarta vez como acadêmico, da solenidade comemorativa dos 131 anos de fundação da Academia Cearense de Letras (ACL), considerada a primeira do gênero no Brasil, que segue em funcionamento, visto que foi criada três anos antes da instalação da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Antes da solenidade oficial, das 17h às 18h, houve a reunião mensal da ACL, oportunidade em que foram feitos os lançamentos do número 11 da revista Scriptoriun e do número 85 da Revista da ACL, com a distribuição de exmplares aos acadêmicos presentes.

A sessão solene, inciada às 19h, tendo a Sra. Regina Cláudia Fiúza, diretora administrativa da ACL, como cerimonialista, foi liderada pelo Presidente da Arcádia, Acad. Tales de Sá Cavalcante, que fez o discurso de saudação de aniversário e lançou o Edital do Prêmio Osmundo Pontes.

Na sequência, como coroamento dos trabalhos da noite, houve uma alentada interlocução centrada na obra Dom Casmurro, pondo em cena a secular e controvertida polêmica da possível traição de Capitu ao esposo Bentinho. Após a leitura de trechos selecionados do livro machadiano pelo Acad. Ricardo Guilherme, a cerimonialista passou a palavra à Acada. Selma Prata, designada mediadora do debate entre os Acads. Linhares Filho e Batista de Lima, que explicitaram, escudados em consistentes argumentos, um certo antagonismo em suas impressões sobre a fidelidade de Capitu.

A solenidade foi sacramentada pelo grande público assistente, constituído notadamente de membros integrantes de confrarias e entidades literárias cearenses, assim como formadores de opinião da sociedade local.

Ao final da efeméride, acadêmicos e seus convidados se confraternizaram em um coquetel ofertado pela ACL nas dependências do bucólico Café Java.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Academia Cearense de Letras


quinta-feira, 24 de abril de 2025

Parabéns pra você, Santa Casa de Fortaleza

Por Vladimir Spinelli Chagas (*)

Em 14 de março de 1861, um sonho acalentado desde 1839 e iniciado em março de 1854 torna-se palpável, com a inauguração do prédio e instalação da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, que seria, de fato, implantada cinco dias depois, no Dia de São José, seu Patrono.

Em 1866, a Santa Casa passou a gerir o Cemitério São João Batista, um complexo de enorme riqueza histórica e cultural, que abriga túmulos de grandes vultos cearenses, na política, nas artes, nas ciências.

Durante essa tão profícua vida, a Santa Casa foi responsável por uma empresa funerária, inaugurada em 1876, pela Maternidade Dr. João Moreira e Casa de Saúde Dr. César Cals, ambas de 1928, que já não fazem parte da Irmandade.

Em 1877, a partir da visão de Mordomos da Santa Casa, resolveu-se criar uma unidade especializada em Psiquiatria, denominada de Asilo de Alienados e hoje Hospital São Vicente de Paulo, com atendimento humanizado, integralmente para pacientes SUS.

Em 1937, como forma de trazer novas fontes de recursos para a Santa Casa, foi criado o Pensionato Dr. Eduardo Salgado, hoje Casa de Saúde Dr. Eduardo Salgado, unidade hospitalar em pleno funcionamento e aberta a toda a população.

A Santa Casa foi responsável pela instalação do primeiro aparelho de Raio X, da primeira ala para tuberculosos, do primeiro pronto socorro e ambulatório. Na realidade, dela nasce, de fato, a Medicina cearense, reunindo nomes que fizeram história e são até hoje cultuados.

Fica muito clara a importância da Santa Casa na saúde cearense, quando compulsamos os dados entre 2014 e 2024, com números expressivos como 2,2 milhões de exames e diagnósticos, 116,7 mil cirurgias, 414,9 mil consultas e 46,5 mil internações.

E esses números só não são ainda mais robustos porquanto, nesse intervalo, convivemos com uma pandemia e, no último ano, com a dramática redução de atividades, dadas as dívidas que se acumulam por conta das perdas mensais provocadas pelo subfinanciamento de seus procedimentos: 95% de pacientes SUS e, destes, mais de 70% na deficitária média complexidade.

Vamos continuar salvando vidas? A Santa Casa sabe como.

(*) Professor aposentado da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do CRA-CE. Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 24/03/25. Opinião. p.20.

domingo, 13 de abril de 2025

FORTALEZA, 299 ANOS: rica e desigual

Por Artur Bruno (*)

Na primeira metade do século XVII os holandeses ocuparam vastas áreas do que hoje é o nordeste brasileiro. O território que compõe o nosso estado não era interessante para os ocupantes, pois os nossos solos eram pobres e as secas frequentes. Havia uma expectativa de encontrar prata, mas se frustraram na busca de minérios valiosos. No entanto, era necessário garantir o espaço na disputa com os portugueses e fundaram um forte denominado Schoonenborch, em homenagem ao governador holandês das terras nordestinas. Em 1649, o forte foi construído nas margens do riacho Pajeú, em uma ondulação que os indígenas denominavam de Marajaitiba, local onde se instalou o quartel sede da décima região militar.

O forte foi abandonado quando os holandeses foram expulsos do Brasil e, em seguida, ocupado pelos portugueses, que o denominaram Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção. A partir daí, surge um vilarejo que daria origem à nossa cidade. Em 13 de abril de 1726, a monarquia portuguesa oficializou a vila, daí o aniversário da nossa urbe ser comemorada nesta data.

O imperador D. Pedro I, em 1823, promove a vila ao status de cidade e a escolhe como capital da província do Ceará. Era um ato de ousadia, pois as vilas de Aracati, Icó, Sobral, dentre outras, eram mais relevantes naquele período onde a economia local dependia do boi e do algodão. Fortaleza, através da política, conseguiu desbancar Aracati, que, através do charque e de mais proximidade com as províncias mais ricas de Pernambuco e Bahia, apresentava melhores condições de se tornar a capital. As lideranças da nossa cidade conseguiram convencer o império de fechar a alfândega de Aracati, em 1851, e fortaleceram Fortaleza para exportar e importar produtos. Com a estrada de ferro Fortaleza-Baturité, em 1870, ocorre a consolidação dessa liderança. Era a Fortaleza da Belle Époque.

No início do século XX a cidade era inexpressiva no Brasil, pois tínhamos em torno de 50 mil habitantes. A urbanização vai se agigantar com a crise agrícola, a industrialização e, sobretudo, com as grandes secas que expulsaram contingentes expressivos para a capital.

Com 299 anos, a loura desposada do sol, segundo o poeta Paula Ney, enriqueceu, tornando-se a capital de maior PIB do Nordeste e a oitava do país. Não obstante, é a terceira em mais quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, a oitava de pior renda per capita e a quinta de maior concentração de renda. O nosso desafio, portanto, é de tornar a cidade menos desigual e com mais oportunidade para os que mais precisam.

(*) Historiador e professor. Sócio do Instituto do Ceará. Colunista de O Povo.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/04/25. Opinião. p.17.


quinta-feira, 12 de setembro de 2024

ELDA, A MULTIFACETADA

PREFÁCIO (*)

No limiar desta despretensiosa crônica, quero agradecer penhoradamente ao Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva pelo honroso convite para prefaciar uma notável obra, cuja protagonista é uma das mais extraordinárias pessoas que tive a subida honra de privar de sua amizade. Conheci dona Elda, carinhosamente chamada de ELDINHA, quando em 1972, recém-casada fui ser sua vizinha no último quarteirão da Rua Domingos Olímpio.

Inicialmente nossas conversas eram esporádicas tendo como cenário o murinho que dividia as áreas de acesso às nossas residências. A aproximação maior teve como gênese minha primeira gravidez. Ela, com toda sua experiência de mãe de "várias viagens", supervisionou a montagem de enxoval do bebê, bem como esteve presente em todas as consultas do pré-natal, haja vista que minha mãe e minha sogra moravam no município de Jaguaruana, distando 180 Km de Fortaleza.

Diariamente ia fazer-me uma visita e certificar-se de que eu não estava precisando de nada. Epifânio Terceiro nasceu, para gáudio meu e de Epifânio Pai e foi ELDINHA quem deu o seu primeiro banho. Eu estava ali de pé, observando e aprendendo.

Mesmo após a nossa mudança para o bairro das Damas mantivemos contatos frequentes com o ilustre casal e seus filhos.

Quando eu necessitava sair para resolver algumas questões no centro da cidade, dona Elda não confiava que o pequeno Epifânio ficasse aos cuidados de nossa secretária; escalava uma de suas filhas para ficar fazendo guarda à criança.

Convidamos o casal Luiz Carlos da Silva e Elda Gurgel e Silva para padrinhos do nosso segundo filho, o George. Este clima de grande amizade e excelsa fraternidade durou por meio século, quando Deus chamou ELDINHA para a eternidade, o que havia feito vinte anos antes em relação ao Dr. Luiz Carlos, advogado dos mais laureados nas hostes do Direito Trabalhista.

ELDINHA nos dias atuais seria considerada uma pessoa multifacética. Atuava com muita eficiência e eficácia em vários campos, ou sejam: esposa, mãe, dona de casa, excelente vizinha, voluntária na Igreja Católica, onde exerceu as elevadas funções de Ministra da Sagrada Comunhão, e solidária para com as pessoas que estivessem passando por uma dificuldade temporária ou permanente.

Foi também uma extraordinária artista plástica, sendo especializada na produção de tapeçarias para exposição em paredes. As páginas desta magnífica obra mostram várias de suas notáveis criações.

Espero, sinceramente, que o texto acima possa levar o leitor a entender a personalidade, bem como a alma de um grande extraordinário ser humano que já passou por este mundo e deixou um rastro de muita luz e bondade.

Aldênia Coelho Rocha Menezes

Amiga e comadre de Elda Gurgel e Silva

(*) Prefácio do livro "A HISTÓRIA DE ELDA - A matriarca da família Gurgel-Carlos". Autores: Marcelo, Mirna e Paulo Gurgel. O dia de hoje (11/09) assinala o aniversário natalício de Elda Gurgel e Silva, que estaria completando 94 anos, se viva fosse.

Postado por Paulo Gurgel no Blog Linha do Tempo em 11/09/2024.

http://gurgel-carlos.blogspot.com/2024/09/elda-multifacetada.html


domingo, 11 de agosto de 2024

130 ANOS DA FUNDAÇÃO DA ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS

A Academia Cearense de Letras é a mais antiga das instituições do gênero que existem no Brasil. Quando surgiu, em 1894, O POVO ainda nem existia, situação compensada na época do seu centenário em 1994, pelo generoso e merecido espaço que ocuparia nas páginas do jornal.

* desde 1928: As notícias reproduzidas nesta seção obedecem à grafia da época em que foram publicadas.

11 de agosto de 1994

Centenário

A Academia Cearense de Letras, a primeira a ser criada no Brasil, está completando 100 anos. Dentre as comemorações, das quais o ponto alto é a posse da escritora Rachel de Queiroz, consta também a formação de uma pinacoteca com trabalhos recém-doados por 19 artistas plásticos cearenses. Roberto Galvão, José Mesquita, Floriano Teixeira, Aldemir Martins, Carlos Costa, Áscal, Patrícia Alkary, Eduardo Frota, Eduardo Eloy, Sebastião de Paula, Marcus Jussier, Pedro Eymar, Gilberto Cardoso, Marcio Ary, Herbert Rolim, Heloysa Juaçaba, Helio Rola, Sérgio Lima e José Guedes.

15 de agosto de 1994

ACL é a 1ª do País

Em 15 de agosto de 1894, Guilherme Studart (Barão de Studart) fundou a Academia Cearense de Letras, em sessão no salão nobre da Fênix Caixeiral, à época funcionando nos altos do prédio da esquina da rua Floriano Peixoto com São Paulo. Coordenada inicialmente por uma diretoria provisória, pouco tempo depois foi eleita a definitiva. De Tomás Pompeu a Artur Eduardo Benevides a entidade, que cultiva e desenvolve as letras no Ceará, teve 12 presidentes.

Segundo o historiador Raimundo Girão, em livro publicado, a ACL ostenta três título de glória. Foi representada, em 1897, na inauguração da estátua de José de Alencar, na capital da República, por Machado de Assis. Cabe-lhe a primazia de haver pleiteado a criação da Faculdade de Direito, através de Farias Brito e, por realizar duas sessões (17 e 19 de agosto de 1922) em uma casa de Governo, o Palácio da Luz. Hoje atual sede.

A época da fundação, se chamava Academia Cearense. Por sugestão de Leonardo Mota fundiu-se com a Academia de Letras do Ceará, ganhando a denominação Academia Cearense de Letras, em 1951. Antes da sua primeira sede própria realizava sessões na Fenix Caixeiral, Clube Euterpe (no Instituto do Ceará), na residência de Walter Pompeu, Clube Iracema, Instituto Pessoa, casa de Dolor Barreira e na de Tomás Pompeu. De lá se transferiu para a Palácio do Progresso, depois ocupou o Palácio Senador Alencar.

Homenagem

José Bonifácio Câmara, cearense do Rio, que veio para o centenário da ACL traz a informação que o evento merecerá homenagem da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro e da Casa do Ceará, sessão da qual ele será o orador oficial.

Efervescência cultural - Editorial

Fortaleza viveu, ontem, três eventos marcantes para a vida cultural do Estado: a abertura da exposição "Bienal Brasil Século XX", a posse da escritora Rachel de Queiroz, na Academia Cearense de Letras, e o Centenário da própria ACL.

A Capital cearense foi escolhida como uma das únicas cidades brasileiras - as outras são Porto Alegre e Rio de Janeiro - a ter o privilégio de expor uma seleção do mais importante painel de artes plásticas realizado no Brasil, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A "Bienal Brasil Século XX" desperta grande interesse nos meios culturais internacionais e será apresentada no Exterior, depois de cumprir o compromisso assumido com essas três capitais brasileiras.

Quanto à posse de Rachel de Queiroz, na Academia Cearense de Letras, foi outro evento bastante concorrido como tributo a uma das filhas mais ilustres que o Ceará partilha com o Brasil. Membro destacado da Academia Brasileira de Letras a escritora é uma das expressões mais genuínas da inteligência nordestina, sem cuja contribuição a literatura nacional deixaria de ter recebido o "sal da terra", mantenedor de uma identidade rica e complexa. Em pleno vigor de sua atividade criativa Rachel de Queiroz é um grande caudal que, a exemplo do Nilo, fertiliza com sua placidez e opulência humífera a literatura nacional. Escolhemos a data mais significativa de nossa maior instituição cultural - o Centenário da ACL - para externar -lhe o carinho, o orgulho e o reconhecimento do povo cearense por sua fidelidade às raízes culturais e afetivas.

Por termos raízes é que foi possível celebrar, ontem, um século de existência da Academia Cearense de Letras, a instituição mais antiga do gênero, no Brasil. O pioneirismo representado por aquele ato de 15 de agosto de 1894, através das mãos do Barão de Studart, foi mais uma sinalização do quanto o Ceará conseguia desenvolver uma capacidade prospectiva, antenando-se com as aspirações - muitas vezes, embrionárias - da alma nacional, como já tinha sido provado no episódio pioneiro da libertação dos escravos.

A ACL, ao longo de um século, foi-se firmando como um centro aglutinador da identidade cultural cearense, acumulando um importante lastro de contribuições ao patrimônio literário nacional. Essa participação cearense antecede a própria ACL, com José de Alencar - criador efetivo do romance nacional - e, depois, com Rodolfo Teófilo, Franklin Távora, Rachel de Queiroz, José Albano, Artur Eduardo Benevides, Moreira Campos e tantos outros que testemunham o gênio cearense.

Academia faz 100 anos e recebe Rachel em festa

"Não é a Academia que homenageia Raquel, mas é Rachel quem homenageia a Academia ao ingressar nas suas fileiras", disse o Presidente da Academia Cearense de Letras, Artur Eduardo Benevides, ao saudar, em discurso, a posse da escritora Rachel de Queiroz na cadeira de número 32, ontem à noite. A solenidade, que contou com a presença do governador Ciro Gomes, do Presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Josué Montello, e de acadêmicos de vários estados, também comemorou o centenário da ACL, a mais antiga de todo o País e que teve suas instalações reformadas.

Rachel de Queiroz foi introduzida no auditório Ciro Gomes por um grupo de imortais cearenses. Logo que chegou ao recinto, foi empossada por Artur Eduardo Benevides na cadeira ocupada até recentemente pelo escritor Moreira Campos. Em seguida, as senhoras Yolanda Queiroz, Regina Fiúza e Zezé Campos (viúva de Moreira Campos) colocaram em Rachel o "colar acadêmico", usado por todos os imortais.

No seu discurso de saudação, Artur Eduardo Benevides denominou Rachel de "glória viva do povo cearense". Segundo ele, "enquanto pulsar o coração de Rachel, haverá sempre uma luz a iluminar nosso Estado nos caminhos da história".

Artur Eduardo Benevides também saudou o centenário da Academia Cearense de Letras (ACL) criada a 15 de agosto de 1894, e lembrou a trajetória dos 11 presidentes da Academia que o antecederam. Ao discursar, Rachel de Queiroz disse que deixava de lado qualquer pretensão acadêmica e falava "simplesmente com a paixão".

Primeiramente, saudou os amigos acadêmicos já falecidos, entre os quais o próprio Moreira Campos, a quem substituiu na cadeira 32. Citou também Antônio Sales e lembrou a importância do escritor para a sua obra. Ao final o Presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Josué Montello, e o governador Ciro Gomes saudaram a posse da escritora. O coral Porta-Voz encerrou a solenidade.

Fonte: O Povo, de 11/08/24. O Povo é história. p.2.


quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Solenidade dos 130 Anos da Academia Cearense de Letras

Participei na tarde de ontem, 6 de agosto de 2024, no Palácio da Luz, pela terceira vez como acadêmico, da solenidade comemorativa dos 130 anos de criação da Academia Cearense de Letras (ACL), sabidamente a primeira do gênero no Brasil, que continua em funcionamento, dado que foi inaugurada três anos antes da criaação da Academia Brasileira de Letras (ABL).

A sessão solene foi liderada pelo Presidente da Arcádia do sodalício, Acad. Tales de Sá Cavalcante, tendo a Sra. Regina Cláudia Fiúza, diretora administrativa da ACL, conduzido o cerimonial.

A saudação de aniversário aos presentes foi pronunciada pelo Acad. Tales de Sá Cavalcante, que, ato contínuo, passou a palavra ao Acad.  Lúcio Gonçalo de Alcântara para especificar as credenciais e os títulos do expositor convidado, no caso o historiador e musicólogo português Rui Vieira Nery, ex-professor da Universidade Nova de Lisboa, portador do diploma de PhD pela Universidade do Texas.

O principal orador da tarde foi o escritor e inpelectual Rui Vieira Nery, que proferiu a conferência Camões e a Música, que prendeu a atenção da audiência, mercê da competência e do domínio da temática pelo palestrante.

A solenidade foi consagrada pelo enorme público assistente composto, sobretudo, de pessoas participantes de academias e sociedades literárias cearenses, bem como formadores de opinião da sociedade local.

Ao final da efeméride, acadêmicos e seus convidados se confraternizaram em um coquetel ofertado pela ACL.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Academia Cearense de Letras


sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Solenidade dos 129 Anos da Academia Cearense de Letras

Participei na noite de ontem, 17 de agosto de 2023, no Palácio da Luz, pela segunda vez como acadêmico, da solenidade comemorativa dos 129 anos de criação da Academia Cearense de Letras (ACL), reconhecida por ser a primeira do gênero no Brasil, que ainda segue em funcionamento, posto que foi instalada em três anos antes da fundação da Academia Brasileira de Letras (ABL).

A solenidade foi conduzida pelo Presidente do sodalício, Acad. Tales de Sá Cavalcante, tendo diretora administrativa da ACL, a Sra. Regina Cláudia Fiúza, assumido o cerimonial.

Antes dos discursos oficiais, a ACL rendeu homenagens a alguns estudantes do Colégio Farias Brito que amealharam prestigiosas medalhas em recentes Olimpíadas internacionais e a um talentoso aluno que, aos 13 anos de idade, antes mesmo de ingressar no ensino médio, logrou aprovação no vestibular de Medicina da Universidade de Fortaleza.

A saudação de aniversário foi pronunciada pelo Acad. Lúcio Gonçalo de Alcântara, que em um bem urdido elóquio fez um recorte histórico da ACL, se reportando a tradição literária do Ceará, desde o último quartel século do XIX, salientando a Padaria Espiritual, um singular movimento literário e cultural, surgido em Fortaleza à época, a criação da ACL, com seus primeiros membros imortais, ao tempo em que traçou um paralelo entre a ACL e a ABL, citando os nomes de alguns poucos cearenses que integraram a ABL, como Heráclito Graça e Rachel de Queiroz. Aproveitou para expor a vanguarda da ACL ao acolher a escritora Alba Valdez, aproximadamente meio século antes da ABL aceitar a presença de uma filha de Eva nos seus imortais quadros.

O segundo orador da noite foi o escritor Joaquim Falcão, presente na ocasião como representante oficial da ABL, o qual, com uma fala espontânea e informal, prendeu a atenção da audiência, a partir das referências ao cientista social Gilberto Freyre e do papel inovador da escritora Rachel de Queiroz, a precursora da participação feminina na ABL.

A sessão solene foi sacramentada pelo vasto contingente de pessoas integrantes de academias e sociedades literárias cearenses, bem como formadores de opinião.

Ao término da efeméride, acadêmicos e seus convidados se confraternizaram em um coquetel oferecido pela ACL.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Academia Cearense de Letras


sábado, 1 de abril de 2023

CURSO DE MEDICINA DA UECE COMPLETA 20 ANOS COM MUITO A CELEBRAR

 


Por Uece. Assessoria de Comunicação.

Noite de festa! O curso de graduação em Medicina da Universidade Estadual do Ceará (MedUece) completou 20 anos de criação e, para celebrar, foi realizada cerimônia nesta quinta-feira (31/3/23), no auditório Paulo Petrola, campus Itaperi.

Foi um momento festivo, com homenagens, histórias, recordações e arte, que reuniu administração superior, professores, servidores técnico-administrativos, colaboradores, estudantes, egressos e convidados de instituições como UFC e Unifor.

O evento teve início com a exibição de vídeo com depoimentos e registros de docentes e discentes que fizeram parte dessa história, como os professores Helder Gurgel e Krishnamurti de Morais.

A mesa solene foi composta pelo reitor da Uece, Hidelbrando Soares; o ex-reitor da Uece e um dos responsáveis pela implantação do curso de Medicina da Uece, Manassés Claudino Fonteles; a diretora do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Samya Coutinho; a coordenadora do MedUece, Jocélia Bringel; a diretora do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e representante dos campos de prática médica, Ivelise Brasil; o representante docente do curso, Marcelo Gurgel; e o representante discente, Vytor Lavor.

A história da MedUece foi contada, com ricos detalhes, pelo professor Marcelo Gurgel, um dos fundadores do curso na Uece. Foi em 1996, em oficinas de planejamento, que surgiu a discussão sobre a criação do curso. Segundo o docente, já em 1997 foi dado o aval inicial do governo estadual. Muita dedicação e esforços foram necessários para dar início ao curso. Da mesma forma que também foi necessário para o MedUece chegar aonde já chegou, 20 anos depois.

Sobre essa história de sucesso, o ex-reitor da Uece, Manassés Claudino Fonteles, se orgulha. “Realizarmos sonhos é uma tarefa hercúlea para quem vive no Ceará. Criar o curso de Medicina da Uece foi uma realização desse nível, por conta das pedras, às vezes intransponíveis, que atravessam nosso caminho, contudo, nos favoreceram, dando-nos subsídio para atingirmos nosso ideal. Hoje podemos nos orgulhar de termos criado esse curso que nos aponta grandes vitórias, pelas conquistas do nível de seus estudantes. Com certeza, farão a diferença pelo denodo e amor ao sacerdócio da Medicina, e trarão grande avanço para a saúde combaleiante de nossos dias. E dele, contamos com bons pesquisadores que levem adiante nosso desiderato”.

O ex-reitor Jackson Sampaio, que também faz parte da história da MedUece, não pôde comparecer ao evento, mas enviou sua mensagem. “A Uece precisava ter um curso de Medicina; tinha um mestrado em Saúde Pública, um Mestrado em Ciências Fisiológicas, um Instituto Superior em Ciências Biomédicas e 37 professores efetivos que eram médicos. O Ceará tinha apenas o tradicional curso de Medicina da UFC e um recém-criado curso privado de Medicina, no Cariri. Para atender à demanda de médicos, o Ceará, no ritmo disponível, levaria 10 anos para suprir e novas demandas estariam se acumulando. Deste diagnóstico nasceu o nosso MedUece, que celebra 20 anos agora. Tive a honra de estar presente no momento e, antes, de ter composto a comissão de elaboração de um projeto de sucesso, que produz médicos qualificados que o nosso SUS tanto precisa… O sucesso dos nossos egressos é o nosso sucesso, nestes 20 anos de trabalho vigoroso”.

A coordenadora do curso, professora Jocélia Bringel, fez diversos agradecimentos, especialmente, àqueles que, com muita resiliência, deram os primeiros passos e abriram as portas do curso na Uece. Para ela, há muito o que comemorar e também muito ainda a desbravar:

Crescemos com tudo isso… Quero enfatizar o papel fundamental da nossa universidade no desempenho na formação de médicos e na promoção da saúde em nosso país. Nossa universidade é um exemplo de comprometimento com a educação e com a saúde da população. Estamos honrados por fazer parte dessa história. Agora encerra-se um ciclo de 20 anos da MedUece e inicia-se outro com perspectivas positivas… É fato que conquistamos muito, mas temos ainda muitos caminhos a desbravar, dificuldades a vencer e sonhos a realizar. E se depender da garra de nossos gestores, seremos maiores e melhores! Sigamos, MedUece! A estrada agora se alarga, o percurso se alinha, um futuro brilhante nos espera”.

A diretora do HGF, professora Ivelise Brasil, destacou um importante instrumento para o curso de Medicina, o hospital como campo de prática médica, ressaltando o grande hospital que está sendo construído no campus Itaperi: “Quando a gente sai, podemos ver um gigante iluminado que conta com mais de mil pessoas trabalhando há pouco mais de dois anos, e que já está com 95% das suas obras concluídas… Nosso hospital será fantástico, ele é fantástico, e é o maior hospital do estado do Ceará. É um hospital que já nasce com DNA para ter um grande sucesso… um hospital para servir a quem precisa”. A docente falou, ainda, sobre a missão do médico dentro desse novo equipamento. “Que nós sejamos promotores do bem, que nós possamos fazer desse hospital um hospital diferente, um hospital onde vamos primar pelo bom atendimento, pelo respeito, pelo amor, pela qualidade. Que sejamos incansáveis para nunca desistirmos de ninguém”.

No mesmo sentido, emocionada, a diretora do CCS, professora Samya Coutinho, falou à plateia sobre a importância dos profissionais da saúde serem “seres cada vez melhores”, destacando a solidariedade na profissão. “A solidariedade, para nós profissionais da área da saúde, é sentir a dor do outro doendo em mim… Então, esse é o caminho para se tornar realmente um profissional, sintonizado com o contexto social, com essa dor do povo que nos envolve, que está no nosso entorno. E é com esse povo, com essa população, que nós temos uma dívida de gratidão, um compromisso de servir, de ajudar de alguma maneira”.

Para fechar o primeiro momento do evento, o reitor Hidelbrando Soares discursou sobre as diversas conquistas alcançadas pelo MedUece e pela Uece e destacou o momento especial hoje vivido. “Estamos vivendo um momento novo, em que há um maior alinhamento, uma aproximação, uma cooperação do governo com a universidade, na sua política de expansão e interiorização. E dentro dessa política, garantimos a criação de dois novos cursos de Medicina, que nada mais é do que a interiorização do MedUece. É este momento especial que estamos vivendo agora, pois no dia 7 de agosto de 2023, construiremos mais um momento histórico, dando início ao curso nos municípios de Quixeramobim e de Crateús”.

Sobre essa grande conquista, o reitor ressaltou sua importância. “Expansão e interiorização, na minha avaliação, é uma grande conquista da sociedade cearense, da mesma forma que foi uma grande conquista dessa sociedade a criação de um curso de Medicina nesta universidade. Neste momento, dos 20 anos do MedUece, estamos ampliando, democratizando, interiorizando uma experiência exitosa da nossa universidade”.

Hidelbrando Soares finalizou agradecendo aos que, anos atrás, tiveram a ousadia de dar o primeiro passo. “Me dirijo a vocês com gratidão, pois só tem sido possível pensar, desenhar e fazer isso porque lá atrás um conjunto de professores e professoras muito corajosos tomaram a decisão de que, mesmo diante dos muros que se ergueram, conseguiram constituir um dos melhores cursos de Medicina desse Brasil”.

Neste momento, o evento foi abrilhantado pela apresentação musical do estudante Miguel Almeida, que presenteou o público com seu talento no piano, cantando e tocando, inicialmente, a música Another Year. Como disse Miguel, “ela fala das coisas que você quer manter de um ano para os próximos, então, este momento de comemoração dos 20 anos de MedUece é algo que queremos comemorar em muitos outros anos”.

Na ocasião, dois livros especiais, de autoria do MedUece, foram apresentados: Ramalhetes Médicos, do professor Marcelo Gurgel; e Medicina Uece – 20 anos – marcos históricos, organizado pelas professoras Irismar de Almeida e Paula Franssinetti.

O evento foi também momento de homenagear aqueles que muito contribuíram e contribuem com essa história. Foram homenageados os ex-reitores Manassés Fonteles e Jackson Sampaio, os professores Marcelo Gurgel e Krishnamurti de Morais; os coordenadores de eixos integradores, professores Maria das Graças Barboba, Eddie Willian Santana, Cristina Dallago, Gislei Aragão, Ivelise Brasil; e os considerados amigos do MedUece, professora Maria do Socorro de Sousa, Antonio Eduardo de Assis e Afonso Ricardo Cavalcante.

Houve, ainda, homenagem organizada pelos estudantes, por meio do Centro Acadêmico Joaquim Eduardo de Alencar (CAJEA), em que o reitor Hidelbrando Soares, a diretora do CCS Sâmya Coutinho e a colaboradora Wiviane de Sousa receberam a medalha Joaquim Eduardo de Alencar. Receberam também a honraria, 20 professores que, ao serem chamados ao palco, tiveram suas qualidades e sua importância como docentes destacada pelos alunos. Foi lindo!

Fonte: Uece.br/Notícias/ASCOM. In: Home page 31/03/2023.


segunda-feira, 27 de março de 2023

UNIFOR 50 ANOS!

UNIFOR 50 ANOS!

Por Sabrina Matos (*)

Em 2013 a editoria de Opinião do O POVO acolheu minha sugestão de uma página temática com o tema "40 anos da Unifor", página na qual três artigos discorreram acerca dessas quatro décadas, um deles escrito pelo então chanceler Airton Queiroz, outro pela então reitora Fátima Veras e um terceiro escrito por mim, ex-aluna e professora da Unifor.

Agora em 2023 a Universidade de Fortaleza completa meio século de história e continua, mais do que nunca, sua missão de ensinar e aprender. "Nosso ofício é ensinar. Nossa paixão é aprender". Chega aos 50 anos sustentando a insígnia de seu fundador, Edson Queiroz, que foi ousado e destemido ao instalar a primeira universidade particular (que já nasceu universidade) na nossa capital. Foi um visionário que acreditou na importância da educação em uma região carente e castigada. Acreditou que a educação nos possibilita mudar qualquer realidade. Acreditou que com a educação podemos expandir horizontes possíveis e inventar constantemente alternativas de mundos viáveis.

Dois mil e vinte e três é um ano de comemorações na nossa Unifor, a melhor universidade particular do país. Como marco desses cinquenta anos foi anunciada a nova identidade visual ancorada nos três arcos que indicavam uma linha reta em direção ao futuro e que agora se transformam em três arcos em direções distintas representando ensino, pesquisa e extensão; ciência, arte e educação; Fortaleza, Ceará e Brasil; e passado, presente e futuro.

No último dia 16 a Fundação Edson Queiroz inaugurou a exposição "Elas - De Musas a Autoras", no Espaço Cultural, com visitação gratuita até dezembro. No próximo mês de abril, nos dias 11, 12 e 13, no Auditório da Biblioteca, teremos o Simpósio Internacional de Psicanálise da Unifor, evento que mobiliza alunos da graduação, da pós-graduação, ex-alunos e uma comissão organizadora que não mede esforços para que possamos dilatar os sentidos, as tramas e os afetos da invenção freudiana, lançando olhares na obra do mestre vienense que completa cem anos - "O Eu e o Isso", evento também gratuito e aberto ao público em geral. As inscrições iniciam-se na próxima semana através do site da universidade.

Esses e muitos outros eventos comemorativos, assim como os múltiplos agenciamentos produzidos reiteradamente no cotidiano, tornam belo, provocativo e estimulante o espaço acadêmico da Universidade de Fortaleza. E apraz-me fazer parte desse time!

(*) Psicóloga e psicanalista. Professora da Unifor.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 24/03/23. Opinião, p.28.

sábado, 18 de março de 2023

VOCÊ É O QUÊ DE MARCELO GURGEL?

Essa frase me acompanha desde 2007, ano em que entrei na Medicina.

O sobrenome Gurgel já está atrelado ao tio Marcelo. Uma vida médica singular. Dentre muitas funções e atribulações, tio Marcelo é médico, professor, epidemiologista e polígrafo.

Durante a infância, lembro-me de tio Marcelo trazendo revistas e jornais para a casa da vovó. Discreto, voz suave, um humor fino, comentários satíricos e um sorriso irônico no canto da boca. De excentricidade, uma teimosia incansável em colecionar livros e usar sua fiel gravatinha borboleta em eventos tradicionais.

Não temos nele uma figura tradicional de médico. Não seguiu o caminho convencional de clínica ou cirurgia. Suas mãos não manuseiam a lâmina fria de um bisturi, não portam um estetoscópio.

Não possui pacientes, mas pacientemente procura ideias para um novo livro. Não ausculta, mas escuta o sabor das palavras. Examina forma e conteúdo estatístico. Dá o diagnóstico da Saúde Pública. Por fim, não prescreve, mas escreve incansavelmente livros. Como deixar escapar tantos conhecimentos? Escrever é viver. E recentemente, transcendeu a própria existência, tornou-se um imortal da Academia Cearense de Letras.

Preciso confessar que a pergunta “Você é o quê de Marcelo Gurgel?" sempre me foi ambivalente. Uma mistura doce de pertencimento familiar com uma salgada sensação de alienação de minha caminhada médica. Alienar. No sentido transitivo direto e bitransitivo: “transferir para outrem o domínio ou a propriedade de; alhear”.

E então os anos correram, os tempos mudaram. Meu paladar, por fim, também se alterou. A pergunta se manteve; se mantém. E agora a ouço também proferida por jovens bocas. A estranheza de outrora do doce e do salgado hoje se harmoniza como um queijo com goiabada. “Você é o quê de Marcelo Gurgel?” Não mais respondo que sou sua sobrinha. Encho-me de orgulho e digo que ele é meu tio.

Marina Cavalcante Gurgel Carlos, ginecologista


terça-feira, 14 de março de 2023

SEPTUAGINTA (para Marcelo Gurgel)

 

O livro Um septuagenário sob distintas ópticas trata-se da edição comemorativa dos 70 anos de vida e dos 45 anos de atuação no magistério e na medicina de Marcelo Gurgel Carlos da Silva. Organizado e apresentado pelo autor (também homenageado) Marcelo Gurgel, o livro tem o prefácio de Francisco de Assis Camelo Parente, capa do cirurgião e artista plástico Isaac Furtado (imagem), projeto e editoração de Alexssandro Lima, revisão de Angelita Aníbal e ilustrações de Jesper Sampaio.

Data de lançamento: 11/03/2023.

No prefácio da obra, o psicólogo Camelo Parente arremata:

"Os conhecimentos técnicos e científicos que Marcelo conquistou ao longo de sua vida se aliam com seus atributos pessoais como empatia, aceitação do outro do jeito que é e, acima de tudo, um elevado grau de congruência e autenticidade fazem de Marcelo um profissional completo, um ser humano vitorioso." 

O livro é composto de seis partes:

I - HOMENAGENS IN PECTORE

II - PERFIS INSTITUCIONAIS

III - VERBETES E MINIBIOGRAFIAS

IV - SAUDAÇÕES INSTITUCIONAIS

V - UMA SEPTUAGINTA AO SEPTUAGENÁRIO

VI - ANEXOS / APÊNDICES

Uma palavra final sobre a septuaginta ao septuagenário: para dar as mensagens fraternas ao Marcelo aqui acorreram membros do clã Gurgel Carlos, amigos de longas datas, irmãos de fé religiosa, colegas da Turma Dr. José Carlos Ribeiro, amigos do Instituto do Câncer do Ceará, docentes da Universidade Estadual do Ceará, confrades da Academia Cearense de Medicina, amigos médicos escritores e membros da Academia Cearense de Letras e do Instituto Histórico do Ceará, totalizando 66 colaboradores. Algo na grandeza numérica da original septuaginta, a designação que se deu à primeira tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego, tida como realizada por 70 tradutores.

Postado por Paulo Gurgel no Blog Gurgel-Carlos em 12/3/23


segunda-feira, 13 de março de 2023

MARCELO GURGEL – um profissional vitorioso

Francisco de Assis Camelo Parente

Psicólogo e professor aposentado da Uece

Marcelo está completando seus 70 anos no dia 13 de março de 2023 e já dispõe de uma produção de experiências de vida que enobrece a nós todos que desfrutamos de sua amizade. É uma pessoa humana completa em muitas dimensões da vida, atingindo um patamar elevado de sabedoria e espiritualidade. Já prestou uma folha de serviços relevantes não apenas para nós cearenses e brasileiros, mas para o mundo. Tenho aprendido bastante com ele. É um exemplo para todos nós.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva é um profissional respeitado, ético, íntegro que alcançou o ápice da vitória nas suas funções de médico, economista, bem como na sua rica trajetória acadêmica como professor titular e pesquisador da Universidade Estadual do Ceará - UECE. Foi por muito tempo Diretor de Ensino e Pesquisa do Instituto do Câncer do Ceará. É uma pessoa que se descobriu na sua vocação de amor ao próximo preocupado com a formação dos seus alunos e ajudando-os a desenvolver neles as suas potencialidades.

Teve uma influência significativa de seu pai que foi um inspirador em sua vida profissional. O lado educador do Marcelo vem, com certeza, de seu pai que foi um grande educador. Ele tinha um colégio chamado Instituto Padre Anchieta. Além de professor, contador e abalizado advogado deixou para seus filhos o legado da honestidade e da formação dos valores éticos de conduta. Marcelo seguiu os seus passos.

Marcelo concluiu cursos como Medicina e de Ciências Econômicas. A Economia lhe tornou um pesquisador na área da saúde pública. Exemplos arrastam. Falando em seu pai, Eilson Goes de Oliveira dizia em seu artigo “Marcelo Gurgel: profissional exemplar”: “Do Dr. Luiz Carlos da Silva, o que sobreviveu, e, por sinal, em grande estilo, foi o exemplo de uma pessoa iluminada por valores morais que o fizeram credor do maior respeito”. Isso se aplica na pessoa do seu filho Marcelo.

Referindo-se ao seu pai, Marcelo mostra o segredo pelo hábito de leitura e escrita não apenas dele, mas de todos os seus irmãos, quando diz: “O hábito da leitura foi precocemente incutido em sua prole, porque, nos primeiros anos de escola, a ela ofereceu uma biblioteca infanto-juvenil oriunda do Instituto Padre Anchieta e, depois, com o passar dos anos, franqueou a sua biblioteca particular, rica em coleções e enciclopédias, e acrescida anualmente com obras de atualidade e lançamentos literários de autores cearenses.

O hábito de ler caminhou paralelo com o desenvolvimento de outra habilidade familiar: a facilidade de escrever de todos os seus filhos, embora existam diferenças em volume de produção e no estilo da escrita, assim como no gênero de preferência de cada um de nós”. Aqui, destaco a grande importância da figura dos pais, da família e da escola no desenvolvimento de seus filhos. A veia literária de seu pai muito ajudou ao Marcelo e lhe impulsionou a galgar os umbrais da Academia Cearense de Letras.

O incentivo ao magistério está presente na vida do Marcelo. Ele atingiu o mais alto grau de pós-doutor na sua área como epidemiologista, um estudioso da saúde pública. Além das titulações de mestre, doutor e pós-doutor em saúde pública que ele conquistou ainda na meia idade, chegou também cedo ao patamar de Professor Titular da UECE mediante concurso público. Coordenou o curso de Medicina da UECE, bem como a pós-graduação “lato sensu” (Especialização) e “stricto sensu” (Mestrado e Doutorado) na UECE.

Marcelo exerceu com dedicação funções relevantes na área da gestão da saúde. Assumiu trabalhos voltados às coordenações de diversos cursos, ele não deixou de lecionar as disciplinas nos cursos de graduação e pós-graduação da área de saúde não apenas na UECE, mas em cursos esporádicos de muitas universidades, mercê de sua extraordinária competência. É portador de múltiplas realizações como ensino, pesquisa, arte e também literatura.

Além do ensino e da pesquisa, Marcelo orientou centenas de monografias de graduação e de especialização, além de dissertações de mestrado e teses de doutorado. Contribuiu para a ciência, as artes e a literatura sendo escritor com muito gosto e prazer. Escreveu trabalhos científicos voltados à saúde pública, além de trabalhos artísticos e literários, sendo consagrado para a Academia Cearense de Medicina, Academia Cearense de Letras, além de outras honrarias recebidas. Ele publicou mais de cem livros. Em alguns livros que ele organizou, entrei com alguns artigos. Agradeço essa oportunidade de dar um pouco de minha modesta colaboração. Além do mais, sou um leitor seu no Jornal “O Povo”.

Fui colega do Marcelo na Universidade Estadual do Ceará - UECE como professor onde me aposentei. Entre outras atividades voluntárias, tive o privilégio de me engajar em um grupo seleto, onde Marcelo também participava. Trata-se do Comitê de Ética em Pesquisa da UECE no período de 1996 até 2.010 quando me aposentei dos quadros da UECE.

Outro aspecto presente na vida do Marcelo é a sua religiosidade. Marcelo sofreu também influência de seus pais que eram bem religiosos. Ele já contribuiu com a organização de livros voltados à Igreja Nossa Senhora das Dores e, inclusive à arquidiocese nos tempos em que Dom Aloísio Lorscheider era o cardeal arcebispo de Fortaleza. Uma boa parte da venda dos seus livros sobre assuntos religiosos sempre é revertida para as pastorais da Igreja.

Marcelo goza de reconhecimento aqui no Estado do Ceará. Isso pode ser percebido nos muitos livros que ele fez e organizou ao longo de sua vida. Aliado a isso, vê-se também as homenagens que recebeu dos profissionais de saúde do estado do Ceará. É um profissional que faz a diferença e fará mais ainda pelo nosso estado do Ceará.

Discorrendo sobre o profissional exemplar que é Marcelo Gurgel, Eilson Goes de Oliveira diz que conhece Marcelo desde o ano de 1974, quando foi seu professor de Patologia Geral na Faculdade de Medicina da UFC, surgindo daí uma amizade que perdura até os dias atuais. Ele fala desse profissional e, no último parágrafo de seu texto, referindo-se ao Marcelo, ele coloca: “Esse é o homem digno, o cientista, o ‘magister’ que conheci, ao longo de tão pouco contato, mas com vera intensidade. E que me provoca orgulho e admiração”.

A mim, só me resta aplaudir seus merecidos sucessos. Ele é uma pessoa vitoriosa e outros sucessos advirão, pois 70 anos hoje ainda é um jovem. Quem convive com jovens e ajuda na sua formação nunca envelhece. Então, Marcelo ainda tem muito a produzir. Possui uma bagagem significativa e há muito que vem colhendo os frutos que plantou. Os conhecimentos técnicos e científicos que Marcelo conquistou ao longo de sua vida se aliam aos seus atributos pessoais fazendo dele um profissional completo, um ser humano vitorioso.

Parabéns Marcelo, por mais este livro que só engrandece a todos nós.

* Discurso apresentação do livro “Um septuagenário sob distintas ópticas”, em lançamento ocorrido na Capela do Colégio Santo Inácio, em Fortaleza, em 11 de março de 2023, na comemoração dos setenta anos de Marcelo Gurgel.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Solenidade dos 128 Anos da Academia Cearense de Letras

Participei na noite de anteontem, 16 de agosto de 2022, no Palácio da Luz, pela primeira vez como acadêmico, da solenidade comemorativa dos 128 anos de criação da Academia Cearense de Letras (ACL), considerada a primeira do gênero no Brasil, tendo se antecipado em três anos à fundação da Academia Brasileira de Letras.

A solenidade foi conduzida pelo Presidente do sodalício, Acad. Lúcio Gonçalo de Alcântara, tendo Sra. Regina Cláudia Fiúza, assumido o cerimonial, seguindo o esquema agendado, a escritora Regina Cláudia Fiúza.

A saudação de aniversário foi pronunciada pelo Acad. José Augusto Bezerra, que após um recorte histórico da ACL, se reportou sobre os principais feitos da ACL nos últimos anos, mesmo na vigência da pandemia, e anunciou eventos comemorativos da ACL pelo bicentenário da Independência do Brasil e exibiu um audiovisual de um documentário sobre os imortais desse silogeu.

Na ocasião, foi prestada uma homenagem de reconhecimento à Diretora Administrativa da ACL, Sra. Regina Cláudia Fiúza, pelo profícuo trabalho em prol da arcádia, que, por sua vez, agradeceu por meio de uma fala em que apontou os laços entra a ACL e a Padaria Espiritual, um movimento literário e cultural, surgido em Fortaleza no último quartel do século XIX, assunto sobre o qual ela tem conhecida “expertise”.

Na sequência da programação, a Acad. Beatriz Alcântara fez a leitura de um poema da Acad. Giselda Medeiros, cognominada “A princesa das poetisas cearenses”, especialmente elaborado para festejar o atual natalício da entidade.

A efeméride foi prestigiada pela ampla presença de pessoas do mundo empresarial e cultural cearense, como integrantes de academias e sociedades literárias cearenses.

Ao término do evento, acadêmicos e seus convidados se confraternizaram em um coquetel oferecido pela ACL.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Academia Cearense de Letras

segunda-feira, 7 de março de 2022

ANIVERSÁRIO DE 135 ANOS DO INSTITUTO DO CEARÁ

O Presidente do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), general Júlio Lima Verde Campos de Oliveira, conduziu na manhã da última sexta-feira, 4 de março de 2022, a comemoração dos 135 anos de fundação da instituição.

Na ocasião, em virtude das medidas de enfrentamento vigentes contra a Covid-19, a celebração, consistiu de um café da manhã em homenagem aos nossos funcionários e contou com a presença de alguns dos nossos sócios.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Sócio do Instituto do Ceará

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

MÁRCIA GURGEL CARLOS ADEODATO: 70 anos de vida

Márcia nasceu em 18/01/1952, na casa da Rua Justiniano de Serpa, 53. Começou seus estudos escolares em ambiente domiciliar, sendo educada por seus pais e tias paternas, concluindo o Curso Primário no Instituto Padre Anchieta, citado anteriormente.

Depois de aprovada no exame de admissão, Márcia iniciou o primeiro ano ginasial, em 1963, no Ginásio Santa Maria Goretti, a mesma escola onde Marta já estudava; daí, por desavença entre nosso pai e a direção da escola, se transferiu, contra a sua vontade, mas por determinação paterna, em 1964, para o Liceu do Ceará, onde seguiu, como aluna liceal, até o final do científico, em 1969. Nesse último ano, agregou também matrícula adicional, no turno da noite, no Curso Joaquim Pimenta, um “cursinho” preparatório ao vestibular voltado para área de Humanidades, dirigido pelo Prof. Francisco Uchoa de Albuquerque.

Obteve ela aprovação em segundo lugar no vestibular para o Curso de Comunicação Social da UFC, em 1970, bacharelando-se em Jornalismo em 1973, tendo sido excelente aluna; como o seu curso era noturno, em 1971 submeteu-se a outro exame vestibular da UFC, logrando, novamente, o segundo lugar, sendo admitida no Curso de Letras, com habilitação em Línguas Portuguesa e Inglesa, conseguindo levar os dois cursos, em parte, no mesmo período, porque o de Letras era matutino; em 1974 obteve o segundo diploma superior, conjugando dois títulos claramente complementares. Na vigência dos estudos universitários ainda encontrou tempo para lecionar em escola secundária de Fortaleza.

Saliente-se que, mesmo combinando a dupla jornada de trabalho, como jornalista e como assessora de comunicação, em um conceituado jornal e em um órgão público, respectivamente, ela cumpriu, em 1977, com excelente aproveitamento, o Curso de Especialização em Metodologia da Pesquisa em Comunicação, na UFC. Também na UFC apostilou uma nova habilitação ao seu diploma original: a de Relações Públicas.

Exerceu o jornalismo por seguidos anos, no jornal O Povo, ocupando, de forma competente, diferentes funções em várias editorias, incluindo a de ombudsman, sucedendo nesse encargo a valorosa decana do jornalismo cearense, a Profa. Adísia Sá. Na medida de sua notória e brilhante prática profissional, reconhecida por suas preciosas matérias veiculadas na grande mídia cearense, tornou-se a maior colecionadora de prêmios da imprensa local, somando quase três dezenas deles, enquanto exercitou a sua profissão.

Aposentou-se de O Povo, em 2004, após 30 anos de atividades, mas continuou a sua atividade funcional na Coordenadoria de Comunicação da UFC, na qual ingressara, mediante concurso público, e daí requereu a aposentadoria em março de 2007. Durante vinte anos, foi jornalista da Prefeitura de Fortaleza. Foi atuante nos órgãos de classe, pugnando em defesa de seus colegas de profissão, tendo sido dirigente sindical em sucessivas gestões do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará. De 2002 a 2004, foi Assessora de Comunicação Social do Tribunal Regional do Trabalho – 7ª Região.

Casou-se, em 17/01/1978, com o jornalista Fernando Adeodato Jr., o seu querido Nando, com quem teve três filhas, nascidas na sequência: Melissa (31/03/1979), Vanessa (21/09/1981) e Larissa (03/06/1986). Profissionalmente, Melissa formou-se em Engenharia Química na UFC, fez mestrado e doutorado na Unicamp e cumpriu programa de pós-doutorado na Alemanha. Atualmente, integra o seleto grupo dos mais influentes professores pesquisadores da Unicamp; Vanessa concluiu Medicina na UFC e após ser bem-sucedida em concursos públicos para médicos, cursou os Programas de Residência Médica em Clínica Médica e em Nefrologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, na capital paulista; Larissa é Médica Veterinária formada pela UECE, com especialização em fisioterapia animal. Trabalha como profissional liberal no campo da sua bem-qualificada área da Veterinária. Márcia e Nando possuem quatro netos: Rafael e Lucas, filhos da Melissa, e João Victor e Livia, filhos da Vanessa.

Feliz aniversário, Márcia.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Um irmão mais novo de Márcia

 

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