quinta-feira, 5 de abril de 2012

Série Pacifistas: Zilda Arns

Por três vezes, a médica pediatra e sanitarista catarinense Zilda Arns (1934-2010) foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Não recebeu, mas passou à história como exemplo, por seu compromisso com causas humanitárias e pacifistas. A fundadora e coordenadora Internacional da Pastoral da Criança faleceu em 12 de janeiro de 2010, vítima do terremoto que assolou o Haiti, onde cumpria missão com o Governo Brasileiro. Ela é a personagem deste mês, da série Pacifistas. “A construção da Paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no Amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em Fraternidade e corresponsabilidade social.”, estava escrito em seu último discurso, para religiosos no Haiti.
De fala doce, mas firme a médica Zilda Arns, dedicou-se a salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência. Por meio da Pastoral da Criança, beneficiou mais de 2 milhões de crianças no Brasil e estendendo ações por outros países. Também esteve na criação e coordenação da Pastoral da Pessoa Idosa, que promove o acompanhamento mensal de mais de cem mil idosos por milhares de voluntários espalhados em mais de 500 municípios brasileiros. Os dois organismos são vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Filha do casal brasileiro de origem alemã, Gabriel Arns e Helene Steiner, Zilda Arns nasceu em Forquilhinha (SC), no dia 25 de agosto de 1934. Foi a 13ª criança de uma família de 16 filhos. Entre seus irmãos está Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo e desde sempre grande defensor dos Direitos Humanos. Ela foi casada com Aloísio Bruno Neumann (1931-1978), com quem teve seis filhos. Foi avó de dez netos.
Formou-se em medicina pela Universidade Federal do Paraná e se dedicou à saúde pública, pediatria e sanitarismo, sempre tendo em mente salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário. Após experiências exitosas como médica pediatra e gestora em saúde, foi convidada, em 1983, a pedido da CNBB, a criar a Pastoral da Criança juntamente com o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, Cardeal e Arcebispo emérito de Salvador (na época, Arcebispo de Londrina).
A Pastoral da Criança desenvolveu um método de trabalho calcado na força do voluntariado, promovendo o desenvolvimento infantil e a melhoria da qualidade de vida das crianças, de suas famílias. “Todo trabalho tem como base a solidariedade e a multiplicação do saber. O resultado é a promoção humana e o fortalecimento do tecido social das comunidades”, como está expresso site da entidade. O trabalho envolve visita domiciliar às famílias, Dia do Peso, também chamado de Dia da Celebração da Vida e Reunião Mensal para Avaliação e Reflexão.
Zilda recebeu diversos prêmios e títulos. Entre eles o de “Heroína da Saúde Pública das Américas”, concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2002, e Prêmio Social 2005 da Câmara de Comércio Brasil-Espanha. À Pastoral da Criança também foram concedidos diversos prêmios. Certa vez, ela disse: “O Prêmio Nobel (da Paz) a Pastoral da Criança ganha todos os anos, porque salva cerca de cinco mil crianças (...) e serve de modelo para outros países”.
Fonte: Boa Notícia / Pastoral da Comunicação. Sexta-Feira, 13/2/2012.

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