quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Depois da derrota, a perseguição

Por Ricardo Alcântara (*)
Quem com muitas pedras mexe, uma lhe cai na cabeça. Pois na de Luizianne Lins – que optou por fazer candidato à sua sucessão um nome que se identificava consigo e com mais ninguém – já começam a cair algumas, atiradas não só por adversário, mas também por alguns “companheiros”.
As últimas declarações de Cid Gomes durante a campanha e as primeiras de alguns petistas como o deputado Artur Bruno logo após o seu término são suficientes para dar a medida das resistências represadas e que agora buscarão revanche ao estilo marrento com que a prefeita exerce sua liderança.
A ideia – assumida pelo governador Cid Gomes, mas ainda não por todos que pretendem adotá-la – é isolar Luizianne. Difícil será realizar o plano a baixo custo. Em primeiro lugar, porque nunca sai barato contrariar alguém com seu temperamento. Mas há razões bem mais objetivas em jogo.
Ei-las: mesmo fora da prefeitura, ela será ainda presidente do partido até o final do próximo ano, quando já iniciado o processo sucessório para os governos estaduais e federal. Como é sabido de sua boa disposição para o enfrentamento, custo a crer que, acossada, se recusará a produzir estragos.
Outra razão para acreditar que as manobras de isolamento serão ruidosas é a falta de consenso interno para levá-las adiante sem solavancos: Luizianne conta – embora a ingratidão em política seja a norma – com aliados leais a ela na câmara, na assembleia e na nova legislatura municipal.
Se o federal Eudes Xavier e o estadual Antonio Carlos se fizerem vozes isoladas nas suas respectivas bancadas, já que a maioria dos seus companheiros deverão readerir sem maiores constrangimentos ao ferreiragomismo triunfante, o mesmo não se pode dizer dos vereadores do partido na capital.
Com Acrísio Sena, Guilherme Sampaio e Deodato Ramalho, são modestas as possibilidades de adesão a qualquer movimento que sinalize tentativa de isolar Luizianne Lins e neutralizar por completo sua força interna. Ao que tudo indica, pela capital a operação não deverá começar.
Logo, quando a prefeita revela que está de malas prontas para o Rio de Janeiro, onde pretende retomar a vida acadêmica, o fato sugere um distanciamento das circunstâncias que não corresponde exatamente aos fatos. Sob ameaça, não abandonará o terreiro. Sei não. Vem mais coisa por aí.
Frisson ao Norte
Seria comovente, se não fosse patético, o esforço que a imprensa brasileira tem feito para tornar relevante aos nossos interesses as eleições norte-americanas. Cite, por favor, uma diferença relevante para o Brasil entre os governos de George Bush e Barak Obama. Necas, não é? Pois é.
Pela ordem, a decisão é relevante, sim, para o Oriente médio, a Europa e a China.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.
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