quinta-feira, 10 de abril de 2014

MULHER & ORGASMO



Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta

O nome da filha de Psiquê e Eros é traduzido, do grego, pela palavra prazer.  Não tenho a certeza, porém, se concordo com tal tradução.  As sociedades antigas, como a grega e a egípcia, tinham o ato sexual como sagrado; enquanto que a árabe e a persa acreditavam que as mulheres traziam doenças e desgraças.
Com a chegada dos diferentes cultos, o prazer sexual passou a ser pecaminoso e condenável. E pior: tornou-se uma prática oculta. Para a maioria das religiões do Ocidente, o prazer feminino era diabólico, uma manifestação do mal.

Em meados do século XX, aquela concepção começou a mudar, na medida em que os povos conquistavam mais direitos e liberdades, e as religiões perdiam parte de sua influência negativa. Neste sentido, com o advento da Revolução Sexual, o prazer passou a ser tido como uma manifestação de paz e de amor.

No presente, o prazer sexual é aceito como algo saudável e essencial ao pleno desenvolvimento de ambos os sexos. E o ápice do orgasmo é alcançado quando a mulher se torna capaz de levar essas qualidades para o leito, para o lar e para a vida profissional. Por sua vez, o homem passa a valorizar mais a mulher, justamente, por causa dessa sua capacidade e poder.
O orgasmo é uma prenda que a mulher oferta para si mesma e para o homem amado. É de suas vísceras que brota tal dádiva suprema, guardada a sete chaves dentro de seu âmago, e entregue, somente, ao homem escolhido. Enquanto permaneça com um determinado homem, é dele todos os êxtases, alegrias e luzes da mulher. Sem a presença dela, porém, o que resta é só paisagem, e a vida perde toda a graça e a beleza que possa ter. Na sua primeira paixão a mulher ama o amante, nas demais ela ama o amor.

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
 

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