* Não sei como você vai se explicar vendo o céu clarear,
de repente, impunemente. ** Não sei como você vai abafar o nosso coro a cantar,
na sua frente. Apesar de vocês, ** Chico, amanhã há de ser outro dia. Estamos
sofrendo por ter que beber essa bebida amarga, dura de tragar. Temos pedido ao
Pai que afaste de nós esse cálice, mas quando vemos você, logo você, brindando
e *festejando com todos eles, só nos resta ficar cantando coisas de amor e
olhando essa banda passar. E pedir que passe logo, porque apesar de vocês
amanhã há de ser outro dia. Estamos todos cada qual no seu canto, e em cada
canto há uma dor, por conta daquela cachaça de graça que a gente tem que
engolir (lembra?), ou a fumaça e a desgraça que a gente tem que tossir. Só
espero, Chico, que as músicas que você venha a compor em parceria com os seus
amigos prosélitos de palanque não falem mais de amor, liberdade, moralidade e
ética - essas coisas que você embutia ** disfarçadamente nas suas letras agora
mortas de tristeza e dor. Não fale mais disso - não ficará bem no seu figurino
agora desnudo. ** Componha, iluda, dance e se alegre com todos eles,
ganhe lá o seu dinheiro, ** entre na roda e coloque tudo na sua cueca - ou onde
preferir - mas não iluda ** mais os nossos jovens com suas músicas,
simbolizadas hoje apenas na sua gloriosa A Volta do Malandro.
(assinado) *
*Seu Vizinho ao Lado.....*
Fonte: Circulando por e-mail (internet), sem autoria explícita.
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