sexta-feira, 28 de agosto de 2015

INTERIORIZAÇÃO E PIONEIRISMO DA UECE


Por João Rameres Regis (*)
"Quantas histórias podem ser contadas pelos mais de 20 mil profissionais formadas em suas unidades interioranas?"
A universidade é uma das maiores e mais importantes criações da humanidade. As primeiras remontam ao início do segundo milênio da era cristã. O desejo inerente à condição humana de sobrepujar os limites que a prendia ao domínio da natureza e de usá-la em seu proveito, aliada à ideia de que o homem, pela razão, seria capaz de construir sua liberdade, fez da universidade o locus da produção de saber e técnica.
A história das universidades brasileiras segue outro percurso; elas são muito mais jovens que as demais, inclusive hispano-americanas. A USP, nossa mais velha, remonta a 1934. No Brasil, elas foram criadas para formar a inteligência nacional, ligada à elite socioeconômica e às necessidades burocráticas do Estado Nação.
Se visto em contexto milenar ou secular, os 40 anos da Uece podem parecer mínimos, mas, se adotado o ponto de vista da função social que ela exerce para o povo cearense, a Uece se agiganta e alcança os pódios do sucesso, mesmo tendo que sobreviver enfrentando as dificuldades que lhes foram impostas em sua trajetória.
A magnitude e a complexidade da Uece se expressam, sobretudo, por sua história de pioneirismo. Foi a Uece a primeira IES do Ceará a iniciar o processo de interiorização do ensino superior. Esta ação tem valor incalculável e inenarrável, pois não há número que possa mensurar nem letra capaz de expressar o valor de uma oportunidade aberta a um jovem de família urbana ou rural residente nas nove áreas de atuação da Uece.
Quantas trajetórias individuais e coletivas foram construídas pela presença da Uece numa região? Quantas histórias podem ser contadas pelos mais de 20 mil profissionais formadas em suas unidades interioranas? Eis aí o valor e o diferencial da Uece, sua capacidade de subverter a ordem das coisas e de abrir portas fadadas a permanecerem cerradas.
Na sua fundação, em 1975, entre as seis escolas que a constituíram, estava a Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam), em Limoeiro do Norte. Posteriormente, vieram os campi de Quixadá, Iguatu, Itapipoca, Crateús, Tauá e os últimos, especiais, os campi de Pacoti, do Centro de Ciências da Saúde, e de Guaiúba, da Faculdade de Veterinária.
No interior a Uece está presente com Licenciaturas, para a formação de professores que atuarão nas redes públicas e particulares da educação básica. Assim, nesses 40 anos, a Uece contribui para a elevação do nível educacional, técnico, político e cultural do povo cearense, habilitando profissionais capazes de desenhar um novo futuro para si e para as gerações vindouras. Também tornando plena minha história pessoal, pois nela fiz minha graduação e hoje sou professor e diretor da unidade onde me graduei.
(*) Historiador, doutor em História Social, professor e diretor da Fafidam/Uece (Limoeiro do Norte).
Publicado In: O Povo, Opinião, de 15/8/15. p.7.

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