quinta-feira, 20 de agosto de 2015

INFLACIONAMENTO DE DIPLOMAS


Por Heitor Machado (*)
Em pesquisa divulgada em 2012 pelo Instituto Paulo Montenegro, verificou-se que 38% dos universitários estavam em situação de analfabetismo funcional. Já em pesquisa divulgada pela Universidade Católica de Brasília em 2014, apurou que 50% dos universitários se encontravam nessa situação. O analfabeto funcional é aquela pessoa que sabe ler e escrever, mas não se encontra em condição de interpretar textos simples, cálculos básicos ou capacidade de escrita de exposição de argumentos, ou mesmo de uma simples redação.
Sabe-se que um dos gargalos de crescimento no país é a carência de mão de obra qualificada, e num esforço para a resolução desse problema, mais do que dobrou o número de vagas no Ensino Superior no Brasil nos últimos dez anos. São diversos os motivos dessa alta: a criação programas de financiamento estatais como Fies e Prouni. No entanto, a despeito da informação sobre o analfabetismo funcional, continua-se criando vagas e investindo mais em educação de alto nível.
É bem verdade que ao criar mais notas, via Banco Central não se cria riqueza alguma, em contra partida cria-se cada vez mais diplomas para os brasileiros, sem que de fato a produtividade do país cresça de igual forma. Para exemplificar, se tivermos mais engenheiros diplomados que compreendam menos os projetos que fazem ou recebem, precisaremos de mais engenheiros para fazer o trabalho que apenas um muito produtivo faria.
Se quando o governo cria mais papel moeda sem lastro para pagar dívidas estatais cria-se juntamente à inflação, o que estaria nascendo quando tivermos mão de obra diplomada que não produz mais por não ter domínio ao interpretar um texto ou fazer uma operação matemática mais elaborada? Talvez a resposta seja desemprego qualificado.
A saída está na melhoria efetiva da educação básica, o desengessamento dos currículos que dariam assim ao mercado uma gama maior de possibilidades e possibilidade de customização de serviços, satisfazendo seus consumidores e aumentando as experiências de sucesso. É estranho que a sala de aula ainda seja muito parecida com a de duas gerações atrás, mesmo com tantas inovações tecnológicas em todos os outros campos.
(*) Heitor Machado é empreendedor e colunista do Instituto Liberal.
Fonte: Artigo no Alerta Total www.alertatotal.net.  Postado por Jorge Serrão.

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