quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

COMPLEXIDADE


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Em qualquer atividade, seja pública ou privada, o bom senso, a sinceridade e a determinação permitem que as dificuldades e os obstáculos sejam superados. Dentro deste prisma de raciocínio, vivenciamos, há algum tempo, no Brasil momentos complicados envolvendo crises, conflitos e desajustes em vários segmentos, inclusive nos Poderes Constituídos, com consequências danosas, é claro, para a população em geral. Fazendo-se uma analogia com a medicina, podemos dizer que o País se encontra na UTI, precisando de cuidados especiais para levá-lo ao quarto, e depois receber alta. Tudo compatível com uma “posologia” adequada. O desafio não é fácil. Abrange aspectos políticos, econômicos, sociais, éticos e morais. Reconhecemos ser fundamental, de um lado, a redução do desemprego, da inflação, da taxa de juros, dos desníveis de renda, e de outro, melhores níveis de saúde, de educação (cognitiva e comportamental), de segurança, dentre vários pontos. Esse esforço, bem que poderia gerar um “pacto de desambição nacional”, priorizando a justiça, no sentido amplo, e combatendo a ganância, a falta de espírito público e a corrupção. Por sua vez, os formuladores das politicas, além da reação de determinados grupos cartoriais e corporativos, terão que lidar com variáveis exógenas, efeitos colaterais negativos e, muitas vezes, erros de avaliação. Ademais, é importante que as ações sejam eficientes, isto é, evidenciem uma menor relação custo/benefício. Torna-se dispensável, por fim, ressaltar que esse processo de recuperação nacional deva ocorrer de forma democrática e republicana, observando-se a Constituição.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 7/10/2016.

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