terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ANEDOTAS DO QUINTINO IV


Quintino Cunha era um notável poeta. Ficou famoso por motivos menos nobres é verdade, mas não menos interessantes. As suas respostas ferinas às provocações, as suas atuações como advogado dos oprimidos e a sua inteligência invejável e invejada, fizeram dele um mito. Muitas histórias surgiram e foram atribuídas ao Quintino. Nem todas são verídicas, mas a maioria tem registro. Aqui estão algumas das mais curiosas e também as suas melhores poesias. Esta seção pretende fazer justiça ao mérito de Quintino como poeta, já que, como repentista, é incontestável. Além disso, visa preencher uma lacuna. Até então, não existia nenhuma alusão ao célebre cearense na internet.
A Paciência do Juiz
Em uma cidade do interior cearense, das muitas pelas quais Quintino andava, um rico e portanto importante morador achava de insultar sempre um pobre e infeliz bêbado muito popular na cidade.
- Bêbado safado! Vagabundo! Corno!
E todo dia era a mesma história. Durante dez anos o pobre homem aguentou as ofensas. Mas um dia a paciência acabou e o bêbado matou o ofensor.
Nenhum advogado queria defender o coitado. Quintino, sabendo do acontecido, logo se apresentou como advogado deste.
No júri, o promotor praticamente liquidou com as chances de defesa do inditoso acusado.
Já o Quintino, iniciou com estas palavras:
- Meritíssimo senhor juiz!
- Meritíssimo senhor juiz!
- Meritíssimo senhor juiz!
Por dez minutos o intrépido advogado repetiu essas palavras dando uma leve batida na mesa. O juiz se impacientou e falou:
- Doutor Quintino, eu não aguento mais, pare com isso e comece logo!
Era só o que o Quintino queria ouvir para arrasar o argumento do promotor.
- Meritíssimo senhor juiz, por apenas dez minutos eu repeti um respeitoso elogio e Vossa Excelência já se impacientou. Imagine então, um homem aguentar, por dez anos seguidos, os maiores insultos, pelo simples motivo de se embriagar...
O acusado foi absolvido por unanimidade.
(Do anedotário popular - Redação: Ceará-moleque)
Advogado bom pra cachorro...
Quintino, na função de advogado, estava em seu escritório quando chega um cliente, e os dois põem-se a discutir.
- Então, Dr. se o cachorro do meu vizinho entra na minha casa e come dois quilos de carne que estavam sobre a pia, eu tenho direito de pedir indenização?
- Claro que sim, meu amigo!
- Então, Dr. passe-me C$20,00, pois o cachorro era o seu!
- Pois não... Mas, antes me dê C$30, 00, pois a consulta custa C$50,00!
Enviada pelo colaborador: Sandro Roberto Veloso de Araújo
Nota: O dinheiro da época de Quintino, provavelmente, era outro.
O Prato de capim
Quintino era um bom aluno. Às vezes, no entanto, tirava notas baixas por causa de sua mania de dar respostas irônicas quando as perguntas do professor eram capciosas, mania esta, de certo professor do ginásio que Quintino frequentava.
Estava Quintino numa sabatina e o professor muito irritado, com as respostas irônicas e fora da matéria, quando entra na sala o bedel e pergunta se o mestre deseja alguma coisa. O Professor diz para o bedel:
- Traga um prato de capim!
Quintino, olha para o bedel e diz:
- Pra mim, apenas um cafezinho!...
(Do anedotário popular - Redação: Ceará-moleque)
Fonte: Internet (circulando por e-mail e sem autoria definida).
Nota: Muitos causos de Quintino Cunha foram contados por seu filho Plautus Cunha, no livro Anedotas do Quintino. 16a Edição. Fortaleza-CE: Editora Ângelo Accetti, 1974.

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