Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
O radicalismo tem
influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização
social, nos países socialistas e capitalistas. Crises, desemprego, miséria,
endividamento e violência decorrem de movimentos radicais que não buscam
soluções, mas modelos errôneos do ponto de vista socioeconômico e político.
Todavia, é extremamente difícil e controvertido encontrar um modelo
sociológico, filosófico e ideológico, capaz de gerar uma unanimidade. É urgente
a necessidade de ações e programas que, voltados, principalmente, para a área
social, promovam e consolidem oportunidades ao povo. Lamentavelmente, nos dias
atuais, a exacerbação do pragmatismo está ocupando espaço das opções
ideológicas e institucionais. Acreditamos serem as manifestações pragmáticas
influenciadas pelo maniqueísmo da direita cartorial e da esquerda corporativa,
pela ânsia de poder, pelo individualismo e pela ausência de sentimentos
espirituais. O Estado existe não para ser opressor, mas para assegurar os
princípios básicos da democracia. Precisamos nos voltar para o conhecimento das
verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos indicadores de um
mundo social baseado nos conceitos de justiça e de igualdade de oportunidades.
Uma ideia se destaca hoje nas discussões e debates realizados no mundo:
globalização. É importante que ela surja como uma forma de promoção social
universal, mediante manifestações não apenas econômicas, mas principalmente de
ordem política e cultural, respeitando-se os direitos humanos e a coexistência
pacífica. A globalização não pode e não deve ser um instrumento para ampliar o
fosso existente entre nações ricas e pobres.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 4/8/2017.
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