Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Que o Brasil seja
democrático e justo. Hodiernamente, segmentos significativos da situação e
também da oposição não estão pensando no povo brasileiro, mas apenas no poder.
Lamentável. As manifestações democráticas não devem ser eventuais, mas
permanentes. Assim, democracia não significa apenas votar no dia das eleições.
Trata-se, na verdade, de um sistema bem mais amplo, em que a participação
popular, a recusa ao fanatismo, a defesa das minorias e da pluralidade, a não
concordância com a busca do poder pelo poder e com casuísmos aéticos, a não
utilização de práticas fisiológicas fica bem como o respeito aos dispositivos
constitucionais são atitudes básicas para o sucesso do processo democrático. As
condutas mencionadas permitirão que alcancemos uma verdadeira democracia
representativa, consolidada e permanente, e não uma democracia de resultados,
fraca e efêmera, longe de princípios morais e próxima da corrupção e do falso
pragmatismo. O Estado Democrático de Direito será perfeito, caso os governantes
e governados assumam comportamentos compatíveis com a solidariedade e o
interesse público. Por sua vez, as democracias de resultados, expressão que
imaginamos para denunciar as atitudes dos pseudo-democratas, não comprometidos
com a melhoria da qualidade de vida das populações, representam a marca dos
Estados totalitários. Por fim, vale lembrar um pensamento do ex-presidente
Juscelino Kubitschek: “Somos um povo, isto é, um conjunto de cidadãos ligado
não apenas por interesses materiais, mas por valores éticos e espirituais”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 21/7/2017.
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