segunda-feira, 2 de outubro de 2017

POR QUÊ SOFISTICAR?


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Alguns analistas da Ciência Econômica complicam a interpretação dos fatos. Como se não bastasse a interdependência entre a política e a economia, o uso do “economês” – como do “juridiquês” - deixa a pessoa não especialista confusa e insegura. Por exemplo: - por que usar “coeteris paribus” ao invés de “tudo mais constante”? ou “policy makers” no lugar de “formuladores de políticas”? Será que é para demonstrar saber? Recentemente, ouvindo um debate sobre Balanço de Pagamentos (BP) fiquei perplexo. O que foi exposto, acredito, não era para os ouvintes compreender. Diante destas observações, tenta-se mostrar a seguir de forma um pouco mais clara e resumida o que é um “BP”. É o registro das transações entre os residentes e não residentes de um país durante um determinado período de tempo. Compõe-se de dois grupos de contas: a) Contas operacionais, que dizem respeito aos fatos geradores do recebimento ou do pagamento de recursos externos; e b) Contas de caixa, que registram o movimento dos meios de pagamento. A estrutura do “BP” é a seguinte: a) Transações correntes, compreendendo a balança comercial (exportações e importações), a balança de serviços (juros, seguros, fretes, etc.) e os donativos; e b) Movimento de Capitais, abrangendo capitais autônomos (investimentos, amortizações, empréstimos, etc.) e capitais compensatórios. O surgimento de capitais compensatórios indica uma situação de desequilíbrio. Já não é fácil entender, porém não precisa sofisticar e sim simplificar, para mostrar conhecimento do assunto. Como disse a Doutora Zilda Arns: “nunca se deve complicar o que pode ser feito de maneira simples”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 7/7/2017.

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