domingo, 21 de março de 2021

A SAÚDE DA MULHER PARA GONORREIA

          Nas forças armadas, já de longa data, a despeito dos modernos antibióticos de uso ambulatorial, os casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) nos praças requerem o tratamento hospitalizado, ou seja, como se diz no jargão militar, baixados na enfermaria. Para os militares, essa prática é também uma medida de segurança, a fim de evitar a maior propagação das DST.

Um soldado foi atendido no Hospital Geral de Fortaleza (do Exército), o HGeF, exibindo um quadro típico de gonorreia, com intensa secreção purulenta uretral e antecedentes de contato sexual com uma parceira igualmente portadora dessa gonococcia.

Na verdade, ele não queria ser internado, e insistia em dizer que ele e a companheira já estavam sendo tratados, e logo ficariam bons.

O capitão médico perguntou-lhe:

– Onde você foi atendido?

– Ah, doutor! Foi um “doutor” lá na farmácia do meu bairro.

– Era um médico mesmo? Não seria um farmacêutico?

– Eu sei que era um “doutor” que vendia os remédios.

– Então, nesse caso, devia ser um balconista de farmácia.

– Disso não tenho certeza não, capitão; mas eu contei a ele o meu problema, e aí ele passou o remédio pra mim e pra garota que sai comigo. Até comprei duas caixas: uma pra mim e outra pra ela.

– Qual foi o medicamento que ele indicou?

– Ah, doutor! Eu tô aqui com a caixa no meu bolso – responde, prontamente, o soldado, entregando a caixa ao capitão médico.

O médico ficou deveras intrigado com o medicamento proposto: “A Saúde da Mulher”. Tratava-se de um regulador menstrual, à base de passiflora, de uso popular, indicado nas cólicas menstruais, perturbações da menopausa e manifestações agudas ou crônicas das dismenorreias e nas irregularidades do fluxo menstrual.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Ex-Presidente da Sobrames-Ceará

* Publicado In: SILVA, M. G. C. da (Org.). Ordinário, marche! Médicos contam causos da caserna. Fortaleza: Expressão, 2015. 112p. p.87-88.

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