Por
Vladimir Spinelli Chagas (*)
Comecei o
ano de 2021, neste espaço, com uma reflexão sobre a nossa tendência a fazermos
um balanço de ativos e passivos no período findante, colocando o que
consideramos positivo de um lado, balanceando com o que classificamos como
negativo.
Agimos como
se nos espelhássemos nas empresas, que precisam desse balanço para apurar os
resultados, cumprir suas obrigações e reabrir a contabilidade para um novo
período, avaliando necessidades de mudanças no percurso.
Avaliar
nossos momentos dentro desse tempo-calendário não é fora de propósito. Até
entendo que o devamos fazer mais amiúde, pois nossos ativos e passivos são
muito mais importantes do que os empresariais. Envolvem sentimentos que
transmitimos e que recebemos.
Quando
atravessamos essas "festas de fim de ano", época sempre propícia para
essas práticas, nem sempre conseguimos fazer esse "encontro de contas
"da melhor forma. Carregamos as tintas naquilo que colocamos na conta dos
arrependimentos, como se um retorno ao passado fosse possível e, se o fosse,
pudéssemos mudar esse passado.
Ora,
continuo com meu pensamento de que, tudo o que nos aconteceu durante qualquer
que seja o período que analisemos, foram experiências de vida que nos
permitiram crescer. Às vezes, apanhando como massa de bolo. Outras, de forma
leve e agradável.
O certo é
que tudo no universo se rege por ciclos. A Lua, por exemplo, no espaço de duas
semanas passa da invisibilidade para totalmente vestida de luz. Mais duas
semanas e estará novamente na escuridão. O Sol, a cada 24 horas, vai aparecer
no horizonte, mesmo que, por vezes encoberto por pesadas nuvens.
Nos
chamados Reinos da Natureza, também temos a regência de ciclos. Uma rocha, por
mais dura que possa ser, a cada dia estará diferente, mesmo que não percebamos.
Vegetais e animais nascerão, crescerão e fenecerão, em períodos maiores ou
menores, mas inexoráveis.
Assim,
penso que aproveitar da melhor forma possível todas as experiências vividas,
sempre as considerando positivas por nos proporcionarem lições para a frente, é
um exercício nem sempre fácil, mas absolutamente indispensável.
(*) Professor aposentado
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 2/01/23. Opinião, p.20.
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