segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2023

Por Lauro Chaves Neto (*)

Passado o calor das eleições, a mais polarizada e acirrada de nossa história, aguarda-se a definição da equipe econômica para o Governo Lula; o que esperar da Economia Brasileira em 2023? A melhor expectativa seria o controle da inflação, a retomada do crescimento, a redução das desigualdades e a eliminação da pobreza extrema.

A Economia é movida pelas expectativas no mundo corporativo e familiar; sendo fundamental, portanto, a confiança de investidores e consumidores. Serão imprescindíveis ações que possibilitem uma queda rápida na taxa de juros e que sejam implantadas medidas que acelerem a retomada nos investimentos, como por exemplo a melhoria no ambiente de negócios.

A redução mais rápida dos juros estará mais próxima quanto mais acelerada for a queda da inflação. A questão será em qual velocidade essa redução se refletirá em crédito mais barato, o que gera impactos positivos tanto no consumo como nos investimentos.

A melhora da confiança sem um conjunto de estímulos à economia real, já redundou em fracasso várias vezes. É necessário um conjunto de medidas complementares à Política Econômica, sem falar nos riscos existentes no ambiente político e/ou no cenário externo.

O PIB crescerá pouco em 2023. Esse baixo crescimento resultará, principalmente, do baixo nível dos investimentos e da desaceleração do consumo das famílias já endividadas. O menor crescimento do consumo das famílias em 2023 será função das condições do mercado de trabalho, do endividamento e da menor expansão do crédito. A expansão do consumo do governo deverá ser reduzida e dependerá das negociações com o congresso sobre os ajustes no orçamento.

A inflação superará o limite da meta tanto em 2022 como em 2023. O câmbio tende a ter uma relativa estabilidade, a taxa Selic tende a cair lentamente, mas não na magnitude necessária para elevar os níveis de consumo e investimentos.

A retomada do crescimento sustentado da economia brasileira não será uma tarefa fácil, porém esse é o cenário para o qual as organizações e as famílias precisam adequar os seus planejamentos e ações. 

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 14/11/22. Opinião. p.20. 

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