A gripe
(ou influenza) é uma doença respiratória viral aguda que tem pico de
incidência, no Brasil, no primeiro semestre. O ano de 2018 apresenta-se, nas
estatísticas publicadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) até o dia 3,
com o maior número de casos de doença grave por influenza, bem como o ano com o
maior número de óbitos pela doença, desde 2009.
Contudo,
a letalidade da doença grave relacionada ao vírus não parece diferir de anos
anteriores — 17,4% dos casos graves deste ano evoluíram ao óbito em comparação
com 22,6% em 2012 e 21,7% em 2013, por exemplo. Além disso, a grande maioria
dos casos severos ocorre nas faixas etárias de maior risco (idade menor que
cinco anos ou maior que 60), assim como em portadores de doenças crônicas
diversas. Ainda é possível ler nos dados que, em nenhum caso que evoluiu para o
óbito havia histórico de vacinação no último ano para influenza, e menos de um
quarto dos indivíduos que pereceram recebeu o medicamento antiviral
recomendado.
Diante
destes dados, ainda que 2018 se destaque com pico de casos graves por
influenza, a situação definitivamente não merece o pânico que se viu
recentemente. São necessárias, sim, serenidade para compreender o momento
epidemiológico e proatividade no que diz respeito a educação em saúde, de forma
a fazer as pessoas entenderem como se prevenir e quando devem procurar os
serviços de saúde.
O
indivíduo que apresenta síndrome gripal (isto é, febre alta de início súbito,
dor de cabeça e no corpo, acompanhadas de tosse e dor de garganta ou coriza)
deve procurar atendimento médico imediatamente se: 1) fizer parte dos grupos de
risco para complicações ou 2) estiver com falta de ar. Nestas pessoas, o
medicamento antiviral está indicado e pode modificar a evolução da doença.
A
prevenção se dá com a imunização, que está indicada prioritariamente para os
grupos de risco e produz bom nível de proteção após 2-3 semanas.
Lembre-se,
também, caso apresente sintomas da doença, evite ir trabalhar, sempre cubra
nariz e boca com um lenço descartável quando espirrar ou tossir, e higienize
frequentemente as mãos com álcool gel ou água e sabão.
(*) Médico infectologista.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 8/05/2018. Opinião.
p.18.
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