A humanidade vive, no momento, uma época de
incerteza caracterizada pela falta de solidariedade, de espírito público, de
entendimento, por um lado, e pelo excesso de individualismo, de indiferença, de
radicalismo, de fundamentalismo, por outro. Estes comportamentos nos levam a
crises de violência em todos os seus aspectos: guerra, fome, desemprego,
dificuldades sociais, desagregação familiar, etc. É urgente a necessidade de
ações e programas que promovam e consolidem perspectivas’ ao povo. Lamentavelmente,
nos dias atuais, a exacerbação do pragmatismo está ocupando espaço das opções
ideológicas e institucionais, o que nos confunde e aumenta as dúvidas
relacionadas com a existência e a verdade. As manifestações pragmáticas são
influenciadas pelo maniqueísmo direita e esquerda, pela ânsia de poder, pelo
individualismo e pela ausência de sentimentos espirituais. O Estado existe não
para ser opressor nem tão pouco de direita ou de esquerda, mas para assegurar
os princípios básicos da democracia. Precisamos nos voltar para o conhecimento
das verdades essenciais objetivando alcançar os valores éticos indicadores de
um mundo social baseado nos conceitos de justiça e de igualdade de
oportunidades. Uma ideia se destaca hoje nas discussões e debates realizados no
mundo: globalização. É importante que ela surja como uma forma de promoção
social universal, mediante manifestações não apenas econômicas, mas
principalmente de ordem política e cultural, respeitando-se os direitos humanos
e a coexistência pacífica. A globalização não pode ampliar o fosso existente
entre nações ricas e pobres.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 11/5/2018.
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