Por Pe.
Reginaldo
Manzotti (*)
Novamente, o Natal se aproxima. É um tempo que nos envolve
e motiva, espontaneamente, a idealizar encontros com pessoas que nos são
queridas para comemorar esta data. Os enfeites, luzes, músicas, apresentações
natalinas e as comidas típicas dessa época aguçam nossos sentidos. Somos
bombardeados por propagandas e ofertas que tentam nos conduzir para o
consumismo desregrado, que desviam da essência do Natal,
da simplicidade que envolve este acontecimento e, principalmente, da
exaltação do "Verbo de Deus", que "se fez carne e habitou entre
nós" (Jo 1,14).
Faço questão de todos os anos escrever aqui sobre o Natal,
porque é o momento favorável de renovar nossa crença na encarnação
do Filho de Deus. Jesus, o Emanuel, Deus Conosco se faz um de nós.
Aquele que é eterno entra no tempo (kronos) e muda nossa história. Seu
nascimento é a mensagem de que Deus não nos abandonou à própria sorte, mas
cumpriu a Sua promessa. Nele se realizou o que foi dito pelos profetas e chegou
para nós a salvação.
No Natal, a humanidade recebe o maior dos presentes, o
dom de Deus, o Menino Jesus. Ele nasceu na simplicidade de um estábulo, foi
reclinado em uma manjedoura, pobre entre os pobres. Seu nascimento foi
anunciado por um anjo aos humildes pastores. Em contraste com a pobreza que
cercou este acontecimento, se revelou o esplendor celeste. Uma multidão de
anjos apareceu e cantou louvores ao Altíssimo: "Glórias a Deus no
mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados" (Lc 2,14).
Nós somos os amados de Deus. Jesus veio nos manifestar esse amor
e se tornar nosso irmão para que nos tornássemos filhos de Deus. Jesus veio
irradiar a luz, como disse o Profeta Isaías: "O povo que andava na
escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma
luz resplandeceu" (Is 9,1).
Vivemos tempos difíceis. Acabamos de passar por
uma pandemia que ceifou muitas vidas. Uma guerra está acontecendo e a
humanidade sofre com os flagelos da fome, da seca, das injustiças. Vê a
inversão dos valores éticos, morais e, principalmente, cristãos. Então, mais do
que nunca precisamos d'Essa luz e anunciar a Boa-Nova da salvação em meio a
todos que sofrem. Celebrar o Natal é deixar que a força da luz de Jesus ilumine
todas as situações de sombras. É dissipar o medo e acreditar no que
disse o anjo: "Não temais, eis que vos anuncio uma boa notícia que será
uma grande alegria: hoje vos nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor"
(Lc 2,10).
Depois de dois anos sem podermos confraternizar, estamos felizes
em reunirmos novamente com nossos familiares e amigos para celebrar o Natal. É
ocasião de perdoar, de esquecer as mágoas e deixar as tristezas de lado, pois
na ternura do Menino Jesus nasce um novo tempo. Um tempo de
esperança, porque Ele nos concedeu Sua luz, venceu as trevas e fez reinar a Sua
paz.
Desejo a todos um santo e Feliz Natal!
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 3/12/2022. Opinião. p.18.
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