sábado, 24 de dezembro de 2022

NASCEU PARA NÓS O SALVADOR!

Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)

Novamente, o Natal se aproxima. É um tempo que nos envolve e motiva, espontaneamente, a idealizar encontros com pessoas que nos são queridas para comemorar esta data. Os enfeites, luzes, músicas, apresentações natalinas e as comidas típicas dessa época aguçam nossos sentidos. Somos bombardeados por propagandas e ofertas que tentam nos conduzir para o consumismo desregrado, que desviam da essência do Natal, da simplicidade que envolve este acontecimento e, principalmente, da exaltação do "Verbo de Deus", que "se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14).

Faço questão de todos os anos escrever aqui sobre o Natal, porque é o momento favorável de renovar nossa crença na encarnação do Filho de Deus. Jesus, o Emanuel, Deus Conosco se faz um de nós. Aquele que é eterno entra no tempo (kronos) e muda nossa história. Seu nascimento é a mensagem de que Deus não nos abandonou à própria sorte, mas cumpriu a Sua promessa. Nele se realizou o que foi dito pelos profetas e chegou para nós a salvação.

No Natal, a humanidade recebe o maior dos presentes, o dom de Deus, o Menino Jesus. Ele nasceu na simplicidade de um estábulo, foi reclinado em uma manjedoura, pobre entre os pobres. Seu nascimento foi anunciado por um anjo aos humildes pastores. Em contraste com a pobreza que cercou este acontecimento, se revelou o esplendor celeste. Uma multidão de anjos apareceu e cantou louvores ao Altíssimo: "Glórias a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados" (Lc 2,14).

Nós somos os amados de Deus. Jesus veio nos manifestar esse amor e se tornar nosso irmão para que nos tornássemos filhos de Deus. Jesus veio irradiar a luz, como disse o Profeta Isaías: "O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu" (Is 9,1).

Vivemos tempos difíceis. Acabamos de passar por uma pandemia que ceifou muitas vidas. Uma guerra está acontecendo e a humanidade sofre com os flagelos da fome, da seca, das injustiças. Vê a inversão dos valores éticos, morais e, principalmente, cristãos. Então, mais do que nunca precisamos d'Essa luz e anunciar a Boa-Nova da salvação em meio a todos que sofrem. Celebrar o Natal é deixar que a força da luz de Jesus ilumine todas as situações de sombras. É dissipar o medo e acreditar no que disse o anjo: "Não temais, eis que vos anuncio uma boa notícia que será uma grande alegria: hoje vos nasceu um Salvador, que é o Cristo Senhor" (Lc 2,10).

Depois de dois anos sem podermos confraternizar, estamos felizes em reunirmos novamente com nossos familiares e amigos para celebrar o Natal. É ocasião de perdoar, de esquecer as mágoas e deixar as tristezas de lado, pois na ternura do Menino Jesus nasce um novo tempo. Um tempo de esperança, porque Ele nos concedeu Sua luz, venceu as trevas e fez reinar a Sua paz.

Desejo a todos um santo e Feliz Natal!

(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).

Fonte: O Povo, de 3/12/2022. Opinião. p.18.

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